História End Star (Long Imagine Jungkook - BTS) - Destino

Com seus olhos negros o rei acompanhava os movimentos de seu irmão. Tae-il não se mostrava nenhum pouco desconfortável com isso, muito pelo contrário, parecia estar gostando de seu irmão o observando. 

— Então, como estão as coisas por aqui, meu irmão? — A resposta de sua pergunta não veio tão cedo — Seu mau humor continua intacto. — Riu soprado — Soube que meu sobrinho irá se casar.

— Por que retornou? — Em um tom sério o rei perguntou. 

— Oras meu irmão, já esqueceste que foi graças a mim que você, hoje, usa esta coroa? — Bebericou o vinho em uma das taças que estava posta sobre a mesa.

— O que queres? — Os olhos do rei queimavam a alma de seu irmão.

— Quero o que me pertence. — A gargalhada do rei ecoou pela sala do trono e ele se levantou.

— Achas que pode retornar à este reino após longos anos achando que tem posse sobre algo?! O quão tolo tu se tornou nestes anos, irmão? 

— Tolo? — Fora a vez de Tae-il gargalhar — Esta coroa de ouro que pesa em sua cabeça, eu posso retira-la de você. 

— Não me ameace Tae-il. Não tens poder aqui. — Antes que pudesse ganhar uma resposta de ódio, Jungkook entrou na sala com uma expressão de asco pelo seu tio. Reverenciou seu pai e deu uma saudação meia a boca para o irmão do rei.

— Soube que queres falar comigo. — Um sorriso largo surgiu no rosto de Tae-il e o rei ficou observando ele ir até Jungkook e abraça-lo.

— Veja só como cresceu meu sobrinho. Estás mais forte e mais bonito. As donzelas devem cair de amor pela sua beleza. 

— O que queres? — Perguntou friamente a seu tio. 

— Igual ao teu pai, mas não irei culpa-lo por isto. — Desgrudou de Jeon e se encostou em uma pilastra — Amanhã será o grande festival, os reinos vizinhos mandarão seus filhos e filhas, e já está na hora de Jeon arrumar uma pretendente.

— Não tens posses sobre Jungkook. Quem decide quando e com quem ele se unirá, não és tu. 

— O tempo está passando, meu querido irmão. Achas que viverá para sempre?! Se vieres a perecer antes desta tua cria subir ao trono, — Riu e olhou com seus olhos sem vida para o rei — eu serei o novo rei. 

— Basta! — A voz grave carregada de ódio ecoou pela sala — Queres aquela fedelha? Pois bem, ela não está mais sobre meus cuidados. 

— O que você fez com ela?! 

— Dei para Jungkook. — Os olhos de Tae-il queimavam o jovem príncipe, mas este se manteve intacto e com um ar de soberania — Queres ela? Agora terá de passar por meu filho para pegá-la. 

— Jungkook. — Calmamente Tae-il se dirigiu ao príncipe e segurou firme em seus ombros — Darás a filha dos Kim para mim, não é mesmo? 

— Ela é um alguém que trás dores de cabeça, sua língua é bem afiada e me chama de bastardo. — Disse sério e Tae-il já cantarolava em sua mente a vitória, mas Jungkook sorriu — Não darei ela a você, querido tio.

— E por que não? — Ele sentira as mãos de seu tio apertarem com força seu ombro.

— Por que ela me pertence.

Não muito longe daquela sala, a jovem Kim se remoía de curiosidade e medo. Era estranho, ela não se lembrava do irmão do rei, mas ela sentiu sua alma estremecer quando ouvira o nome do tio de Jungkook ser pronunciado. 

Para não se deixar ser corroída por estes sentimentos, ela levantou-se da cama e decidiu andar pelo castelo. Talvez agora ela acharia seu amado. Trocou, com cuidado por conta das faixas, a camisola que vestia por um vestido lilás e calçou uma sapatilha branca. Passou a escova em seu cabelo e preferiu que ele ficasse solto. 

Se direcionou para a porta e saiu de seus aposentos, andando sem rumo algum pelos vastos corredores.

— _____! — Lyn gritou por seu falso nome e segurou em seu braço — Onde vais? 

— Estou apenas caminhando pelo castelo, princesa Lyn.

— O que há de bom em ver as paredes todas iguais e imensos corredores? 

— Lembranças. 

— Lembranças? — Kim sorriu docemente e afagou os cabelos da princesa Lyn, se retirando e voltando a caminhar pelo castelo, deixando a jovem paralisada com o rosto rosado

— Tão bela... — Sussurrou para si mesma e correu para os aposentos de Hoseok para contar-lhe o que havia acontecido.

— E estás boba deste jeito porque ela afagou teu cabelo? — Hoseok indagou confuso.

