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História Encröachment - I Write Sins Not Tragedies


Escrita por: TheUnspoken

Notas do Autor


Olááá
Pessoas lindas, eu sei que demorei, não me matem, pls :')
As coisas ainda meio complicadas (sempre andam), mas ultimamente tem estado ainda pior. Parece que o universo tá contra mim, mano ;-;
Apesar da demora, o cap tá aqui, e ainda trarei uma surpresinha pra vocês (se eu nao morrer ou algo do tipo, ainda hoje hehe)
Queria agradecer à ~Biersackness, amore da minha vida, q tem me ajudado com a fic éssi2 essa doida, vulgo sushi (hehe), é um pouco mais normal do que eu, e é uma pessoa incrível, daquelas que a gente precisa de uma na nossa vida kkk
A dona sushi tá com uma fic dos deuses, foda pra caralho, e recomendo pra tds vcs. Principalmente pra quem gosta de cenários dramáticos e anjos caídos ☻
Vou deixar o link nas notas finais, NÃO DEIXEM DE CONFERIR. Ela escreve muito bem, meu povo jsuahaua

Espero que aprovem o capítulo. O de MI sai assim que possível :') não me matem pls
Boa leitura <3
Ps: se lembrem sempre do título desse capítulo. Minha história é a maldita teoria do caos ;)

Capítulo 24 - I Write Sins Not Tragedies


 Era noite, e havíamos apenas chegado na cabana. Havia sido um dia exaustivo, mas era um grande alívio saber que Vesania já era passado. Segundo Chris, teríamos de voltar na cabana amanhã cedo. Andy nos levaria pelas sombras para lá, e, se tivesse a energia, voltaríamos direto para Deadwood depois. Precisávamos remover tudo de anormal que se encontrasse nos destroços. Geralmente, isso era trabalho de L, mas ele andava meio ocupado, segundo Chris.

Estava agora na varanda da casa da velha. Andy disse que queria conversar comigo assim que terminasse seu banho, e eu me remoía por dentro, sem saber o que pensar, nem o que esperar. Estava sentada no piso de madeira, olhando a neve cair em uma mistura de terror e excitação. O que ele queria?

Aproveitei o raro momento de tranquilidade para simplesmente pensar, coisa que não vinha fazendo a muito tempo.

Esquecendo um pouco da parte anormal - a mais anormal - da minha vida, eu estava indo bem? Fazia parte de uma banda, a qual eu não permitiria perder no concurso de música da escola. Sairia numa turnê pelo país, e teria uma carreira na música. Estava, de alguma forma, com um garoto absurdamente lindo - que era um demônio, a propósito; e era prima de Chris. Estava vivendo o sonho adolescente, de certa forma. Exceto que, eu sempre teria complicações com a banda por ter que viver duas realidades ao mesmo tempo, que o garoto lindo ainda amava outra garota, e que Chris só estava comigo porque não tinha outra opção.

Pra mim, a vida, no geral, sempre foi e muito provavelmente sempre será muito confusa. Todas as regras de convivência entre pessoas, todos os pequenos detalhes, todos os floreios que éramos obrigados a fazer. Já estava cheia de tudo isso. Já tinha muito peso em minhas costas, não precisava me sobrecarregar mais pensando nessas merdas.

- Você está bem? - A voz grave me tirou dos devaneios.

- Não. - Olhei para cima, o encarando nos olhos. Andy tinha o cabelo molhado, usava calças e blusa de moletom, ambos pretos. Sempre invejaria o fato dele não sentir frio, pois apenas uma blusa definitivamente não seria suficiente para mim.

- Nunca estamos. - Ele riu, me olhando malicioso, enquanto se abaixava e se sentava ao meu lado. - Quero te levar pra um lugar. - Andy me encarou intensamente.

- Que lugar? - Engoli em seco. Ainda não entendia a mente confusa e perturbada dele, mesmo que fosse extremamente parecida com a minha.

- Você vai ver. - Ele sorriu de lado. - Aceita?

- O que está planejando, Biersack? - Tentei arrancar algo dele antes de concordar, obviamente.

- Nada de mais. - Ele parecia sincero. - Apenas queria que você visse uma coisa antes de irmos embora amanhã.

- Hum… Está bem. - Andy sorriu fraco antes passar um braço por cima de meus ombros. Imediatamente,  entendi que ele iria pelas sombras.

