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História End Credits - Cavalcade Of Lights


Escrita por: IaMeh

Notas do Autor


Gente. KRl. Vcs não tem noção da dificuldade que foi trazer essa dsgç de capitulo. Eu to desde antes deu começar a fanfic travada nele. Eu fiz e refiz umas mil vezes por que eu nunca achava bom (E eu ainda não acho).

Sinceramente, eu só gostei dele lá da metade pro fim, mas enfim... me desculpem pelo capitulo cagado (Eu tbm não revisei mto bem pq né, scrr), mas eu não aguentava mais refazer ele, então quem quiser desconsidere kkkk

Como eu fiquei travada nele nem comecei o 7 ainda então é provavel que demore um pouquinho mais pra sair (Até pq eu tenho duas provas semana que vem né.)

É só isso, podem ler.

AAAH: INFORMAÇÃO NÃO TÃO IMPORTANTE MAS IMPORTANTE! O cavalcade of lights na real acontece em toronto e não na Columbia (que é onde a história meio que se passa), eu sabia disso mas quis colocar mesmo assim por que eu achei legal, me julguem.Só que no da história eu pensei em um um pouco menor do que o da realidade, tipo uma versão de interior. kk

AAAAH2, tem algo que eu to pra dizer pra vcs a meio seculo atrás mas sempre esqueço. O nome da fanfic é uma musica dum cara chamado de "Eden". Eu achei ela bem na pegada do que eu queria trazer aqui então se algum quiser dar uma olhada. O cara é foda viu.

Enfim, bjundas. xau xau.

Capítulo 6 - Cavalcade Of Lights


Fanfic / Fanfiction End Credits - Cavalcade Of Lights

Entro na escola e no segundo seguinte me arrependo, Aurora e suas amiguinhas enjoadas estão paradinhas na frente do meu armário. Respiro fundo e cerro os punhos continuando meu caminho, preciso pegar meus livros e não vão ser elas que vão me impedir.

 

-Olha só quem chegou. –Praticamente berrou no meio do corredor, interrompendo qualquer assunto que conversassem antes de me ver. –Sentiu minha falta? Sei que sim.

 

-Não me importaria se seu avião tivesse caído. –Sussurro para mim mesma torcendo pra que ela tivesse escutado.

 

-Oi? O que disse? –Perguntou sínica.

 

-Disse que preciso pegar meus livros pra ir pra aula e você está atrapalhando.

 

-Oh, me desculpe. –Ela me dá passagem mas permaneço parada, extasiada por essa atitude nada normal. –Não vai pegar suas coisas? –Olho suas amiguinhas (ta mais pra servas) e depois pra ela, tentando achar a pegadinha que me esperava se seguisse para onde queria. Dou de ombros e abro o armário, olhando a todo momento para trás, desconfiada e receosa. –A gente não vai colocar um saco na sua cabeça e te arrastar pra um buraco escuro Emminha, relaxe. –Reviro os olhos e continuo o que estou fazendo. Assim que fecho o armário e me viro, ela, em uma atitude super madura, bate a mão nos meus livros lançando-os no chão e as hienas ao lado dela começam a rir.

 

-Uau. –Digo indiferente e sem surpresa alguma na voz, nada além do esperado dessas ridículas.

 

-Espero que tenhamos um último semestre agradável.  –Sorri amarelo para elas até que saíssem de minha visão, então me abaixei para catar os materiais.

 

-Elas são umas idiotas. –Neal se agacha na minha frente e me ajuda a catar minhas coisas, eu já disse que o acho um fofo? Pois é. Ele sempre me ajuda quando elas vêm me encher o saco, as vezes até intervém e reclama com essas prostitutas, mas nada além de um bom amigo. –Você ta legal?

 

-Já me acostumei, não se preocupe. –Levantamos mas ele continuou segurando meu material e começou a andar devagar então o acompanhei deduzindo que os levaria para mim, minha próxima aula é com ele mesmo.

 

-Sabe que é impossível Emma. –Sorriu. –Quer dizer, você nunca fez nada, elas só te abusam por terem inveja.

 

-Inveja? –Debocho rindo, do que uma garota como Aurora teria inveja de mim?!

 

-É ué, você é linda, inteligente, gente boa, os garotos ficam te secando o dia todo e só você não percebe. –Ele ri quando vê minhas bochechas ficarem vermelhas ao olhar pros lados e perceber que eles realmente olhavam, tentando ser discretos mas não conseguindo. –Não precisa ficar com vergonha, a lerdeza é um de seus charmes. –Brinca e eu lhe dou um soquinho rindo junto a ele.

 

-A inveja dela nem ao menos faz sentido, eu nunca saí com ninguém da escola, quem passa o rodo é ela.

 

-Bem isso não parece importar. –Neal abriu a porta e me deu passagem entrando logo depois, sentei na cadeira atrás da dele, ajeitando meu material, que antes ele carregava, em baixo da mesa. –Sabe, tem uma coisa que eu não consigo parar de pensar. –Ele se vira de lado na cadeira para poder me olhar e chama minha atenção. –Quem é o cara que ocupa o coraçãozinho de Emma Swan? –Perguntou apontando para meu peito. No mesmo instante uma figura passou em minha cabeça mas claro que eu não falaria. –Tem alguém?

 

-Não sei ao certo, ainda é muito confuso. –Confesso com sinceridade.