— Sim. Hoseok, — Ela segurou em suas mãos e o fez olhar em seus olhos — ela foi tão carinhosa comigo. 

— Todos são carinhosos com você Lyn. 

— Mas ela é diferente. Vá atrás dela. 

— E por que raios eu devo ir até ela? 

— Para você ver o quanto o carinho dela é diferente. — Hoseok riu e se levantou da poltrona.

— És boba, mas veremos o que há de diferente no toque da noiva de Jeon Jungkook. — Saiu de seus aposentos deixando Lyn risonha.

Fora um tanto complicado achar Kim no castelo, mas acabou encontrando-a na biblioteca real sentada em um canto abraçando suas próprias pernas. Agachou-se ao lado dela e tocou-lhe o ombro, fazendo-a erguer a própria cabeça e olhar, com os olhos marejados e lágrimas deslizando sua face, Hoseok.

— Perdoe-me por ter que me ver desta forma. — Limpou as lágrimas e sorriu minimamente para o príncipe que não entendia as lágrimas da menina.

— Por que estás chorando? — Estava quase sussurrando, como se ninguém pudesse ouvir o que ele perguntava — Jungkook fez algo a você?

— Ele não fez nada, príncipe Hoseok. São apenas lembranças.

— Que lembranças são essas que a fazem derramar lágrimas? 

— Lembranças daquilo que não retornará mais. — Ela respirou fundo e olhou para ele — É um pouco difícil aceitar o destino.

— Deves tomar cuidado com aquilo que achas que é o destino. Por muitos anos achei que isto me levaria a morte, mas veja bem, eu ainda me encontro vivo. — Sentou-se ao lado dela e olhou dentro de seus olhos — Isso tudo é traiçoeiro, princesa _____. O destino enfeitiça as mentes das pessoas, fazendo-os acreditar que não há mais saída para sua própria vida. 

— E isto não é verdade? Não há saída no destino que está traçado em nossas vidas.

— Não se deixe ser envenenada. Há sempre uma saída para a crueldade do destino, basta você domá-lo e fazê-lo obedecer suas vontades. — Pobre Hoseok, mal sabia ele que ao proferir estas palavras, estava ajudando Kim a ter forças para tentar pegar aquilo que era dela por direito — No entanto, muitas complicações podem surgir por tentar mudar o destino, deves ter cuidado com isto também. — Ela riu soprado e pousou uma de suas mãos no rosto de Hoseok, acariciando a região com o polegar.

— Obrigada por estas palavras. — Ajoelhou-se em sua frente e beijou-lhe a testa, se levantando e deixando príncipe Jung um tanto quanto envergonhado. 

Bem próximo dali Jungkook andava pisando forte no piso dos corredores em busca de Kim. Assim que a viu saindo da biblioteca real, apertou seu passo e a segurou firme pelo braço.

— Por que saiu de seus aposentos? — Mirou os olhos da menina que se encontravam avermelhados por conta de seu choro — Estavas chorando? 

— Achei que tivesse dado a liberdade para que pudesse andar pelo castelo.

— E eu dei, mas terás que ficar em seus aposentos por algum tempo.

— Poderia saber o motivo disso? — Jungkook comprimiu seus lábios e a levou de volta, só que para seus aposentos. A fez sentar em sua cama e trancou a porta.

— Meu tio a quer. — Os olhos da menina se arregalaram e ela se colocou em pé — Não preocupe teu coração, eu não deixarei ele tê-la. — Ela ficou mais aliviada — Agora responda-me, por que estavas chorando?

— Não deverias se preocupar comigo. — Ele a segurou pela cintura e colou seus corpos a fazendo olhar em seus olhos castanhos.

— Salvei sua vida de meu tio e não consegues responder uma pergunta como esta? 

— Não lhe pedi para que recusasse o que seu tio pedira. 

— Além de tola és mal agradecida. 

— Diga-me Jungkook, o que iria mudar? Eu seria uma pessoa livre? 

— Tudo iria mudar Kim. Não conheces meu tio como o conheço. Você o temeria mais do que temes meu pai. As atrocidades que ele já cometeu ao longo de sua vida iriam amedronta-la. Achas que sabe o que é sofrimento? Pois bem, minha cara Kim, se eu concedesse o desejo de meu tio, você iria entender o que é realmente o sofrimento da pior forma possível. — Os olhos de Kim já estavam com água. Nunca pensou que havia um alguém mais cruel que o rei, e isso fez com que seu coração agradecesse Jungkook. Envolveu de uma forma desajeitada o corpo do príncipe e assim que o abraçou, se pôs a chorar.

— Obrigada. — Disse em meio ao choro e mesmo que Jungkook tivesse proferido palavras duras a ela, envolveu o delicado corpo da jovem tentando, de alguma forma, dar-lhe conforto em seus braços.