História Encontros - O resgate de Karl

NARRADORA

Enquanto Ellie planejava o resgate de Karl, Raditz e os sayajins prosseguiam a “limpeza” como Ellie tinha falado.

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RADITZ

Ellie estava agora junto com aquele grupo de guerreiros que conseguiam fazer a mesma transformação que ela, isso me tranquiliza um pouco, mas mesmo assim minha mente não está totalmente no que estou fazendo, mas sim em minha fêmea.

- Concentre-se Raditz. – escuto a voz de Vegeta pelo scouter.

- Eu sei. – foi a única resposta que lhe dei.

- Ela está bem, irmão. Se precisar de ajuda irei até ela com o teleporte. – é a vez de Kakaroto falar.

- Parem de tentar me acalmar! – rosno pra eles. – Juro que não deixo mais Ellie sair da minha vista depois de hoje. – falo baixinho, o que arranca um risinho irônico de Kakaroto e Vegeta.

- Aí é que você se engana Raditz. Se fizer isso vai afastá-la de você. – Vegeta fala comigo enquanto está explodindo alguns tanques. – Deve vigiá-la e protege-la, mas sem que ela se aperceba disso, caso contrário vai dormir no sofá... De novo. – não sei o que é pior: receber conselhos matrimoniais de Vegeta ou suas ironias!

- Vegeta está certo irmão. Ellie nem é tão difícil assim... – eu o olho descrente do que falou e ele dá de ombros, sem se importar com a contradição do que disse. – É verdade. Ela entende a necessidade de proteção dos machos sayajins... Você me disse que já explicou a ela... E tem mais: você sempre está por perto. Pensa que eu não sei que sempre dá uma escapadinha entre as aulas para ver se está tudo bem em casa? – eu paro o que estou fazendo e o olho totalmente vermelho. Como ele sabe disso?

- Mamãe me contou. – ele explicou chegando perto. Mas como a mãe poderia saber? Eu sempre escondia meu ki e não entrava em casa, só ficava flutuando perto para sentir o ki de Ellie, que invariavelmente estava na cozinha, com minha mãe, ou na sala de treinamento, com os pirralhos. Acho que Kakaroto percebeu minha cara de confusão e sorriu daquele jeito brincalhão dele – Ela te viu mais de uma vez da cozinha, flutuando perto de casa. Irmão, nós somos diferentes da maioria dos sayajins, pois expressamos melhor nossos sentimentos, acredite não há do que se envergonhar em cuidar de sua companheira. – ele coloca a mão em meu ombro e aperta um pouco.

- Desde quando você virou o mais velho Kakaroto? – pergunto irônico e ele rebate com um sorriso de canto.

- Posso não ser o mais velho, mas estou casado há muito mais tempo. Se precisar conversar pode me procurar irmão. – eu o olho espantado, pois é uma das poucas vezes em que realmente vejo que meu irmão não é o cabeça oca que parece...

- As menininhas já terminaram de conversar? – ouvimos Vegeta pelo scouter. – Se você não terminar de acabar com esses invasores hoje, Ellie vai acabar com você Raditz.

- Está certo Vegeta. – respondo rolando os olhos. – Vamos irmãozinho. – dou um tapa no ombro de Kakaroto, que flutua um pouco pra frente desequilibrado. – E obrigado.

Ele sorri e voltamos a destruir os invasores, enquanto grito distribuindo ordens aos grupos avançados dos soldados de Ellie.

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ELLIE

A sniper está desacordada e amarrada. Não dará alarme nenhum sobre nossa presença.

Esse salão é um pouco desconhecido pra mim, pois quase não o vi, entretanto, as pilastras de sustentação são um excelente ponto de observação e esconderijo.

O posto de comando está ao fundo e, apesar de ser bem protegido, não é nada que não possamos subjugar. O que me faz imaginar algumas opções: as forças que estão protegendo o comando são muito fortes ou eles subestimaram nossa força.

Acredito que é a segunda opção.

- Argen. – o chamo com um sussurro. – Quero que distribua nosso grupo, ataque pelos flancos e usem as pilastras para se esconder e proteger. Vocês serão a distração para que eu me aproxime e liberte Karl.

- É perigoso, Alfa. – ele fala desgostoso com minha decisão. – Deixe que um dos meus cuide disso, seu Beta será libertado e trazido até você.