- Andy, você não deveria estar descansando para amanhã?

- Não se preocupe. Não é tão longe daqui, e eu já estou pegando o jeito.

- Se você diz…

Andy sorriu convencido, como se dissesse “não duvide de mim, garota”, com aquele tom arrogante que só ele tem. Logo em seguida, ele me apertou com mais força, e tudo ao meu redor desapareceu, e eu mergulhei em um mar de escuridão. Tudo o que sentia era o corpo dele pressionado ao meu lado, e bastante frio, exatamente como da última vez. Eu não via nem ouvia nada, e era uma sensação aterrorizante. Acabei fechando os olhos.

- Drizz - novamente, a voz chamou minha atenção. Abri lentamente os olhos. Dei de cara com as duas jóias azuis, brilhantes. Ele tinha um sorriso de lado, provavelmente se divertindo com o fato de eu estar com os olhos arregalados e agarrada a ele, consequência do pânico natural durante nosso pequeno “passeio”. Tratei de me separar rapidamente.

- Bem… - Pigarreei, tentando não parecer mais estranha do que já estava, mas o sorriso dele só aumentou. - Por que você queria me trazer aqui? - Perguntei olhando em volta. A minha frente, havia apenas uma floresta de pinheiros. Nada de mais. Andy suspirou, me olhando como se eu fosse retardada. O que eu era um pouco, no fim das contas. Sem delicadeza, ele segurou meus ombros, e me virou, colando seu peito em minhas costas. Acabei prendendo a respiração. O céu estava tão estrelado que eu me sentia no espaço. Englobando toda a minha visão, graças ao fato de estarmos na ponta de um penhasco, com queda livre para um lago quase totalmente congelado, eu me sentia engolida pelo vazio. Mas acima de tudo, esse não era o motivo pelo que ele me trouxera ali.

Uma Aurora Boreal.

Nunca havia visto uma antes. As cores dançavam pelo céu, me hipnotizando, me impedindo de olhar para outro lado. Exatamente como Andrew fazia.

- Aproveite bem, isso só dura mais uns 10 minutos. - Biersack comentou atrás de mim, parecendo tão maravilhado quanto eu.

Quase que inconscientemente, levei minha mão até um de meus ombros, onde a dele estava. Segurei a dele com força, como um agradecimento silencioso.

- Isso é lindo, Andy - murmurei. - Obrigada.

- Obrigado por vir. - Ele murmurou de volta, colocando o nariz no meu cabelo. Suspirei, querendo ficar assim, para sempre.

Lenta e delicadamente. Andy se afastou, caminhando para a floresta. Me virei por alguns segundos, para ver o que ele fazia. Ele tirou alguns pedaços de madeira que estavam atrás de uma árvore e levou tudo para a neve, colocando próximo das árvores, mas nem tanto. Logo, tirou de lá uma mochila também. Ele provavelmente havia arrumado tudo enquanto eu tomava banho.

Voltei a olhar a Aurora, mas me mantive atenta aos sons. Em segundos, ouvi barulho de madeira queimando. O que Andrew planejava? Acampar aqui?

Lentamente e de forma triste, a Aurora foi perdendo suas cores, até sumir. Suspirei, me virando para ver Andy tirar um cobertor da mochila. Me aproximei.

- Não faça essa cara triste. - Ele me chamou com as mãos, se sentando na neve e encostando as costas no tronco da árvore. Imediatamente, fui me sentar ao lado dele. Andy abraçou minha cintura e me puxou pra mais perto, em um abraço quentinho e confortável. - Ela volta daqui alguns minutos. Nunca estudou, não?

- E você estuda muito, certo, espertão? - Ironizei, e ele riu.

- Só espere. - Afirmou, como se fosse uma promessa.

Ficamos ali, abraçados, observando as estrelas. Apenas a companhia dele era simplesmente irresistível. Andy Biersack não era um ser desse mundo. As estrelas pareciam mais brilhantes do que eu jamais as havia visto, e o fogo e Andy faziam seu trabalho me esquentando. Momentos perfeitos deveriam durar para sempre.

- Drizz - Andy chamou. Soou estranhamente como uma criança prestes a perguntar algo para os pais.

- Sim?

- Quando voltarmos para Deadwood… quero que você vá visitar Taylor comigo.

