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História Endless - A Escolha.


Escrita por: cxmistry

Notas do Autor


muito pontual, sim.
p.s.: tem referência à sinners tudinho mais pro final, então...
boa leitura td.

Capítulo 5 - A Escolha.


 

Domingos eram sagrados – e perdão, mas não havia teor religioso no que dizia. Eles apenas eram; o dia perfeito para procrastinar em sua cama, rolando sobre a mesma por pura teimosia, já que uma hora todo o sono ia embora e apenas sobrava a preguiça de erguer-se e fazer algo decente.

O mínimo que se espera de um domingo é justamente isso: não ter o que esperar. O dia era quase sinônimo de “acorde quando quiser, caso queira”.

Bem… Não os domingos de Zitao.

— Por que está me ligando às... – ainda sonolento, Kyungsoo afastou o aparelho de sua orelha para checar a hora. — Oito de um domingo?

— Na verdade, – houve uma pausa significativa o bastante para o ruivo se espalhar pela cama, espreguiçando-se. — São sete e quarenta. Espero que às oito já esteja de pé, querido.

Ao seu lado, tão sonolento quanto, Jongin se movia. As cobertas que foram chutadas para a beirada da cama ao longo da noite, agora, eram puxadas pelo loiro que se cobria até a cabeça, resmungando à sua voz.

— Reformulando – bufou, voltando a fechar os olhos. — O que você quer às sete e quarenta de um domingo?

— Agora, sete e quarenta e um, m–

— Tao, cacete, o que você quer?

Se o ruivo se encontrava um tanto irritado, imaginava Luhan acordando ao som de um Zitao elétrico em plena manhã.

— Eu disse que precisaria de vocês hoje, oras. E você concordou!

Em silêncio, brevemente, Kyungsoo tentava recordar da tarde anterior – pelo menos do que havia prometido na presença dos outros dois. Conformado por ter perdido o sono, Jongin voltou a afastar os cobertores, arrastando-se pelo colchão para se acomodar contra um Kyungsoo que ainda tentava lhe dar certo gelo.

Merda… – concluiu o próprio pensamento com a única expressão possível para o momento.

Havia prometido.

— E é melhor se apressar. Já mandei um carro para buscar Luhan e os garotos – agora estava com medo do quão instável poderia estar o humor do amigo. — Ah! Leve Jongin com você.

Olhando para o emaranhado de fios descoloridos, arrependeu-se de não ter prestado atenção no que fariam naquela manhã – se é que Zitao havia os ditos na tarde anterior.

— Tudo bem…

Estranhando o comentário, apenas absorveu as palavras, fingindo que estava compreendendo o amigo.

— Tch–

E este ainda desligou na sua cara.

— O que ele queria?

Perfumando sua melancólica manhã, Jongin o fez de travesseiro. Apoiara a cabeça sobre seu peito desnudo, causando cócegas ao tê-lo relando as madeixas platinadas próximo de seu pescoço. Estava tão sensível, mais pela proximidade do que pelo contato em si, que apenas manteve a mão contra as costas amorenadas, sem coragem de afastá-lo.

Intimidade era o que não faltava entre os dois, mesmo que em tão pouco tempo. Conforme Jongin voltava a cochilar em seu colo, sentia a ereção matinal contra a lateral de seu corpo; ora também sentia a saliva do canto de seus lábios.

Apenas não ligava para aquilo.

— Eu não faço ideia – respirou fundo, tentando se concentrar e, logo, despertar. — Mas precisamos levantar.

Tão ligeiro quanto havia se instalado em seu peitoral, o loiro se apoiou nos próprios cotovelos, olhando para o homem enquanto tentava abrir os olhos em meio a pouca claridade que atravessava as persianas.

— Mas é domingo! – veja se não era mesmo sua alma gêmea.

— Sim! Foi exatamente o que eu disse.

Copiosamente bufando, assim como Kyungsoo minutos antes, Jongin jogou os cobertores sobre o ruivo, sentando-se à beirada do colchão. O jovem criara o hábito de dormir sem qualquer roupa o cobrindo – facilitava seu trabalho em algumas noites. Esticando os braços para cima, se espreguiçando, tomava coragem para se levantar. Estava quase se tornando uma rotina: Jongin o acordava, usava o banheiro e, logo, o deixava livre para Kyungsoo. Assim, o ruivo nem sequer fez questão de se levantar naquele momento, sabendo que Kai o chamaria quando o cômodo estivesse vago novamente.

