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História Encontros - Conversa


Escrita por: EChrissie

Notas do Autor


Neste capítulo, a Ellie vai conversar com o irmão. Espero ter transmitido os sentimentos deles, mas como sempre digo "ainda posso melhorar" kkk, acabo revisando e revisando (rs).
Com esse são três capítulos em sequência, por isso não sei se vai dar pra postar mais ainda essa semana. Tenham um pouquinho de paciência comigo tá?
Beijos.

Capítulo 3 - Conversa


Eu estava encantada... Meus pais orgulhosos... Tudo estava bem no meu mundo... Com exceção do meu irmão...

Minha relação com meu irmão sempre foi excelente, ele sempre foi meu porto seguro. A pessoa que me animava, que torcia por mim, que me consolava quando eu chorava... Não entendia sua posição... Sua desconfiança... Parecia que não estava feliz por mim...

[...]

Depois de muito pensar resolvi conversar com meu irmão – o que foi uma decisão muito difícil pra mim, pois detesto confrontações com quem amo, detesto discussões com quem me importo e menos ainda com meu irmão, mas eu precisava entender.

Meu irmão – apesar de ser um executivo – sempre treinou artes marciais e me arrastava junto. Ele sempre dizia que eu deveria saber me defender, pois, ele não seria meu protetor para sempre. Confesso que nunca me interessei muito pela parte física das artes marciais (era muito preguiçosa pra isso), mas me fascinava com a estratégia, a ética, o código de honra, a disciplina...

Então, sempre acompanhei o meu irmão e, embora não fosse nenhuma guerreira excepcional ou gênia, conseguia vencer muitos oponentes mais fortes usando a inteligência, minha capacidade de observação e estratégia. Como era pequena e não me destacava sempre era subestimada, o que eu usava em meu favor, e, apesar de tudo, acabei me tornando uma lutadora competente.

O que era mais estranho pra mim nesses momentos é que eu, de certa forma, me conectava com aquela outra eu, aquela que eu trancava dentro de mim... Era como se ela fosse a guerreira, que quisesse lutar e derrotar inimigos, por isso acho que me esforçava pra ganhar as lutas das quais participava de vez em quando... Pra não decepcioná-la, já que a mantinha trancafiada dentro de mim, pelo menos a satisfaria um pouco...

Engraçado... olhando em retrospectiva posso dizer que eu sentia tudo isso, mas evitava racionalizar, evitava pensar muito sobre tudo isso, assumindo a minha postura normal de não confrontar.

Fui procurar meu irmão no único lugar neutro possível para nós, o dojo do mestre Kame.

Quando cheguei, ele já estava lá. Coloquei meu keikogi (roupa de treinamento) e fui observá-lo.

Meu irmão é um homem bonito: alto (1,85 m), cabelos castanhos com tons dourados e olhos cor de âmbar, aquele castanho dourado. Somos muito diferentes fisicamente, pois ele é alto e eu sou baixa; ele é quase loiro e meu cabelo é quase preto, nossos olhos também são diferentes, pois enquanto os meus são castanhos os dele parecem dourados... Isso sem falar na forma física, e não me refiro ao fato de sermos de sexos diferentes... Meu irmão é musculoso, mas não daqueles que parecem que os músculos vão saltar pra fora do corpo... Ele está mais para um esguio musculoso, sabem aqueles caras que tem ombros largos e são todos músculos, mas que quando vestem uma roupa parece apenas que existe um pouco de volume? Pois é... enquanto a irmã é "fora de forma" pra sermos um pouco delicados.

E lá estava ele... Meu oposto e ainda assim meu complemento, meu irmão querido, minha rocha.

Ele estava tão sério... Não que ele não levasse os treinos a sério, pelo contrário, os treinos no dojo sempre foram sua válvula de escape ao estresse da nossa vida e, depois, do escritório, então sempre havia uma certa leveza em seu semblante bonito, além da concentração.

Mas hoje... hoje ele estava tenso... Me senti culpada, tinha certeza que a causa daquela tensão era meu relacionamento, mas eu queria saber o motivo exato, então com um suspiro me dirigi a ele.

- Oi mano. - disse de forma carinhosa.

Ele me olhou rapidamente e continuou a realizar as formas nas quais estava concentrado. Eu mordi os meus lábios e pensei que aquilo ia ser difícil. Meu irmão me conhecia o bastante pra saber que queria falar com ele, mas escolheu me ignorar; ele estava contando com meu instinto de evitar confrontos. Quase recuei... quase...

- Precisamos conversar. - disse mais séria e olhando pra ele, embora ainda mordesse os lábios incerta.

- Sobre o que? – ele perguntou e continuou realizando os exercícios.

- Lars, precisamos conversar sobre essa tensão que está crescendo entre nós. – respondi.

Ele me olhou um pouco espantado, ele me conhecia bem o suficiente pra saber o esforço que fiz de tocar nesse assunto.

- Vamos ao tatame. Você precisa treinar, está muito mole. – e se dirigiu a um dos tatames do enorme dojo, esperando que eu o seguisse. Durante alguns segundos eu o olhei sem entender suas ações, mas finalmente o segui. Ele se dirigiu ao tatame mais afastado. Foi quando eu percebi que teria minha conversa.

 Kami-sama me ajude!

Quando chegamos ele se posicionou e esperou que eu fizesse o mesmo.

Tentei me concentrar, colocar minha cabeça no lugar e me posicionei.

Ficamos nos olhando, nos analisando por alguns segundos. Eu tentei controlar minha respiração e meus sentimentos, tentei me centrar... Surpreendentemente consegui, foi como se estivesse flutuando sobre um lago calmo e límpido, observando de cima o que acontecia naquele tatame.

