Alexy
O tempo foi bastante massacrante. Esperei que a noite passasse voando e logo que amanheceu, todos estavam de pé. A polícia resolveu que iriamos mais cedo e ficar de guarda, esperando a hora combinada no local. Eles chegaram pela manhã, com um grande número de homens. O delegado Armin gritava as regras.
- Atenção, quero que o grupo A feche todas as estradas de ligações com o nosso alvo. O grupo B fará um círculo em volta do local. Qualquer barulho de tiro, invadam a residência. Grupo C, posicionem comigo. Tem permissão pra atirar a qualquer ameaça eminente. Dispensados.
Todos foram saindo, correndo para os carros e nós nos preparamos para entrar no carro. Ang foi conosco e as outras garotas resolveram ir depois. Fiquei bastante tenso durante o caminho, até que Ang toca em meu braço.
- Não se preocupe, ela está bem.
Olho pra estrada e murmuro:
- Tomara que sim.
Adhara
Não consegui dormir direito, fiquei olhando pra hora a cada momento. Lysandre descansava ao meu lado. Quando amanheceu, perto das oito horas, Ambre desceu com uma bandeja com café e pães.
- Não dormiu?
- Não. Estou preocupada demais.
- Vai dar tudo certo. Levarei Charlotte pra cima, provavelmente Nathaniel fique sozinho na sala. Quando eles chegarem, o resto é conosco.
- Esta bem. E você, muito obrigada por ter me ajudado.
Ela me abraça.
- Eu que agradeço. Depois que eu sair daqui e cumprir minha sentença, serei uma pessoa melhor.
Ela sobe as escadas e tranca. Acordo Lysandre e tomamos o nosso café. Ficamos deitados lado a lado, esperando a hora chegar. Mas algo dá errado. Trinta minutos depois, Nathaniel desce as escadas com a arma na mão.
- Sua vadia, como?
Ele me puxa pelo braço e aponta a arma pra Lys, gritando:
- Como? Me diz!
- O que?
- Eu vi. Lá fora, entre os matos, tem alguns homens, e um carro estacionado lá fora. Quem são?
- Sua sentença!
Com o deslize dele, Lys consegue bater em seu braço, e a arma voa, mas Nathaniel esmurra seu rosto ferido. Lysandre cai e ele me solta para ver se ele continua acordado, então subo correndo as escadas. Esuqeço de pegar a arma, mas posso correr e gritar por alguém.
Ele pega a arma caída perto da cama e vem atrás de mim e me agarra pelo braço, bate com a arma em meu rosto, fazendo-me ir pro chão, parando no meio da sala e apontando o revólver pra mim. Meu coração descompassa. Mas Lysandre aparece, com um pedaço de madeira que estava jogado no canto, atacando ele pelas costas. A madeira tinha um parafuso na ponta, que fica pendurado em seu braço. Nathaniel grita de dor e seu braço sangra sem parar. As meninas aparecem na escada. Quando Charlotte resolve ir ajudar Nathaniel, Ambre a empurra, fazendo-a rolar até o chão, batendo a cabeça no armário. Depois a mesma some.
Nathaniel tinha conseguido tirar a madeira e com ela, estava tentando bater em Lys, mas ele consegue tirar a madeira de sua mão, recebendo outro soco e cai. Quando Nathaniel se vira, estou com o revólver apontado pra ele. Estamos ofegantes. No fundo, vejo Lysandre se mexer, mas não desvio o olhar de Nathaniel.
- Então, atira.
Faço mira para seu coração.
- Atira.
Aperto um pouco o gatilho.
- Isso só nos fará iguaizinhos.
Olho para ele. Consigo ver seu instinto assassino nos olhos.
- A diferença é que sinto compaixão pelos meus inimigos. Sendo assim, posso te perdoar.
Dois disparos.
Alexy
Quando chegamos, alguns minutos passam, até que escutamos dois disparos. Saímos correndo para a casa e arrombamos a porta. Olho pro cenário. Lysandre recostado na parede, Ambre ao pé da escada apontando uma arma, Nathaniel no chão com o pé e o peito sangrando e Adhara com um revólver na mão. O próprio que está baleado geme de dor e desmaia. Ambre desce e vai ajudar Lysandre no canto. Os policiais sabem que ela é do bem, mas será presa também. Os policias algemam Charlotte enquanto outros checam o corpo de Nathaniel.
- Ele só esta desacordado. Chamem a ambulância e deixem-no como está.
Alguns policiais saem. Vou abraçando Adhara com toda a força que me resta. Meus olhos se enchem de lágrimas.
- Temi que não te visse nunca mais - ela diz.
- Mas estou aqui. Não vou te deixar.
Armin vem em nossa direção.
- Deixe essa arma aí - ele tira a arma da mão dela, e verifica as cápsulas. Todas cheias. - Não foi você quem atirou?