— Bom dia.

A rouquidão em sua voz era característica das manhãs em que acordavam juntos; o Do simplesmente adorava.

Jongin girou os quadris, voltando a olhar para trás quando se debruçou sobre o ruivo. Posicionando as mãos em seus ombros, o loiro completamente desnudo os tomou como apoio para sentar-se em seu colo, uma perna em cada lado de seu corpo.

— Bom dia.

A resposta apenas escapou; se encontrava distraído demais com o lento aproximar de Jongin. O breve relar de seus lábios foi suficiente para o ruivo descer as mãos por seu corpo, apreciando cada vez mais a forma como o mais novo mantinha a postura, ainda que sentado sobre suas pernas.

— Vou para o banho, OK?

Sua entonação era bem sugestiva, principalmente se levasse em conta o fato de tê-lo em seu colo. E Jongin era sempre algo. O homem exalava sexualidade, mesmo quando não era sua intenção. Era fodidamente gostoso, o ruivo não cansava de afirmar – e de beijar, tocar, provar.

Concordando, deixou que o loiro se levantasse, completamente sem jeito ao enroscar um dos pés ao lençol. Virou-se de costas, proporcionando a visão que, Kyungsoo não podia negar, tornava sua manhã bem melhor.

Merda.

Estava tão apaixonado – nem sequer fazia questão de negar.

A forma como se pegou admirando Jongin, o tratando como a mais valiosa obra criada, o envergonharia depois de tanto negar estar caído pelo loiro. Deslumbrado, era como se encontrava. Completamente deslumbrado.

Que porra Jongin havia feito consigo para que o deixasse daquela forma?

O universo à sua volta se tornava uma cena em câmera lenta, onde o homem se erguia, contraindo todo o corpo ao que se esticava na ponta dos pés, espantando quaisquer vestígios de preguiça. Depois, frente à janela mal coberta pelas persianas, procurava por suas roupas – dando um espetáculo no que se referia à maneira como o tom de sua pele se destacava sob a luz.

Seu caminhar até a porta do banheiro, dentro da suíte, fora tortuosamente lento. Os quadris se movendo em sintonia com as firmes pernas, as nádegas expostas como todo o resto de seu corpo, o simples ato de existir, tudo conectava sua atenção ao jovem. Tudo.

Kim Jongin era definitivamente algo.

— Você não vem?

No dia anterior, os dois padrinhos do noivo juravam que o motivo para terem demorado tanto para descer do carro era o nervosismo de Zitao, que o impedia de pensar com decência ao procurar uma vaga.

É. Havia chegado à conclusão de que Tao apenas não sabia estacionar.

À distância, Kyungsoo pôde ver Luhan, junto aos gêmeos, de pé em frente ao gigante C13. Não havia como errar, já que os motoristas de Tao os deixaram ali. No entanto, também não havia como ignorar o enorme anúncio de estabelecimento fechado, ainda que através de sua vitrine pudesse ver certa movimentação.

— O que foi?

O ruivo falava com tamanha tranquilidade enquanto ainda se aproximava dos outros três que, para alguém que o conhecia bem como o amigo de madeixas rosadas, seu bom humor era nítido, quase nas alturas – e Kai não se encontrava tão diferente.

— O noivo decidiu ensaiar o atraso também.

Às suas costas, Jongin cumprimentava os gêmeos com abraços, íntimo até demais. Era engraçado como a simpatia do loiro havia conquistado até os garotos. Seyong gostava dele desde o momento que Luhan o falara sobre; era o tipo de pessoa que simpatizava até mesmo com a imagem pintada por outros. Já Sehun, este precisou se acostumar com todo o ar educado e divertido do Kim. Era suspeito demais alguém ser tão perfeito.

— Ele disse o que vamos fazer?

Aproximando-se do gêmeo de cabelos escuros, Kyungsoo o abraçou, puxando o outro para o abraço também. Mantinha os braços ao redor de seus pescoços, direcionando a pergunta a eles, já que Luhan e Jongin pareciam entretidos demais entre eles.

— Pesquisei o nome da loja na Internet. São roupas de casamento, festas no geral.

