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História Encontros - Oi tio.


Escrita por: EChrissie

Notas do Autor


Oi gente.
Vou tentar postar mais capítulos, mas não garanto nada.
Passei um tempinho meio travada, mas de ontem pra hoje a história voltou a correr da minha mente para o Word.
Hehehe.
Espero que entendam essa pequena crise criativa.
Espero que gostem do capítulo de hoje, Boa leitura.
Beijos.

Capítulo 62 - Oi tio.


 

RADITZ

A noite passou tranquila, assim como a manhã. Não saí de perto de minha fêmea, seria eu o primeiro que ela veria. Novamente.

O resto da família insistia em que descansasse, que comesse, que saísse de perto dela...

Tive que ser radical: rosnei para todos e os expulsei, trancando a porta por dentro.

O único que ainda teve um pouco de senso foi exatamente o que menos esperava: Goten!

Sorria agora lembrando do filhote. Quando viu toda aquela balbúrdia em torno dele e de Ellie se transformou em super-sayajin e gritou a plenos pulmões:

- Todo mundo pra fora! Minha tia não quer mais ninguém aqui! Só o meu tio! Será que não podem entender e respeitar?

Espantou a todos os adultos. Eu me levantei e pus a mão em seu cabelo.

- Obrigado Goten, mas posso dar um jeito aqui. Vá descansar, eu prometo que será a segunda pessoa a ver Ellie.

O menino apenas acenou sério e saiu cheio de orgulho, como se já fosse um grande guerreiro e tivesse ganhado uma batalha importante. Sorri de canto. Mas quando me virei para os outros não fui educado ou cortês:

- FORA TODO MUNDO! – e saí empurrando a todos.

Agora estava quieto e tranquilo. Só faltava Ellie acordar.

Não estava preocupado, pois sabia pelo vínculo que ela estava cansada da batalha que travou contra o veneno. Então esperei.

...........................................

KARL

Raditz expulsou a todos. E agora estávamos aqui no salão de Vegeta esperando notícias. Bardock havia ficado de guarda do lado de fora do laboratório acompanhado por Gohan.

Goten estava de castigo em seu quarto emprestado. Só deveria sair quando Raditz o chamasse para ver Ellie. Mas não reclamou e nem falou nada, apenas assentiu e entrou no quarto, sentando na imensa cama e esperando ser chamado.

Ellie estava influenciando essas crianças mais do que seus pais poderiam perceber. A atitude de Goten me lembrava muito a dela quando ia receber uma punição, na idade de Goten ela já não gritava e nem esperneava, apenas ficava calada e aguardava.

Trunks também estava silencioso. Eu o observei durante o tempo em que Ellie estava lutando pela vida. Várias vezes ele e Goten ficavam flutuando a observando pelo vidro, algumas vezes rapidamente, outras demorando vários minutos... Depois eles iam se sentar e conversavam baixinho longe dos adultos, era como se eles planejassem algo.

Agora ele estava sério, calado e de cenho franzido, parado ao lado do trono, vestindo uma pequena armadura similar a do pai. Seu olhar tinha a mesma determinação e força do pai, mas ali também brilhava o intelecto privilegiado da mãe. Aquele menino ia ser um senhor governante quando chegasse a hora.

Eu chamei Kakaroto de canto e conversei com ele:

- Kakaroto, temos que ficar de olho nos moleques. Eles estão aprontando alguma coisa. – o alertei.

- Como assim Karl? Eles estão preocupados com Ellie como todos nós... – ele não queria ver ou então não acreditava no que estava na sua frente.

- Kakaroto me escuta! Esses moleques estavam fazendo planos enquanto Ellie estava lutando contra o veneno, eu os vi cochichar, eles paravam e disfarçavam quando eu chegava perto; eles vão aprontar! Temos que ficar de olho neles. – eu tentava colocar algum juízo na cabeça do Kakaroto, mas ele só ria e balançava a cabeça.

Resolvi apelar para o outro pai envolvido:

- Vegeta! – ele me ignorou solenemente, mas eu precisava falar então o provoquei. – Ei, rei dos sayajins, será que poderia arrastar sua majestosa cauda até aqui?

Ele me olhou como se quisesse me vaporizar dali mesmo, mas algo deve ter alertado ele, porque de repente olhou para o filho extremamente desconfiado. Por alguns momentos o vi analisar o menino como quem quer entender alguma coisa, depois se levantou e veio até eu e Kakaroto:

- Fale verme! – já começou carinhoso...