Engoli em seco. Esse era um SENHOR pedido. Visitar Scout com ele? Não sei se tinha o estômago para isso. Poderia ficar ao lado dela sozinha, pois sabia que ele passava mau os bocados, e Deus sabe que eu entendo o que essa garota passava. Mas perto dele… perto da garota que ele amava… era demais.

- Isso não é uma boa ideia - disse, apenas. E não era mesmo. Scout não queria olhar para cara dele. Mesmo que ele não tenha feito algo ruim propositalmente, ela estava traumatizada. Todos os tipos de demônios e espíritos a rodeavam, e ela era condenada a loucura eterna, estava traumatizada o suficiente. Não precisávamos rebaixá-la um pouco mais.

- Drizzle, ela está melhorando - ele me olhou nos olhos. Na mesma hora, o encarei de volta.

- Como? - Não era possível.

- Ela está melhorando. Scout está melhorando - afirmou, convicto. - Os médicos não sabem explicar, mas ela está simplesmente se recuperando. Eles me ligaram logo antes de virmos para o Alasca, mas não sabia exatamente como e quando te contar. De alguma forma, acho que você estava curando ela.

- Você já contou para Chris? - Ele fez que não com a cabeça. - Andrew, isso é sério. Scout é uma descendente de Psique. Ela não deveria estar melhorando, infelizmente.

- Eu sei. - Ele respirou fundo. - Mas… eu quero que ela fique bem. - Andy disse, num tom tão triste que me partiu ao meio. Eu nao merecia ouvir aquilo, merecia? - Nós não vamos ficar juntos novamente, se é isso que está pensando. - Olhei nos olhos dele novamente. - Scout e eu somos passado, Drizz. Acabamos com tudo, de um jeito ou de outro. Mas ainda assim, me sinto culpado pelo estado em que ela está hoje.

- Andy, você sabe que não tem culpa nenhuma. - Ele olhou para baixo, mas eu segurei seu rosto em minhas mãos e o fiz olhar para mim. - Era algo que ia acontecer, de um jeito ou de outro. A culpa não é sua. - Repeti a última frase pausadamente. Andy sorriu um pouco, ainda olhando em meus olhos, o rosto ainda em minhas mãos.

- Não fui e nunca serei suficiente. Nunca serei, Young. - Ele sorriu, tristemente. Não entendi de cara, mas então, uma teoria, dolorosa, brotou no fundo de minha mente. - Scout me traía, Drizzle. - Andy apenas a confirmou. Senti uma pontada no peito, por ele. A vida é uma puta vadia. Por mais erros que ele tenha cometido, Andy não merecia isso. Biersack dava tudo pela Scout. Ela não tinha o direito.

- Na primeira vez em que a peguei no ato, eu me perdi. - Andy continuou, entendo que eu estava sem palavras. Descansei minhas mãos em seu pescoço, e Biersack passou a brincar com uma mecha de meu cabelo. - Simplesmente, algo estourou dentro de mim, e eu não era eu. Espanquei o cara na casa dela. Ele acabou no hospital. 3 costelas e o maxilar quebrados. Só percebi o que havia feito quando vi ela me olhando como se fosse um monstro. Eu era, na hora. E agora eu tenho certeza, pelo olhar dela, que ela havia visto minhas asas. Talvez, pela primeira vez.

- Andy, você não é um monstro. Todo mundo se perde às vezes. O importante é voltar.

Andy me encarou, com uma expressão indescritível. E num piscar de olhos, senti seus lábios nos meus. Minhas mãos agarraram o cabelo dele, e as deles fizeram o mesmo comigo. Logo nossas línguas se encontraram, e eu me senti em outro universo. Estávamos em sincronia. Não era uma guerra, não tentávamos dominar um ao outro, apenas nos beijamos. Havia um sentimento escondido ali. Uma promessa, um segredo, algo que só o tempo diria.

Mais um mistério concebido por ele.

Andy não se cansava de bagunçar minha cabeça, e eu não me cansaria disso, por mais exaustivo que fosse. Ele era a droga, eu a viciada.


[...]


- Drizzle. - Como sempre, foi a voz grave o que me despertou. Como se pudesse ser diferente. Abri os olhos lentamente, contra minha própria vontade.

- Hm… - Resmunguei. Estava extremamente confortável, abraçada à Andy. Nós dois deitados sobre um grosso cobertor sobre a neve, cobertos por um edredom, a fogueira de ontem apenas um monte de cinzas.