 

-Hm... Um amor recente. –Sua fala saiu acompanhada de uma careta dolorida. –Acho que não vou ter uma chance tão cedo.

 

-Neal! –O repreendi.

 

-O que foi? Todo mundo sabe que eu gosto de você a muito tempo. –Disse com naturalidade me fazendo revirar os olhos.

 

-Sabe que a essa altura um relacionamento sério, ao menos nesse país, é um sonho distante pra mim. –Minha voz sai triste, o fato de que logo não terei mais Regina ao meu lado era difícil.

 

-Sabe, eu namoraria com você de qualquer jeito, mesmo a distância.

 

-Aham... Porque relacionamentos a distância costumam dar super certo. –Debochei dando de ombros e prestando atenção no professor que acabara de entrar na sala com uma feição irritadiça.

 

-Parece que alguém não transou ontem. –Pronuncia a morena que acabou de chegar e se jogou ao nosso lado, rimos de seu comentário mas logo voltamos a fechar a cara pelo professor nos encarando para que ficássemos quietos. Regina sorria para o nada feito uma boba, nem ao menos falou direito comigo, imagino que as coisas com Daniel estejam indo muito bem.

 

 

 

 

A aula terminou sem muita coisa novamente, conversei bastante com Regina e ela me contou todos os detalhes sobre seu encontro com o rapaz, que parecia ser um fofo com ela e adivinha, eles se veriam de novo hoje. Nada da minha melhor amiga...

 

-Você não se importa deu ficar na sua casa, né? –Pergunto sem receio algum e ela apenas balança a cabeça em negação para não ter de falar de boca cheia.

 

-Ah! –Parou para descer o sanduiche pela goela. –Mas o Killian ta lá então cuidado, ele ta doente mas sei lá do que meu irmão tarado é capaz. –Brincou rindo mas logo parou ao me ver séria e pensativa. –O que foi?

 

-Ele ta com o que? –Pergunto em um tom baixo, quase em um sussurro, receoso. Ela parecia que não iria abrir a boca, ficou me analisando com as sobrancelhas erguidas aumentando meu receio.

 

-Me diz que não ta preocupada com ele. –Pede quase em suplica.

 

-Não to. –Ela me olha incrédula. –Talvez um pouco, mas eu estaria se fosse qualquer um. –Regina bufa e da de ombros.

 

-Bom, eu já lhe avisei mas você cai na dele se quiser, só não vem querer se afastar de mim depois. –Quando eu afirmei confiante com a cabeça ela finalmente abriu outro sorriso, um malicioso dessa vez.

 

-Sei que aconteceu algo entre vocês então pode ir preparando a história que depois eu quero saber de tudo, T-U-D-I-N-H-O. –Meu rosto começou a queimar de vergonha enquanto a morena ria de minha cara. –Ah! Não se preocupe é apenas um resfriado, agora eu tenho que ir ver meu macho, tchau. Tenha Juízo.

 

-Acho que você vai precisar mais do que eu! –Aumento o tom de voz para que ela possa ouvir já que já tava meio longe e sigo para a casa dela.

 

No meio do caminho decido passar no mercadinho ali perto para comprar e levar algumas coisas para Killian já que imagino o quão mal ele está se cuidando. Pego desde remédios a frutas, um termômetro, já que imagino que eles não tenham, e algumas coisas para cozinhar –Ao menos tentar já que nunca fiz comida nenhum, tipo nenhuma mesmo, até o ovo quem fritava era a empregada. Me sinto muito idiota quando a moça do caixa começa a passar as compras, eu e ele mal somos amigos e eu estou levando tudo aquilo sem se quer Jones ter pedido. Passo o resto do caminho até a casa deles pensando o quanto Killian também me acharia idiota e todas aquelas sacolas no mínimo esquisitas, quando chego em frente a porta minha maior vontade é sair correndo dali e ir pra casa, mas antes que pudesse dar o primeiro passo para longe a porta se abre dando visão a um Killian vestido pela primeira vez na vida, na mesma hora minha mente conclui que ele estava de saída.

 

-Swan! –Pronuncia surpreso. Levo minha mão até sua testa confirmando o que a aparência abatida dele denunciava, ele ardia em febre.

 

-Aonde pensa que vai com essa febre ein, Senhor Jones?! –Coloco as mãos na cintura o repreendendo com os olhos. –Pode ir entrando.

 

-Eu não ia a lugar nenhum, mamãe. –Debocha tendo o riso logo substituído pelas tosses. –Eu só não queria te ver perfurar o chão de tanto rodar em círculos. –Vermelha. Era assim que eu me encontrava depois dessas palavras, Killian riu com minha vergonha e abriu caminho para que eu entrasse.

 

-É que é um enorme milagre você estar devidamente vestido e não seminu. –Esperei de frente pra ele enquanto o mesmo fecha a porta.

 

-Me desculpe se não gosto de ficar com roupas desnecessárias em casa. –Killian se aproxima sorrindo de forma presunçosa bem perto de mim. –Você podia aderir também, eu juro que não me importaria. –Provocou mordendo o lábio inferior e sorrindo malicioso, mas não conseguiu sustentar muito o olhar já que suas bochechas começaram a ficar vermelhas de vergonha. –O repreendo com a cabeça, rindo de seu constrangimento.