.Depois da tortura de escolher desde convites até guardanapos, o ruivo não se aguentou e pegou o celular no bolso do casaco, procurando pelo número que logo decoraria pela quantidade de ligações que recebia do loiro.

— Cadê você?

Antes que o noivo dissesse “olá”, Kyungsoo já o interrompia. No entanto, este não parecia o único impaciente. Ao fundo, podia ouvir a voz de Kris, e jurava que também a de Chanyeol, berrando indicações que mal conseguia compreender.

— Já estou chegando. Podem... – o loiro parecia completamente embolado consigo mesmo. — Podem ir entrando.

— Mas entrar aonde?

O noivo balbuciou algumas palavras, mas não dizia nada com nada.

— A porra toda está fechada, Tao – aproximando-se do ruivo, Luhan gritou próximo do telefone, pregando um susto em todos os outros.

— Esperem então!

De duas, estava surpreso pelo loiro ter conseguido escutar o que Luhan disse. E também por encontrarem Zitao virando a esquina – provavelmente pela segunda vez, já que era um carro diferente do dia anterior. Não era aquele que estavam procurando. Talvez ele estivesse copiosamente rodando o quarteirão e os outros nem sequer haviam cogitado.

Depois de cinco minutos, os mais longos de suas vidas, o homem estacionou o carro – e atrás de si, um coral cantarolava “Aleluia!”.

— Não me olhem assim...

Acuado, e agarrando a mão de Kris, o casal se arrastou até onde estavam seus padrinhos, felizes por finalmente tê-los todos juntos.

— Culpem Chanyeol. Ele, sim, se atrasou.

Em momentos como aquele, soava estranho estar junto do namorado – ou algo do tipo –, do ex-marido e do melhor amigo deste, pois ora mal parecia que haviam se divorciado. Estava tão acostumado com as brincadeiras dos outros dois que parecia enraizado em si.

— Culpem Baekhy–

Eca.

— Podemos entrar? – Kyungsoo o interrompeu, voltando a guardar seu celular.

 — Sim, claro! Marcaram um horário para nós. Bem exclusivos.

Tao forçara um sotaque engraçado e os outros definitivamente não entenderam o porquê, se é que havia algo para ser entendido. De qualquer forma, o loiro liderou o curto caminho até a loja que já presumiam ser a correta.

— Fecharam a loja para isso.

Ao contrário dos outros, que não deram a mínima para o comentário, Luhan sempre precisava comentar algo.

— Em um fodido domingo?

— Eu quero sigilo sobre o que vou usar – deu ombros, anunciando sua chegada ao forçar a porta de entrada.

— A menos que você vá usar um tule, não tem muitas opções pra surpreender, uh?

Seu amigo Kardashian deu zero atenção para Luhan, adentrando a loja quando, do outro lado, a abriram para os clientes. E, bem, a cada dia Kyungsoo se certificava de que lojas para pessoas ricas eram extremamente semelhantes.

Assim como a loja do Byun, tudo era tão branco e gelado. Por mais que as roupas dessem cor ao lugar, este ainda parecia singelo demais. Nada de papéis de parede, nem tintura diferente; apenas o simples lustre, igualmente branco.

Sem graça.

— Pontuais! Já começamos da forma certa – a vendedora bem uniformizada pareceu animada, apesar de ser péssima mentirosa.

Impossível estarem mais atrasados que naquele momento.

— Então, como vai ser a divisão?

Olhando para cima, Kyungsoo reparou para onde a escadaria à sua frente levava. O andar acima deles, exposto por ter toda sua frente aberta, tinha o dobro da quantidade de portas, que presumiu serem cabines, e o lugar era bem maior do que aparentava ser.

— Que divisão? – indagou Chanyeol, finalmente desviando os olhos de seu celular.

— Os noivos e seus padrinhos. Não posso deixar que se misturem. Nada de verem as roupas antes do dia.

Ao seu lado, em uma conexão, Luhan também arqueou as sobrancelhas, estranhando toda a questão de esconder a roupa. Não é como se Tao fosse usar um vestido de noiva,

Ou...

— Vocês quatro – Kris apontou para o Park, além dos gêmeos e de Luhan. — Comigo.

— Ah – a mulher resmungou, esta com números ao invés de um nome no crachá. — Não seria melhor se dividirem em três?

