História Encontros - Mostrando quem manda

NARRADORA

No dia seguinte todos viram a marca de Raditz em Ellie, o que foi motivo de alegria para Gine e um resmungo de Bardock (“Já não era sem tempo, moleque.”).

Claro que era preciso conversar com Karl sobre sua participação na “pequena conversa” que ele proporcionou para Ellie e Raditz, mas como ela tinha prometido não excluir mais seu companheiro resolveu que era melhor que ele ouvisse e participasse.

Como será que Karl vai se sair dessa?

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KARL

Ellie carrega marca do Raditz agora. O que significa que eles conseguiram se acertar.

Mas o olhar que ela me lança de vez em quando através da mesa é de dar arrepios! Espero que aquele maldito sayajin me ajude nisso!

- Karl! Ontem dei folga aos garotos, mas não pra você, já está acostumado com a gravidade e Raddie me disse que vocês tem treinado, então quero lutar com você. – ela fala calma, mas realmente não gosto do olhar que ela está me dando.

- Claro! Vai ser interessante, afinal nunca lutamos, nem treinamos juntos. – digo. O que não deixa de ser verdade... Apesar de saber que ela quer me castigar, isso começa a me soar extremamente divertido.

Depois do café vamos à sala de treinamento. Raditz nos acompanha.

Ellie se vira pra mim e pergunta:

- Falou com seu pai ontem?

- Sim. Foi um saco falar com o coroa, mas expliquei as suas exigências. Ele ficou incomodado por saber que seu pai não o informou de sua solicitação dos seus direitos de primogenitura – o que pode ser usado a nosso favor mais adiante. – Ele também falou que vai entrar em contato assim que tiver uma data para reunião do conselho. Até lá nos mandou esperar e nos prepararmos.

- Imagino para que devemos nos preparar... Acha que vou conseguir manipular seu pai? – ela pergunta pensativa. Está planejando e Raditz apenas arqueia a sobrancelha para ela.

- O que? Estou pensando as possibilidades... Ainda não tem um plano formado, então me explica como vou esconder algo de você? – ela pergunta impaciente.

- Vou ter que te lembrar de algo? – ele pergunta entre sério e malicioso.

Ellie cora muito. A noite deve ter sido fenomenal! Não resisto e solto um risinho, apenas pra receber um olhar fulminante dela.

- Parece que alguém tem que lembrar quem manda e a quem deve sua fidelidade. – ela falou irritada comigo. Cara... Estou muito na merda! Mas isso não me impede de provoca-la mais um pouco:

- Sei quem manda aqui: o Raditz. – falo irônico e sigo andando em direção à sala de treino.

É quando ouço aquele rosnado forte vindo das minhas costas. Não tive nem tempo de me virar.

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ELLIE

ELE ME PAGA!

Ele pensa que pode falar assim comigo e ficar por isso mesmo? Com quem ele pensa que está falando?

Eu rosno... Rosno de verdade e o ataco.

Ele não tem tempo de se virar, pois o atirei contra a parede.

Ouço Raddie gritar: Ellie! Pare agora mesmo!

Mas eu apenas mostro minhas presas para ele, que me olha sem acreditar no que fiz e que tenho presas.

- Não se meta, companheiro! Esse insolente vai aprender quem é a Alfa dele. Levante Karl! Não te acertei tão forte assim.

Karl apenas levantou e me olhou friamente. Depois de alguns segundos apenas diz: Vamos ao menos chegar na sala de treino.

Eu aceno e continuo rosnando ameaçadora. Passo na frente dele o olhando desafiante.

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RADITZ

Que merda foi essa agora? Ellie atacou Karl pelas costas! E ainda rosnou e me mostrou as presas?!

Mas de onde saíram essas presas? Ela não fez a fusão, não aumentou seu ki... O que está acontecendo com ela?

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KARL

Parece que exagerei nas brincadeiras.

Acho que sem querer desafiei a posição de Ellie e ela reagiu automaticamente. Embora os rosnados e as presas sejam novidades pra mim...