 

-E eu não me importaria se você ficasse quietinho tomando um banho gelado enquanto eu faço comida. –Digo o arrastando escada acima.

 

-Ah não, só tomo banho gelado se você tomar comigo. –Ele não facilita o trabalho, travando os pés algumas vezes e rindo com minha revolta e vergonha por sua brincadeira nada decente.

 

-Besta. –O empurrei em baixo do chuveiro e mudei a temperatura da água, ligando logo depois com ele ainda vestido. Recebo alguns resmungos dele, mas ignoro, sorrindo convencida já saindo do banheiro.

 

Separo os itens sobre a pia e procuro a panela que julgo mais adequada, eu hesitava a cada passo que tinha de tomar, era difícil não saber exatamente o que fazer e o medo de cometer um erro e Killian zombar de mim me rodava. Quando tive de adicionar o sal ao macarrão, provei repetidas vezes, me perguntando se talvez não estivesse precisando pôr mais. Foi por volta da decima vez retirando um pedaço com a colher, para analisar o gosto, que senti braços musculosos se colarem ao lado de meu corpo, apoiados na pia a minha frente, enquanto o corpo dele me prende contra a mesma e seu rosto próximo demais se deitava sobre meu ombro.

 

-Você não faz ideia do que está fazendo, não é? –Ele sorriu e tomou a colher de minha mão, e eu permanecia estática por toda aquela proximidade repentina.

 

O calor e o cheiro de seu corpo tão perto liberava ondas de adrenalina ao meu coração, o qual batia de forma exagerada e descompassada. Killian provou o macarrão e indiferente se esticou para pegar o pote com sal, ele pegou sua mão sobre a minha, juntou uma quantidade considerável de sal e jogou na massa.

 

 –Não precisa ter medo de errar Swan, apenas jogue e se ficar salgado coloque mais água. –Ele sorriu, aquele sorriso que era só dele, diferente de qualquer outro que eu já tivesse visto, o espaço separando nossos lábios era curto demais e meus olhos teimavam em ir parar naqueles lábios mas ele se afastou, catando nervosamente um copo para tomar água. O modo como se esgueirou provocou um certo rebuliço em meu interior e eu me apedrejava por ter sido tão pouco discreta sobre o quanto ele me atraia.

 

-Ei. –Chamei a atenção de Jones para mim, lembrando de algo importante. –Aproveite que está pegando água e tome o remédio que trouxe.

 

-Comprou remédio pra mim? –Perguntou parando incrédulo com a caixa de paracetamol em mãos.

 

-Não! Quer dizer, sim... –E ai está, sabia que ele me acharia esquisita por tal, comecei a mexer freneticamente a panela com o molho de tomate, envergonhada de mais para fitar o rosto do moreno que tenho certeza que encontraria com a boca aberta em surpresa. Passou-se alguns minutos em silêncio e então o barulho repentino do copo sendo posto na pia chamou minha atenção, ainda envergonhada e nervosa.

 

-Obrigado. –O beijo estalado em minha bochecha me deixou meio surpresa e todo o nervoso e ódio interno que eu estava sentindo de mim mesma sumiu.

 

Percebi as gotas pingando de seu cabelo ainda muito molhado e meu corpo acabou agindo sozinho ao puxa-lo pela toalha em volta do pescoço dele e então esfrega-la sobre seus fios negros, secando o máximo possível enquanto ele ficava levemente abaixado para que eu conseguisse alcança-lo sem ter de me esticar muito. Pude sentir os olhos de Killian sobre mim durante todo o tempo, mesmo quando parei o ato ele continuou me observando descaradamente. Comecei a me sentir insegura, tentando adivinhar no que ele estava pensando, Jones não fez sinal de que me diria, apenas se virou e saiu me deixando perdida na cozinha.

 

 

...

 

A loira bota os garfos entupidos de macarrão na boca sem desviar os olhos do Jones, esperando ansiosa enquanto o mesmo mastiga o alimento mantendo a expressão indiferente e sem cruzar o olhar com os verdes apreensivos dela, afim de tortura-la um pouco.

 

-Bom, estou vivo ao menos. –Falou sério, mas se divertindo internamente com o bico emburrado dela. O moreno fingiu estar tendo um ataque epiléptico e ao ver Emma com os braços cruzados, olhando pro lado como uma criança birrenta, não aguentou as gargalhadas que queriam sair de sua boca. –Estou só brincando Swan, não fique assim.

 

-E eu devia ficar como?! –A garota estava realmente zangada, talvez se tivesse sido qualquer outra pessoa no lugar de Killian ela riria junto, mas não era, era ele ali e ela teve todo o trabalho de preparar aquilo, todo o medo de ele a julgar, toda a euforia em saber como seria a cara dele ao comer o humilde macarrão, fora o fato de aquela ser a primeira comida que verdadeiramente cozinhou.

 

Jones percebendo que realmente a havia magoado, levanta com o pote em mãos e arranca o que estava nas dela, pondo em cima da pia ao lado de Emma, ele coloca as mãos uma em cada lado do rosto naturalmente branco da loira para faze-la olhar para si. Ele sorria tão belamente que a raiva dela no mesmo instante se dissipou quase por completo, aquele efeito que ele tem sobre ela costuma a irritar quando para pra lembrar dos momentos em que caíra neles. Os olhos de Jones sempre pareciam atraí-la para eles, impedindo-a de desviar o olhar, de desviar sua atenção para algo além dele.