Caso você esteja se perguntando, não fizemos nada ontem a noite. Apenas assistimos à Aurora, que voltou três vezes depois da primeira. Conversamos até a madrugada, e era ótimo sentir que estávamos bem. Me agarrei mais a ele, simplesmente porque era a única coisa ali que realmente me impedia de congelar, e porque era Andy ali.

- Drizz, precisamos ir. Pra cabana. Agora. - Seu tom rouco era um pouco autoritário, mas era fácil de dizer e indiscutível que ele não queria se levantar também.

- Aham. - Me aproximei e beijei o pescoço dele. Como alguém conseguia cheirar tão bem? Andy respirou fundo, e posso jurar que fechou os olhos.

Num movimento rápido, ele ficou por cima de mim, me olhando com um sorriso atrevido. Minha respiração parou, e meu coração disparou.

- Espere até voltarmos para Deadwood… Vamos ganhar aquele concurso, e vamos fazer a maldita turnê juntos. Ah, isso vai ser divertido. - Andy levou a boca até minha orelha, a respiração quente e sua voz grave me levanto às nuvens.

- Hm… Chris está nos esperando, certo? - Gaguejei, tentando escapar. Ele riu baixo, e eu me arrepiei por completo.

- Você está com pressa? - Andy mordiscou meu pescoço, se colocando entre minhas pernas, e eu arfei.

- Andy, nós temos que ir… - Murmurei, sem muita convicção, sentindo seus lábios quentes em meu pescoço.

- Temos? - Ele desceu para minha clavícula, abaixando um pouco a gola da minha blusa com uma das mãos enquanto levava a outra para minha cintura, me apertando com força. Acabei deixando um leve gritinho escapar, e ele riu novamente.

- T-temos. - Tentei soar decidida, mas minha voz estava bem mais aguda do que deveria.

- E você quer voltar? - Andy mordeu meu maxilar. Dessa vez um gemido escapou, e eu segurei os quadris dele, sentindo que iria cair.

- Não… - Eu não pensei no que dizer, simplesmente saiu.

Sem dizer mais nada, Andy atacou meus lábios, e novamente, senti que mergulhávamos nas sombras, e tudo o que eu sentia era ele. Nada mais existia, apenas nossos lábios dançando. Mas dessa vez, eu me sentia dominada, e por mais que meu orgulho gritasse comigo, aquilo era muito bom.

Repentinamente, Andy nos separou e olhou no fundo dos meus olhos, com um sorriso malicioso, suas jóias azuis com um brilho escuro.

- Depois terminamos isso. - Biersack se levantou, e eu não sabia aonde enfiar minha cara. Fiquei com raiva por ele ter parado, mas com vergonha por ter me rendido tão facilmente.

Andy estendeu uma mão para mim, e eu a peguei. Ele me ajudou a levantar, fazendo questão de colar nossos corpos.

- Você fica muito fofa corada. - Andy me deu um rápido selinho, logo indo guardar os cobertores para irmos embora. Senti meu rosto esquentar mais.

- Vai se foder, Andy. - Murmurei, e ele riu.

Não demorou muito, e logo tínhamos tudo dobrado e guardado. Andy jogou a mochila sobre os ombros e caminhou até mim.

- Quer tentar de um jeito mais divertido? - Biersack me encarou com um sorriso levado. O sorriso de uma criança prestes a aprontar.

- O que quer dizer? - Arqueei uma sobrancelha.

Ele não disse nada, apenas riu. Lentamente, mas com um sorriso do capeta, Andy foi se aproximando de mim. Automaticamente, eu fui recuando. De costas, até a beira do penhasco.

- Andy, o que quer dizer? - Tive de parar, pois estava exatamente na beirada, não podia correr para os lados, e ele estava exatamente em minha frente. Puta que pariu.

- Isso. - Com um sorriso estranhamente simpático, mas um brilho perigoso nos olhos, senti seu indicador no meu peito. A última coisa que fiz foi arregalar os olhos. E então, meu estômago revirou.

Não sei se já falei isso aqui, mas eu odeio, odeio com “O maiúsculo” a sensação de estar caindo. Em parques de diversão, eu não ia em brinquedos como o ‘elevador’ nem amarrada. E olhe para mim agora. Em queda livre num penhasco, prestes a cair num lago quase congelado.

Eu tentei gritar, mas nada saiu. Tentei agarrar o ar em minha frente, tentei tudo. Mas eu continuava caindo, e parecia estar em câmera lenta.