- O negócio é o seguinte: eu não sei o que eles vão fazer e nem quando, mas esses moleques vão aprontar alguma coisa e temos que ficar de olho neles. – disparo minha teoria pra cima dele que só olha e pergunta:

- O que o faz pensar isso? Que indícios apontam para assegurar o que afirma?

- Eles estavam cheios de segredos algumas horas atrás, planejando alguma coisa; Goten está de castigo, isolado, mas não deu um pio sobre a punição que recebeu; Trunks está aí do seu lado, mas seus olhos me dizem que ele está planejando e se preparando para algo; e tem outra coisa que vocês não devem ter associado, eles amam Ellie fortemente; ela é a mestra deles, mas também é a tia querida, viram como Goten reagiu... Trunks não se sente diferente, mas ele age diferente, porque é o príncipe dos sayajins e porque Ellie sempre lhe fala que deve usar estratégia para conseguir aquilo que a força não pode. – tento expor tudo a Vegeta, que escuta atentamente e depois se vira ligeiramente para o filho.

Trunks está em uma postura muito similar a de Vegeta.

- Você está certo, ele está planejando alguma coisa e Goten está envolvido, mas só vão agir depois que Goten ver Ellie. – ele concorda entre a incredulidade e o orgulho.

- Vocês estão exagerando. São meninos. – Kakaroto está em negação.

- Kakaroto para e escuta! Aquele menininho ali ao lado do trono só perde em inteligência pra duas pessoas nesse castelo: a mãe dele e Ellie; e só é assim enquanto ele não tiver experiência, depois ele vai ser impossível. Quanto a Goten ele está muito mais poderoso do que você pode avaliar. Quanto tempo faz que não luta com seu filho para ver o quanto ele evoluiu? – tento enfiar algum juízo na cabeça do Kakaroto e parece que eu consegui porque ele ficou sério e pensativo.

- O que faremos então? – Kakaroto pergunta.

- Vamos vigiar nossas crias Kakaroto. Deixar que pensem que nos enganaram e ver o que pretendem. Quero ver o que Trunks planeja e quão forte está Goten. – Vegeta determina.

- Mas Vegeta... – Kakaroto começa, mas é calado com um olhar de Vegeta. Ele rola os olhos contrariado, mas assente concordando.

- Quando Goten tiver visto Ellie vai ser quando eles vão se mover. Fique atento. – e andou de volta ao trono.

Não posso fazer mais nada, já avisei e agora só resta torcer para os moleques não se machucarem...

..........................................

RADITZ

Ellie está se mexendo mais, está despertando.

Me levanto e fico ao seu lado esperando que abra os olhos. Demora um pouco, mas ela abre os olhos e me sorri. Já não é mais um sorriso fraco, ela tenta se sentar na cama eu a ajudo.

- Baby, devagar. Passou muito tempo deitada e pode ter vertigem. - ralho com ela.

- Ok, Raddie. Está certo. Desculpe o susto companheiro. – ela fala devagar, mas está bem lúcida.

- Você não teve culpa de nada. Estamos procurando nas fitas de segurança os seus prováveis atacantes. – digo pra ela.

- O que aconteceu Raddie? Acredito que lutei contra algum tipo de veneno de aranha... – ela fez uma careta como quem lembra de alguma coisa desagradável.

- Foi envenenada. Segundo Karl foi veneno Drim. – ela abre os olhos surpresa e depois fecha a expressão.

- Então Karl deve ter mexido os pauzinhos para conseguir o antídoto... – ela fala pensativa, mas depois olha em volta e me pergunta. – Hmm. Onde estão todos? – eu suspiro e antes que eu fale algo ela me dá um sorriso enorme.

- Quanto tempo até você expulsá-los daqui? – ela pergunta zombeteira.

- Na verdade fui muito paciente, depois da primeira vez que abriu os olhos esperei meia hora para expulsar todo mundo. – explico pra ela e resolvo contar sobre Goten.

- Teria orgulho do filhote Ellie. Ele se impôs e depois não reclamou do castigo, o recebeu com a dignidade de um grande guerreiro. – conto sorrindo pra ela.

- Onde estão ele e Trunks? Quero ver os dois. – estranhei o pedido dela, mas mesmo assim atendi.