- Argen, vou falar somente uma vez, minha operação e meu primo: minha responsabilidade. Além do mais, assim que o soltar o curarei e nenhum de vocês pode fazer isso. Assunto encerrado. – determinei, mas ele ainda não estava satisfeito. Via que ele estava tentando achar uma solução que aplacasse seu instinto de proteção. – Argen, não me irrite. Já disse como vamos fazer.

Ele bufa incomodado com minha decisão, mas acata e distribui as tarefas: os gêmeos iam pela direita, enquanto os veteranos iriam pela esquerda. Argen e eu esperaríamos pelo movimento deles, o que pelo menos agradou a ele, até que os defensores do comando inimigo se afastassem para nos esgueirarmos até Karl. Nos escondemos e observamos a movimentação da equipe.

Os gêmeos são rápidos e impulsivos, se jogando logo ao combate como se fossem dois berserkers, sem se importar consigo, e rosno pra isso, fazendo uma anotação mental pra controlar melhor esses dois, acho que o Raddie vai arrumar mais dois recrutas...

Apesar de desgostar das ações deles, elas logo surtem efeito, pois uma parte dos defensores do comando inimigo se desloca para combate-los, enquanto os dois veteranos se deslocam sorrateiros armando pequenas bombas, que detonam causando grande confusão entre os soldados inimigos e, nesse momento, eu e Argen nos deslocamos até Karl.

Podemos ouvir os tiros e os gritos, as ordens sendo gritadas, mas também sentimos cheiro de sangue e gritos de dor. Minha guarda está fazendo um belo estrago.

Yamcha ficou com o tal Comandante e ouço o leve rosnar de Argêntia em minha mente.

- Cuidado agora, criança. – ela me alerta e, de repente, foi como se aquele tal Comandante percebesse nossa presença. Ele começa a procurar por alguma coisa e eu seguro Argen, impedindo nosso avanço.

- Argen. Cuidado, ele percebeu algo. – sussurro e aponto para o Comandante. Eu o observo pegar uma arma, apontar e disparar na perna de Karl.

- Sei que está aí, menina Lanza. – ele grita para o salão. – Se não aparecer vou transformar seu primo em uma peneira, bem devagar. – ele aponta a arma para a outra perna de Karl, mas antes que dispare faço uma pequena lâmina de ki e a envio na direção do pulso dele, cortando-o.

Ele olha o coto onde um dia estava sua mão e cai de joelhos, gritando e segurando o pulso mutilado.

Refaço a trajetória da minha lâmina para cortar as correntes que prendem Karl, mas ela foi absorvida pelas malditas algemas. Eu rosno e falo pra Argen:

- Parece que vai ser do jeito antigo mesmo Argen. Vamos atacar e depois cortar aquelas correntes do Karl. – só recebo um rosnado de concordância.

Os outros já eliminaram praticamente todos os inimigos do local e, quando eu e Argen saímos de nosso esconderijo, Yamcha se afasta do Comandante, apenas observando nosso avanço.

- O que foi traidor? Não vai fazer nada para salvar seu “Comandante”? – falo com ironia. Ele olha para o homem caído e sangrando perto dele e dá um suspiro enfadado antes de pegar uma arma e matar o homem a sangue frio.

Eu e Argen olhamos aquilo, espantados, até ouvir Yamcha falar.

- Vamos fazer o seguinte Ellie. – ele se aproxima de Karl, que não fala nada apenas olha Yamcha com raiva, e aponta a arma para cabeça de meu primo. – Você vai me dar passe livre para sair da montanha e não vai mandar ninguém atrás de mim, em troca eu não mato Karl e ainda o solto. O que acha? – eu analiso a possibilidade de conseguir chegar até Yamcha antes dele disparar, mas sem que eu faça ou fale nada a sniper aparece caminhando e olha para o corpo do tal Comandante paralisada.

- Pai?! – ele murmura olhando do corpo do homem abatido para Yamcha. Eu olho pra Argen e para o restante dos meus soldados, que já limparam totalmente a área e agora estamos assistindo aquele drama.

Depois de um momento de paralisia vejo ela pegar um controle qualquer, e fico sem me mover, estática, pois tenho medo que Yamcha dispare em Karl; ela aperta o controle e ouvimos estalidos metálicos e as correntes que prendiam Karl se soltam, libertando-o, Karl não perde tempo e agarra o braço de Yamcha, o quebrando sem o menor esforço.