Com o silêncio absurdo feito por eles, a Sra. Monte de Números completou:

— É apenas um modo de organizar o atendimento, OK? Quem escolheram como padrinhos é definitivo para o casamento.

Como se houvesse sido esclarecida a razão da vida, todos começaram com a chuva de “ah”, “claro”, “entendido”, enquanto Kyungsoo apenas pensava no qual vergonhosa era a cena que corria naquele momento.

— OK. Irei te dar um passe para transitar entre os dois andares – rabiscando um cartão qualquer, este foi entregue a Chanyeol. — Combinados?

— Podemos começar.

Quando Tao o disse, pareceu um bocado mais animado que na amostra de bolo ou no planejamento da decoração. Bem, talvez fosse por estarem todos juntos – ou por finalmente poder exibir o corpo divino dentro do terno.

— Podem me acompanhar.

A seguindo para debaixo das escadas, Kris finalmente parecia animado quanto ao seu próprio casamento. Veja, queria com todo o seu ser que tudo desse certo, o quão antes possível, mas era tanta informação simultânea que sentia como se fosse ficar louco a qualquer instante.

Quando decidiram que o casamento seria agendado para o fim daquele mês, procurando por uma organizadora que encarasse a vontade inusitada do casal, a primeira coisa que lhe foi explicada era que seus padrinhos seriam seu auxílio; quando a cabeça se encontrasse cheia demais para resolver os mínimos detalhes sozinho, desde iluminação até ajustes de som, os amigos estariam ali para colaborar com aquilo.

Claro, quando tomaram a decisão, Chanyeol e Kyungsoo estavam mais do que separados, mas ainda havia uma tensão em pôr todos dentro de ternos, precisando agir com maturidade em um momento tão importante para Kris. Já havia tanto receio do que poderia dar errado caso o antigo casal resolvesse se estranhar justamente naquele sábado que o homem até preferia resolver tudo sem contar com a ajuda de terceiros. Estava acostumado, até.

Se deseja perfeição, deve fazer acontecer – e o Wu realmente o fazia.

— Então, já pensaram na cor?

Ryo, como dizia o canto de seu crachá, indagou diretamente ao noivo, os fazendo presumir que se tratava da roupa que este idealizara para o grande dia.

— Branco?

O som de reprovação de seus padrinhos o fez mudar de ideia instantaneamente.

— Provavelmente Tao vai estar de branco – murmurou Sehun, dedilhando as amostras de tecido na paleta de cores.

— Ah... Preto? – sugeriu Chanyeol.

— Muito comum.

Da mesma forma que Kris não parecia ter muitas ideias – até porque, encontrava-se limitado demais –, este também não gostava de nada que lhe era sugerido.

— Algo acinzentado, então?

Pensavam que Ryo, que os atendia, teria a resposta para seus problemas, mas então imaginou como o homem alto e esguio ficaria dentro do paletó cinza – apenas faltaria uma maleta para sair do casamento direto para o escritório.

— Azul? Você fica bem de azul!

Em algum momento entre os palpites, Chanyeol começou a chutar cores aleatórias que não tinham nenhuma combinação com os arranjos azuis e brancos. Precisava de algo simples, bonito e moderno, não das ideias espalhafatosas do outro.

— Me ponha em algo azul e vou acabar camuflado no painel de flores.

— Deus! – assim como a funcionária se encontrava confusa, Sehun estava frustrado, largando a paleta sobre um dos assentos para tomar a palavra. — Dessa forma, nós nunca vamos sair daqui.

Dando uma última espiada nas cores que poderia pensar em sugerir, pensou consigo mesmo: eram ricos. Deviam estar pagando uma nota apenas pelo horário marcado. Poderia fazer uma ou outra exigência e, provavelmente, teria uma resposta à altura.

— OK. É possível fazer alguns ajustes nas roupas?

Checando a data do casamento, Ryo afirmou, possivelmente pela mínima quantidade de padrinhos que ali havia.

— Então, arranje algo escuro – fixou os olhos em Kris. — Não azul, mas também não preto. Algo mais próximo de... Grafite! Mas menos chamativo, por favor.

Logo, mais uma mulher se juntava a eles, recolhendo medidas enquanto o moreno soltava o verbo sem dar chance para discordarem.