Lembro de Lars: Nunca subestime Ellie. É... Acabo de me dar conta que foi o que acabei de fazer. A irritei bem além da conta agora.

Acho que nem Raditz vai conseguir salvar meu couro... Tenho que avaliar bem minha situação e ver se consigo sobreviver à fúria de minha priminha.

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NARRADORA

As coisas esquentaram entre os primos!

Karl não podia ter ficado calado? Nãããão! Ele tinha que provocar Ellie...

Mas o que a fez perder a cabeça e ataca-lo? De onde saíram as presas se ela não fez a fusão?

Agora eles se dirigem à sala de treino, acompanhados de perto por Raditz, que não acredita no que presenciou. Ele tenta acessar sua fêmea pelo vínculo, mas está surpreso... Ele foi BLOQUEADO!

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RADITZ

Que merda está acontecendo agora? Não consigo entender Ellie, não consigo acessar suas emoções...

Ela me bloqueou? Mas como isso é possível? O nosso vínculo pode ser recente, mas não é fraco. O que está acontecendo com ela?

Acompanho os dois, pois tenho receio do que ela possa fazer a Karl nesse estado. Se ela o machucar muito pode se arrepender. Aproveito que ela seguiu na frente e chego perto dele, sussurro: Ela te feriu?

- Não. – ele responde seco – Apenas meu orgulho.

- Lute sério. Ela está estranha. – falo frio.

- Pensei que ela ia ficar mais calma. – ele me olha como se eu tivesse todas as respostas.

- Cara! Não sei o que está acontecendo. O nosso vínculo está ali, firme, eu o sinto, mas ela me bloqueou de alguma forma... – digo confuso.

- Apenas me prometa não deixar ela me matar. – ele pede e antes que eu possa responder Ellie se vira raivosa para nós.

- Não vou te matar. Mas vou te surrar o bastante pra sempre lembrar de nunca me desafiar, seu lobo sem noção. Agora vamos logo, porque depois de te castigar eu quero acasalar com meu companheiro.

Nós nos olhamos sem entender nada. Ellie não falava daquele jeito... Ela nunca dizia que me queria na frente dos outros! Isso ia contra toda a personalidade dela!

O QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO COM MINHA FÊMEA???

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ELLIE

Entramos na sala de treino e me posiciono esperando Karl. Raddie se dirige até a máquina de gravidade e aciona o mecanismo.

Sinto a diferença que está aumentando... Aumentando... Aumentando...

Meu corpo está muito mais pesado do que estou acostumada. Olho rapidamente para Raddie e Karl. Dou um sorriso de canto, já entendi o que aconteceu: Raddie aumentou a gravidade para uma bem superior a que estou acostumada. Ele espera me tornar mais lenta e que fique mais fácil para Karl me controlar.

Isso vai ficar interessante.

Me coloco em guarda e Karl arqueia a sobrancelha me questionando. Ele pensava que eu ia avançar.

- Venha! Ou está com medo de uma bebê chorona? – o provoco e ele apenas analisa o quadro. Bom. Ele está pensando, planejando.

Eu aguardo mais um pouco e ele também se posiciona. Passamos alguns minutos nessa disputa, pra ver quem ia dar o primeiro passo, mas é Karl quem quebra essa espera.

Ele avança rápido, pois sabe que estou sentindo a diferença na gravidade, e como é mais alto tem a vantagem do alcance.

Ele soca com a esquerda, eu agarro seu pulso, giro dentro do seu espaço e acerto uma cotovelada nas costelas do lado direito, me abaixando pra evitar seu agarre e aproveitando o impulso para jogá-lo no chão.

Ele cai, mas se levanta rápido.

- Está deixando sua guarda baixa – rosno pra ele – se tivesse usado minhas garras estaria com uns talhos profundos nas costas. – eu o advirto para sua falha. Estou cansada de vê-lo deixar essa guarda aberta.

- Que garras? – ele pergunta contrariado por eu estar corrigindo-o como um novato.

- Estas. – minha vez de avançar, não estou com minha velocidade normal, mas isso não me impede de ser rápida.

