1. Spirit Fanfics >
  2. Encontros >
  3. Conversa estranha

História Encontros - Conversa estranha


Escrita por: EChrissie

Capítulo 48 - Conversa estranha


NARRADORA

A volta pra casa foi silenciosa. Karl e Bardock decidiram que era mais rápido ir voando, Ellie apenas concordou contrariada, queria tomar um banho, comer e desabar na cama. Guardaram o aerocarro em uma cápsula e voaram até a casa deles.

Ellie chegou ainda mais cansada pelo esforço físico, mas tentou não demonstrar muito. Foi direto ao quarto, arrancando a roupa, os sapatos e a lingerie, largando tudo pelo caminho e indo para o chuveiro; quem sabe uma chuveirada desfazia os nós de tensão que sentia nos ombros?

Raditz já havia chegado, mas ainda não havia ido encontrar Ellie. Estava no escritório do pai, tomando uma bebida e vestindo uma calça de moleton e uma blusa de malha; quando Bardock entrou olhou para o filho e pegou também uma bebida para si.

Sentou-se na poltrona em frente à lareira do escritório e apontou a outra para que o filho sentasse. Precisavam conversar.

................................................

RADITZ

O velho estava mais calado que o habitual, então esperei pra ver o que ele ia dizer.

- Ellie se aborreceu conosco hoje. – ele começou. –Também aconteceram algumas coisas que me deixaram preocupado. – fiquei em alerta. O que havia acontecido? Esperei que ele falasse.

- O modo como mergulha no trabalho é preocupante, ela se desliga do mundo ao redor completamente, fica extremamente vulnerável. Na hora da refeição ficamos chocados com o fato de Karl ter que sentar ao lado dela, segurando o prato pra que se alimentasse, ele disse que se não fizesse isso ela não comeria, mas o que me deixou mais alarmado é que em dois momentos ela esqueceu que Lars estava morto e tratou Karl como se fosse ele. Não sei se foi o fato dessa forma de trabalhar a desarme ou se está escondendo alguma coisa... O que o vínculo te diz?

Suspiro e olho para a minha bebida, girando-a no copo. Depois de um tempo olho pro velho e falo:

- Ela não me deixa acessar suas emoções. Está sempre me bloqueando quando tento me aproximar através do vínculo. E acho que o que fizemos hoje não ajudou muito.

Ele acena: Realmente. Karl disse que deveríamos dar mais espaço e tempo a ela.

Conto a conversa que tive com Karl antes dele ir ao encontro deles, meu pai ouviu tudo e depois tornou a falar:

- Ele pode estar certo. Afinal, não tem 3 meses que vocês estão juntos de verdade e só faz alguns dias que se vincularam, ainda tem muitas coisas para se acertar. E como ele disse, ela não tem noção do que é ser protegida... Ela ficou extremamente aborrecida comigo e não entendeu minhas palavras, na hora eu pensei exatamente isso: ela nunca teve a proteção de um pai, portanto, ela não sabe identificar preocupação e desejo de cuidar e proteger. Teremos que ter muito tato na forma como lidarmos com ela daqui pra frente.

- Vou ver como ela está. – digo pra ele e vou procurar minha Ellie.

Sinto seu ki em nosso quarto e me dirijo até lá, quando entro vejo que está sentada em nossa cama, de costas pra porta, a toalha enrolada em sua cintura, os cabelos úmidos presos em um coque frouxo e passando um creme nos ombros. Ela está gemendo aqui e ali e percebo que está tentando fazer uma massagem.

- Baby. – ela para o que está fazendo e me olha por cima do ombro, está calada e espera que eu diga algo. – Deixe que eu faço isso pra você. – me aproximo, ajoelhando-me na cama atrás dela e pego o tubo de hidratante de suas mãos, espalhando em seus ombros e pescoço, começo a fazer uma massagem. Ela está cheia de nós de tensão! Como era que ela relaxava antes? Estou trabalhando em seus músculos por um tempo quando ela fala:

- Não gostei do que disse hoje.

- Que parte? – pergunto enquanto continuo a massagem.

- Que eu estava pedindo a chave do apartamento pra te castigar. Não quero brigar ou discutir, mas não posso ficar calada. Realmente pensa que eu seria tão infantil a ponto de fazer isso? – ela indaga calmamente.

- Me expressei mal. Não devia ter dito o que pensava daquela forma. Não gosto de te pensar sozinha e longe de mim, mesmo que seja no meu apartamento, também entendo o que disse sobre não conseguir descansar comigo por perto – mesmo agora sinto o cheiro da sua excitação e estou me segurando pra não te beijar e fazer amor com você – mas quero que entenda que ser companheiro não tem a ver somente com sexo e aliança. Envolve cuidar e se preocupar. – me calo e espero que ela pense sobre o que falei enquanto continuo a massagem em seus ombros; esses nós de tensão estão finalmente se desfazendo e ela suspira relaxada.

- Vou pensar no que disse, mas preciso que me dê um pouco de espaço. Não... não estou acostumada com isso. Preciso de tempo. – ela toca minhas mãos e me olha por cima do ombro. Está vulnerável e me sinto responsável por isso.