Chamei Kakaroto e Vegeta pelos scouters:

- O que foi Raditz? – Vegeta pergunta logo.

- Ellie acordou e quer ver Goten e Trunks. – dou o recado de minha fêmea.

- Já vamos leva-los. – Kakaroto responde.

Não demora muito e os dois meninos atravessam a porta que eu havia destrancado.

Estranhei ver Trunks com armadura de combate e a fisionomia de Goten está muito séria.

- Venham cá os dois. – ela os chama e eles atendem imediatamente. – Sentem aqui. – ela bate nos dois lados do colchão e os meninos se acomodam.

O silêncio deles é estranho e perturbador.

- Desculpe o susto que lhes dei. Eu lutei muito para sobreviver. Ainda me sinto fraca, mas quero que saibam o seguinte: apesar de vocês não serem meus filhotes, eu os amo como se fossem meus e de Raddie. Nunca se esqueçam disso! Não importa o que vai acontecer daqui pra frente. Amo os dois, defenderia vocês como se fossem minhas crias. – Ellie acaricia o rosto dos dois meninos e brinca com seus cabelos. – Tenho muito orgulho dos dois. Agora me abracem. – eles se jogam em cima dela, embora tivessem o cuidado de não colocar seu peso sobre ela e Ellie retorna esses abraços com toda a força que tem. – Vão. Lembrem de lutar juntos, tenham cuidado e não se machuquem. – ela sussurra para eles, mas eu consigo escutar.

Os dois meninos a olham espantados, mas depois de um momento sorriem ferozmente e assentem em direção a Ellie. Eles saem e fico esperando que Ellie me explique.

- Eles vão caçar Raddie. Sentem essa necessidade. Estão fortes o suficiente e estão juntos. – ela me olha e sinto tudo pelo vínculo. O amor que sente pelos pequenos, a preocupação por eles, o medo que se machuquem e o orgulho enorme por suas ações.

- Vegeta e Kakaroto vão surtar.  – me aproximo dela e lhe beijo devagar, pois está bem cansada.

- Sim. Mas também vão começar a prestar mais atenção nos seus filhotes, principalmente Kakaroto. Vegeta nem tanto, ele sabe bem o potencial do filho; mas Kakaroto é muito relapso em relação a Goten. Está repetindo o que fez com Gohan, mas Goten não é Gohan. Entende o que digo Raddie? – ela acaricia meu rosto e sei muito bem o que ela quer dizer.

Gohan é um estudioso, sempre foi e sempre será. Ele é feliz e realizado trabalhando nos laboratórios com Bulma.

Mas Goten é um guerreiro até o último pelo da cauda. A demonstração de hoje foi só o começo. Ele vai precisar de muita orientação. Kakaroto ainda é o seu herói, mas se continuar assim o menino logo vai se desiludir, que é exatamente o que Ellie quer evitar.

- Concordo Ellie. Vamos ver o que vai acontecer não é mesmo? – tento amenizar sua preocupação.

- Sinto kis diferentes no castelo. – ela começa.

- Não devia estar fazendo esforços. – a repreendo, mas ela apenas acena negando.

- Não estou me esforçando. É apenas como se tivesse ficado mais sensível. – ela explica e eu penso sobre tudo. Uma ideia, que se torna certeza, vem à minha mente.

- Está mais forte. Quando sayajins chegam perto da morte e sobrevivem ficam mais fortes. Você tem o suficiente de DNA sayajin para que isso aconteça com você.

- Isso parece certo. – ela me diz sorrindo, feliz com a notícia. Tão ao modo sayajin... – Mas quem está aqui?

- Os pais de Karl e o secretário dele. – respondo.

Ellie me olha um tempo e depois pede:

- Pode pedir a Vegeta um quarto para nós? Acho que ainda vou precisar de uns dias para me recuperar totalmente e não quero receber meu tio em uma maca, dando uma imagem fragilizada. – ela explica.

- Quando pretende encontra-lo? – pergunto um pouco contrariado.

- Depois de comer, tomar um banho e trocar de roupa... E NÓS vamos encontra-lo companheiro. Assim como Karl. – ela me diz com um sorriso travesso.

- Hmm. Estou gostando dessa postura companheira... – beijo Ellie devagar e sinto o cheiro de sua excitação. – Ellie... Ainda é cedo pra matar a saudade. – tento colocar um pouco de juízo nela, mas ela me lança um olhar sexy que me atiça.