- Ela não teria coragem disso - disse Ambre, sentada ao lado de Lysandre. - Já tinha manuseado uma arma, achei que fosse melhor eu atirar.
- Bem.. fez um bom trabalho - ele coloca a arma no sofá. - Você está livre agora. Homens, retirem-se.
Os policiais saem. Lysandre é levado por um deles pro lado de fora. Armin me chama pro lado de fora. Deixo Adhara conversando com Ambre.
- Como devo deixar a situação da outra moça? - ele pergunta.
- Ambre ajudou Adhara a escapar. E ela foi influenciada por Nathaniel. No meu ponto se vista, ela é inocente.
- Por um lado sim. Mas ela fica no papel de cúmplice. Deve pegar seis á oito anos.
- Bem, pelo menos o pesadelo acabou.
Mas disse isso precipitadamente. Escuto uma palavra e barulho de dois tiros, seguido de mais um. Quando olho para dentro da casa, vejo um corpo caindo.
Adhara
Alexy me deixou a sós com Ambre. Olho pro corpo de Nathaniel e sinto vontade de terminar tudo de uma vez.
- Conseguiu. Mas agora, mesmo depois de ter te ajudado, ainda vou pra cadeia.
- Vou testemunhar a seu favor, mas não garanto que vai limpar sua barra.
- Tudo bem. Fez o bastante por mim. Espero que sua vida melhore daqui pra frente.
- Te desejo o mesmo, Ambre.
A abraço com força. Depois que a solto, olho pra frente, vejo Nathaniel com a arma em punho.
- Cuidado!
Ambre se vira e empunha a arma, com um bom reflexo. Mas recebe dois tiros no peito. Abraço suas costas e coloco meu dedo em cima do dela no gatilho, atirando no ombro dele. Ele cai novamente. E Ambre também.
Olho para ela, ainda com vida. Alexy aparece do meu lado e Armin também.
- A-Adhara. Eu.. estou morrendo.
- Não, você vai ficar bem.
- Não chore por mim. Apenas diga, diga que.. me per-doa.
- Eu te perdoo.
Ela respira. Armin coloca as algemas em Nathaniel, deixando-o ali no chão.
- Que bom. E- espero que seja feliz. Ia odiar saber q-que, de certa for-forma arruinei sua vida - ela diz, as palavras saindo cada vez mais fraca. - Obrigada pelo perdão..
Ela sorri pra mim. Então fecha os olhos. Ela morre em meus braços. É uma vida, e mesmo fazendo todo mal que me fizera, ainda assim não merecia morrer, então choro sobre seu peito. Infelizmente, ela se foi. Terá a sua sentença lá no céu. Mas vamos fazer justiça aqui na terra.
- Prometo a você: a justiça será feita.
A ambulância chegou. Colocaram o corpo de Ambre na caixa e cobriram com o lençol branco. Ang veio ao meu encontro e nos abraçamos. Ela chorava bastante.
- Quero pedir desculpas por ter bri-
- Não quero desculpas - a interrompo. - Apenas me abrace e estará tudo bem.
Ela me abraça forte. Logo depois, Priya, Delanay e Violette aparecem no táxi. Priya soube a noticia da irmã, e chorou desconsolada. Ang a amparou, mas ela decidiu ir na casa da mãe com Delanay e sua irmã. Nathaniel foi colocado na maca e ficou dentro da ambulância. Os paramédicos conversaram com Armin por algum tempo, enquanto alguns me atendiam na varanda do casarão. Alexy estava o meu lado.
- Levaram Lysandre pro hospital na outra ambulância. Ele está bem, saíra de lá a noite.
- Esta bem - digo.
- Você teve pouca esfoliações. Precisa apenas de um bom descanso - diz o paramédico e se retira.
O delegado Armin vem pro nosso lado enquanto os médicos se preparam pra entrar na ambulância.
- Nathaniel será levado pro hospital para retirarem a bala de seu corpo. Se sobreviver a operação, deve pegar quinze a vinte anos de prisão, sem direito a regime semi-aberto. A bala está alojada num local perto do rim e parece que não corre risco de vida.
- É uma pena - diz Alexy.
Mas não presto muita atenção no que dizem. Meu foco está numa cena que vejo. Os paramédicos entram na ambulância onde Nathaniel esta, mas o carro não sai do lugar. Logo eles saem novamente e abrem a porta dos fundos.
- Armin, posso te pedir pra ficar com uma de suas armas? - digo.
- Ora, por que?
- Tenho a impressão de que vou precisar.
Um paramédico corre pra nossa direção, mas já sei o que dirá. A mancha de sangue na maca e a paramédica desacordada no fundo da ambulância diz tudo.
- Nathaniel fugiu - diz o policial, ofegante.
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