História Encontros - Conversa com Karl

RADITZ

Esse primo da Ellie é muito folgado! Desgraçado! Mas ela precisa dele pra conseguir o que quer, então vou ter que aguentar, mas se ele pensa que eu não vou revidar ele está muito enganado...

- Karl... Você está sendo inconveniente. Comporte-se ou te dou um corretivo. – Ellie fala duro com ele. Eu rio por dentro: quando minha Ellie quer ela pode ser bem durona.

- Ora, não acredito que você vai me deixar ao relento. Além do mais ainda precisamos traçar nossa estratégia para enfrentar o conselho; confesso que estou animado. Faz tempo que não prevejo tanta diversão quanto a que você vai me proporcionar. – Caralho! Ele está falando sério? Acha que Ellie está lhe proporcionando diversão de graça?

Ellie suspira e olha para cima como se pedisse paciência, enquanto o tal de Karl sorri.

- Até que você tem muita paciência Ellie. O Lars já teria me dado uns cascudos... – ele comenta com um sorriso. Qual é a desse cara?

- Na verdade acho que tenho é mais compostura. Além do mais estamos na presença de um rei, acredito que eu posso ter mais dignidade do que me rebaixar a esse seu joguinho infantil. – ela fala desdenhosa.

- Hahaha. Isso eu quero ver. Vamos ver o quanto você aguenta... Mas o seu maridinho aí parece que quer fazer exatamente o contrário de você. Por que será? Ei cara, será que você não quer treinar um pouquinho? Sabe como é, não custa nada liberar um pouco de testosterona... – Tá brincando... Então ele quer treinar? Vamos ver o quanto ele aguenta...

- Vou aceitar. Vai ser bom soltar um pouco os músculos e quem sabe eu descubro se você vai valer a pena toda a dor de cabeça... – provoco o cara que só abre ainda mais o sorriso.

- Isso vai ser interessante... Ellie, priminha, acho que realmente vai ser muito divertido ficar do seu lado. – o cara diz sorrindo pra minha Ellie.

- Ai meu Kami-sama... O que eu fiz pra merecer isso? – ela resmunga, contrariada. Então a distraio com um movimento da minha cauda sobre os seus seios; ela dá um pequeno gemido na hora, no segundo seguinte percebe e cobre a boca totalmente vermelha.

- RADITZ! COMO VOCÊ SE ATREVE A FAZ... – ela se levanta indignada, então a agarro e lhe dou um beijo feroz e possessivo. Minha língua invade sua boca e a acaricia a sua língua, minhas mãos percorrem suas costas e Ellie geme de novo.

- Uau! Isso foi quente! Imagino o quanto o Yamcha se arrependeria de ter te deixado escapar se visse essa cena... – Karl fala enquanto nos olha despretensiosamente.

Eu rosno e me afasto de Ellie, que está muito corada e me olhando irritada porque a embaracei na frente de todos.

- Raddie... Nós vamos conversar em casa sobre esse seu comportamento na presença de outras pessoas; quanto a você Karl tenho um lugar pra você na casa de Bardock, que é onde moro, além de uma ou outra tarefa. – ela fala com um risinho misterioso no rosto.

Hmm, o que será que Ellie está planejando?

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ELLIE

Então esses dois querem brincar, bem acho que posso pensar algumas maneiras de me divertir torturando-os... Mas antes olho para todos no salão.

Vegeta está claramente entediado com o que acontece; já Kakaroto é outra história... ele está se divertindo com a situação e pretende me provocar depois; o Gohan está muito corado e embaraçado; já Bardock... bem apenas digamos que parece que ele viu uma cena de filme de terror agora mesmo.

- Vamos Karl. Você tem que se instalar no seu novo quarto e também precisamos conversar. – digo me afastando de Raddie, mas ele me agarra pela cintura.

- Onde você vai com tanta pressa? – ele pergunta incomodado com a distância que impus naquele momento.

- Resolver muita coisa. E que eu saiba você tem que voltar ao trabalho. – lembro a ele, arqueando uma sobrancelha.

- Tsc. Vou almoçar em casa, é melhor que já esteja lá quando eu chegar. – ele fala autoritariamente.

De verdade, Raddie? Quase não dá pra acreditar na pretensão dele, mas não falo nada pra não atingir aquele orgulho sayajin...

- Vou ver se consigo chegar em casa antes de você, mas não garanto nada. Ah, Vegeta, mande Trunks treinar comigo amanhã, vamos treinar usando a câmara lá de casa; mande ele pela parte da tarde, que é quando Goten também está em casa. – e saio da sala chamando Karl e ouvindo seus resmungos.

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KARL

Isso está ficando divertido! Quem diria que vir até aqui observar o reencontro de Ellie com os pais seria tão interessante...