- Talvez... – ela começa a brincar com a minha armadura – Depois que eu me alimentar e tomar um banho possamos fazer algo mais calmo... O que acha? – ela me pergunta com os olhos desejosos.

- Baby, você é uma tentação. – Sorrio pra ela. – Vamos ver se vai ter alguma disposição depois. Agora vou falar com Vegeta. – digo querendo me afastar dela, mas tenho minha mão agarrada.

- Fale pelo scouter. Te quero perto de mim. – havia algo de assustado nos olhos de Ellie quando disse isso e apenas acenei.

- Ok, baby.

..............................

VEGETA

Raditz me contata pelo scouter. Ellie pediu um quarto e já mandei Bulma cuidar desses detalhes.

Agora tenho que prestar atenção em Trunks.

Antes do verme do Karl me chamar eu havia percebido uma leve oscilação em seu ki. Também estranhei quando o vi com sua armadura.

Fico pensando no que o verme falou... Ele sente tanto quanto Goten, mas mantem a compostura condizente com sua posição como príncipe dos sayajins, isso faz com que me sinta satisfeito com ele.

Desde bebê sempre demonstrou ter herdado a inteligência superior da mãe, mas somente ultimamente está mostrando que herdou minha força. Se ele fizer o que penso, então vai demonstrar que herdou também meu sentido de honra.

Sorrio de canto pensando nisso. Ele pensa que me engana, mas deixarei que aja de acordo com os planos que fez, acompanhando de longe e avaliando. Só interferirei se perceber que corre risco de morrer.

Vejamos do que esse moleque é capaz.

.................................

ELLIE

Bulma gentilmente nos cedeu um quarto e também comida. Não sou capaz de comer como uma sayajin, mas minha fome é enorme, pois meu corpo precisa repor toda a energia que gastou.

Tenho certeza que Raddie se assustou com a quantidade de comida que ingeri. Agora vem o meu banho para tirar toda a sujeira que sinto em meu corpo. Raddie me ajuda nisso, mas por mais que o provoque ele não faz amor comigo.

Eu me dou por vencida por enquanto, pois apesar de desejá-lo muito, ainda me sinto cansada. Vou tentar de novo mais tarde.

Peço que Raddie chame Karl e quando ele entra no quarto tem uma expressão de alívio.

Estou no colo de Raddie, que está sentado atrás de mim na cama e sua cauda se enrola em minha cintura:

- Ellie! Estou muito feliz em ver que está melhor! – ele diz entre contente e malicioso. Eu apenas rolo os olhos para ele.

- Karl. Precisamos falar com seu pai agora. Chame-o e vamos enfrenta-lo; quero saber como exatamente veneno Drim foi parar aqui, no Império Sayajin, Raddie me disse que Marco está aqui, então o traga também, pois ele pode ter uma noção mais exata disso. – falo meus desejos, mas Karl me olha desconfiado.

- Tem certeza que está bem? – ele pergunta. – Sabe o quanto o coroa pode ser difícil, principalmente depois de enfrentar dificuldades para pegar o antídoto.

- O que aconteceu? – pergunto a ele.

- Foi atacado por homens armados. Ele não contou mais e não perguntei porque achei que gostaria de fazer essas perguntas. – ele respondeu e acenei.

- Traga-o, Karl, eu também posso ser bem difícil, como você e Raddie estão cansados de saber. Preciso mostrar força e quero saber essa história do veneno. Pare de frescura e traga tio Gus aqui. – falo séria pra ele.

- Se o tratar assim ele vai se irritar. Sabe que detesta quando o chama pelo diminutivo. – ele ri zombeteiro.

- E é por isso que vou chama-lo dessa forma. – sorrio descarada.

Karl sorri amplamente, ele está se divertindo com a possibilidade de ver o pai perder a compostura; ele sai para busca-lo. Sinto Raddie me abraçar por trás e repouso a cabeça em seu peito.

- Como é esse seu tio, baby? – ele pergunta curioso.

- Karl é fisicamente muito parecido com ele, mas não podiam ser mais diferentes em termos de personalidade. Tio Gus é frio, arrogante, distante, inteligente, cruel em suas palavras e franqueza; é o Guardião da Tradição, então é o mais ligado a ela e procura fazer com que seja seguida sempre que possível, o que o torna o mais honrado dos irmãos Lanza no conselho. Mas isso não quer dizer que possa ser manipulado, algo que ele odeia, se acaso perceber que está sendo manipulado de alguma forma ele perde totalmente a pose e muda da água para o vinho. – o descrevo para Raddie da forma como sempre vi o pai de Karl.