Corro em sua direção e antes que ele me atinja com o chute que preparou me agacho, passando por baixo dele e rasgo a parte interna de sua calça, na direção da veia femural.

- Segundo golpe. A essa altura estaria perdendo muito sangue, ficando fraco. Está sendo previsível ou não está se esforçando. – o critico sem pena.

Ele olha para sua roupa e depois para mim, totalmente incrédulo.

- Mas o que está acontecendo com você? De onde saiu tudo isso? Garras, presas, rosnado...

- Se me acertar um golpe que seja talvez eu fique com vontade de te contar. – sorrio mostrando essas presas que sinto em minha boca. – Mas antes vai me responder: O que contou exatamente a Raddie sobre aquela noite?

- Vocês não conversaram sobre isso? Achei que tinham se resolvido! – ele pergunta confuso. Desvia o olhar para Raddie e eu aproveito a oportunidade.

Avanço novamente, mas dessa vez ele reage mais rápido, saindo do meu caminho e quase me acertando um soco, que desvio com meu antebraço e aproveito pra lhe socar o estômago. Ele tenta me dar uma joelhada, mas eu o bloqueio com uma mão, aproveitando o impulso para saltar acima de sua cabeça e tentar lhe acertar um chute.

Ele esquiva para a direita, eu caio com os pés e mãos apoiados, e rosno novamente.

- Melhor! Mas não deixe que o adversário descanse e preste atenção. Não perca oportunidades como a que te dei ainda a pouco. Devia ter avançado para me socar ou chutar. – levanto e o encaro.

- Quer parar de me instruir? Isso é irritante! Receber instruções de luta de alguém sem experiência em combate! Logo eu?! – ele está furioso agora. Consegui quebrar sua postura.

- Logo você o que? Quem é você para achar que luta melhor do que eu? – falo calmamente – E não respondeu minha pergunta: O que disse exatamente a Raddie? – exigi sua resposta.

- Hunf! Está muito confiante. Acho que está na hora de te mostrar que não sou um fraco, como parece pensar. – Ah, Karl! Sempre disposto a cair nas minhas armadilhas...

- Então venha! Por que está se contendo? – lhe falo – Ou será que não é tudo isso que acha e está com medo de descobrir? – e sorrio debochada, atingindo o orgulho dele.

- Vou te mostrar quem não é tudo isso. – ele fala friamente. Tolo. Caiu na cilada.

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KARL

Ellie está me tirando do sério! Com quem ela pensa que está falando?

Eu sou o Mestre dos Espiões dos Lanza! Foi preciso muito treino para conseguir chegar ao nível que estou e consigo dar combate até mesmo a Angus!

Somente Lars podia me derrotar facilmente e, com certeza, não vai ser minha priminha que vai fazer isso agora.

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RADITZ

Observo calado tudo o que está acontecendo. Ellie está provocando Karl, o tirando de prumo e não é apenas para fazê-lo lutar de verdade com tudo o que tem.

Ela está armando algo pra ele que não percebeu ainda.

Também não estou conseguindo acessar suas emoções através do vínculo. Ela realmente me bloqueou.

Mas só de observar percebo que ela está mais selvagem, mais feroz. Não foi só fisicamente que ela mudou, seu estilo de luta também; Ellie luta analisando e planejando seus próximos passos, como se jogasse uma partida de xadrez. Esse estilo de luta não condiz muito com o que ela já mostrou e me pergunto quanto tempo ela vai aguentar lutar com essa gravidade.

Até agora não deu mostras de cansaço, mas sei que não vai demorar muito.

Suspiro... Como é possível sequer que consiga se mexer – que dirá lutar – com uma gravidade de 200 G!

Aumentei e muito a gravidade para lhe travar e impedir de fazer algo mais sério contra Karl. Mas ela está lutando relativamente bem.

Como Ellie consegue evoluir escondido de todos? Será que tem algo a ver com seus genes ou com a fera branca? Ainda assim é surpreendente...

Fico imaginado como serão nossos filhotes...

Hei! Pensei... Imaginei... Filhotes...

