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História Enquanto ela estiver comigo - A dor da ex-Kuchiki


Escrita por: Mara-Kuchiki

Capítulo 40 - A dor da ex-Kuchiki


No capítulo anterior:

― Não disse nada que houve aqui para ele, né?

Na última vez que Renji veio ao mundo dos vivos, Rukia lhe pediu para não incomodar Byakuya com seus problemas.

― Lógico que não. Sei que só pioraria sua tristeza.

― Arigatou, Renji. Byakuya-sama é tão importante para mim, não suporto saber que o decepcionei tanto. Não quero lhe dar mais um motivo para se sentir mal. ― Ela abaixou a cabeça, seu coração estava em pedaços, por mais que reconstruísse sua vida com Ichigo, nunca seria completamente feliz sem a família que sempre se orgulhou em pertencer.

Ichigo engoliu a seco quando ouviu sua amada falar aquelas palavras tão cabisbaixa. Se pudesse arrancar aquela tristeza de seu coração, o faria imediatamente. Rukia era uma pessoa tão incrível e não merecia passar por isso. 

― Rukia... ― murmurou o nome dela de forma tão melancólica, ele estava sem chão.

A dor da ex-Kuchiki

― Eu te entendo, Rukia. Sei que não quer mais causar aborrecimentos para meu taichou. Só que... por mais que reconstrua sua vida com Ichigo, nunca conseguira ser completamente feliz sem a família que sempre se orgulhou em pertencer.

― Talvez tenha razão. Mas... ― Respirou fundo. ― Foi minha escolha, ninguém me obrigou a nada, eu quem decidiu ficar com Ichigo e abrir mão da família que me acolheu no momento que mais precisava.

― Se arrependeu de ter decidido por ele?

― Não. O tempo que fiquei na Soul Society eu refleti muito sobre minha escolha, pensei por dias e quando fui até Byakuya-sama estava totalmente segura da decisão que tomei. Ichigo... ― Desviou seu olhar do amigo. Sentia-se envergonhada ao falar de seus sentimentos tão abertamente. ―... sofreu tanto quando disse que não ia mais voltar. Eu havia prometido que sempre estaria ao seu lado. Não podia decepcioná-lo.

O ruivo que ainda ouvia toda conversa sorrateiramente se entristeceu ao saber que ela só abandonou sua família para não vê-lo triste e cumprir a promessa que fez. A culpa que antes já pesava, agora era esmagadora.

― Então só aceitou ficar no mundo dos vivos por obrigação? ― O tatuado se surpreendeu.

― Lógico que não. E-Eu... ― Realmente não queria estar tendo aquela conversa com o amigo, falar de seus sentimentos não era algo fácil para a bela, no entanto, Rukia queria que ele entendesse bem os motivos que a levou a se decidir por Ichigo abandonando toda sua vida. ―...Eu o amo e... Viver sem Ichigo realmente não era uma opção. ― Soltou o ar pela boca e voltou a respirar, finalmente conseguiu dizer tudo que sentia para o amigo.

O jovem Kurosaki sentiu suas pernas tremerem de nervoso, emoção e ao mesmo tempo tristeza. O que Rukia fez foi a maior prova de amor que alguém poderia lhe dar e o pior de tudo era que ele não foi digno de tal sacrifico.

O ruivo secou algumas lágrimas que caíram do canto de seus olhos. Não imaginava que a morena sofreu tanto ao ter que deixar sua família por ele, não fazia ideia que amada ainda carregava essa dor ainda tão viva dentro de seu coração.

― Rukia... ― murmurou o tenente sem saber o que deveria dizer com o desabafo da amiga. Sempre soube de seu amor pelo ex-substituto, mas daí a ouvi-la falar tão abertamente foi mesmo surpreendente.

― Não se preocupe comigo, Renji. Eu vou ficar bem. Os Kuchiki e a Soul Society fizerem o que acharam certo e eu não os culpo, sou responsável por minhas escolhas. ― Tentou mostrar para ele que estava tudo bem, quando na verdade ela tinha um desejo monstruoso de chorar até aquela dor cessar de seu peito.