Até que senti dois braços me agarrando, e então perdi a noção do que acontecia.

- Drizzle. - Como sempre, a mesma voz. Mas dessa vez, ele estava rindo.

Não ousei abrir os olhos. Sentia que estava apertando a camisa dele com força, mas não tinha certeza se estava viva. Eu estava ofegante, e a adrenalina ainda corria por minhas veias. - Já chegamos, Drizz.

Lentamente, abri os olhos. Primeiro, tudo estava escuro. Só então reparei que estava com a cara no peito de Andy, e ele usava um moletom preto. Lentamente, levantei os olhar. Biersack estava sorridente, e eu senti vontade de quebrar aqueles dentes perfeitos. Estava suando frio, com a sensação de que havia acabado de acordar se um pesadelo.

- Seu. Viado. - Falei pausadamente, ainda sem fôlego. Ele e me segurava no colo no estilo noiva, e estávamos na varanda da casa da velha. Ele havia me agarrado enquanto eu caía, e viajado pelas sombras. - Eu poderia ter morrido!

- Mas não morreu. - Saí dos braços dele, abrindo a porta da casa com raiva. - Ah, qual é, Drizz. Foi só uma brincadeira. - Ele me seguiu, mas eu não respondi. Meu coração estava disparado demais. Aquilo era sério. Ele poderia ter me deixado cair. Eu poderia ter morrido!

- Drizzle, bom dia. - A primeira pessoa que vi foi Chris. Ele estava na sala, colocando uma mochila sobre um dos sofás. - Suas coisas estão prontas? - Ele perguntou, vendo que eu não responderia, porque meu dia não estava mais tão bom, e eu ainda estava trêmula. Andy apareceu logo atrás de mim.

- Já vou arrumar. - Respirei fundo, tentando me situar. Meu Deus, minhas pernas estavam bambas.

- Drizzle! - Andy me chamou novamente. A velha apareceu na sala quando eu estava saindo, encarando eu e Andy de um jeito suspeito.

Não respondi e fui imediatamente para o quarto. Peguei a mochila e comecei a jogar tudo o que tinha tirado dela dentro novamente.

- Por que você está com raiva? - Andy me encarou da porta do quarto, parecendo indignado. - Foi uma brincadeira!

- De mau gosto. - Respondi, com raiva. - Se você tivesse me deixado cair, tchau tchau, Drizzle.

- Mas eu não deixei. - Em segundos, eu estava na parede. Eu nem havia visto ele chegando! - Não teria deixado de maneira nenhuma. Você não confia em mim?

Engoli em seco. Sim, eu confiava. Por mais que odiasse admitir, eu confiava. Mas estava apenas em estado de alerta pela adrenalina, era apenas autodefesa. Não sabia fazer isso de outro jeito. Respirei fundo.

- Desculpa. - Murmurei, sem olhar nos olhos dele. Andy me apertou um pouco mais antes de me soltar.

- Hm. - Foi a vez dele murmurar. - Por que tudo isso?

Optei por voltar a arrumar minhas coisas antes de responder. Não sabia como responder.

- Não sei, sincerente. Acho que foi o susto. - Respirei fundo.

- Desculpe também. - Isso foi uma surpresa. - Não deveria ter feito aquilo do nada.

Sorri fraco para ele. Nós dois estávamos errados. Pronto, resolvido. Mais rápido do que eu pensava. Mais rápido do que o normal, na verdade.

Cortando o clima estranho, uma Keena sonolenta entrou no quarto.

- Drizz! - Ela sorriu, ainda meio boba, e correu até mim, me abraçando. Sorri. Adorava essa louca. - Bom dia.

- Bom dia. - Beijei a bochecha dela. Keena sorriu, e Andy fez um ruído estranho com a garganta. Ah, o cíume. Poderia ser amargo ou doce, dependendo da boca que dele bebia.

- Bom dia, Andy. - Ela sorriu fraco para ele, que retribuiu da mesma forma. Rapidamente, ela voltou para mim. - Já está pronta?

- Sim. - Respondi, fechando minha mochila. Só então notei que ela tinha a dela nos ombros.

Keena olhou para Andy, como se perguntasse a mesma coisa, e ele apenas assentiu, levantando levemente o ombro em que a mochila estava. Andy estava meio descabelado - mais do que o rotineiro, provavelmente da mesma forma que eu, graças à nossa brincadeirinha amigável.