Minha priminha está demonstrando umas facetas que eu não conhecia. A forma como tratou com os pais dela foi inédita! Começo a entender o que Lars me dizia quando me avisava para nunca subestimar Ellie. Antes achava que era só mais uma forma de protege-la porque era a mais fraca de nós, mas agora penso que ele percebia a real força da irmã – que nem ela conseguia ver – e acreditava nesse potencial.

Mas ainda estou intrigado com essa informação que ela negociou comigo em troca de minha fidelidade...

Onde e como ela a conseguiu? É claro que a explicação que ela me deu faz sentido, mas sinto que existe mais coisas ainda por descobrir sobre Ellie; estou muito curioso.

Mas vou ter que tomar cuidado se quiser descobrir, essa nova “versão” da Ellie pode ser mais cruel. Quando disse que me mataria se a traísse... Senti que ela falava realmente sério e, por alguma razão, acredito que ela pode estar mais forte do que eu e que poderia cumprir essa promessa quando quisesse.

Agora quanto a esse marido dela: o cara parece ser bem esquentadinho e ciumento, mas também dá pra perceber que é forte. Mas quão forte ele é? Acho que vou provoca-lo mais um pouco e forçar uma luta pra descobrir isso.

Hahaha... Faz tempo que não tenho uma possibilidade tão grande de diversão!

Sigo Ellie até um aerocarro e lhe indico o hotel onde estou hospedado. Não falamos nada no caminho e então tiro meu tempo para observá-la.

Ela está mais magra do que me lembro, mas também há outra coisa, algo diferente nos olhos e na postura... Eu vi isso no salão do rei dos sayajins: ela mudou e algo me diz que o marido sayajin dela tem muito a ver com isso...

Pondero se ela tivesse casado com Yamcha: será que estaria como agora? Não, não estaria. Yamcha ia fazer questão de mantê-la fraca, para que pudesse dominá-la.

Mas aquele tal de Raditz não é como Yamcha, ele parece que aprecia e estimula qualquer força que Ellie possa ter... sinto que ele gosta de tentar domar essa nova Ellie, mas que também se diverte com cada coice que leva.

Hei Lars... Será que você ia gostar do cara? Talvez achasse que ele tem um estilo meio espalhafatoso, mas pra mim está claro como cristal que ele fez mais bem pra sua irmãzinha que qualquer outro poderia...

E pensar que sempre a achei um estorvo pra você. As brigas que tivemos por causa dela e do seu cuidado com ela.

Eu estava errado cara. Mas ela não precisa saber disso agora, talvez eu nunca diga isso pra ela, mas saiba que vou cumprir o que prometi. Vou ser fiel a ela integralmente.

E quem sabe eu não ganho muito mais diversão do que espero...

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ELLIE

- Está calado demais Karl. – dirijo a palavra ao meu primo problemático depois de ir ao hotel pegar suas coisas. Estamos indo pra casa de Bardock... pra minha casa... Ainda me sinto um pouco tonta quando penso sobre isso, a foram como tudo está acontecendo entre eu e Raddie, ainda temos muito o que acertar, mas acho que estamos indo bem.

- Estava pensando em muitas coisas. – ele responde.

- Ah... Eu pensei que você só pensasse quando estava trabalhando... – eu o provoco um pouco. Quero saber o que ele tanto pensa, Karl pode ser um aliado formidável ou um inimigo terrível.

- Ora essa! Me provocando? Isso com certeza não é do seu feitio. Ainda me lembro como você se encolhia atrás de Lars só de ouvir a minha voz... Diga-me: era medo ou timidez o que você sentia? – ele pergunta debochado. Ele também quer me provocar, mas a pergunta dele me faz lembrar de certas coisas... Acho que dizer uma parte vai surpreendê-lo...

- Os dois. Você era mais velho, forte e confiante. Além de ter uma veia meio sádica – que pelo que eu ouvi só aumentou com a idade – eu era a mais fraca; era o alvo perfeito para qualquer tipo de “brincadeira” ou joguinho que quisesse fazer e nem sempre Lars estava por perto... Era natural que fugisse de você ou me encolhesse quando estava por perto.

- Mas isso é surpreendente... Então estamos tendo uma DR... Agora? – ele ironiza, mas não deixa de ser verdade.

- Mais ou menos. Estamos mais velhos e eu mudei, sou mais confiante e estou mais a vontade em minha própria pele, por assim dizer. Além do mais, preciso ter confiança em você e você em mim... Karl eu falei sério em tudo o que disse. Amo aqueles sayajins. Eles me acolheram, me respeitaram, me amaram... Eu, a mais fraca e sentimental da família Lanza. Para outra pessoa da nossa família pode parecer uma fraqueza eu dizer isso, mas você entende porque foi o melhor amigo de Lars, você e ele se equilibravam. Juntos eram mais fortes. Eles me tornaram mais forte e mais confiante... Por eles eu vou lutar até a morte e, se eu morrer fazendo isso, tenha duas certezas: vou morrer feliz e vou levar muita gente comigo. – falo séria pra ele que só me observa e pesa minhas palavras.

