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História Enfim.. - Batidas...


Escrita por: samis_dono

Notas do Autor


Aguentem...
Foi dificil escrever esse capítulo
Boa leitura..

Capítulo 37 - Batidas...


Fanfic / Fanfiction Enfim.. - Batidas...


Adhara  


 
Ele parou ao lado de uma linda casa que ficava num pequeno vilarejo. As pessoas pareciam calmas e simpáticas. Viviam como se vive no campo e tinha um mar que ficava do lado de uma floresta, onde tinha um grande morro. Dava pra ouvir as ondas quebrando. Ele me puxou para dentro da casa. Estava decorada com flores e móveis belíssimos. Era linda por dentro e localizada num lugar bonito. 
- Por que me trouxe aqui? 
- Adhara, eu queria te fazer um pedido. Mas vou compreender se não quiser, é claro. 
- Faça. 
Meu coração está descompassado. Ele segura minhas mãos, e ele está frio. Olha em meus olhos, e sinto o que senti na primeira vez que vi esses olhos coloridos. 
- Você aceitaria vir morar aqui, comigo? 
Congelo. Meu coração parece ter parado.  
- E-eu.. eu... 
- Claro que, se quiser, você pode trazerAlexy e as suas amigas. Viveremos todos juntos, não é tão distante da cidade - ele fala, andando meio nervoso. - E se não quiser, é claro, espero que pelo menos aceite vir me visitar e passar uns dias comigo e.. 
- Sim. 
- Sim o quê? - ele para quase que abruptamente.  
- Eu aceito vir morar contigo. 
- É sério? - ele abre um sorriso enorme. 
- Por que não? 
Ele vem até mim e me abraça. Um abraço tão gostoso que sinto seu coração bater. É uma proposta estranha, eu sei, mas é uma decisão que tomei com consciência, e não me arrependo. Sei que não. Nos beijamos com pudor, se deliciando do cheiro da casa.
Ele me puxa pra fora e nós enfrentamos a floresta. Depois o caminho toma uma subida, e logo chegamos ao topo, com uma linda vista pro mar. Quando olho pra trás, vejo o vilarejo, preparando-se para a soneca que vem depois do almoço. Uma lágrima desce, de felicidade por nunca ter visto tanto esplendor. Ele me encara, então nos deitamos na grama verde. Ele segura minha mão e diz: 
- Gostaria muito de ser parte dessa terra. 
- É um lugar lindo. 
- Aprecie o momento. A vida é tão curta. 
Ficamos em silêncio. Fecho os olhos e choro. Choro de alegria, choro como nunca chorei, sem soluços, só as lágrimas descendo forte. Nunca derramei lágrimas por estar tão feliz..
- Me promete duas coisas? - ele diz. 
- O que? 
- A primeira é que todas as promessas que você fizer, tem que ser feita de coração.  
Olho pra ele, então com o dedo indicador, faço uma cruz no local do coração, como símbolo. 
- A segunda é que, quero que você viva sua vida como se um dia fosse melhor que o outro. Quero que seja feliz, independente de encontrarmos ou não Nathaniel, tá? Agora que estamos juntos, temos que aproveitar a vida juntos. 
- Está bem. Se você prometer ficar comigo pra sempre e criar nossos filhos com leituras e vitorianismo. 
Ele ri, uma risada gostosa e aconchegante. 
- Prometo. 
- De coração? 
Ele pega minha mão e coloca o dedo indicador em cima do meu, marcando a cruz em seu coração. 
- Prometo.  
Ficamos em silencio por mais dez minutos, até que voltamos pra casa. No carro, a conversa estava animada, mas eu sentia breves dores na parte das têmporas, o que me deixou preocupada. Assim que chegamos, que eu sai do carro, notei algo estranho. A casa em silêncio, sem nenhuma música. 
- Esqueci uma coisa no carro. Vai entrando - digo. 
Volto pro carro e tiro da bolsa a arma que carrego, colocando presa na calça. Vou caminhando, sentindo o coração bater fortemente. Quando entro em casa, que fecho a porta com cuidado, estranho o silêncio. Quando chego a sala, Alexy e Armin estão amarrados nas cadeiras e Lysandre olha espantado para mim. Quando olho pra trás, encaro os olhos de raiva e ódio de Nathaniel. 
- Estava a sua espera. 
Ele me agarra pelo cabelo e me joga no sofá, apontando a arma pra Lysandre, que está paralisado.  
- A peça só começa com a atriz principal. 
- Nath - digo, com calma -, que bom te rever. 
Ele me olha como se estivesse confuso. 
- Como está? - digo, me recompondo. - Sente-se, e fale de sua aventura. 
- Isto é uma pegadinha? 
- Que é isso, é jeito de falar com alguém que esperou você aparecer desse jeito? 
Ele olha pra Lysandre, e me encara por um tempo, depois sorri. Um sorriso de alívio. 
- Você finalmente confia em mim, acredita agora que vamos ficar juntos pra sempre? - seus olhos piscam, desordenados. Está louco. 
Me levanto e vou em sua direção. O abraço de forma terna, apontando pra Lys onde tinha uma pequena faca guardada na prateleira de livros. 
- Sempre acreditei - sussurro em seu ouvido. Me afasto devagar, e seus olhos brilham. - Agora! 