 

-Desculpe, não quis te deixar brava, tava só brincando. –Respondeu sincero. Aquela era outra parte em Killian Jones que certamente a irritava, ele dizia tudo que queria, não entalava nada na garganta, não colecionava “e se’s” como todo adolescente normal, bom, se fosse levar em conta idade ele nem mesmo é um adolescente, mas vocês entenderam... –Ta muito bom, tudo que precisa é de mais pratica. –Ele recolheu o pote, imitando a loira e se encostando na pia ele volta a saborear a comida que a mesma fez para ele. E só para ele.

Aquilo ainda rodopiava na cabeça de Emma, era surreal o fato de estar fazendo tudo aquilo por alguém que mal conhece, surreal o quanto aqueles olhos azuis a atraiam para o caminho pedregoso o qual era o dono deles, surreal o quanto sentia-se angustiada por olhar para o rapaz ao seu lado e saber que não sabe nada sobre ele e que não podia sair fazendo perguntas. E quantas perguntas ela tinha! Se pegou querendo desvendar desde as coisas bestas como, “Qual sua comida favorita? ”, “Aonde você estudou quando foi do ensino médio?”, “Com quantos anos deu seu primeiro beijo?”, até as profundas como, “Onde estão seus pais?”, “Você já amou alguém?”, “O que te fez criar esse tanto de barreiras?”.

 

Droga, me conte alguma coisa! –Pensou consigo mesma, decidida a escolher a pergunta que julgava menos esquisita para ser um ponta pé inicial.

 

-Você faz faculdade? –Assim que terminou as palavras Emma notou o desconforto que elas causaram em Killian, que ficou tenso e nervoso, tendo de engolir em seco pra responder.

 

-Supostamente. –Respondeu curto e tentando ao máximo não soar grosso. O subconsciente da garota a pedia para não insistir no assunto, mas todas as coisas que não sabia sobre ele a davam um rebuliço enorme no estômago.

 

-Como assim? –O moreno parou de comer e deu uma enorme lufada de ar. Killian se controlava e repetia em sua cabeça que não tinha nada de mais no assunto “faculdade”, que não havia motivo para gritar com ela ou ser idiota por algo tão bobo, por uma pergunta inocente e escassa de qualquer tom de julgamento, então conseguiu responder com calma e tranquilidade.

 

-Curso arquitetura na British, mas digamos que não vou pra aula a algum tempo.  –Passou alguns segundos perdido em sua própria cabeça antes de voltar a degustar o macarrão.

 

Emma pensou em perguntar o porquê, mas decidiu ser melhor ir com calma e não invadir o espaço de Killian de uma vez para não receber patadas e esquivadas em troca. Classicamente calculista.

 

-Suponho que esteja no mesmo ano que minha irmã.

 

-Aham... –Respondeu sem olha-lo. Sentiu o silêncio ficar pesado e quando olhou para os olhos azuis dele, percebeu o nervosismo em seus oceanos, como se procurasse um jeito de perguntar alguma coisa mas não conseguia. –Não tem muito o que saber de mim, não precisa fritar seu cérebro. Tenho 17 anos, sei dirigir, moro com meus pais estúpidos, conheço até que bastante gente mas minha única amiga é a sua irmã, não tenho interesse por ninguém em particular e sou bastante pé no chão. Nada de especial, apenas uma adolescente co–Interrompeu-se graças ao olhar mortal do rapaz direcionado a si.

 

Congelou diante daqueles oceanos lhe analisando, lendo e devorando cada palavra, era como se Emma pudesse ver o que rodopiava na cabeça de Killian, algo como “Não ouse completar isso”. O rubor de Emma não o fez rir, dessa vez ele estava sério, a louca vontade que sentiu mil vezes só nesse dia, de querer beija-lo, retornou, mas o que ela poderia fazer?! Mesmo que se aproximasse um pouco dele o caminho continuava distante, tortuosamente longínquo, como se a cada barreira dele que a loira quebrava nascesse outra no lugar. Killian cortou a troca de olhares, se esquivando dela e indo lavar os potes deles, deixando mais um questionamento chato enchendo o juízo da loira.

 

 

 

-Bom senhor Jones, sua temperatura abaixou mas isso é por causa do remédio, então trate de ir dormir. –Digo de forma autoritária analisando o termômetro em minhas mãos. Rio diante de sua careta de desaprovação. –Já pro quarto. –Ordeno apontando pra as escadas mas ele nem se move, fica lá sentado no sofá.

 

-Não quero, mamãe. –Brincou forçando a voz para parecer um bebe, e deus me perdoe por ter achado isso maravilhoso.

 

-Não perguntei se você quer. –Tentei permanecer séria mas é quase impossível com o sorriso sambando no rosto dele.

 

Droga, que sorriso contagiante.

 

-Que má. –Respondeu de forma provocativa, dessa vez com um sorriso malicioso no rosto.

 

Tento ignorar sua fala ainda martelando na minha cabeça e começo a puxa-lo pelo braço tentando tirar sua bunda do sofá mas em minha falha tentativa, ele com um simples puxão me derruba sobre ele e agarra minha cintura para que eu não saia do lugar. Eu resmungo um pouco tentando instintivamente sair, só que em um movimento rápido Killian nos derruba de costas do sofá, ficando por cima de mim, me impossibilitando de qualquer tentativa de sair.

