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História Encontros - Mudança


Escrita por: EChrissie

Notas do Autor


Capítulo duplo pra comemorar a nova fase (rs)
Boa leitura.
Beijos.

Capítulo 9 - Mudança


ELLIE

Eles estavam ali. Era tão estranho vê-los juntos.

Ele era grande, forte, seus cabelos espetados para todos os lados, a cicatriz em sua bochecha. Sua presença exalava força e autoridade, mas também uma tranquilidade muito grande. Seus braços estavam cruzados no peito, esperando.

Já ela era tão pequena perto dele, seus cabelos curtos e sua figura miúda e curvilínea a destacavam, seu rosto tinha um sorriso gentil e caloroso, parecia sempre pronta a abraçar alguém.

Tão diferentes, mas ainda assim se completavam como poucos.

Se aproximou dos dois lentamente.

Ao chegar perto deles viu a preocupação no rosto deles, embora a mulher não fosse boa em escondê-la. Respirou fundo.

- Oi Bardock e Gine... Que bom que puderam vir me buscar... Eu... agradeço... muito... – foi falando enquanto a olhavam silenciosamente.

Naquele momento eles não falaram nada, mas a mulher se aproximou de forma maternal e lhe deu um abraço, um terno e silencioso abraço que falava muito. Ao olhar para cima viu o homem, se aproximar e colocar as mãos grandes em seus ombros e puxar as duas para seus braços...

Ela não chorou – jamais se envergonharia novamente em público – mas, respirava fundo e compassadamente pra controlar o vulcão de emoções que surgia inconvenientemente ali. Estava protegida pelos dois sayajins e era como se encontrasse um porto seguro depois de uma longa e desgastante batalha num mar revolto, tinha a sensação de voltar pra casa.

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BARDOCK

Ele estava preocupado. Quando a pequena humana entrou em contato com ele sua voz parecia... morta. Ela pediu abrigo, queria se isolar, se afastar e procurou seu apoio e o de sua companheira.

Quando falou com Gine já sabia a resposta de sua companheira; ela sempre gostou da humana e também estava preocupada com seu estado.

A partir do momento em que Ellie avisou a data de sua chegada Gine começou a arrumar um espaço para ela onde tivesse privacidade, mas que fosse aconchegante. Ele sorria internamente, pois era como se ela se preparasse para a chegada de uma filha que tinha ficado muito tempo fora de casa.

Até agora não entendia muito bem a ligação que ele e a companheira desenvolveram com Ellie. Quando a conheceu, anos atrás, e a levou para jantar em sua casa percebeu duas coisas: sua companheira, de certa forma, “adotou” a moça e seu filho mais velho a detestou em igual medida.

Pensar nisso o exasperava, pois não conseguia entender ou arrancar de Raditz o motivo de tanta antipatia.

Eles ouviram o anúncio de que o avião de Ellie estava pousando e através do vínculo que tinha com a companheira sentia seu nervosismo e ansiedade. Ele tentou tranquiliza-la.

- Calma minha fêmea, Ellie logo vai desembarcar e poderá cuidar dela.

- Eu sei Bardock, mas estou preocupada com ela. Sua voz, seu pedido, nada parecia com ela... era como se fosse somente a casca de quem foi.

Suspirando Bardock disse a sua companheira:

- Também tenho a mesma impressão, mas, ao menos, ela nos procurou. Significa que confia em nós.

- Sim. Tem razão e só por isso estou um pouco tranquila.

A conversa foi interrompida com a visão daquela moça que os dois amavam como filha. Bardock estava chocado com as mudanças nela.

Não era somente a magreza e as olheiras, eram seus olhos... Os olhos que sempre pareciam estar se movendo curiosos e observadores, que brilhavam quando estavam diante de um desafio... Aqueles olhos não existiam mais, estavam vazios, sem vida... Trocou um olhar rápido com a companheira que estava tão espantada e chocada quanto ele.

À medida que Ellie se aproximava deles o cheiro da sua dor e do seu luto eram tão fortes que os sayajins tiveram que se conter para não torcer o nariz. Para eles era doloroso ver que aquela moça cheia de vida – que se hospedava com eles quando vinha resolver problemas de sua empresa – estava naquele estado. Ela falou com eles assim que chegou perto.