― Não deveria se punir tanto assim, Rukia. Você foi colocada entre a parede e lhe deram duas opções e escolheu uma, se tem alguém culpado nisso tudo são eles e não você. Que tipo de pessoa lhe faz escolher entre duas coisas que se ama muito? Beira a crueldade. ― Renji tentava levantar o ânimo da amiga.

― Eles têm leis, regras e elas existem para ser cumpridas. ― Era quase uma lamentação.

― Aceito as regras, mas elas não deveriam ser colocadas acima da ética, sentimentos e o que se acha justo, porque não é pelo fato de ser leis ou regras que são perfeitas e justas. Em alguns casos, como por exemplo, o seu, deveria ter exceção sim. ― falou firme.

Ichigo ainda permanecia atrás da coluna escutando tudo. Sua estrutura tinha vindo ao chão e a única coisa que o mantinha de pé era a coluna que se apoiava.

Mas uma vez estava sendo protegido por uma mulher. Quando pequeno sua mãe se sacrificou para salvar sua vida. Rukia foi para Soul Society arrastada por seu irmão e Renji, na época que eles se conheceram. Ela assumiu toda a culpa para protegê-lo. E agora Rukia se calou. Decidiu sofrer sozinha enquanto Ichigo sorria feliz pensado que as coisas entre eles estavam se resolvendo. 

A morena não o contou como se sentia para que ele não se sentisse culpado e acabou levando toda carga sozinha. Isso não era justo, ele não merecia isso. Ichigo não queria ser protegido novamente por alguém que amava, ele quem deveria cuidar da bela e protege-la.

Rukia respondeu ao seu amigo.

― Byakuya-sama ainda fez muito evitando que eu fosse condenada a morte, eu ainda sou uma shinigami, mesmo não podendo pisar na Soul Society nunca mais. Sem falar que eles me deixaram ficar em Karakura com Ichigo. Já sou grata por isso.

O jovem Kurosaki arregalou os olhos ao escutar ela falar de pena de morte, isso ele não sabia.

“Como aqueles cretinos puderam chegar a tanto?” ― Sua indignação só aumentava à medida que ficava sabendo dos fatos. Rukia correu risco de perder a vida só para ficarem juntos.

― Não tem que ser grata, Rukia. Isso não é justiça. Eu acho que deveria chegar na Soul Society e despejar tudo que sente em cima deles e dizer que vai voltar e pronto. Onde já se viu ter que viver exilada neste mundo só para não constranger os Kuchiki.

Renji não se conformava com a situação da amiga e de seu capitão, ela sofria no mundo dos vivos e ele no mundo espiritual. Ambos sentem falta um do outro. Sua vontade era pegar no braço da morena e a arrastar para Soul Society imediatamente.

― Já disse que não quero mais causar problemas para... nii...-sama ― não resistiu e chamou Byakuya de irmão, até isso ela sentia falta.

Rukia colocou as mãos tampando o rosto para esconder as lágrimas de seu amigo, Renji não suportou vê-la chorando e a abraçou, deixando que a mesma se derramasse em lágrimas sobre seus ombros.

Ichigo cerrou tão forte os punhos que chegou doer seus dedos, todavia, nada se assemelhava com a dor que sentia em seu coração ao ouvir com detalhes por tudo que Rukia teve de passar. Agora conseguia ver a imensidão de seu sofrimento. Aquilo o deixou desolado.

O jovem Kurosaki não quis ouvir mais nada, subiu até seu quarto, pegou o distintivo de substituto, bateu contra seu peito se transformando em shinigami e saiu pela janela saltando pelos telhados. Parecia que tinha pressa de chegar ao seu objetivo.

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― Você quer o quê? ― indagou o tiozinho do chapéu para ter certeza que entendeu bem.