 

–Agora a mamãe vai ter que ficar aqui comigo, a gente podia ver um filme sabe, muito melhor que dormir. –Perdida era pouco pra o que eu estava naquele momento, tudo que consegui fazer foi concordar sem se quer ter assimilado o que ele havia dito. Apenas percebo quando sinto seu peso ser retirado de mim e Jones pegar o controle da televisão, deslizando por entre os filmes da netflix. –Que gênero você curte? –Me perguntou sem desviar os olhos da Tv.

 

-Qualquer coisa menos terror e suspense. –Dou de ombros.

 

-Qualquer coisa não serve. –Seus olhos azuis se voltaram para mim de um jeito intenso novamente parecendo me analisar. –O que você realmente gosta de assistir Swan?

 

O que eu gosto de assistir? Bom, na verdade não sei ao certo pois eu realmente gosto de um pouco de tudo. Analiso em minha cabeça todas as series e filmes que já assisti tentando achar uma coincidência entre eles, mas não tem como, eu realmente tenho um gosto abrangente de mais.

 

-Um pouco de tudo. –Respondo com uma careta no rosto que o faz rir levemente. –Por que não me surpreende e me mostra seu filme favorito?! –Ele pareceu aprovar a ideia já que abriu um enorme sorriso, e eu tive de acompanha-lo, seria bom saber um pouco mais sobre seus gostos.

 

-Tudo bem, se prepare pra o melhor filme de sua vida. –Ele deslizou o dedo pelos botões do controle e logo a tela de carregamento do filme fez com que nos aconchegássemos no sofá e prestar atenção no filme que começava a passar.

 

 

Eu já estava sonolenta e troca insistentemente de posição no sofá, eu Killian já estávamos quase entrelaçados –Graças a ele, que se deitou jogando suas pernas sobre mim. –Jones podia adorar aquele troço, mas eu não entendia como, eu não entendia como as pessoas podiam gostar daquilo, eu estava completamente entediada mas ele estava tão concentrado que não quis incomodar então apenas me encostei no sofá e tentei assistir até o final mas acabei apagando do meio pro final.

 

 

 

-Eu não acredito que você dormiu no filme. –Killian proferia divertido e indignado ao mesmo tempo, estávamos andando até minha casa, para a qual Jones insistiu em me levar dizendo que já era muita tarde pra eu voltar sozinha e só concordei pela temperatura dele ter voltado ao normal.

 

Bom, realmente era. Quando começamos o filme ainda não passava das 4, mas aparentemente ao invés de me acordar Killian dormiu comigo, literalmente comigo porque eu acabei escorregando no sofá e caindo deitada em cima dele. Segundo Jones me posição largada no sofá foi engraçada mas ele precisou me ajeitar ou eu teria torcicolos, só que acontece que o “ajeitar” dele foi me aninhar em seu peito. Eu não poderia ter acordado mais vermelha.

 

-Ah vai, você já deve ter dormido em algum filme. –Falei tentando parecer frustrada, mas só conseguia rir.

 

-Já, milhões de vezes. –Eu já ia dizer algo como “viu!”, “então pare de rir” mas ele logo completou. –Acontece que nenhum deles era STAR WARS! –Ele deu maior entonação ao nome do filme, mas toda aquela devoção que todos têm por essa saga não fazia mais sentido nenhum pra mim.

 

Revirei os olhos pesadamente e deixei aquele assunto morrer ali, apenas observando a paisagem ao lado enquanto ouvia os risos de Killian diminuírem aos poucos até sumir e o silêncio se fazer presente. Por ser tarde já não tinha muita gente na rua apenas alguns casais encolhidos um no outro nos bancos da calçada e passava um carro ou outro. A falta de som saindo de nossas bocas era desconfortável e somado aos casais agarrados me fazia sentir a distância entre mim e Killian pesar em meu peito.

 

-O que foi? –Pergunta passando olhos pela própria mão, percebo só agora que a encarava a algum tempo.

 

-Nada. –Volta a olhar para as casas, vermelha demais para fitar os olhos azuis confusos sobre mim. Sinto o calor em minha mão seguida da pele que eu sabia muito bem de quem era se juntando a minha e não consigo evitar o olhar impulsivo e surpreso que direcionei a ele, mas não encontro seus oceanos sobre mim e sim olhando para o lado, desconcertado?!

 

Não me preocupo em receber uma explicação ou um motivo, apenas aperto mais a mão áspera entrelaçada a minha e sorrio ao ver os ombros largos do moreno relaxarem consideravelmente. Deixei o silêncio brotar, dessa vez ele se tornou bastante agradável e o frio gostoso que tava fazendo tornou de alguma forma o momento mais leve, confortável.

 

Já é quase inverno...já é quase natal... Não tenho mais muito tempo... –Penso sentindo certa melancolia por toda a situação.

 

-Está trist– O interrompo não querendo seguir por aquela linha de assunto.

 

-Killian, por que você não para em casa? –Perguntei buscando os olhos azuis dele que desviavam dos meus a todo custo, ao perceber que não ganharei uma resposta continuo. –Regina sente sua falta, ela precisa de você do lado dela.