Antes que Raddie possa falar alguma coisa Karl bate na porta e eu mando que entre. Está acompanhado do pai e de Marco.

- Oi tio. Já imagino que conhece meu companheiro, Raditz. – eu o cumprimento e deixo que analise minha posição na cama, relaxada sobre Raddie, que também mantem a mesma postura.

- Sobrinha. Ainda não fui apresentado formalmente a ele. – meu tio fala em tom de repreensão.

- Karl! Onde você estava com a cabeça? – falo sorrindo para Karl. Ele entra na brincadeira e sorri de volta pra mim.

- Estava cheia de preocupação e apreensão por sua sobrevivência Alfa. – ele aproveita pra mencionar minha posição, o que faz o pai arquear levemente a sobrancelha e Marco se espantar.

- Entendo. – digo sorrindo. – Tio Gus, desculpe por essa falha. – quando ouve o apelido vejo a mandíbula cerrar um pouco, mas ainda está controlado. – Este é Raditz, meu companheiro, instrutor das tropas sayajins e guerreiro de Elite do Império Sayajin, filho mais velho de Bardock, conselheiro do rei Vegeta. – a cada palavra vi que o pai de Karl avaliava abertamente Raditz.

Ele tinha ciência que guerreiros de Elite eram os mais fortes do Império, mas saber que meu companheiro era próximo a Vegeta, ainda que por meio de seu pai, o impressionou; embora ele não demonstrasse.

- Vejo que encontrou um companheiro forte sobrinha. – ele se dirigiu a mim e ignorou Raddie, senti seu leve rosnado às minhas costas e não me importei. Ele deveria se impor também.

- Fale comigo diretamente. – Raddie exigiu – Não sou um boneco inanimado. Além do mais, se olhar por outro lado, verá que EU encontrei uma companheira forte e digna de carregar meus filhotes.

Dei um beliscão em Raddie, mas ele revidou com um apertão de sua cauda em minha cintura.

- Hunf! Sayajin arrogante típico. Mas me surpreendeu ter aguentado tanto tempo até a chegada do antídoto sobrinha. – agora ele chegou onde queria, mas eu ainda não estava disposta a ir por esse caminho.

- Obrigada, mas Karl me disse que fui envenenada com Drim e que você enfrentou alguns problemas para trazer o antídoto até aqui. – mudei para o foco da conversa para onde eu queria.

- Realmente, algum grupo de mercenários tentou me impedir de chegar ao local onde estava o antídoto. Entretanto como eu tinha pressa não me preocupei em deixar nenhum vivo para interrogatório. – ele falou friamente.

 - Entendo tio Gus e agradeço sua presteza em me ajudar. – disse sorrindo docemente enquanto o via cerrar mais uma vez a mandíbula ao ouvir o apelido que eu usava, ele inclinou um pouco a cabeça, me analisando – Mas quero saber quem comprou Drim nos últimos doze meses. Filtraremos nossa busca nesse período de tempo. – disse séria.

- Somente eu, o Alfa e o Herdeiro podemos ter acesso a essa informação sobrinha. – ele falou inflexível e Raddie rosnou mais alto.

- Minha companheira é a Herdeira de seu clã e sabe disso Guardião. A obedeça. – Raddie exigiu e surpreendeu um pouco meu tio com o título que usou.

- Como sabe que sou o Guardião da Tradição? – ele perguntou intrigado.

- Tio Gus, meu relacionamento com Raddie não é uma fachada e nem uma jogada política. – eu levanto da cama ainda um pouco fraca, mas Raddie me ajuda, me segurando pela cintura e levando até meu tio.

Ele é alto, como Karl – que se colocou ao meu lado e de Raddie – então eu tenho que levantar a cabeça para encontrar seu olhar.

- Eu sou a companheira de Raditz e carrego sua marca – afasto um pouco a gola da camisa que eu usava mostrando a marca de Raddie, ao que ele olha com certa curiosidade – mas ele também é meu companheiro e carrega a minha. – nesse momento Raddie dá um sorriso irônico e mostra a marca de minha mordida.

- O mordeu? – tio Gus estava surpreso e eu fiquei muito corada com a pergunta implícita.