- Parece que você matou o pai da moça, Yamcha. – o sorriso de Karl é feroz e o grito de Yamcha é desesperado, pois meu primo pega o outro braço dele e o quebra. Depois se vira para a sniper e pergunta. – Lento ou rápido?

Ela olha furiosa para Yamcha: Lento, bem lento.

Karl sorri e os gritos de Yamcha se espalham pelo salão e corredores próximos.

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RADITZ

- Sinto o ki de Karl e Ellie. – Kakaroto me fala de repente. Ele sempre foi mais eficiente nesse ponto, mas me concentro e percebo que os dois estão juntos.

- Ela o encontrou. – falo para Kakaroto, que apenas acena.

Estamos terminando a “limpeza”. Quase todos os invasores já foram eliminados, assim como seus armamentos. Observo os soldados de Ellie matarem os moribundos, ela mandou que fizesse ao meu modo... Espero não ouvir reclamações por ter agido ao modo sayajin...

Um dos líderes de grupo se aproxima de nós e pede permissão para falar:

- Com licença, Alfa. – eu arqueio a sobrancelha para aquele tratamento, mas não falo nada, apenas sinalizo que ele continue o relatório. – Não fizemos prisioneiros como ordenou. Até agora não encontramos nenhum desertor, entretanto peço autorização para fazer patrulhas em busca de desgarrados que ainda permaneçam no interior da montanha.

- É uma boa ideia, mas também temos que procurar nos arredores, então envie alguns soldados pra ver se não tem mais nenhum desses merdas escondidos aí fora. – falo pro líder e ele apenas acena indo obedecer minhas ordens.

- Aí irmão, cheio de responsabilidade... – Kakaroto me cutuca e me olha irônico, eu rosno pra ele e dou um peteleco naquela cabeça grande...

- Cala a boca Kakaroto! Que saco! Como é que você aguenta o meu irmão todo dia Vegeta?! – viro para nosso digníssimo rei, que respira profundamente antes de responder.

- A duras penas. – é o que ele solta entre os dentes.

Antes que possamos continuar nossa “conversa amistosa” sentimos o ki de Ellie e Karl chegando mais próximo e logo os víamos.

Embora fosse minha vontade não fui até minha fêmea, apenas deixei que se aproximasse, no caminho ela foi abordada por inúmeros soldados que a saudavam efusivamente; sorri com a timidez dela diante disso, era visível sua surpresa diante daquelas demonstrações.

Além dela e de Karl, havia uma mulher amarrada com eles, e aqueles guerreiros que faziam a tal “transformação primal” dos Lanza, reparei que os caras estavam em volta de minha Ellie como se fossem guarda costas e gostei disso, eles não permitiam que nenhum macho humano se aproximasse muito de Ellie e, mesmo eles, mantinham uma distância aceitável dela. Quando ela finalmente conseguiu chegar até nós me abraçou e perguntou:

- Então companheiro, fez o que eu pedi? – eu a olhei irônico com sua escolha de palavras.

- Se aquilo foi um pedido Ellie, imagina quando você exigir alguma coisa... – rebato sarcástico. Ela franze a testa e abre a boca para responder quando a afundo o rosto em seu pescoço, depositando um beijo molhado que a faz suspirar e relaxar. – Sim, companheira, a montanha está livre de invasores, embora eu tenha mandado grupos para vasculhar os corredores e a parte externa atrás de desgarrados.

Ela me olhou satisfeita e acenou. Ela se virou para a mulher que era sua prisioneira:

- Bem, sniper, prometi que não te mataria e que teria Yamcha. Cumpri minha parte, embora acredite que não da forma como imaginou. – Ellie fala com ironia. – Mas Karl estava bem machucado, então apenas digamos que você teve o possível.

- O que vai fazer comigo afinal? – a outra rebate. Dá pra sentir que ela não está confiante de que vai sair ilesa e, no estado de espírito de minha Ellie, isso é bem possível.

- Quero saber quem são esses superiores que Karl ouviu na conversa entre Yamcha e seu falecido pai. Você pode dizer por bem ou por mal. A escolha é sua. Mas, por enquanto... Argen, leve-a para uma das nossas celas e deixe uma guarda lá. Nada de homens, nunca se sabe quando algum vai cair na lábia de uma mulher bonita.