Nós três saímos juntos, e Chris nos esperava do lado de fora da casa. Ele também tinha sua mochila, e a velha se mantinha em silêncio ao lado dele.

- Está pronto, Andy? - Ergueu uma sobrancelha.

- Claro. - Respondeu, levemente arrogante.

Com olhares meio sem graça, todos nos aproximamos dele e nos seguramos juntos, exatamente como da primeira vez. Chris olhou para nós, como se desse todos os seus avisos novamente. E então, pela segunda vez no mesmo dia, eu mergulhei nas sombras.

Dessa vez, demoramos um pouco mais, mas logo eu senti a neve sob minhas botas. Era uma sensação estranha toda vez que saíamos das sombras. Era gratificante encher os pulmões de ar.

Assim que recuperei o equilíbrio, olhei em volta. A cabana não era nada mais do que um monte de destroços. Madeira chamuscada e carvão. Não sei como recuperaríamos algo daquilo.

- Certo, isso não vai ser fácil. - Chris suspirou. Agora diga algo que não sei. - Vamos ter que usar telecinese. Se lembram de como é? - Eu e Andy assentimos. Não esqueceríamos o treinamento maluco de Chris por nada.

Chris nos deu as instruções,  e cada um ficou de um lado da cabana. Tínhamos que olhar tudo pelo Duat, então Andy estava com mais uma de suas regatas, as asas à mostra.

Eu fiquei com o lado direito da cabana, Andy atrás, Keena na frente, e Chris no esquerdo.

Por mais que houvesse muita madeira ali, não parecia, nem de longe, suficiente para o tamanho da cabana por dentro. Aquilo deu um nó em meu cérebro, e decidi que era melhor simplesmente deixar para lá.

Telecinese era muito complicada. Como já disse, quanto mais pesada uma coisa é, mais leve ela se torna, e vice-versa. Eu e Andy quase matamos uns aos outros algumas vezes, com pedaços de madeira gigantes voando descontroladamente. Mas logo, eu tinha achado algo.

Havia um brilho chamativo vindo de baixo de uma tábua. Me aproximei cautelosamente. Não sabia o que era, a luz batia ali, me impedindo de ver. Apenas quando cheguei perto, pude notar que era um colar de prata.

- Chris, encontrei algo. - Disse.

- Não encoste! - Ele berrou, mesmo sem ver, mas era tarde demais. Antes dele falar, já tinha o colar em mãos. Havia uma pedra nele, com fumaça dentro dela. Imediatamente, tentei soltá-lo. Mas, como minha vida é sinônimo de desgraça, meu erro não passaria despercebido.

A fumaça dentro do colar ficou ainda mais escura, como as asas de Andy. Ela saiu do colar, e de alguma forma, se enrolou em minha mão. Era fria, e a sensação era muito estranha. Quando tentei me separar, ela subiu por meu braço, e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, a senti entrando por minha boca.

Estava extremamente fria, e eu não consegui fazer nada. Perdi o controle de meu corpo e caí no chão.

- Andy, pegue o colar! - Ouvi Keena berrar enquanto todos se aproximavam rápido.

Minha vista estava escurecendo, e meus pulmões imploravam por ar. Minha garganta ardia cada vez mais conforme a fumaça fria descia por ela.

E então, senti Andy tirar o colar de minha mão. O ar voltou para mim, e era como se eu respirasse pela primeira vez na vida. Lentamente, minha vista voltou ao normal, e eu ofegava, o pânico ainda em mim. Minha garganta ainda doía, mas não tanto quanto antes.

- Você está bem? - Keena perguntou, e só então notei ela e Chris estavam ajoelhados ao meu redor. Não consegui responder, apenas olhei para Andy.

Ele tinha o colar em mãos, estava ofegante, encarando o colar com um olhar indecifrável. A fumaça envolvia tudo o seu corpo, se harmonizando com suas asas, sólidas.

- Andy… - Murmurei, rouca. Ele não desviou os olhos. Imediatamente, Chris se levantou.

- Andy, se controle. - Ele disse, calmo. Só então entendi. Esse era o colar que Vesania usava para mandar poder demoníaco para Andy. E agora, estava tudo nas mãos dele.

- Chris… - Andy murmurou, a respiração ainda mais ofegante.

- Solte o colar. - Chris pediu. Andy levantou os olhos, e eu entrei em pânico ao ver que estavam ficando negros.