Filhotes com Ellie.

Sorrio diante desse pensamento. Tomara que sejam todos machos... Não sei se aguentaria algum garoto ou macho olhando de forma maliciosa pra qualquer guria que tivesse com Ellie. Engulo em seco somente com esse pensamento.

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KARL

Algo fez Raditz ir de um sorriso a uma carranca, mas não tenho tempo para descobrir a causa disso agora.

Tenho que derrotar a menininha na minha frente e lhe mostrar que não pode me tratar como um amador. Então resolvo desestabilizar sua confiança... Respondendo sua pergunta.

- Contei a ele que naquela noite bebemos muito e que depois você me beijou e provocou até que conseguiu o que queria. - respondo com um sorriso debochado.

- Mesmo? – ela está calma ainda, jogando com as informações que dei, sem arriscar dizer nada comprometedor. Esperta.

- Sim. – avanço rapidamente; tenho que usar a vantagem do meu alcance. Acerto uma sequência de chutes, que ela defende com os antebraços, a faço recuar um pouco. Sorrio quando me vejo em vantagem. Lhe acerto com mais força com um último chute, a obrigando a defender com os dois antebraços e a fazendo voar.

Mas dessa vez não lhe dou chance de se recuperar, sigo atrás, disposto a acabar com aquela birra com um soco.

Para minha surpresa ela se recuperou rapidamente e esquivou do meu soco com um giro, me acertando as costas com um chute e me empurrando em direção a parede da sala. Tenho que sair dessa posição, pois estou muito vulnerável.

- E o que eu queria Karl? Ou melhor dizendo: o que você acha que eu queria naquela noite? – ela me pergunta às minhas costas, socando-as e me jogando contra a parede.

Diabos! Tenho que sair daqui.

Salto para o lado e rolo me colocando em frente a ela, que espera minha resposta.

- Ora, priminha, você queria sexo. Comigo. E eu te proporcionei isso alegremente. Ficamos horas nos divertindo... – sorrio de lado, mas ela retorna o olhar sério para mim.

- Você acha que era isso que eu queria naquela noite? – ela pergunta ainda mais séria – Então não me conhece mesmo Karl.

Fico sem ação, sem entender nada.

Ela ataca furiosamente. Socos e pontapés, de onde ela está tirando tanta energia? Como está aguentando a pressão da gravidade? Eu percebi que Raditz colocou a gravidade que treinamos para aquecer e que é muito superior à que ela está acostumada.

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ELLIE

Ele pensa realmente que eu só queria experimentar sexo com ele naquela noite.

Está na hora de ensinar algumas coisas sobre mim a ele e a Raddie, que ainda está calado somente observando e escutando.

Diminuo a distância e aumento a frequência de chutes e pontapés, logo não vou aguentar a pressão da gravidade. Já sinto meus músculos se retesando, reclamando pelo esforço; mas me conheço o suficiente pra saber que aguento ainda por tempo suficiente pra acabar com esse combate.

Acerto-o com a palma aberta no meio do peito, Karl cospe sangue. Não paro e acerto um soco no estômago, ele se dobra pra frente e lhe acerto uma joelhada certeira no rosto; abro um corte acima da sobrancelha direita, que começa a correr sangue, o castigo com socos no rosto.

Ele tenta se proteger colocando os antebraços na frente, mas eu me agacho e acerto uma sequência de golpes na linha da cintura. Ele cospe mais sangue, mas não se dá por vencido. Tenta me acerta um soco e uma joelhada, mas eu esquivo e acerto uma cotovelada nas costelas, fazendo-o grunhir de dor.

Ele está desequilibrado e acerto atrás dos joelhos, fazendo com que ele tombasse pra frente; ele tenta levantar, mas não permito.

Seguro seus cabelos por trás, coloco minhas garras em sua garganta e corto.

- ELLIE! – Raddie grita.

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RADITZ

Não consigo acreditar! Ellie surrou Karl de maneira rápida e violenta!

Não houve hesitação ou piedade. Depois que ela começou só parou quando ele estava caído e sem possibilidade de ganhar ou virar a luta.