- Oi Bardock e Gine... Que bom que puderam vir me buscar... Eu... agradeço... muito... – ela tentou começar. Mas sua companheira, sua gentil fêmea, percebeu a dificuldade dela até mesmo em pronunciar tão poucas palavras e mansamente, quase como se tivesse medo de assustá-la, se aproximou e a abraçou.

Ellie não percebeu, mas retribuiu o abraço de Gine como se fosse um náufrago que acha uma tábua de salvação, praticamente a agarrando, e quando ela levantou os olhos e o viu, por um breve momento ela o deixou ver todo o tormento pelo qual passava, foi quando ele se aproximou e puxou as duas para dentro dos seus braços.

A moça começou a respirar fundo, era visível aos dois que ela tentava controlar suas emoções e que sua presença, de alguma maneira, parecia confortá-la.

- Venha Ellie, vamos leva-la pra casa. Gine preparou um dormitório onde terá privacidade e sossego.

A moça levantou a cabeça e apenas acenou, deixando-se levar pelos dois para aquele que seria seu lar por muito tempo.

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ELLIE

Ouvi a voz grave de Bardock e levantei a cabeça.

- Venha Ellie, vamos leva-la pra casa. Gine preparou um dormitório onde terá privacidade e sossego.

Eu levantei a cabeça e acenei, indo com eles.

Voamos até a casa de Bardock e Gine. Quando chegamos perto pude avistar a grande propriedade.

Eles viviam longe da cidade e sua casa, na verdade era uma imensa mansão, o que era razoável devido à importância de Bardock no governo sayajin, pois ele atuava como conselheiro do rei Vegeta.

Ela sabia que a casa era imensa, pois já havia se hospedado ali diversas vezes, mas percebeu que duas novas alas haviam sido construídas, embora, tenha esquecido logo depois de perceber.

Gine a conduziu para uma área afastada da casa, ela a levava ao seu novo quarto.

Quando a anfitriã abriu a porta, Ellie se viu diante de um a imensa suíte.

No centro uma cama imensa, onde poderia caber pelo menos quatro pessoas com folga, e decorado em tons pastéis; à esquerda da cama havia uma enorme janela que dava para uma varanda, ao fundo era possível ver o jardim de Gine e a floresta mais ao longe – era uma visão que me dava um pouco de paz. O closet era enorme (dava pra uma família morar lá dentro) e o banheiro era um sonho, praticamente um spa.

Tudo no quarto falava de paz, aconchego e segurança.

Eu via tudo isso e sentia todo o amor de Gine em cada detalhe e isso foi acalmando um pouco o meu coração. Me virei pra ela para agradecer, mas ela apenas sorriu daquele jeito meigo e caloroso e colocou o indicador sobre os meus lábios, me silenciando.

- Não precisa agradecer querida. Sempre foi bemvinda e não precisa se preocupar com nada... Nem eu e nem Bardock permitiremos que seja incomodada aqui. Também não precisa se incomodar em sair do quarto, deixarei a comida aqui e quando se sentir bem junte-se a nós.

Ah, Gine, sempre acolhedora... Não me importa que outros sayajins digam que ela era fraca por demonstrar sentimentos. Aquela sayajin tinha algum tipo de mágica, pois era capaz de consolar uma pessoa sem nem ao menos falar.

Eu apenas assenti. Quando ela saiu arranquei a roupa que vestia e deixei largada por ali mesmo e me joguei na cama. Não demorou muito pra que eu apagasse, mas isso não quer dizer que eu conseguia descansar...

Em meus sonhos eu estava novamente na chuva, em frente à sepultura do meu irmão, e de repente tudo começou a se despedaçar, tudo ruía à minha volta até não restar nada, nem mesmo o chão sob os meus pés e eu despencava para o vazio.

Nessas horas eu acordava gritando e não conseguia mais pregar os olhos; mas, por algum motivo, eu não conseguia acordar, não conseguia parar de despencar, parecia que eu ia despencar por toda a eternidade.

Foi quando senti que alguém me acalentava, me acarinhava, me acalmava... Não saí da inconsciência, mas, pela primeira vez em meses, consegui parar de cair no abismo que eu criara em minha mente. Foi como se eu tivesse achado o chão que me faltava.

Aquela pessoa que me ajudara ali não sabia, mas finalmente eu havia chegado ao fundo do poço e ela me mostrou o caminho de volta, embora fosse uma longa subida...


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Beijos.


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