Antes que algo mais acontecesse, Chris avançou contra Andy, e com um tapa, tirou o colar das mãos dele. Quase como se acordasse, Biersack recuou alguns passos, tremendo um pouco.

- O que foi isso? - Ele estava nervoso, encarando o colar, com uma expressão ainda indecifrável.

- É muito poder demoníaco, Andy. - Chris respondeu, tirando de sua mochila uma caixa de madeira escura. Ele a abriu, e com telecinese, colocou o colar ali dentro. No momento em que ele fechou a caixa, senti como se tivessem tirado uma placa de chumbo do meu peito. Estava com uma pressão horrível, e nem percebi. - Depois, podemos tentar treinar, se quiser.

- Não tenho certeza. - Pelo tom assustado dele, entendi que a coisa era realmente séria. Andy era sempre tão seguro de si, aquilo era realmente perigoso.

- Certo, eu já achei as outras coisas. - Chris informou. - Podemos ir. Acha que consegue, Andy? - Biersack assentiu, meio trêmulo. - Andy, isso é sério. Se não estiver bem, nos avise. Não podemos arris-

- Eu estou bem. - Andy interrompeu, sério. - Eu estou bem.

- Certo… - Chris franziu o cenho. - Vamos voltar então. No mesmo lugar do qual partimos.

Nos juntamos novamente, e dessa vez, nos seguramos mais firmes. Senti um frio na barriga. Finalmente. Finalmente, minha vida ficaria um pouco mais normal, ao menos por um tempo. Eu precisava disso, de uma forma inacreditável.

- Prontos? - Andy perguntou. Era uma viagem mais longa, e por tanto, mais turbulenta.

Assentimos, respirando fundo. Mas na hora em que nos seguramos mais firmes, e Andy fechou os olhos, senti uma pontada nas costas, e acabei gritando.

A partir daí, tudo ficou embaralhado. Senti meu corpo cair na neve, e as sombras em que mergulhei não eram as mesmas as quais Andy me levava. Eram ainda mais escuras e vazias. Minha visão perdeu as cores, tudo estava embaçado. Ouvi algumas vozes vagamente, mas todas pareciam distantes e abafadas.

- Drizz! - Ouvi um deles gritar, me levantando um pouco. Mas estava tão distante... - Drizz, não fecha os olhos! Fique acordada. Drizzle! - Era Andy. Conheci reconhecer o brilho azul. E foi a última cor que vi antes de tudo ficar preto, e os sons, antes distantes, desaparecerem.


Narração Em Terceira Pessoa.


Enquanto uma pequena tragédia acontecia no Alasca, uma estranha movimentação começava em Deadwood. O clima andava mais fechado do que o normal, e relâmpagos cortando o céu já haviam se tornado algo comum, mesmo fora de estação. A cidade sempre era fria, mas nessa época do ano, as tempestades costumavam dar uma folga.

A garota andava calma pelas ruas, admirando o lugar e achando engraçado como algumas pessoas olhavam assustadas e com certo nojo para ela.

Estava quase chegando ao seu destino. Havia tomado um caminho praticamente deserto para lá, simplesmente para ver algumas casas, mas poucas pessoas. Estava tentando ser pacífica, mas ninguém colaborava muito. Não queria chamar a atenção.

- Hey, macho-fêmea! - Ouviu algumas vozes atrás de si. Vozes masculinas, altas e escandalosas, rindo. Ela simplesmente respirou fundo e continuou andando, tentando não perder a paciência.

- Você é o quê? Não consegue decidir? - Ouviu um outro berrar. Continuou andando.

- Aposto que é só mais uma vadia. - Um outro riu.

- Acha que consegue alguma garota, sapatona? - As provocações só continuavam. Ela teve de sorrir com essa.

- Mais do que você na sua vida inteira. - Ela se virou, sorrindo irônica para sete garotos, apenas um bando de manés com uns 20 anos, mostrando seus dois dedos do meio. Eles não sabiam com quem estavam se metendo.

- Olha, a vadia fala! - Um deles ironizou. Era alto e loiro. Tinha cara de filhinho da mamãe.

- Olha, o gorila também! - Ironizou de volta. Ele realmente parecia um gorila. Só tamanho, mas nenhuma inteligência.

- Cuidado, aberração. - Um outro respondeu. Parecia o líder, ou coisa assim. - Somos sete contra uma. Você não vai querer encarar.