Mas o que ela está fazendo agora? Ele vai precisar de uma Medicinal Machine e ela o está agarrando pelos cabelos para... NÃO!

- ELLIE! – grito e corro, mas não a tempo de evitar que ela corte a garganta de Karl.

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KARL

O que está acontecendo? De repente me transformei no saco de pancadas de Ellie.

Não consigo revidar, não consigo achar brechas em sua defesa ou parar seus ataques.

Quando ela se tornou tão forte? Sinto sua presença atrás de mim, ela segura meus cabelos e aproxima aquelas garras de minha garganta.

Fecho os olhos, não tenho mais força para reagir. Ellie acabou comigo. A última coisa que penso são as palavras de Lars: “Nunca subestime Ellie”.

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RADITZ

Quando consegui alcançar os dois Ellie estava ofegante e colocando Karl no chão com cuidado.

Ela não o havia matado! Intimamente fiquei aliviado, pois sabia que ela não ia se perdoar se tivesse feito algo irreversível com o primo babaca.

Mas era o primo babaca que ela gostava e apreciava a companhia. O vínculo havia me revelado isso antes dela me bloquear.

Ellie desaba no chão e eu saio da minha confusão para ampará-la.

- Ellie! Você enlouqueceu? Pensei que ia matar o Karl! – eu disparo recriminações enquanto a coloco no colo.

- Ele precisava de uma lição, mas agora ainda não é hora pra isso. Nos ponha do lado dele, mas gostaríamos de ficar com a cabeça no seu colo; queremos sentir seu cheiro. – estranho o que me falou, mas obedeço. Sento-me ao lado da cabeça de Karl e a coloco deitada ao lado dele, com a cabeça no meu colo.

Ela começa a fazer pequenos carinhos no cabelo dele, tirando-os do rosto ensanguentado. No começo eu rosno um pouco, mas então percebo que os ferimentos dele estão fechando e suas pálpebras estão mexendo. Ele está saindo da inconsciência enquanto Ellie trata de seus ferimentos.

- Não precisa ficar alterado Raddie. Pra curá-lo precisamos tocá-lo. – ela explica.

- Mas precisa ser tão carinhosa? – pergunto desconfortável com aquilo. Ela sorri e toca minhas pernas, sinto um leve roçar de algo através do vínculo... Divertimento. Ela está se divertindo com minha postura.

Antes que eu possa falar mais alguma coisa Karl acorda.

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KARL

Sinto uma mão carinhosa em meus cabelos e algo caloroso em meu interior. Minhas dores estão diminuindo e sinto que algo está acontecendo ao meu lado; esse calor gostoso está me chamando de volta da inconsciência e resolvo aceitar seu chamado.

Quando abro os olhos dou de cara com Ellie deitada ao meu lado, com a cabeça apoiada nas pernas de Raditz e fazendo carinho nos meus cabelos.

- Ellie?! Raditz?! O que aconteceu? Pensei que tinha me matado! – falo aos trancos, ainda não consigo entender o que houve.

- Te disse que não ia te matar, só te dar uma surra. Eu apenas fui muito dramática em meu “golpe final”, apenas pra você entender que, se fosse meu inimigo, eu teria te matado naquela hora. – ela fala me fazendo carinho e percebo que, aos poucos, todos os meus cortes e contusões estão sarando, mas ainda sinto dor nas costelas que ela quebrou.

- Ai! Você bate forte pra alguém tão pequena. – tento brincar e me mexer, mas ela me impede com a mão na minha testa.

- Não se mexa. Fechamos os cortes externos, mas falta curar as suas costelas; fique deitado enquanto fazemos isso. – ela manda e resolvo obedecer, pois estou realmente incomodado.

- Então você usa ki para curar. É uma habilidade interessante em batalha. Pode se curar também? – ela acena confirmando.

- Eu queria me entregar pra alguém que amava naquela noite, não importando as consequências. – ela fala de repente para o meu espanto e de Raditz. – Sem sombras do passado e sem segredos. – ela sorri travessa como uma criança que pega dois adultos com uma brincadeira.