- Tudo bem baby. Todo o tempo que precisar, mas não me deixe tentar adivinhar as coisas. Converse comigo. – a abraço trazendo seu corpo em direção ao meu peito. Ela se aconchega em mim e suspira.

- Vou tentar. Pra mim é difícil falar sobre como me sinto. – eu sorrio da ironia da situação. Uma fêmea humana que não consegue falar sobre sentimentos? Tinha que ser a minha.

- Quer jantar com todos ou prefere comer aqui no quarto? Já percebi o quanto está cansada e quero que relaxe. – ela pensa um pouco e responde.

- Vamos jantar com todos, depois nos recolhemos.

- Ok. Se vista, eu espero. – ela acena e levanta indo para o closet, quando sai de lá está vestindo uma calça justa de malha e uma das minhas camisas sociais. Eu sorrio, já reparei que Ellie tem verdadeira fixação pelas minhas roupas quando está em casa. Só vai até seu lado do closet quando se arruma pra sair.

.................................................

ELLIE

Estou muito cansada. Mais do que o normal nessas situações, acho que deve ser porque estou fora de ritmo. Desde a morte de Lars não me envolvo em uma situação dessas, ou seja, já tem meses que me afastei das loucuras do mundo dos negócios e agora meu corpo está sentindo.

Raddie me fez uma massagem que ajudou muito e agora estamos andando de mãos dadas até a sala de jantar. Estava chateada com ele, mas depois que falamos um pouco começo a tentar entender o que ele disse. Não estou acostumada a que as pessoas à minha volta tentem cuidar de mim. Até bem pouco tempo o único que fazia isso era Lars e ter tanta gente preocupada está me sufocando.

Quando chegamos Gine já começou a servir a mesa e vou ajuda-la. Não é fácil alimentar dois sayajins machos adultos.

Comemos em um silêncio acolhedor. Não é preciso muitas palavras, mas é quando me lembro de avisar Raddie sobre os meninos.

- Raddie esqueci de te dizer e não sei se Vegeta já falou contigo. Trunks e Goten vão ficar com você a partir de amanhã até resolvermos o problema dos contratos. – observo Raddie parar de comer e me olhar incrédulo.

- E o que eu vou fazer com os pirralhos? – ele pergunta.

- Treinar. Pense neles como recrutas mirins. – eu dou de ombros e continuo a comer.

- E como vou lidar com as minhas próprias obrigações de instrutor? – ele está um pouco aborrecido com isso e eu o olho especulativa.

- Pense nisso como um treinamento pra você. Eu lido com eles todos os dias, fora que ainda tem o Karl, então parece que são três crianças – nessa hora Karl dá um sorriso debochado, mas pelo brilho nos olhos dele já entendeu onde quero chegar.

- Treinamento? – ele pergunta ainda sem entender.

- Se você pensa que eu vou cuidar sozinha de quaisquer filhotes que teremos no futuro está muito enganado. Você vai me ajudar, não pense que vai ser igual ao Kakaroto – por mais que eu ame aquele cabeça de vento ele deixa toda a responsabilidade com a Chichi – então pode começar a treinar com Goten e Trunks. E vá se acostumando porque eu quero muitas crianças. – ele me olha por alguns segundos chocado, mas depois seu rosto muda, para um sorriso cheio de intenções. Se não estivesse tão cansada adoraria treinar fazer bebês com ele hoje.

- Vai ser ótimo ter a casa cheia de risos de crianças! Vocês vão querer continuar morando conosco? – Gine me olha com a bendita carinha de filhote! Eu fico sem ação por um momento – então foi ela que ensinou esse truque ao Kakaroto, que deve ter ensinado ao Goten! Meu Kami-sama! Vai ser uma loucura quando ela estiver cercada de netos!

- Gine, acha mesmo que nós iríamos te abandonar? Além do mais vou precisar de ajuda... Não sei nada de cuidar de bebês. Mas você vai ter que esperar mais um pouco, primeiro vamos resolver tudo isso e depois falamos novamente de crianças. – ela sorri concordando.

- Realmente, vocês acabaram de se vincular. Ainda precisam de um tempo sozinhos, mas quem sabe daqui a alguns anos? E quem sabe vocês me dão uma ou duas netinhas? – quando ela fala isso Bardock e Raditz engasgam com a comida, enquanto Karl tenta segurar uma gargalhada.

- O que foi que deu em vocês? – pergunto sem entender.

- Meninas?! – Raddie está empalidecendo e Bardock parece que está tendo uma visão do inferno.

Nessa hora Karl não aguenta e solta uma sonora gargalhada, batendo nas costas de Raddie.

- E aí garanhão? Já imaginou? Uma ou duas mini-Ellies chamando a atenção de todos os meninos da região... Tomara que eu esteja vivo pra ver isso. – ele chorava de rir agora.

- Deixa de ser babaca Karl, também não entendo como pode rir dessa situação! É claro que você vai estar vivo, afinal alguém tem que me ajudar a espantar os gaviões de cima das suas sobrinhas! – Raddie fala alterado e deixa Karl mudo.

- Sobrinhas?! – agora é Karl que empalidece.

