Katherine
Saí do apartamento de Peter e andei pelas ruas sentindo o ar gelado contra o meu rosto. Porque eu tinha agido daquela forma? Justo com o garoto mais legal que eu já conheci. Eu me sentia estúpida e precisava bater em alguém, ou fazer alguma coisa para me livrar desse sentimento.
Coloquei a máscara e a jaqueta escura com capuz. Eu também precisava de uma roupa melhor. Vi uma agitação estranha num banco a uma quadra e caminhei apressadamente para ver o que estava acontecendo.
Havia quatro homens em frente aos caixas eletrônicos, três deles usavam máscaras com desenhos e uma eu pude reconhecer, graças a Ned, era o Darth Vader. O outro tinha um aparelho que eu nunca havia visto nada igual antes e que envolvia parte de seu braço, ele caminhava de um lado para o outro enquanto os três mascarados utilizavam um outro aparelho nos caixas.
Caminhei até próximo a porta em silêncio e entrei. Eu poderia fazer um bem e ainda descontar tudo o que estava sentindo. O homem com a jaqueta de manga verde e o aparelho que cobria metade do braço me notou e caminhou em minha direção com um sorriso no rosto.
—Você não deveria ter entrado aqui – ele falou negando com a cabeça.
—Eu digo o mesmo – respondi caminhando contra ele e o socando no rosto.
O homem deu alguns passos para trás e os mascarados pararam alertas.
—Continuem o que estão fazendo – ele ordenou fazendo com que o aparelho em sua mão brilhasse num tom azulado – O Shocker cuida disso.
—O Shocker é você? – perguntei e ri abafado o fazendo me encarar com raiva – Desculpa, sempre fico confusa quando as pessoas começam a falar em terceira pessoa.
Então antes que eu pudesse processar o homem me deu um soco no estômago usando a máquina que brilhava em seu braço, fazendo com que eu atravessasse o vidro do banco e caísse de costas na calçada.
Isso deixaria uma marca.
Observei uma figura vermelha passar rapidamente por cima de mim. Me apoiei sobre meus braços enquanto olhava para o Aranha na parede me encarando.
—Precisando de ajuda? – ele perguntou pulando para o chão e estendendo a mão em minha direção.
Me levantei sem sua ajuda sentindo minhas costas doerem. Encarei o tal Shocker e voltei meu olhar para o Homem-Aranha.
—O de jaqueta verde é meu.
Entramos no banco e ele caminhou em direção aos três homens.
—Cara, vocês nunca cansam?
Encarei Shocker, que ativava sua arma mais uma vez.
—Você vai se arrepender disso – falei fazendo a energia fluir em minha mão.
Caminhei em sua direção e o derrubei com um soco. Subi em cima dele o impedindo de sair, seus olhos encaravam minha mão direita com pavor enquanto ele se remexia e eu o segurava com meu joelho em seu peito.
Podia escutar o Aranha falando algo enquanto saltava de um lado para o outro atingindo os três assaltantes. Coloquei minha mão sobre o aparelho que cobria seu braço dando altas cargas.
Quando minha energia chegasse a sua pele primeiro ele sentiria a formigação, depois vinham as dores. Ele começou a tentar se livrar de meu toque enquanto eu o segurava firme, eram os espasmos e as contrações musculares. Quando seus olhos se abriram ainda mais eu soube que estava tendo alterações nos batimentos cardíacos.
O soltei e levantei antes que ele tivesse uma parada respiratória ou cardíaca e o encarei se remexer com dor no chão antes de desmaiar. Me virei e vi o Homem-Aranha me encarando com aqueles olhos estranhos.
—Ele não está morto, está? – ele perguntou virando seu rosto para o homem no chão.
—Não, ele vai ficar bem – respondi caminhando para fora.
—Não é bem meu estilo, mas funciona – ele falou caminhando atrás de mim. Havia alguma coisa familiar em sua voz – Foi bom trabalhar com você.... - disse gesticulando com a mão em minha direção – Esse é o momento que você diz o seu nome.
—Eu não sou ninguém – falei e apontei para trás em direção ao banco – E isso nunca mais vai acontecer.
—Tudo bem – ele falou enquanto olhava para o carro de polícia que virava a esquina – É incrível como estão sempre atrasados.... Foi um prazer trabalhar com você, Ninguém.
E então ele saiu, balançando em suas teias enquanto eu corria pela rua em direção a casa em que eu morava. Algumas ruas depois tirei a máscara e depois de algumas quadras cheguei em casa, entrei e antes que alcançasse as escadas Agnes apareceu saindo da cozinha.
—E então, como foi? Se divertiu com seus novos amigos? – ela perguntou com os pequenos olhos brilhando.
Era o sonho de Agnes que eu saísse com pessoas da minha idade, então eu podia dizer que ela estava mais feliz do que o comum.
—Foi legal – respondi e ela me abraçou de repente.
Eu não era muito fã de abraços, ainda mais com as dores que estava sentindo nas costas.
—Que bom. Fico feliz que esteja fazendo amizades – ela falou e me soltou – Tem torta na geladeira, se quiser.
—Não estou com fome – falei e ela assentiu – Eu estou cansada, vou para o quarto. Boa noite.
—Só não faça muito barulho. Garfield acabou de deitar e você sabe como ele é... – Agnes falou e eu fiz um ok com a mão enquanto subia as escadas.
Abri a porta do quarto e caminhei para o banheiro. Tirei minha roupa e me virei de lado encarando o espelho, havia alguns hematomas e cortes em minhas costas e braços. Não estava tão ruim quanto eu pensava, mas eu me sentiria quebrada pela manhã.
—Ótima ideia. Dar uma de louca e tentar combater assaltantes – ri sarcástica de mim mesma enquanto entrava embaixo do chuveiro – Isso definitivamente nunca mais vai acontecer.
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