- Sim Guardião! – Raddie falou em meu lugar – Segundo alguns hábitos de seu clã Ellie me marcou durante nosso acasalamento, bebendo de meu sangue e lambendo a ferida até o sangue parar de correr. – eu estava coradíssima nessa altura.

- Imprevisto! Quem diria que o sangue seria tão forte em você sobrinha? – ele estava realmente surpreso com a revelação. – Poucos casais carregaram duas marcas, uma para cada companheiro, somente o fato dele ter a sua já seria alguma vantagem no conselho. Mas você também carregar a dele... Que trunfo você tem! – ele estava analisando as repercussões e eu vislumbrei o mesmo senso de humor que Karl tinha, apenas extremamente contido.

- Tenho outros trunfos tio Gus, mas direi apenas mais um, pois tem o direito e o dever de saber. – olho pra Karl que se empertiga e fica sério. – Mostre Karl.

- Ellie, não seria seguro. É melhor deixar apenas para a reunião do conselho. – ele está relutante e meu tio, o pai dele observa atentamente essa relutância, eu poderia lidar com essa rebeldia de várias maneiras, mas escolhi outra abordagem.

- Karl, não permita que suas diferenças com seu pai interfiram com o seu julgamento. Eu sei o que estou fazendo, mas te explicarei: seu pai é o Guardião da Tradição, ele não apenas a mantem viva na memória, mas confirma todo e qualquer ato ligado a ela. Ele deve confirmar agora o que fizemos na presença de Vegeta. – o olho muito séria enquanto explico e ele se dá conta do que fez, questionou minha autoridade, de novo, e de como o coloquei no lugar dele sem humilhá-lo na frente do pai.

Ele se aproxima mais de nós e se apoia sobre o joelho direito.

- Perdão minha Alfa. Falei sem pensar. Não se repetirá. – ele abaixa a cabeça em sinal de submissão, para espanto do pai e de Marco. Jamais meu tio esperaria ver seu rebelde e orgulhoso filho naquela posição.

Passeio minha mão em seus cabelos num gesto carinhoso que tira um grunhido de Raddie.

- Está perdoado dessa vez, meu Beta. – ouço o ofego de Marco ao ouvir isso e percebo pelo canto dos olhos tio Gus avaliar a postura do filho com outra percepção. – Mas não se esqueça do último castigo que lhe dei por sua rebeldia. – falo feroz agora e Karl assente, não faz tanto tempo assim que lhe surrei e estou mais forte agora. – Agora, cumpra meu comando, mostre ao Guardião.

Karl desabotoa a camisa e mostra ao pai o que eu queria: a marca do Juramento do Beta. Acima de seu cotovelo, em seu braço esquerdo, marcado com meu ki e de Raddie, um lobo vigilante e nobre nos olha diretamente.

- A marca lhe caiu bem, meu Beta. – dou um sorriso vitorioso e observo a reação de meu tio.

Ele está estático, olhando sem acreditar que seu filho carrega a marca que comprova termos realizado a cerimônia do Juramento. Ele se aproxima do filho, hipnotizado pela marca e a toca respeitosamente, Karl ainda está de cabeça baixa, então não consigo perceber o que sente, mas sei que está tomado por alguma emoção.

- Vocês realizaram o Juramento do Beta. – tio Gus balbucia ainda sem acreditar. – Mas realizaram a cerimônia da maneira correta? – ele fala já se recuperando da surpresa.

- Somente a marca já deveria ser a resposta para essa pergunta tio, mas sim. Karl realizou seu juramento, eu fiz o meu e Raddie acrescentou o próprio; o fizemos na presença do rei Vegeta, de seus conselheiros Nappa e Bardock, e de seu braço direito, Kakaroto. Como vê as exigências foram cumpridas. – relato a ele.

- Eu percebo sobrinha, era necessário perguntar. Somente o testemunho do rei sayajin seria o suficiente, mas vejo que se cobriu por muitas bases. – ele fala num misto de surpresa e admiração.

- Não quis arriscar que alguém alegasse que a marca era falsa. – aponto a ele que apenas acena, entendendo a situação.

- Só resta confirmar então. – ele se eleva em toda a sua altura e começa a recitar a parte que lhe cabe:

Eu, Gustav Lanza, Guardião da Tradição, confirmo que Ellie Marine Lanza e seu companheiro sayajin Raditz, como Alfas, realizaram a cerimônia do Juramento do Beta, tornando Karl Lanza seu Beta de direito e com todo o fardo e honra que esse posto traz. Assim eu confirmo.