- É, sobrinhas, ou você acha que eu vou deixar qualquer um parecido com nós dois chegar perto de uma filha minha? – agora era Karl quem tinha um olhar aterrorizado.

- Ellie você NÃO PODE ter meninas! Só meninos, ouviu? Eu não vou aguentar de preocupação! – Karl estava com um olhar ensandecido no rosto.

Eu e Gine olhávamos chocadas. Eles estavam surtando e nem grávida eu estava! Antes que disséssemos algo Bardock dispara mais uma pérola:

- Os garotos. – todos olham para ele que parece estar montando uma estratégia de batalha. – Trunks e Goten já vão ser rapazes quando elas crescerem, eles vão poder vigiá-las quando não estivermos por perto, além dos irmãos delas, é claro.

- Isso mesmo velho! Vou conversar com os moleques amanhã mesmo. – Raddie mergulhou de cabeça nessa loucura.

- Raddie, Bardock e Karl! Vocês estão loucos? Eu nem sei se terei meninas, aliás, nem grávida eu estou! Se vocês continuarem com essa atitude eu juro que vocês vão se arrepender amargamente. – falo séria com eles.

- Isso mesmo! E mesmo que Ellie tenha meninas vocês não vão ficar vigiando e as impedindo de viver. Eu não vou deixar! – Gine estava estarrecida com aquela conversa.

Eles nos olharam por alguns momentos e depois voltaram a falar, nos ignorando solenemente:

 - Também temos que incluir Vegeta, Kakaroto e Gohan nesse esquema de vigilância, afinal eles ainda podem ter filhas e temos que protege-las também. – Bardock estava alteradíssimo.

- Isso mesmo. – Raddie concorda com o pai e eu o olho ainda mais surpresa.

Troco um olhar com Gine e balanço a cabeça, totalmente descrente no que estou presenciando.

- Você acreditaria se alguém te contasse isso Gine? – pergunto a ela enquanto a ajudava a tirar a mesa, já que nesse tempo todos já tinham terminado.

- Na verdade, quando estava grávida de Raditz e Kakaroto, eu acordei com Bardock acariciando minha barriga e pedindo pra serem meninos. Ele não sabia que estava acordada nas duas vezes, mas senti pena do desespero na voz dele só em pensar que pudessem ser meninas; fiquei chateada quando foi com Raditz e com medo dele rejeitar nosso filhote se fosse fêmea, mas quando Raditz nasceu e ele o pegou nos braços o peguei sussurrando no ouvido dele. – Gine contava essa história baixinho para os machos na sala de jantar não escutarem.

- O que ele falou? – pergunto curiosa.

- “Ainda bem que você nasceu primeiro Raditz, assim vai poder me ajudar a espantar todos os sem-vergonhas que queiram se meter a besta com qualquer irmãzinha que você possa ter”. – Ela sorriu pela lembrança e continuou a contar. – Foi quando entendi que ele não faria distinção se seria macho ou fêmea, mas que tinha pavor de ver uma menina sua cercada de rapazes. Por isso torcia para serem meninos. – terminamos de guardar a louça e voltamos para a sala, onde os machos ainda estavam discutindo como impedir rapazes de chegar perto de qualquer menina da família.

Eu apenas balancei a cabeça, totalmente descrente do que via. Três machos adultos tremendo de pavor da possibilidade, distante ainda por cima, de ter meninas na família.

Suspirei. Aquela era uma guerra a ser enfrentada apenas quando fosse hora. Dei um beijo em Gine, lhe desejei boa noite e fui dormir. O dia tinha sido longo e os próximos também.

Chegando em meu quarto simplesmente me despi das roupas e me deitei nua mesmo – como sempre fazia antes quando estava nesse estado de cansaço. Apaguei na hora.

..........................................................

RADITZ

Estava tão entretido na conversa com o velho e o Karl que não notei quando Ellie se recolheu. Fui me recriminando o caminho todo até o quarto e quando cheguei lá ela estava completamente apagada... E nua!

Ellie não costumava dormir nua, mas vê-la tão linda e serena me deu água na boca. Ela estava deitada de lado, o cabelo escuro esparramado no travesseiro, os seios subindo e descendo no ritmo compassado e tranquilo de sua respiração, o lençol havia se enroscado em seu quadril, então não tinha uma visão de sua intimidade, suas pernas maravilhosas estavam dobradas. Era uma visão e tanto.

Fiquei duro e babando só de vê-la, mas sabia que ela estava exausta. Suspirei com isso, tinha ficado mal acostumado com ela; sempre que estávamos perto ela me procurava ou eu a ela. Desde que estivemos juntos pela primeira vez, na noite do baile, essa seria a primeira noite em que não a teria gemendo meu nome.

Tirei minha roupa e me deitei ao seu lado, puxando-a devagar para meu abraço. Enrolei minha cauda em sua coxa e senti a sua respiração em minha pele. Sorri com isso, podia passar uma noite um pouco desconfortável de pau duro, mas com certeza meu ego estava satisfeito com a fêmea adormecida em meu braço. Minha Ellie.


Notas Finais


Próximo round!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...