 

-Ninguém precisa de mim. –A voz dele saiu baixa. Rouca. Arrastada. Como se soada para si mesmo mas consegui ouvir, e ouvir aquilo com a expressão triste e perdida que ele lançava ao nada remexeu meu estômago inteiro. Eu queria dizer que eu precisava dele, mas com certeza Killian riria, se eu estivesse no lugar dele eu riria afinal mal nos conhecemos, era impossível eu o considerar a ponto de sentir falta, então porque eu sentia?

 

-Eu estou aqui. –O lancei meu olhar mais tenro possível e apertei sua mão em um ato carregado de afeto e preocupação. E foi tudo que eu disse, nada mais precisava ser dito, eu tinha certeza que ele tinha entendido pois a tranquilidade que seus olhos ganharam ao ouvir aquelas palavras foram a causa dos meus batimentos se elevando. –Olha! O parque, ta tendo algo lá. –Acabo falando alto de mais em uma enorme animação, as luzes piscantes do natal já enfeitavam as árvores e o a pequena praça brilhava em meio ao barulho das pessoas se enroscando por entre as barracas montadas ali.

 

-É um Cavalcade of Lights. –Disse dando de ombros e eu só conseguia o olhar com uma cara de “O que é isso?”. Ele ergueu uma das sobrancelhas em uma mistura de incredulidade e surpresa. –Nunca foi num desses?

 

-Não...?! –Digo com receio e ele logo trava o andar e abre a boca em uma expressão ainda mais espantada.

 

-Que tipo de norte americana é você?! –Sua expressão permanecia seria o que me deixava um pouco nervosa pensando que talvez eu devesse ser uma espécie de monstro alienígena. Antes que pudesse perceber Jones já me arrastava para o outro lado da rua onde os murmúrios e luzes captavam meus olhos.

 

-Ei! Não posso, preciso ir pra casa ou meus pais vão me matar. –Digo realmente desesperada e tentando me soltar da mão forte dele.

 

-Esqueça seus pais por alguns minutos, tudo bem? Se ficar salgado então apenas jogue mais água, Swan. –Repetiu o conselho de mais cedo me fazendo rir. –Apenas viva o momento. Hakuna Matata.

 

-Você acabou de citar o rei leão?! –Eu não deveria ter desistido tão rápido de fugir dali e voltar pra casa, eu com certeza seria morta depois, mas dizer não para ele todo feliz daquele jeito era quase impossível, ainda mais quando eu também estava louca para ver todo aquele, festival? Talvez.

 

-É. Citei. –Disse em um tom divertido me fazendo rir de leve enquanto o acompanhava até mais adentro do parque.

 

As várias barracas de comida e jogos eram preenchidas por desde crianças até idosos, já passavam das dez e meia e a quantidade de gente ali chegava a ser impressionante. Meus olhos brilhavam olhando toda aquele show de luzes e pessoas se divertindo, os cheiros variados de comida e a música, as vezes calma as vezes agitada, tocando ao fundo, tudo era tão bonito, tão incrível. Olho pra Jones preparada para agradece-lo com euforia mas minha boca paralisa ao dar de cara com os dois oceanos dele me admirando enquanto seu dono mantinha um sorriso bobo no rosto. Quando percebeu o que fazia Killian balançou a cabeça de um lado pro outro e então voltou a me olhar, dessa vez da forma de sempre só que um pouco vermelho.

 

-É tudo muito lindo. –Pronuncio afim de quebrar o silêncio constrangedor que ficou. –Obrigado.

 

-Mas ainda nem começou, Swan. –Ele sorriu de forma sapeca, como se fosse um menino preparado para fazer alguma bobagem e então me puxou mais rápido para onde uma roda enorme de pessoas cobria a visão do que quer que tivesse ali. Killian me põe em sua frente, para poder me proteger dos braços e ombros balançantes da multidão, e então saímos nos esgueirando entre as pessoas até o começo da roda e quando chegamos minha boca caiu em um grande “o”. Ouvi a risada do moreno ao meu lado, e não pude evitar o enorme sorriso que se formou em meu rosto e o mesmo foi imitado por Killian que sorria de forma convencida.

 

-Podemos entrar? –Perguntei eufórica quase pulando em animação e trocando o olhar de Killian para a pista de patinação gigante onde as pessoas patinavam. Jones riu mais um pouco e voltou a me puxar, agora em direção a uma pequena barraca, que só tinha uma pessoa em nossa frente.

 

-Você ao menos já patinou alguma vez? –Perguntou arqueando as sobrancelhas.

 

-Não... –Na verdade eu sempre quis, mas meus pais não consideram nada além das matérias normais da escola, todas as outras aulas e atividades eram “inúteis” e “desnecessárias”, “perdas de tempo”.

 

-Oh céus, é hoje que perco alguns dedos da mão. –Debochou rindo e eu não conseguia não rir junto, estava feliz demais, mas dei um pequeno tapa em seu ombro.

 

O casal a nossa frente pegou os patins e logo desocupou a fila, como eu não sabia como aquilo funcionava apenas fiquei parada olhando Killian conversar com o moço e então entregar o dinheiro, até insisti em pagar o meu mas o moreno não deixou. Disse  ao senhor meu número e então ele entregou um par para mim e outro para Jones e também várias outras coisas para proteção como capacete, joelheira e talz. Killian colocou tudo de forma muito rápida enquanto eu me embolei completamente nos patins, acho que eu tenho algum problema mental pra não conseguir botar um patins, o moreno riu de mim mas logo depois veio ao resgate, se agachando no chão e pegando meu pé em sua coxa, onde ele terminou de colocar os dois. Ele puxou para que levanta-se e então completou meu conjunto, terminando de afivelar o capacete e dando duas batidinhas nele em pirraça.