- Anote a data e o local, Marco. Temos que registrar e enviar um memorando aos outros ramos da família. Sobrinha, está me surpreendendo. – ele fala com um leve sorriso.

- Pois venha conosco à reunião do Conselho e irá se surpreender muito mais coroa. – Karl já tinha vestido a camisa e agora estava em pé, sorrindo zombeteiro para o pai.

- Realmente é uma proposta que estou tentado a aceitar, somente para ver a cara de meus irmãos. – ele fala com um olhar cruel no rosto.

- Tio, sabe quem atentou contra sua vida. – essa não é uma pergunta, mas uma afirmação. – Me diga. – exigi dele.

- Surpreendente. – ele responde depois de um tempo e me olhando diretamente. – Sempre teve inteligência, mas somente uma vez vi essa força que emana de você agora. – ele falava mais para ele, entretanto sua análise era dita para todos escutarem. – Parece que tenho algumas coisas a aprender sobre você sobrinha. – ele sorri agora e vejo o mesmo sorriso em Karl. – Será uma reunião deveras divertida. Mas não direi o que me exige, pois não é minha Alfa e ainda não foi confirmada como Herdeira do clã.

- Está se fazendo de difícil tio Gus. – eu rosno agora, indignada por ele não me dar as informações que exigi. Nenhuma delas.

- Pode ser sobrinha. – ele sorri irônico, tão semelhante a Karl que consigo vê-lo daqui a alguns anos. – Mas terá que se conformar com isso. Agora recomendo que descanse. Tenho certeza que ainda terá fraqueza por alguns dias, o que lhe dá pouco tempo para se preparar para o Conselho. Também deve manter um guarda de confiança nessa porta, provavelmente vão tentar te matar de novo. – ele se vira para sair junto com Marco, me deixando frustrada. Mas, já na porta se vira e novamente me olha como se quisesse desvendar minha alma.

- Parece que as aulas que lhe dei secretamente sobre a tradição foram melhor usadas do que as que dei ao meu filho. Estou orgulhoso sobrinha. – fala com um grande sorriso de quem sabe de muitas coisas e me deixa extremamente corada e embaraçada, diante de Raddie e de Karl.

- Obrigada tio Gus. – ele faz uma careta para o apelido e se retira com o secretário.

Depois que saem Raddie me pega no colo e me deita novamente na cama. Eu só consegui manter a pose porque ele me segurou a maior parte do tempo, mas minhas pernas não estavam colaborando.

- Que história é essa Ellie? Quando teve aulas com meu pai? – Karl me pergunta não muito satisfeito que não tenha lhe contado esse pequeno detalhe.

- Durante toda minha infância. Quando aprendi a ler comecei a me esconder na biblioteca, pois era um dos poucos lugares onde Angus não tentaria nada violento com receio de represálias. Um dia seu pai me pegou com um enorme livro que falava sobre as tradições do clã. A princípio ele ficou furioso e tentou arrancar o livro de mim, eu não permiti e corri dele. – eu sorri com a lembrança do rosto de meu tio vermelho de raiva pelo fato de eu estar lendo um livro proibido para mim e também por ter que correr atrás de mim por aqueles corredores estreitos e cheios de livros – Ele pensava que eu fugia do castigo, mas na verdade corri para deixar o livro exatamente onde eu o havia encontrado; assim que o guardei tio Gus me pegou e esperei por meu castigo. Que não veio... Ele me segurava com força, mas não me machucava, então perguntou por que corri. Lhe disse que queria guardar o livro junto com seus amigos, pois ele estava furioso e podia machuca-lo, que preferia que machucasse a mim que ao livro.

- Você disse isso ao meu pai? Ao meu pai furioso?! – Karl não acreditava na minha audácia.

- Sim, era nova e já tinha recebido vários castigos, mas ainda tinha alguma inocência infantil e via os livros como entidades vivas. Não podia permitir que um deles se machucasse por minha causa, devia protegê-los. Ele começou a me fazer diversas perguntas sobre o livro que tinha me flagrado lendo e também fiz várias perguntas que ele não se recusou a responder. Assim fui aprendendo sobre a tradição, mas ele parou de me ensinar quando fiz doze anos, embora eu sempre tenha visitado meus amigos escondida na biblioteca. Acho que ele sempre soube e virou o rosto, fingindo não ver. – terminei de contar esse pequeno segredo e Karl me olhava com assombro e depois para a porta, pensando em seu pai imagino.