- O que você quer dizer, baby? – Raditz pergunta cauteloso.

- Sabe Raddie, adoramos quando fala assim. Ficamos arrepiadas em como essa palavra soa sexy sendo dita por você. – olho pra Raditz, que retorna sem entender nada.

Foi quando reparei que ela estava se referindo a si de forma estranha: “Adoramos”? “Arrepiadas”? Por que Ellie está falando como se fosse duas?

- Você foi meu primeiro amor Karl e quis me entregar a você, mas a outra Ellie tinha medo de você. Ela sempre foi muito tímida e o que fizemos e como reagimos a você a assustou. Depois você foi um completo cretino, nos humilhando e depreciando nossa noite, então me afastou também. – eu começo a ficar preocupado com Ellie e percebo que Raditz também; mas ela continua a me curar, fazendo carinho em mim, tudo isso enquanto fala.

- Yamcha foi o primeiro amor da outra Ellie. Ela queria atenção, carinho, dedicação. E ele parecia querer dar isso a ela; ela se sentia especial e preciosa perto dele, mas eu não gostava do jeito dele. Parecia que ele escondia algo e descobrimos o que era no dia do casamento: ele estava traindo a outra Ellie com Lunch. – começo a sentir que minhas costelas estão bem melhores e tomo coragem para perguntar:

- Ellie? Você está bem? Quero dizer, está se sentindo sã? – estou com medo da resposta que ela vai me dar. Mas ela sorri abertamente, mostrando aquelas presas.

- Espere! Você é Ellie ou a fera branca tomou o controle? – agora é Raditz que pergunta, intrigado.

Fera branca?

- Somos Ellie, Raddie. E estamos sãs Karl. Apenas estamos abrindo nossos corações a vocês, então fiquem quietos e escutem. Logo vão entender. – ela nos repreende e resolvemos calar e ver no que ia dar essa conversa.

- Depois passamos muito tempo lambendo nossas feridas. Nesse tempo sempre estávamos resolvendo negócios da empresa e ficávamos aqui; Raddie começou a chamar a atenção das duas: minha e da Ellie tímida. Mas ainda não estávamos prontas pra ele, ficamos inseguras com as duas decepções que sofremos e não queríamos sofrer outra. Então esquecemos, ou tentamos esquecer, a atração que tínhamos em relação a você – ela está olhando pra Raditz, mas continua me fazendo carinho, me curando. – Mas toda vez que nos chamava “baby”, algo em nós respondia, queríamos isso, mas não sabíamos como agir. Então Lars morreu. – ela suspira entristecida e seguro a mão que estava me fazendo carinho, Raditz começa a lhe fazer carinho no rosto.

Raditz me contou que Ellie não fala dos seus sentimentos quanto à morte de Lars pra ninguém, então deve ser um avanço ela mencionar sua morte.

– E nós quisemos morrer junto. – Raditz para seu carinho olhando chocado para ela. Aperto sua mão. – Desculpe Raddie, estamos contando tudo...

- Você tentou se matar? – ele pergunta incrédulo, pois realmente não era da personalidade de Ellie, que tinha sobrevivido a tanta coisa, pensar em desistir.

- Não. Mas pensamos em nos deixar ir, apenas ir, então as pessoas à nossa volta começaram a nos incomodar com o que nos pareciam palavras vazias de que precisávamos voltar a viver, mas não queríamos viver; desejávamos voltar a ver nosso irmão e não havia nada que nos prendesse aqui. Então lembramos de Gine, Bardock e todos vocês, resolvemos ligar e ver se nos aceitavam... Desde então estamos aqui e conseguimos superar nossa tristeza, ficamos mais fortes e as coisas começaram a acontecer entre nós, Raddie, nos dando motivos pra ficar nesse mundo e lutar por aqueles que amamos.

Ela falava isso calmamente, segurando minha mão e me curando, enquanto tocava levemente as pernas de Raddie.

- Por que está falando como se fosse duas pessoas? – pergunto curioso.