— E para os padrinhos, os de Tao também, siga um degrade de tons de azul, uh? De Turquesa até, não sei... Royal? E descarte azul marinho; nada que desfoque Kris.

— Uau... – murmurou Chanyeol, quase em um sussurro.

Por pouco, Luhan não controlou seu sorriso orgulhoso. Era seu garoto ali, e adorava seu jeito autoritário.

— Ele faz moda ou algo assim? – completou, olhando para o gêmeo de cabelos descoloridos.

— Sehun é incrível em qualquer coisa.

— Obrigado pela parte que me toca – por mais que o agradecimento fosse sincero, o sorriso curto deu corte a qualquer assunto.

Personalidade difícil.

Enquanto esperavam pelos modelos que serviriam de base para seus ternos – e já haviam se conformado que demoraria, tamanha fora a lentidão com a qual as mulheres se retiraram –, Luhan pensou em espiar o andar acima. No entanto, o passe para transitar era levado a sério – mesmo que apenas estivessem os oitos ali, além das atendentes.

Caminhava por debaixo da escadaria, procurando uma forma de chegar até um ponto onde pudesse observar os outros. OK; adorava estar com Kris, além de ter liberdade de estar com os gêmeos, mas era curioso demais para não tentar checar as roupas dos outros.

— ... Não tem problema algum. Pode pegar algo bem apertado nas coxas, mesmo.

Por mais idênticos que os gêmeos pudessem ser, no interno e externo, não havia modo de Luhan se confundir quando estes entreabrissem os lábios e deixassem a voz ecoar. Seyong sempre teve uma forma mais afobada de falar, quase como se corresse com as palavras para que não perdesse o foco – mesmo que não precisasse. E, por detrás da pilastra, quase escondido atrás das escadas, o mais velho escutava bem as palavras do loiro, e gostava do que escutava.

Encarando brevemente a vitrine, o jovem foi impedido de caminhar mais à frente. Se o fizesse, e olhasse para cima, teria visão completa dos rapazes – se é que estes não se encontravam para os fundos do lugar, já que não conheciam o espaço. De qualquer forma, Seyong pegou o celular no bolso detrás, prendendo a atenção na tela e dando a oportunidade perfeita para o irmão que se achegava às suas costas.

— Então quer dizer que você quer algo bem... – o pregando um susto, Luhan não hesitou em agarrá-lo por trás, abraçando sua cintura com firmeza. — Apertado?

Respirou fundo.

Merda. Seu cheiro era maravilhoso. Não cansava de apoiar o rosto contra sua nuca, suspirando contra sua pele suavemente perfumada. Deixara uma de suas mãos cair pelas coxas do jovem, logo as apertando para, então, afundar os dedos pelo espaço entre suas pernas, juntando seus corpos ao que o puxava pela virilha.

— Tenho algo que talvez você queira experimentar.

Isolados atrás da coluna, não pensaram muito bem na situação – afinal, não faziam nada demais, até então. O mais velho apenas apertou o volume no centro de suas calças, deixando um Seyong desnorteado, anestesiado, entre seus braços. Suspirava contra seu ouvido, massageando suas bolas sobre o grosso material da jeans.

Merda. Odiava admitir que voltava a ser um adolescente quando se tratava dos gêmeos.

— Vocês dois não prestam.

A voz às suas costas afirmou, e o casal somente não se virou de imediato por conhecer bem o tom áspero – e excitante – de Sehun.

— Só... Venham provar as roupas.

Diferente de Chanyeol, que apenas pegou suas roupas para trocar-se no andar acima, Seyong admirava cada centímetro das peças como se, primeiro, imaginasse como se encaixaria nelas para, então, vesti-las. Era o medo de, ao olhar o próprio reflexo, decepcionar-se com o que encontraria. Não chegava a ser cômico, mas era, no mínimo, peculiar a forma como louvava seu gêmeo por sua beleza e, quando se tratava de si mesmo, idêntico ao outro, simplesmente se sentia como a versão despetalada da flor que eram.

— Ei... – o despertando, Luhan estalou os dedos enquanto recostado à porta do provador. — Venha.

E não hesitou para o namorado; para sentir-se apreciado.

Subindo as escadas com uma calma invejável, Chanyeol desembolava a gravata que tinha em mãos. Havia tentado adiantar seu próprio lado, mas ainda teria que se despir para vestir todas as peças que carregava consigo. Não adiantaria de muito fazê-lo ali, pois, de qualquer forma, não poderia tirar suas roupas fora do provador – ou talvez apenas não devesse, certo?