- Não entendo por que ele faria isso. – ele fala sem entender.

- Acho que é porque eu realmente amo livros. Sempre amei e sempre amarei. E também acho que minha resposta e a forma como me comportei o desarmou e desconcertou. Além do mais, ele sempre foi o menos cruel em me castigar. – tento explicar, mas mesmo para mim o comportamento de meu tio naqueles anos eram um mistério.

Raddie apenas escutava aquela conversa e de repente ficou alerta.

- Certo Vegeta. Estou voando para aí... Karl está com Ellie... Não enche e manda as coordenadas. – ele falava rápido no scouter e meu coração ficou pequeno de preocupação.

- Raddie... – ele não me deixou terminar de falar. Me beijou rápido.

- Estou indo encontra-los baby. Karl a proteja melhor que da última vez. – ele repreendeu Karl, que fez uma careta, mas acenou.

Saiu rápido e me deixei cair na cama.

- Ellie! – Karl chamou preocupado.

- Oh, Karl! Será que os meninos estão bem? – lhe disse minha preocupação e então ele entendeu tudo.

- Aqueles moleques! Eu avisei aos pais deles que eles estavam planejando aprontar alguma! – ele começou a andar de um lado para outro preocupado e logo em seguida ouvimos uma batida na porta. Karl ficou em alerta e Doro surgiu silencioso. Eles acenaram um para o outro e Karl foi abrir a porta.

- Nappa! O que faz aqui? – Karl pergunta surpreso.

- Vim a mando de meu rei. Ele me mandou ficar de guarda na porta até que Bardock venha me render. Estou apenas avisando que estou aqui, lorde Karl. – e se inclinou levemente para Karl, o que o deixou sem graça.

- Nappa, venha aqui um momento. – peço que entre e ele obedece.

- Sim, lady Ellie. O que deseja? – ele se aproxima e também fico sem graça com o tratamento.

- Por que está nos tratando de maneira tão formal? – pergunto a ele.

- São membros da família real, reconhecidos por meu rei e minha rainha. Merecem o tratamento respeitoso. Não se preocupe, sei que a ligação ainda não é de domínio público, mesmo assim me sentiria mal se, ao menos em particular, não os tratasse da maneira correta. – ele explica calmamente como é de seu feitio.

- Se é assim que se sente não reclamarei, mas saiba que ainda sou a mesma Ellie que adorava te massacrar na mesa de negociações. – disse brincando com ele.

- Devia ter desconfiado de alguma coisa com o apetite que sempre teve por vencer nossas disputas. Poucas vezes bati de frente com alguém tão feroz e determinado. É uma honra protegê-la. – ele me fala sorrindo e se retirou pra montar guarda em minha porta.

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NARRADORA

Algum tempo antes...

- De volta para o castigo Goten. – Kakaroto falava para o filho que ainda se mantinha silencioso. Ele arqueou a sobrancelha àquilo se perguntando se, afinal, Karl estava certo.

- Sim, senhor. – foi a única coisa que saiu da boca do filhote.

- Trunks! Também deve se retirar ao seu quarto. – Vegeta fala para o pequeno príncipe. – Tem negligenciado seus deveres e responsabilidades como príncipe dos sayajins, deve reverter isso.

- Sim, pai. – Vegeta analisa a concordância de Trunks. Se já não estivesse desconfiado antes, agora estaria. Trunks não tem paciência com seus deveres e procura fugir deles o mais rápido possível.

Os pais apenas observam suas crias indo em direção aos quartos, quando sentiram uma leve oscilação no ki dos filhotes.

- Sentiu isso Kakaroto? – Vegeta observava agora o local para onde seu filho se dirigia.

- Sim. Foi como um sinal que teve resposta. Eles realmente vão tentar algo. – Kakaroto estava pasmo em perceber que não conhecia seu caçula o suficiente.

- Vamos precisar ser discretos, mas vamos segui-los e deixar que os acontecimentos se desenrolem.  – Vegeta determinou e Kakaroto se limitou a assentir, também estava curioso.

 


Notas Finais


Bem gente é isso.
Espero qeu tenham gostado do capítulo.
Beijos.


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