- Então sua lealdade está com eles. Mas você quer ser a líder do clã, então como você vai equilibrar as duas coisas? – me pergunta curioso.

- Verdade que quero a liderança e não pretendo matar ninguém para conseguir o que quero. Minhas lutas e batalhas serei eu a lutar, mas os recursos que terei acesso como líder me poderão ser bem úteis e é isso que eu desejo. Posso não ter amor pela família Lanza, mas isso não quer dizer que não possa ser uma boa líder e proteger os interesses da família, mas também posso redirecionar os caminhos que ela tem tomado. Tomei conhecimento de muitas coisas que não gostei... O clã está indo por um caminho que não aprovo, nem Lars aprovaria também – e tenho a intuição que você também não aprova, senão teria dado apoio a reivindicação de Yamcha.

- Hahaha. Realmente priminha as coisas vão ficar bem mais interessantes com você no comando... – ele ri colocando a mão no rosto. Balanço a cabeça, Karl sempre procurou adrenalina e emoção, sempre vivendo no limite... Ele estava bem perdido, mas não queria admitir. Suspiro... Como é possível que ele e Lars pudessem ser tão amigos?

- Por que você nunca disse a ele o que eu fiz com você quando éramos mais novos? – ele me perguntou sério de repente.

Eu olho pra ele. Estamos quase chegando em casa, mas precisamos resolver esse assunto de uma vez por todas, então viro o aerocarro para um local distante e o pouso.

- Não quis que uma decisão equivocada afetasse a relação de vocês. E ele nunca desconfiou. – falo me virando e o olhando diretamente. Sabia que esse assunto era sério e já tinha sido adiado por tempo demais.

- Por que? Poderia ter destruído minha amizade com ele... Ele poderia ter me matado inclusive. – Karl me questiona – Nunca entendi por que nunca falou nada.

- Foram vários motivos: não seria só você que sofreria, Lars também, você sempre foi o melhor amigo dele – quem olhasse os dois poderia dizer até que eram irmãos de tão unidos – não privaria meu irmão de uma das poucas pessoas que ele realmente confiava e que, eu sabia com certeza absoluta, ele podia confiar; não queria que descobrissem o que aconteceu porque não queria dar mais motivo para me humilharem; e porque você não estava sozinho, não forçou nada e por que me deu a chance de recuar e desistir. Me senti usada e suja depois, mas sabia muito bem que eu tinha me colocado naquela situação. Podia ter sido fraca e não ter resistido às suas investidas, mas isso não quer dizer que fosse cega a ponto de jogar a culpa toda em você... Eu quis realmente aquilo, aquele momento. Foi minha decisão também. O que aconteceu depois... Bem, apenas vamos dizer que aprendi a não ser tão ingênua em relação às pessoas da nossa família. – falei melancólica.

Ele me olha por um longo momento, depois sinto que ele quer dizer algo, mas as palavras não saem. Ele olha para fora, para a linda paisagem que nos cercava... Eu espero que ele fale alguma coisa, mas depois de muitos minutos percebo que ele está perdido dentro de si mesmo, então ligo o aerocarro e o direciono até o nosso destino.

- Seu marido sayajin sabe sobre o que aconteceu? – ele pergunta, ainda distante.

- Ninguém, além de nós dois sabe o que aconteceu naquele quarto. Raddie teve uma vida sexual antes de mim – uma bem agitada diga-se de passagem – ele sabia que eu não era virgem e não se interessa em saber o que aconteceu antes de nos envolvermos. – falo com ele normalmente, mas sinto que ele quer dizer algo mais.

- Aceite meu conselho: conte a ele sobre nós e sobre Yamcha. Não deixe que ele saiba pela boca de ninguém além da sua... Acredite Ellie, aquele sayajin vai surtar se isso acontecer; é melhor que saiba por você e deixe que eu me resolvo com ele. Não vou tirar meu apoio a você, mas se quer ter um futuro sem medo de sombras do passado é melhor contar. – ele está concentrado em mim agora e sinto toda a tenacidade que ele gosta de esconder debaixo da fachada irônica e debochada.

- Vou pensar no que disse... Se Raddie tentar te matar você vai saber que eu contei a ele. –falo finalmente depois de uns bons minutos.

- Vai ser divertido ver ele tentar conseguir esse feito. – ele voltou à fachada de sempre.

E eu fico pensando no que ele me disse... Talvez ele esteja certo...