- Ainda não entenderam não é? A outra Ellie decidiu me deixar à mostra para resolver minhas pendências com você Karl, para não existir nenhuma sombra entre Raddie e nós. Eu sou a parte selvagem de Ellie, que ela esconde por ter medo de como vou reagir a determinadas situações. – ela explica, mas não sei como isso é possível.

- Eu pensei que a fera branca fosse sua parte selvagem. – Raditz fala de novo nessa tal de “fera branca” e fico sem entender nada.

- A fera é outra consciência, como se fosse outro indivíduo. Eu sou Ellie – uma parte dela – a Ellie tímida é outra parte e a que geralmente vocês veem é a junção, o equilíbrio de nós duas.

- Id, Superego e Ego? – pergunto sem acreditar.

- É uma boa explicação e resume bem o que somos. – ela sorri de novo e dessa vez vira o rosto pra Raditz, embora sua mão permaneça em meus cabelos. – E você, companheiro, é o macho que as três escolhemos para amar. Desculpe termos te bloqueado ainda agora, não queríamos que você desconfiasse antes de poder dizer isso. – ela está corada, quando faz sua declaração pro seu companheiro sayajin.

Ele sorri de canto e continua a acariciar o rosto de Ellie: Então eu posso ter três versões de você, baby? Hmm, isso leva a algumas possibilidades interessantes. Vocês podem separar-se sempre? Como se fosse indivíduos?

- Raditz! Vai nos deixar enciumadas! Você sempre nos tem quando estamos com você! Essa parte de nós só está aqui porque precisava resolver algo com Karl. – ela brinca com Raditz e ele relaxa, apesar de Ellie ainda estar com as mãos em meus cabelos e eu estar segurando-a.

Me sinto estranho com tudo isso. Fiquei surpreso com o que ela contou e como se apresentou, embora, com a explicação fez sentido de uma forma muito esquisita.

Ela voltou a fazer carinho em meus cabelos, mas já não sinto seu ki me curando. Percebo que já não sinto dores ou incômodos, todos os meus cortes e contusões desapareceram.

Eu me sento e ela também, embora se encaixe entre as pernas de Raditz, ainda não largou minha mão e está me olhando com um meio sorriso.

- Foi nosso primeiro amor Karl e pensamos que poderia ser o nosso companheiro, aquele que nos amaria, cuidaria e com quem teríamos nossos filhos; depois pensamos o mesmo de Yamcha. Mas sempre faltou algo e quando nos entregamos a Raddie percebemos o que era: sempre foram partes de nós que amamos separadamente; somente com Raditz todas amamos o mesmo macho. Ele é nosso companheiro de vida. – ela fala isso me olhando, mas se aconchegando no peito largo de Raditz, que beija o topo de sua cabeça, enquanto a cauda dele se enrola em sua cintura e a abraça.

Apesar de não falar, é visível como esse sayajin durão se emocionou com o que Ellie disse, a forma como ela se declarou... E está orgulhoso como um pavão exibido!

 Eu sorrio diante daquela cena. Quem diria que eu podia acreditar em romantismo e amor? Mas não podia negar o que via ali.

- Você é nosso primo, nosso aliado. Mas queremos que seja nosso amigo, como foi de Lars. Entendemos que você o respeitava como pessoa e como líder, mas não sentia o mesmo por nós, pois só nos via como éramos antes; era preciso abrir seus olhos e tentamos com inteligência e estratégia, mas como é característica da nossa família, você precisou de uma boa surra pra fazer isso. – ela falava irônica, mas não me ofendi, pois ela estava certa.

- HAHAHAHA! Tem razão, Ellie. Realmente, não conseguia respeitar você como líder porque em minha mente ainda te via como fraca, precisava mesmo dessa surra pra não me esquecer do meu lugar. – rio balançando a cabeça, mas então me toco de uma coisa. – Espera um momento: se você é apenas uma parte de Ellie e conseguiu me dar essa surra... O que acontece quando todas se juntam e se equilibram? – ela me dá um sorriso cheio de presas e se aconchega ainda mais em Raditz.