 

-Pronto cabeça oca.

 

-Ei. –Ri.

 

-Vem. –Ele novamente juntou nossas mãos me ajudando a andar pelo chão onde haviam apenas poucos flocos de neve, era difícil andar com aquilo em terra firme mas foi ainda pior quando pisei no gelo, se não fosse por Killian me segurando eu já teria tombado no chão. Comecei a me desesperar quando não conseguia de jeito nenhum manter o equilíbrio e parecia que quanto mais eu entrava em desespero mais eu escorregava. –Ei. Calma. Olha pra mim. –A voz rouca de Killian saiu baixa e sua mão pegou minha outra, me puxando para si e colando nossos corpos, onde finalmente consegui ficar normal de pé, sendo apoiada por ele. –Se você não se acalmar não vai conseguir.

 

-Isso é mais difícil do que pensei. –Admiti sentindo meus ombros relaxarem, o rosto dele estava perto de mais, eu podia ver a fumaça branca sair de leve de sua boca e bater em meu rosto. Jones colocou minhas mãos sobre seus ombros, aumentando nossa distância consideravelmente, e então segurou em minha cintura de um jeito tenro mas firme, o que fez todos os meus fios se arrepiarem.

 

-Não pra você aprender a patinar assim tão rápido. –O moreno começou a arrastar os patins contra o gelo se movendo para trás.

 

Eu mal conseguia ir para frente e ele conseguia andar de costas. Fuck. Afinal como é que ele sabia patinar?!

 

-Então por hora eu vou te guiar até se acostumar a eles. Não se importa né?

 

E como eu poderia me importar com essa sensação maravilhosa do vento batendo em meu rosto e arrastando seu cheiro até meu nariz? Como poderia me importar com suas mãos fazendo meu corpo clamar por mais contato com você? Como poderia reclamar daquele sorriso maravilhoso e daqueles olhos azuis tão perto? Eu não tenho por que achar ruim não é?! Eu nunca se quer fiz algo como aquilo, nunca fiz algo tão emocionante, meu peito subia e descia de forma agitada e meu coração parecia que ia pular toda vez que pensei que Killian fosse esbarrar em alguém mas desvio com maestria, sentia como se pudéssemos voar naquela pista que apesar de cheia de gente parecia ser só nós. Eu e ele. Eu, ele e aquele sentimento queimando meu peito. Jones puxou uma das minhas mãos de seu ombro e ainda patinando me fez girar em volta de si, e logo depois me puxou de volta pra si. Meu sorriso estava praticamente gravado em meu rosto, eu não conseguia me desfazer dele nem por um segundo. O moreno continuou me puxando em manobras de dança que eu finalizava sem cair graças a seus hábeis braços. A essa altura meu medo de cair já tinha ido para longe e eu ousava dar algumas passadas sozinha, instintivamente.

 

Eu e ele riamos e deslizávamos juntos pelo gelo em um pequeno pega-pega onde eu incrivelmente estava na frente, até que, distraída olhando para Jones, bati em alguém e teria caído se não fossem os braços musculosos do moreno envolvendo minha cintura e me segurando contra seu corpo. Sua respiração descompassada batia em minha orelha, fazendo cocegas e eu podia sentir o calor de seu rosto colado em mim assim como os batimentos elevados de seu coração contra minhas costas.

 

-Acho que já deu de patins por hoje. –A voz dele sai com certa dificuldade, rouca e baixa ao pé do meu ouvido arranhando cada pedaço da minha sanidade, ele permaneceu ali por apenas alguns segundos mas pareceu muito mais tempo e o quando se afastou a temperatura do ambiente pareceu diminuir em uns 20 graus. Minha vontade era voltar para os braços dele e descobrir cada parte daquele corpo divino dele.

 

Jesus Emma, pare de pensar em putaria, você não é assim. –Me repreendo.

 

-É melhor irmos ou vamos perder o final. –Disse olhando o relógio e me deixando confusa ao notar que não havia mais quase ninguém na pista. –Você vai ver Swan, mas primeiro precisa se mexer dai.

 

Rapidamente voltamos a onde havíamos deixado nossos sapatos, tiramos todo o material e entregamos na barraca de antes, a qual agradecemos ao senhor e então Killian me puxa pelo mão, empolgado. Era a primeira vez que o vi tão empolgado, o que me fez ficar eufórica também, mas afinal aonde estávamos indo? Seguimos até onde a barreira de pessoas se fazia presente novamente, mas dessa vez não entramos nela, Jones desviou do caminho original, adentrando na pequena floresta onde o piso inclinado dava a entender que estávamos subindo, indo para um lugar mais alto.

 

-Você ainda não me disse o que é um Cavalcade of lights. –Indaguei em meio as arfadas já que o moreno estava praticamente correndo.

 

-Como pode ver é um tipo de festival, uma comemoração a chegada do natal. –Respondeu igualmente cansado.

 

-E pra onde estamos indo? –Continuei as perguntas. Não que eu estivesse com medo, eu confiava nele, talvez mais do que devesse, mas confiava, apenas estava curiosa demais.

