História Enquanto ela estiver comigo - Quem vai namorar de Rukia?

No capitulo anterior:

― Ichigo, se comporte e para de ficar provocando o Keigo. ― Rukia se zangou com ele.

― Agora culpado sou eu, né? ― Desta vez quem discutia era Ichigo e Rukia.

― Kurosaki-kun, Kuchiki-san... ― murmura a ruivinha totalmente desanimada.

― Relaxa, Inoue-san. Sabe muito bem que Kurosaki é um encrenqueiro. ― Ishida tentava tranquilizar a jovem.

― Tenho que concordar com Ishida, Ichigo não toma jeito, ao invés de resolver logo sua situação com a Kuchiki, fica é arrumando briga. ― disse Tatsuki.

Ao que parece, os únicos cegos eram Ichigo e Rukia, que não conseguiam ver um palmo a sua frente.

Aquela noite estava longe de acabar e a balada só havia começado.

Quem vai namorar de Rukia?

Olhar para a tenente Kuchiki Rukia, escutar sua voz, simplesmente estar ao seu lado proporcionava uma sensação tão aconchegante no coração de Kurosaki Ichigo. Ele não tinha certeza absoluta de quando isso começou, talvez desde sempre. Quem sabe seja esse o motivo que o jovem se sentira tão incompleto quando ela estava longe?

Agora que ele admitira sua quase dependência por Rukia, sua mente se abriu. Ichigo nunca fora um adolescente normal como seus amigos. Com quinze ou dezesseis anos os jovens já começam sua vida amorosa. No decorrer dos anos, ele viu Mizuiro trocar de namorada como se troca de roupas, quase todo mês o rapaz aparecia com uma garota diferente. Com Keigo não seria diferente se ele não fosse um idiota. Ishida, apesar de ser uma pessoa que não sabe muito bem demonstrar seus sentimentos, já tinha namorada há quase um ano, tal como Inoue, e Tatsuki estava em seu segundo relacionamento ao longo deste ano.

De sua turma, ele era o único que nunca teve um relacionamento amoroso. Não que tenha faltado oportunidade, teve até algumas, e bem interessantes por sinal, mas Ichigo não conseguira se interessar por nenhuma.

Apesar do jovem não ser um desesperado por romance, algumas vezes se perguntou por que ainda não tinha uma namorada já que sua idade beirava os dezenove anos? 

Nunca encontrou resposta para sua indagação, porém, agora ao ver Rukia ali diante de si tão linda. Notar os olhares masculinos a cobiçando e perceber que ela seria a namorada perfeita para qualquer cara, Ichigo compreendera que em todo tempo esteve a sua espera. A bela tenente fora a mulher que viveu em seu coração e por esse motivo ele nunca deixou que ninguém ocupasse um lugar que sempre fora de Kuchiki Rukia.

Se Ichigo ficou surpreso com a conclusão que acara de chegar? Óbvio que não. Mesmo tentando enganar a si mesmo, o jovem Kurosaki sempre soube que a morena era especial para si, só não tinha conseguido entender bem ao certo o nível de seu querer por ela.

― Vai passar a noite toda só olhando? Se você não quiser eu quero. ― disse Keigo ao se aproximar do amigo. Ichigo lhe fitou com olhar assassino. ― Hein, relaxa. Estou te observado há algum tempo, você tá parado aí feito um porte olhando Kuchiki-san e às meninas se divertirem e não toma uma atitude. ― O olhar do ruivo que antes era assassino se converteu a confuso. ― Ah, qual é, Ichigo, você nunca conseguiu esconder de ninguém seus sentimentos por Kuchiki-san. ― Tocou no ombro do amigo ― Vai lá falar com ela antes que outro tome a iniciativa, e olha que eu me incluo nesse grupo.

Ichigo permaneceu calado por algum instante fitando Rukia que ria com alguma coisa que Inoue falara. Ele enfrentou vilãos ao longo dos anos que ameaçaram sua vida, destruiu todo mundo, mas lidar com seus próprios sentimentos e tomar a iniciativa de ir falar com a amiga estava sendo o momento mais assustado de sua vida.

― Se não vai eu vou então. ― Quando Keigo caminhou alguns centímetros, Ichigo o puxou pelo braço.

― Nem se atreva a chegar próximo dela. ― Jogou o amigo longe e caminhou a passos lentos até onde estava Rukia.

Keigo ficou caído no chão, mas com um sorriso de satisfarão no rosto, ele conseguiu fazer a mula empacada do amigo tomar uma posição sobre sua relação com a nobre, coisa essa que já vinha se estendo há anos.

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Ao se aproximar do grupo de meninas, o ex-substituto ficou ao lado de Rukia o mais próximo que ele podia chegar. Seu tórax quase tocava nas costas dela. Quem olhasse para eles diriam que eram namorados e era exatamente essa intenção do ruivo, marcar território.

― Ichigo, tudo bem? ― a bela levanta a cabeça para fitá-lo, achou estranho a amigo chegar tão próximo, isso não era típico dele.

― Sim, por que não estaria? ― falou o mais natural possível tentando camuflar seu nervosismo por estar tão próximo a ela e por se sentir constrangido, entretanto, não deixaria espaço para nenhum engraçadinho se achar a bela.