Lysandre levanta a faca e enfia em seu braço. Tiro a arma de minha cintura, mirando em seu outro braço. Ele grita de dor e se ajoelha. Vejo a cena, no local da faca estava um curativo do ferimento que Ambre fez. Mas agora está acabado. Chuto a arma pra longe de sua mão e tiro a faca de seu ferimento, que o faz gemer mais. Vou até Armin e Alexy e corto a corda. Eu os abraço e viro-me para Nathaniel. 
- Acho que o show acabou. 
- Vou chamar a policia - diz Armin, saindo em seguida. 
- Vou procurar a chave do banheiro - diz Alexy, quando as meninas já começam a bater na porta. 
Me viro para Nathaniel, imóvel no chão, sangrando. Lysandre me dá um abraço e me puxa para o canto. 
- Tudo acabou. 
- Maravilha! Finalmente me livrarei desse mal - digo aliviada, com o medo aflorando em meu corpo. 
Iury tira a arma de minha mão. 
- Não precisará mais disso. 
- Vou tomar uma água, tá? 
Vou até a cozinha e pego um copo com água, deixando Lysandre junto a janela. Vindo com o copo, penso em como minha vida vai mudar agora que capturamos Nathaniel. Finalmente dormirei em paz com a certeza de que tudo está bem. Ele quis brincar de teatro e não teve um belo fim. Mas ainda não era o grande final. E tudo passa rápido, mas em câmera lenta.
Só consigo ver Nathaniel alcançar a arma e disparar contra o peito de Lysandre, que foi ágil e lhe atirou no ombro. O copo cai de minha mão, junto com o corpo de Lysandre que despenca pra trás. Tudo que se ouve é meu grito surdo. Vou até ele, segurando sua cabeça. Alexy aparece acompanhado de Armin. 
- Alguém ajuda, por favor - grito. 
- Adhara... Não..me deixe. 
- Não vou deixar. Alguém, ajuda! 
Meus ouvidos ficam surdos. Só vejo Armin algemando Nathaniel no pé da mesa, Alexy libertando as meninas, e minhas vistas embaçadas. No mesmo instante se ouve as sirenes, e os médicos entrarem trazendo a maca. Lysandre é colocado nela, e solta a minha mão. Não quero deixar ele ir sozinho, então não saio de seu lado. O colocam na ambulância, mas antes de sair, agarro Armin pela manga da camisa e falo: 
- Se Nathaniel não tiver uma pena justa, eu o mato sem dó nem piedade. 
Entro na ambulância. O caminho todo chamo Lysandre para que pudesse abrir os olhos. Ele não fala nada e a todo momento pisca o olho devagar. Quando chegamos ao hospital, o levam para a UTI e não me deixam entrar. Alguns minutos depois, Alexy chega e me abraça, junto com Ang. Não consigo deixar de chorar por um instante. 
- Alexy, se eu o perder, não sei o que faço. Não sei!  
- Ele é forte, vai sobreviver. 
Algumas horas de cirurgia passam. A todo momento estou aflita. Sua irmã aparece. Espero que ela fique comigo, mas me surpreendo quando ela passa direto. 
- Ele vai ficar bem - digo a mim mesma. 
Ela espera conosco, mais afastada, e as horas passam. Armin tinha chegado, dizendo que retiraram a bala de Nathaniel e que o mesmo passa bem e já foi detido. O julgamento será de completo sigilo e na próxima semana. Não consigo ficar parada, a espera do médico. O cheiro de éter incomoda, e a falta de notícia também. Logo o médico aparece. 
- Então doutor, como Lysandre está? 
Seus olhos eram fixos em mim. 
- Ele quer falar com a senhorita. 
O silêncio predomina. Vou caminhando até sua sala, e assim que entro, corto o coração. Vejo-o totalmente entubado. Aproximo-me dele e toco sua mão. Ele abre os olhos e dá um sorriso. 
- Que bom que está aqui. 
- Não te deixaria por nada. 
- Acho.. acho que... 
- Poupe as palavras, Lysandre - algumas lágrimas caem, mas limpo-as rápido. 
- Adhara - ele diz com dificuldade -, você pode me dar um beijo? Quero tanto sentir seus lábios. 
Lhe dou um sorriso. Afasto a sua máscara de oxigênio e encosto meus lábios no dele. Sua boca também está fria, como seu corpo. Me afasto e coloco a máscara no lugar. Seguro sua mão e ele aperta forte. 
- Seja forte, tá? - ele diz. 
- Sou forte, e você também. E espero que possamos comer cookies e desenterrar as caixas juntos. 
- Seria legal - ele dá um sorriso, o mesmo que ele deu quando o encontrei na biblioteca. -É tão bom te conhecer. 
- Não fale assim, você não vai morrer. Lembra?, você prometeu que cuidaria de nossos filhos. 
Ele ri fraco. Também sorrio, mas as lágrimas caem quentes. 
- Sabe do que eu estava lembrando? - nego com a cabeça. - Do dia que entrei em sua vida. 
- São momentos inesquecíveis. 
A máquina ligada a ele começa a fazer barulhos mais devagar, até que ele finalmente diz, quase sem força: 
- Te amo. 
Sorrio pra ele e respiro fundo. 
- Também te amo. 
Então ele fecha os olhos, a maquina faz um som ensurdecedor, meu grito ecoa forte pela sala, os médicos entra e me puxam para fora. Me debato o quanto consigo ao ver que ele não respira. Sinto uma dor no braço, e vejo que estão me sedando. Caio no chão sendo amparada por Alexy. Sinto os choques que dão em seu peito arder em mim, então apago sedada, sem saber o que resultou da vida de Lysandre.. 
 


Notas Finais


Deixem comentários..
até amanhã....


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