 

-Bom, é uma comemoração, e toda comemoração termina em... –E então o barulho estrondoso, como se o céu estivesse se partindo soou, interrompendo Killian e então deixando nós dois perplexos com as luzes estourando na tela preta lotada de estrelas. Estavamos no topo de um morro, de onde dava para ver o mar e mais ao longe os fogos, de várias cores e estilos, fazendo um show de luzes no céu. Entre as luzes abstratas algumas ganhavam formatos de coisas natalinas, como o papai noel, uma rena, pinheiros, ou até mesmo frases curtas do tipo “Merry Christmas”. A mão de Jones se apertou involuntariamente a minha cortando minha atenção dos fogos para seu rosto, abobalhado olhando para o pequeno show com os olhos levemente marejados que logo desabaram em lágrimas  que ele provavelmente se quer percebeu. Eu quis abraça-lo. Abraça-lo forte. Ele parecia distante de novo. Lembrando de algo que eu não sabia, não conhecia, algo que doía em seu peito.  

 

-Killian, eu... –As palavras vieram até minha garganta, a cortando cada vez que chegavam mais perto da boca, o som dos fogos fazia difícil a troca de palavras então ele acabou não ouvindo, o que me fez hesitar e engolir de volta o que ia dizer, me queimando mais ainda. Acabei também apertando a mão dele, o que o fez olhar pra mim ainda choroso.

 

Não sei que expressão eu estava fazendo naquele momento, mas os olhos azuis dele me analisavam como sempre, deslizando de um lado a outro do meu rosto, não, não era como sempre. Meu peito começou a subir e descer de forma irracional enquanto a distância entre nós era diminuída, pouco a pouco. A respiração igualmente ruidosa dele batia contra minha bochecha, fazendo eu me perder ainda mais no momento, aquela lerdeza toda era agonizante, soava como se a qualquer segundo algo fosse acontecer e atrapalhasse o que quer que estava crescendo entre a gente naquele momento. Levei minha mão aos seus fios negros e o puxei de uma vez, cortando a distância que restava com certa brutalidade, nossos lábios se chocaram e o que era para ser um beijo calmo virou intenso e cheio de desejo. Suas mãos deslizavam em minha cintura, me puxando mais contra seu corpo e apertando ali para em seguida fazer o mesmo em meu quadril. Minhas pernas buscavam onde se apoiar para lhe dar espaço, como se fosse doloroso não o ter ali entre elas. Eu o queria ali. Meus dedos arranhavam suas costas por baixo da blusa enquanto a outra mão puxava seu cabelo, aprofundando o mais o beijo –Como se fosse possível.

 

Nossos corpos batalhando entre si foram de encontro a uma árvore, mas a dor de minhas costas colidindo contra ela passou despercebida por meus nervos, que também iam a loucura. Enrosquei minhas pernas ao redor de sua cintura, finalmente conseguindo o que eu queria, e quando ele aperta minhas coxas eu desfaço o nó de minhas pernas, deixando que ele me segure como achar melhor. A fricção em nossos membros era excitante, tudo no momento era excitante, meu interior queimava e clamava por Killian e eu não conseguia pensar em mais nada, eu não me importaria de deixa-lo tirar minha virgindade ali e naquela hora, mas como nada que é bom dura muito ele cortou o encontro de nossos lábios, colando sua testa na minha, tentando retomar o folego. Jones abria e fechava a boca em busca de algo para dizer mas apenas desiste, colocando minhas pernas bambas aos poucos de volta ao chão e se afastando um pouco, que pra mim pareceu muito.

 

Inconscientemente me senti decepcionada. Que drogas eu estava esperando?

 

-É melhor irmos, ta começando a esfriar. –Tentou acabar com o clima constrangedor mas deu muito certo, seu rosto, assim como o meu, era quase um tomate.

 

Apenas assenti e o segui por entre as árvores, dessa vez Killian não segurava mais a minha mão, nem se quer olhava para trás para ver se eu estava bem, só ia andando na frente me dando visão de suas costas, me fazendo sentir tão longe quanto da primeira vez que nos vimos, me fazendo sentir vontade de chorar. O resto do caminho foi tortuoso, o silêncio entre nós era irritante, doloroso. Dei graças quando chegamos em frente a minha casa mas também fiquei muito desconcertada por que tinha chegado aquele momento tosco da despedida, em que eu nunca sei muito bem o que dizer.

 

Apesar de que com Killian eu nunca sei o que dizer. –Penso comigo mesma.

 

-Está entregue Emma. –Sua voz saiu cruelmente indiferente, não era mais doce, amigável ou alegre, e Emma?! Emma. Não Swan, ou Senhorita Swan como eu tanto adorava ouvi-lo me chamar. POHA! Foi um beijo Killian, não precisa voltar do zero por isso. Apague se quiser. Jogue fora se quiser. Nunca mais me toque se quiser, mas não me olhe com essa indiferença. Não me trate com indiferença! Não me afaste de você... –Foi o que pensei.

 

-Boa noite. –Mas isso foi só o que eu disse, segurando as lágrimas que insistiam em querer descer enquanto o via se afastar sem olhar para trás, desabando em lágrimas quando já não mais o tinha em meu campo de visão.


Notas Finais


Uma bosta né? haushaus
O proximo vai ser melhor, juro. Bjuss


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