― Abra o portal que vou para Soul Society. Tá surdo? ― Não estava com paciência alguma.

― E posso saber o que vai fazer lá, Kurosaki-san?

― Não é da sua conta.

― Nossa quanta hostilidade. Como a pessoa responsável pelo portal acho que não é pedir demais querer saber por que eu deveria abri-lo para você. ― Foi sarcástico.

― É assunto meu. Agora abra logo isso.

O lojista respirou fundo desanimado.

― Já imagino o que vai fazer. Quer mesmo comprar essa briga, Kurosaki-san? Talvez não volte com vida da Soul Society, ou simplesmente nem volte.

― Estou consciente disso, mas ainda assim... não poderei viver com esse peso na consciência.

― Foi uma escolha da Kuchiki-san, você não tem que se sentir culpado. ― O ex-capitão estava inteirado de tudo que havia acontecido com Rukia na sociedade das almas.

― Que tipo de homem eu seria se conseguisse viver feliz ao lado de uma pessoa que teve de abrir mão de sua origem por mim? Não sou essa pessoa, nunca conseguiria encará-la se aceitasse seu sacrifício.

Ichigo passava tanta segurança em suas palavras e um amadurecimento que o legista nunca havia visto em seus atos. Fez-lhe se lembrar de seu pai quando decidiu viver em Karakura só para ajudar a jovem que no futuro seria mãe de seus filhos. Isshin tinha esse mesmo brilho nos olhos.

Urahara enfiou sua Zanpakutou na parede e girou feito uma chave abrindo o portal.

― Sei que não conseguirei faze-lo mudar de ideia então... Boa sorte, Kurosaki-san!

― Obrigado ― Foi tudo que Ichigo disse antes de desaparecer dentro da esfera luminosa.

Já na Soul Society....

― Fiquei incrédulo quando me falaram que era você a pessoa que queria falar comigo. Não entendo que tipo de assunto temos para tratar. ― Byakuya não estava nada feliz em ter diante de sua mesa um ruivo com a expressão nada amistosa.

― Rukia. ― disse seco.

O capitão abaixou a cabeça para não demostrar como mexeu com ele escutar o nome de sua ex-irmã.

― Não tenho mais nada em comum com essa pessoa. ― Sua voz mostrava uma frieza, porém seu coração estava apertado no peito.

― “Não temos assuntos para tratar.” ”Não tem nada em comum com Rukia.” É tão fácil assim fingir que ela não existe? E o sofrimento de Rukia por ter sido afastada de sua família, amigos, o mundo que vive e até mesmo de... você, isso também não tem importância? ― Sua voz era pesada, rude. Não fazia o menor esforço para disfarçar sua indignação. ― Precisa ver como o brilho nos olhos dela se apaga quando alguém fala de você e a lembra de que não é mais sua irmã. Também é indiferente a isso, Byakuya?

― Não posso fazer nada a respeito, foi ela quem escolheu viver no mundo dos vivos. ― Ainda evitava fitá-lo.

― VOCÊS NÃO DEVERIAM NEM TER A FEITO ESCOLHER ENTRE SUA FAMÍLIA E O HOMEM QUE AMA. QUE TIPO DE PESSOAS INSANAS FAZ ALGO ASSIM? ― Ichigo berrava já descontrolado. Como Byakuya conseguia falar da irmã que há algumas semanas atrás era tão amava por ele e agora se referia a ela de forma tão fria como se a mesma não mais existisse? ― Rukia é sua irmã... ― Agora falava com mais calma. ―... Pode não ser de sangue, mas existe um laço fraternal entre vocês que nada nem ninguém deveria conseguir romper. Sei disso porque tenho irmãs também e faria de tudo, até dar minha vida, para protegê-las. É assim que um irmão mais velho deve agir, mesmo que não concorde com suas escolhas, se é o que vai fazê-las felizes, nossa obrigação como seus protetores é apoiar e estar sempre ao seu lado lhe dando o respaldo necessário. O que fez com Rukia foi tão cruel que não é nem digno de falar que um dia foi seu irmão.