Pois bem. Não havia como errar. Ao chegar ao último degrau, passando pelos sofás brancos e de couro, empurrou a porta amadeirada de correr. Deveria ter prestado atenção nas vozes que dali ecoavam, pois, ao contrário de encontrar Zitao fissurado com o próprio reflexo, dera de cara com um Jongin nada satisfeito – ainda que estivesse certo de que o casal não havia o notado ali, estático com os dedos pressionados na porta.

Não havia como retornar sem chamar atenção.

— Mas percebe que não tem cabimento?

Empurrando o Kim contra um dos sofás, Kyungsoo posicionou-se sobre o seu colo – visivelmente incomodado com as justas calças que usava, estas que definitivamente teria de ajustar.

— Eu... Temos brigado tanto e... Só deveríamos esquecer toda essa merda e continuar.

Àquela altura, Jongin apenas tinha olhos para o ruivo.

No início, havia achado terrível a combinação dos cabelos puxados para o vinho junto ao terno Royal, mas admirara tanto como este marcava as curvas de seu corpo que, em segundos, havia se acostumado com a forma que Kyungsoo caminhava dentro deles.

— Continuar – o loiro o roubou um beijo, correndo os dedos por suas nádegas logo em seguida.

Bem, não poderia culpar o homem que os assistia por mirar tal parte de seu corpo.

— Isso mesmo. Esqueça Chanyeol e toda essa história.

Como é?

As grandes orelhas estavam ouvindo demais ou, aparentemente, Jongin estava com ciúmes?

— Você vai ser o homem mais bonito desse casamento.

— Não mais do que eu – pregando um susto nos três, Zitao saiu de uma das cabines pulando para que conseguisse fechar o botão de sua calça. — E pode entrar, Chanyeol.

Engolindo a seco, o maior se enfiou na cabine da qual o loiro havia saído, ignorando quaisquer olhares que o casal o direcionasse. Não só se sentia envergonhado como detestava a vulnerabilidade que deixara transparecer. Agora, apenas esperava que logo se esquecessem deste episódio e seguissem para a próxima vergonha que passasse.

— Você... Cacete. Pensei que não havia como surpreender, mas, é... Único.

Sem abandonar o colo do pseudo-namorado, Kyungsoo admirava Zitao. Não queria entrar em detalhes sobre como o loiro parecia uma estrela dentro do conjunto branco, mas precisava ressaltar que a classe que este exalava já lhe acrescentava pontos.

— Dessa vez, preciso concordar – tentando abrir as pernas comprimidas nas calças azul piscina que pescava em si, Kai se esforçou para elogiá-lo devidamente. — Não poderia encontrar algo melhor.

— Claro, o modelo ajuda.

No entanto, assim como o noivo usava a expressão para si, esta era a única que rondava a mente de Sehun ao tirar um momento para admirar o namorado mais velho, este que se ajeitava no paletó em tom pastel.

Quando sugerira tal tom para Ryo, era justamente em Luhan que pensava; em como os cabelos castanhos, e já havia comprado a tinta para aquilo, se destacariam com os sapatos escuros, assim como a gravata que este usaria, e engraxados.

— Precisam de alguma ajuda?

O único que precisava de algo era o próprio Sehun, mas havia apenas duas pessoas específicas que poderiam ajudá-lo – e elas estavam à sua frente no pequeno cubículo.

Não via a hora de vê-los se despindo.

— Na verdade, – pigarreando, o moreno agarrou as roupas que mal couberam em seu corpo e ergueu-se do estreito banco que havia no provador. — Erraram no tamanho. Estas são pequenas demais.

— Ah! Claro. Volto em um segundo.

Merda.

— Bem, – o jovem se pôs a pensar, fazendo os outros dois resmungarem por este não fechar logo a porta. — Pensei que, talvez, pudesse encontrar algo verde-água, talvez azul pavão. Que tal um pouco dos dois?

Ryo pensou um pouco antes de respondê-lo, mas logo o fez, retirando-se com um sorriso no resto e acenando positivamente.