Vejo o tal de Argen acenar e cumprir a ordem de minha Ellie sem pestanejar. Ela recebe relatórios de vários líderes de grupos e pergunta sobre feridos, logo minha fêmea vai até eles e os cura da forma dela, sempre trocando palavras com eles.

Me aproximo de Karl e pergunto debochado:

- Então foi capturado? – ele bufa com aquilo, rolando os olhos e logo Vegeta e Kakaroto estão perto pra ouvir e tirar uma com a cara de Karl. Mas, apesar das coisas estarem mais tranquilas não tiro os olhos de Ellie.

- Quando estava perseguindo o covarde do Yamcha na Arena fui acertado por dois dardos tranquilizantes. Descobri depois que eram dardos destinados a vocês, sayajins. Só o fato de estar andando e falando normalmente é um milagre. – olho rapidamente para Karl e concordo internamente. Fui acertado por um desses dardos e fiquei grogue rápido, imagino que ele deva ter desmaiado quase imediatamente.

- Mesmo assim verme, você foi muito descuidado! – Vegeta estava lá “consolando” o Karl quando Ellie se vira e caminha em nossa direção.

- Acho que não vamos ter mais problemas. Vou desfazer a transformação agora. – ela fala e logo que desfaz a dita transformação não consigo esconder meu sorriso.

- Raddie? – ela me pergunta confusa, mas antes que possa falar algo ouvimos o Karl.

- Puta merda, Ellie! A cauda ficou! – ele exclama meio surpreso e meio debochado. Vejo minha Ellie olhar pra trás de si e ver a cauda, depois de um momento ela me olha e fica vermelha como um pimentão.

- Hahaha! – gargalho e a abraço, mas ela apenas mergulha o rosto em meu peito, totalmente constrangida. – Calma Ellie. – tento acalmar minha fêmea, quando ouvimos um barulho seguido por um silêncio sepulcral.

Ellie levanta a cabeça de meu peito e, assim como nós, procura a razão daquilo.

Vemos os soldados abrirem espaço para um pequeno grupo. O que eu vejo ali me deixa sem fala e apenas abraço Ellie apertado, ela me olha sem entender...

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ELLIE

Fui atender aos feridos e trocar palavras com eles. Confesso que estou sem jeito de receber tantos elogios e palavras de fidelidade...

Depois voltei para perto de Raddie, estou sentindo falta de sentir seu cheiro. Ele estava conversando com Karl, Vegeta e Kakaroto; como não prevejo mais problemas tão cedo desfaço minha transformação, Raddie começa a sorrir maliciosamente e eu fico confusa, sem entender o motivo daquilo... Até Karl falar:

- Puta merda Ellie! A cauda ficou! – eu olho pra trás e quando vejo a cauda me lembro exatamente como fiquei quando Raddie a tocou. Não consigo esconder meu constrangimento... Meu Kami-sama! O que vai ser de mim agora?!

Esse sayajin já me tira do sério só com o cheiro dele, imagina agora que essa cauda me faz sentir pronta pra ele instantaneamente? Fora que ele não consegue tirar o sorriso de satisfação da cara! Ouço sua gargalhada e escondo meu rosto em seu peito... Meu Kami, o que eu vou fazer? Ele tenta me acalmar, mas então ouvimos um barulho e depois um silêncio enorme...

Vejo os soldados abrirem espaço pra alguma coisa, mas ainda não consigo ver o que é. Raddie é mais alto que eu e o que ele vê, faz com que me abrace com força. Eu o olho sem entender... Ele tenta me proteger de alguma coisa, olho pra Karl, mas ele está pálido como um fantasma; Kakaroto parece chocado e somente Vegeta está tranquilo...

- Raddie? O que foi Raddie? – eu o balanço um pouco e ele me olha preocupado.

- Ellie... – sua voz está pesada e pelo vínculo sinto que ele está ansioso. Mas com o que meu Kami?!

Foi então que eu ouvi:

- Oi Ellie. – eu afastei um pouco Raddie, mas não saí dos braços dele.

Eu tremia como vara verde e não acreditava em meus ouvidos ou em meus olhos. Eu não acreditava no que via... Minha mente não conseguia processar o que eu estava vendo, meu coração não conseguia suportar e senti minha visão ficar turva, meu corpo amolecer... A última coisa que vi foi o rosto de Raddie.