O nobre levantou a cabeça para fitá-lo com os olhos arregalados em espanto ao ouvir aquela duras palavras. O jovem estava coberto de razão, mas Byakuya não tinha como ajudar a morena, mesmo que desejasse muito, ele era um líder do clã Kuchiki e tinha que seguir as regras.

― Já disse tudo que queria, agora vai embora que tenho mais o que fazer. ― falou ainda mais frígido.

Ichigo deu um sorriso de nervoso e abaixou a cabeça triste.

― Tenho que confessar que já esperava essa resposta de sua parte, mas... ― falou baixo. ―... Tinha uma ponta de esperança que seu amor de irmão fosse maior que o orgulho e desejo de manter suas leis e regras medíocres. ― Levantou a cabeça o encarando. Em seus olhos havia raiva e ao mesmo tempo uma segurança que fez o capitão estremecer. ― Acho que você não entendeu o que realmente me trouxe à sua sala. Eu não vou sair daqui até ter a certeza de que Rukia vai poder voltar para Soul Society quando quiser e poder lhe chamar novamente de “nii-sama” como ela tanto ama.

Naquele momento, Byakuya se lembrou do que Ichigo disse quando foi resgatar Rukia na Soul Society da morte e teve de lutar com ele.

 

◌◌◌

―  Me diz por quê?  Por que você continua tentando salvar Rukia repetidas vezes? indagou o capitão enquanto tinha sua Zanpakutou em conflito com a de Ichigo.

Você é o irmão dela, né? Então a pergunta que deve ser feita é... Por que você não está tentando salvá-la?

É uma pergunta idiota. Ainda que eu tivesse tempo para tentar explicar o princípio, alguém como você jamais entenderia isso.

Depois disso, eles lutaram até Ichigo ter a certeza de que Rukia ficaria bem. E no final da batalha, o capitão finalmente entendeu: Ichigo não estava querendo quebrar as regras, e sim mudá-las. Ele queria ter a certeza de quando voltasse para seu mundo, Rukia estaria protegida e segura em uma sociedade mais justa.

◌◌◌

Será que era isso que o jovem estava tentando fazer novamente?

 

― O que você realmente quer, Kurosaki Ichigo?

As palavras do ruivo mexeram com o capitão bem mais que ele deixava transparecer.

― Tudo que aconteceu com Rukia foi porque ela queria ficar comigo. Por isso não é justo que seja ela a punida. Quero que absorvam Rukia de toda a culpa que recaiu sobre ela e condenem a mim. Eu sou responsável pelas escolhas dela, sendo assim, nada mais justo que ser o único réu. ― disse seguro.

― Está ciente de que você pode ser executado se for mesmo condenado? ― O nobre não conseguia acreditando no que ouvia.

― Sim. Mas não me importa, se isso devolver para Rukia sua vida como era antes, eu morrerei feliz.

Byakuya se levantou, saiu de sua sala e quando voltou estava acompanhado de dois shinigamis.

― Kurosaki Ichigo, vai ficar preso na 6° divisão até que resolvemos qual será seu destino, isso se o conselho dos Kuchiki aceitar fazer a troca. ― falou o capitão.

Os dois colocaram uma corrente nos pulsos e pescoço no jovem, ele sentiu na mesma hora sua reiatsu ser selada. Os mesmos o levaram, deixando para trás um Kuchiki sem saber o que dizer ou fazer, aquilo realmente foi surpreendente.

Continua...

 


Notas Finais


Olá queridos!

Sei que estou sumida, mas não foi minha culpa. Lembra que cometei que coloquei meu PC para formatar? Pois é, ele deu problema e tive que levar para loja novamente, por isso o atraso.

Vou demorar um pouco para ler e responder todos os reviews que recebi, mas não desanimem tá, prometo que assim que der respondo.

Não deixem de cometar que quero postar mais uns dois ainda essa semana.

Beijos!


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