Ao trancar a porta novamente, encostando-se a porta da cabine, encontrou seu assento ocupado pelo mais velho e, diferente da cena comportada que esperava encontrar – apesar de desejar exatamente o que avistou –, precisou de um segundo para capturar todo o conteúdo.

Com o botão de sua calça aberto, Luhan mantinha-se desleixado sobre o puff; cabeça recostada ao espelho atrás de si, os lábios entreabertos, as madeixas bagunçadas e, o melhor, com a camisa branca desabotoada até o fim. A posição, os espelhos, a forma como Seyong o admirava copiosamente, era demais para sua mente.

— Isso me lembrou de algo.

Entreabrindo os botões da própria calça, Sehun se desfez dessa.

— Espero que do mesmo que me lembrou.

E, simultaneamente, sem desviar os olhos um do outro, disseram:

— O elevador.

Ah, aquele dia.

— Acho que nunca vou os perdoar por não ter estado lá.

A situação havia deixado sua marca – a primeira vez que Luhan havia se deixado levar, sendo corrompido pelo outro, assim como o corrompera. Dentro daquele elevador, presos com a precária iluminação de suas lanternas e algumas latas de cerveja, fizeram da infelicidade o momento que mudaria tudo, fodendo literalmente com quaisquer limites que já haviam os sido impostos.

— Não tem problema – impulsivo como o normal, o moreno se aproximou do mais velho, dando espaço para que Seyong se ajustasse com as costas recostadas à porta. — Posso dar uma amostra agora.

— Senhor?

Paciência; era do que precisava naquele instante.

— Aqui está! – disse Ryo, sem nem imaginar que estava prestes a ser morta.

Brincadeirinha.

Voltando a se levantar, bufando em dobro, entreabriu a porta apenas para pegar o amontoado de roupas.

Contudo, um único conjunto já havia despertado sua atenção, o fazendo jogar a própria camisa para o lado ao apressar-se para ter as vestes cobrindo seu corpo.

O azul parecia tão cintilante e, com a gravata tão escura quanto os seus cabelos, apenas imaginava o quão bem ficaria quando todos os padrinhos se juntassem.

— Não é que essa merda ficou ótima?

Acima deles, o casal, e Tao, colocavam suas roupas após terem escolhido o que usariam no sábado; coincidentemente, quando Chanyeol esbarrou em Ryo enquanto descia.

Sr. Park? – não havia um único ser sem estar um tanto quanto irritadiço com a jovem Ryo? — Falta apenas o senhor para que o noivo se decida.

Este nem se preocupou em respondê-la; apenas deu passagem para que a mulher continuasse a subir as escadas e voltou a descê-las. Pelo menos tudo o que se referia aos padrinhos já havia sido decidido. Logo poderia voltar para a sua casa – era o pensamento que sustentava o constrangido Chanyeol.

— É esse.

Mal havia chego ao espaço aberto e já ouvira Luhan afirmando coisas.

Estava enjoado, admitia, mas não mentiria para Kris em hipótese alguma, e aquela era uma daquelas onde não havia necessidade para mentiras, pois o amigo estava incrível com a roupa. Santo Sehun que havia optado por aquele tom; era o ideal para o noivo.

— Definitivamente esse.

Com isso, os gêmeos apenas acenavam positivamente; claro que o moreno estaria feliz com a escolha.

— Vocês dois concordando? – houve um momento de silêncio ao que Luhan e Chanyeol se entreolharam, trocando um breve sorriso que mais parecera envergonhado do que amigável. — Certamente é esse.

Pelo que o de madeixas rosadas podia se lembrar, nunca vira Yifan com um sorriso como aqueles. Não era o sorriso apaixonado que abria quando encontrava Zitao, nem tampouco o que abria as risadas que explodiam com as piadas sem graça do Park. Era diferente, quase... Completo.

E, ainda que sua mente pedisse por descanso, após o curto fim de semana que parecera o mais longo que já vivera, a temática em sua cabeça não mudava; era casamento para todos os lados.

Logo, assistiria Kyungsoo casando-se novamente, cedo ou tarde, talvez Chanyeol e o jovem Byun. Não se surpreenderia se acordasse no dia seguinte com a notícia de um casamento coletivo... Apenas o deixava insatisfeito saber que sua vez não estava entre a deles.

Bem, contanto que todos ao seu redor estivessem felizes, estaria igualmente feliz – e era o que importava.

 


Notas Finais


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