Lars fez o primeiro movimento, ele me atacou com um soco de direita, defendi segurando seu antebraço e me esquivando. A defesa sempre foi o meu forte, minha esquiva era excelente, assim cansava meu adversários para depois derrota-los – claro que isso só funcionava porque eu tinha uma boa resistência.

- Sobre o que quer conversar? – perguntou ao se afastar num pulo e me atacar com um chute.

Desviei do chute por um triz, como era maior, o alcance dos golpes do meu irmão era amplo. Para ataca-lo eu deveria diminuir a distância entre nós.

- Por que não concorda com meu relacionamento com Yamcha? – perguntei diretamente.

Meu irmão me olhou verdadeiramente espantado agora. Aquilo estava totalmente fora da minha forma normal de agir, em geral eu faria um grande rodeio antes de chegar ao ponto, mas não daquela vez. Estranhamente eu estava tranquila, minha respiração estava normal, minha mente focada.

Aproveitei a brecha que ele me deu com seu espanto e passei por sua defesa, com um movimento rápido agarrei seu keikogi, o desequilibrei e estava prestes a jogá-lo no tatame quando reagiu. Firmou sua posição e agarrou as mangas do meu keikogi para me atirar ao chão.

Num movimento rápido, consegui agarrar seu pulso e torcê-lo, num movimento de passar o braço para trás, consegui que ele me largasse, mas não consegui imobilizá-lo, pois ele era mais forte e me jogou longe, e depois de um rolamento rápido me pus de pé.

- Ele não presta pra você. – ele respondeu.

Posicionei minha defesa, esperando seu ataque.

- Como assim? Ele gosta de mim. – foi minha vez de falar. E meu irmão avançou com uma sequência de golpes – socos e chutes – aos quais eu defendia e esquivava, mas sentia a pressão que ele fazia sobre mim. Se não saísse daquela posição ele me derrubaria.

- Eu não confio nele, não gosto do jeito como ele te trata, como olha pra você. – ele continuou falando.

Eu desviei por baixo de um chute dele e tentei outra abordagem, lhe acertei um soco na lateral, nas costelas, com força, fazendo-o recuar com a mão segurando-as.

- Ele me trata bem, com respeito, me olha como se eu fosse preciosa... Não estou te entendo. – respondi a ele. Ao mesmo tempo, foi minha vez de avançar. Desviei sua atenção com um chute falso, fazendo-o pensar que abri minha defesa, quando, na verdade, queria golpeá-lo no rosto.

Ele desviou dos meus ataques, não caiu na minha finta. Tentou me agarrar de novo, mas agarrei seu antebraço e seu pulso e os torci, ele me largou, mas conseguiu me repelir.

- São os pequenos gestos, as pequenas coisas, algumas palavras colocadas aqui e ali... – ele disse avançando. Estava determinado a me imobilizar no tatame, começou a pressionar. Se agarrasse o keikogi ia usar sua força pra me derrubar.

- Que pequenos gestos? Que pequenas coisas? – falei me afastando, tentando fugir da pegada que ele buscava.

Eu esquivava, tentei golpeá-lo com o cotovelo em um giro de corpo; ele esquivou se abaixando, eu pulei pra trás e depois pra frente, aproveitando meu tamanho menor e tentando uma joelhada, fui rápida e consegui pegá-lo.

Ele recuou, segurando o estômago.

- Ele não gosta que você o toque em público, evita se aproximar muito de você, não te manda flores, não liga com frequência... Ellie... Me ouça... – ele suspirou.

Em minha mente, meu lago interior, antes tão calmo, estava se agitando... Não, não, não... Eu não quero ouvir.

- Pare Lars! Ele não gosta que as pessoas demonstrem seus sentimentos com coisas melosas, como beijos em público!  Flores murcham! Ele não me liga muito porque é tão ocupado como nós. – eu dizia a meu irmão.

Avancei com raiva, era raro eu abrir a guarda desse jeito, mas era meu irmão falando do homem pelo qual eu estava apaixonada!

Ele suspirou, ficou em pé e esperou... Quando eu estava perto o suficiente, ele me agarrou e derrubou no tatame, me imobilizando. Eu resisti, me debati, mas ele era mais forte. Ele ficou lá, me segurando no chão, me olhando e esperando.

Aos poucos, fui cansando.

- Ellie – ele disse baixinho – é o que eu vejo e sinto. Rezo a Kami-sama para estar errado, realmente espero estar errado... Mas se não estiver, saiba que eu vou estar aqui até o final. – ele disse e me abraçou depois.

Eu me agarrei a ele, sabia que estava preocupado comigo, ele me amava de verdade e tinha medo por mim. Por isso não fiquei com raiva dele, não concordava com o que me falou, mas deixei passar.

Depois de um tempo nos soltamos e ele me olhou nos olhos, buscando saber se suas palavras me alertaram de algum modo, mas eu estava surda para seus avisos. Ele percebeu, seus olhos ficaram tristes por um momento, depois sorriu devagar e disse:

- Venha. Vamos continuar treinando, você REALMENTE está muito mole, te derrubei muito fácil. – me disse com um lindo e caloroso sorriso, e, assim, ficamos treinando.

Nesse momento não percebi que tínhamos atraído a atenção do mestre Kame, mas ele nos olhava preocupado.


Notas Finais


Oi gente, espero que tenham gostado. Me esforcei na cena da luta e eu sei que não ficou muito boa, mas faz tempo que não assisto filmes de lutas e aí fiquei perdida.
Desculpem e prometo que vou melhorar.
Beijos.


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