- Tem razão. Não seria uma luta nada justa. - Ela respondeu, fazendo um expressão séria, passando uma das mãos pelo cabelo castanho, raspado dos lados. - Eu acabaria com todos vocês.

- Então tente, vadia. - O gorila ficou bem na frente dela, e tentou lhe dar um empurrão. Ela nem saiu do lugar.

- Chama isso de empurrão? - Zombou. Com uma mão, fez a mesma coisa que ele, e então, tínhamos um gorila loiro no chão.

- Desgraçada! - Ele se levantou em um pulo, e avançou contra ela. Como o gorila que era, tentou acertar um cruzado de direita na garota.

- Opa, você não vai querer fazer isso, pirralho. - Ela segurou o punho dele antes que a acertasse. Na mesma hora, ele tentou se soltar, mas ela o apertou.

- Ah! - O gorila arfou, sentindo o aperto em sua mão. Ela não perdeu tempo, e acertou um chute na barriga dele, o mandando ao chão novamente.

- Sua puta! - Todos avançaram ao mesmo tempo.

- Será que alguém consegue me acertar? - Ela levantou uma sobrancelha. Para ela, era tudo uma brincadeira. Que em questão de segundos, estava acabada. Sete valentões nocauteados, uma mulher de pé.

Ela suspirou, sentindo-se entediada. Havia tempos que não tinha uma boa luta, e essa definitivamente não havia sido uma delas. Na hora em que se virou para deixar a “cena do crime”, deu de cara com uma garota. Uma loira, até bonita, mas paralisada.

- Meu Deus. - Ela disse, pausadamente.

- Hm, ele não era um cara muito legal. - A morena respondeu respondeu, apontando para o gorila loiro como uma justificativa, e a loira franziu o cenho, sem entender.

- Quem é você? - Gaguejou.

- Ruby. - Ela sorriu de lado. - Te conheço? - Sorriu, amigável. A loira não acreditava no que via. Era surreal demais ver uma mulher derrotar, sozinha, sete caras enormes, em segundos.

- E-eu sou Juliet. - Murmurou.

- Prazer, Juliet. - Ruby estendeu a mão, mantendo contato visual.

- Você está bem? - Juliet perguntou, ainda desacreditada. ‘Só posso ter bebido demais’, pensou.

- E por que não estaria? - Ruby sorriu.

Juliet não conseguiu responder. Apenas encarou a morena por alguns segundos, antes de chegar a uma conclusão.

- Desculpe, eu acho que colocaram algo em minha bebida. Já estou indo, foi mal pelo incômodo. - Imediatamente, ela deu meia volta.

- Hey, hey, espera! - Ruby chamou, colocando uma mão no ombro de Juliet. A loira virou, ainda atônita. - Eu nunca estive na cidade e estou procurando um parente. Talvez você o conheça, pode me ajudar a encontrá-lo?

- Ãh… Claro. - Juliet piscou. - Qual o nome dele?

- Ele se chama Andy. Andy Biersack.



"Este é o evangelho para os caídos, trancados em sono permanente. Reunindo suas filosofias a partir de pedaços de memórias fragmentadas.

Essa é a batida do meu coração, essa é a batida do meu coração.

Essa é a batida do meu coração, essa é a batida do meu coração.

Seus dentes rangentes e línguas criminosas conspiram contra as probabilidades, mas eles ainda não viram o melhor de nós.

Se você me ama, me deixe partir. Se você me ama, me deixe partir. Porque essas palavras são facas e frequentemente deixam cicatrizes, omedo de desmoronar. E a verdade seja dita, eu nunca fui seu. O medo, o medo de desmoronar.

Essa é a batida do meu coração, essa é a batida do meu coração.

Essa é a batida do meu coração, essa é a batida do meu coração.

Este é o evangelho para os vagabundos, irresponsáveis e bastardos intoleráveis, confessando suas infidelidades, liderados por impostores imperfeitos.

Essa é a batida do meu coração, essa é a batida do meu coração.

Essa é a batida do meu coração, essa é a batida do meu coração."

Panic! At The Disco 


Notas Finais


Essa é a fanfic da moça:
https://spiritfanfics.com/historia/deadfall-10011360
Leiam, mano, tá mt boa hsiahau
Mas então, o q vcs acharam do cap? Tá legível?
Me avisem por qualquer erro, pq eu n revisei :')


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