― Você tá estranho. Quer ir embora? ― Ichigo conseguiu deixá-la confusa.

― Não. Mas se quiser podemos ir. ― Ele se agarrou a esperança dela dizer que sim. Tirar Rukia do meio daqueles lobos seria maravilhoso.

― Não, tô me divertindo tanto aqui. ― E lá se foi por ralo a baixo sua esperança.

Por causo do som alto, Inoue e Tatsuki não conseguiram ouvir o que os amigos conversavam, mas elas sentiram um clima estranho e acabou os deixando sozinhos sem os mesmos perceberem.

― Ué, cadê as meninas? ― indagou a nobre ao notar que estava só ela e Ichigo.

― Quem liga. ― resmungou cruzando os braços.

― Ichigo, aqui não tem nada para comer? ― ignorou o mau humor do amigo.

― Até tem, mas nada que valha a pena. Quer sair para comer algo lá fora?

Digamos que Ichigo fora muito sacana usando o apetite da bela morena para tirá-la dali. Entretanto, estava na cara que aquele plano ridículo do jovem não daria certo. Quem ele pensou que Rukia fosse? Uma morta de fome?

― Vamos! Quero comer algo bem gostoso e depois tomamos um delicioso sorvete. ― disse animadíssima.

É, o jovem astuto conhecia muito bem sua acompanhante.  Rukia o seguiu para fora da casa de show feliz da vida feito uma criança em loja de doce.

― Ichigo, o pessoal vai ficar nos procurando, nem avisamos que saímos.

―  Vou mandar uma mensagem para eles.

Alguns minutos depois...

― Isso é mesmo uma delicia, Ichigo. ― O casal de amigos havia comprado um lanche e estavam sentados na pracinha da cidade.

― Sabia que ia gostar ― tentou ser indiferente a ela, porém estava cada vez mais complicado, aquela noite em especial Rukia estava tão linda e cheirosa que o ruivo tinha medo de perder a razão a qualquer momento.

― Vamos voltar para a balada? ― indagou ela após comer.

― Eu não queria, mas... se você quiser. ― Seu plano perfeito, ao que parece não se mostrou tão eficiente assim.

― Não precisa, notei que você não estava tão à vontade lá. ― Ela percebeu seu desconforto. Como isso é possível? Ichigo nem sabia o que responder. ― Ainda tá sedo pra voltarmos para casa, o que acha de me mostrar a cidade? Deve ter mudado alguma coisa em um ano.

Ele sorriu. Essa baixinha linda ainda ia enlouquecê-lo.

― Não muito, mas mudou sim. Então vamos logo. ― colocou as mãos nos bolsos e caminha na frente sendo acompanhado por Rukia.

Ele lhe mostrou o shopping novo que havia acabado de inaugurar. Pegaram a ultima sessão do cinema e assistiram a um filme de terro. Rukia tinha fascinação pelo tema.

O ruivo a observa mais que olhava para a tela. O coração do jovem sempre parecia que ia soltar boca fora quando a morena tirava sua atenção do filme e olhava para ele. Ichigo muito sem graça disfarçava, mas era só a bela se distrair que lá estava aqueles lindos olhos castanhos a fitando fixamente.

Mais tarde...

― Cinema é tão legal, Ichigo. Quando vamos novamente? ― Estava empolgada.

― Assim que tiver tempo. ― Eles caminhavam lado a lado ruma a sua casa.

― Tenho que aproveitar antes que você arrume uma namorada e se case, dai vem os filhos e nem se lembrara mais que eu existo. ― Apesar desse assunto ser algo que assusta muito Rukia, ela acabou falando naturalmente, talvez por falta de atenção, ou quem saber por ser algo em que ela tem pensado bastante.

Ichigo parrou de caminhar assim que ouvir as palavras dela. Que tipo de besteira era aquele que sua amiga falara? 

― De onde tirou isso? ― disse baixo. Rukia parou quase um metro a sua frente e o fitou.

― É a ordem natural das coisas, Ichigo. O comandante, meu taichou e nii-sama estão tentando convencer a central 46 de que você não precisa de alguém para vigiá-lo, mas... ― Eles olhavam fixamente um para o outro. ―... Se isso não acontecer, eu terei de ficar na cidade de Karakura até o fim de seus dias. Você vai namorar, casar e ter filhos, envelhecer e eu ainda terei a imagem de uma adolescente de quinze, dezesseis anos. Com o passar do tempo eu acabarei caindo no esquecimento.

Ichigo caminhou até chegar próximo a ela.

― COMO PODE FALAR TANTAS IDIOTISSES? ― berrou ― Não tem como ter certeza disso, Rukia. Eu não sei se vou envelhecer como todos, nem um humano eu tenho certeza se sou, mas ainda assim, não importa o tempo que passe, você sempre será importante para mim, Rukia.

― Quando construir sua família vai ter coisas mais importantes para se preocupar. ― Ela não conseguiu esconder sua tristeza.

― Isso é uma grande idiotice. ― colocou as mãos nos bolsos e caminha passando por ela.

Rukia ficou parada de cabeça baixa, pensado no que acabara de conversar com seu amigo. Se sentia idiota por ter exposto tudo que havia lhe atormentando desde que soube de sua vinda para Karakura. Ichigo pareceu não se importar muito.

― Ei, Rukia. Vai ficar parada ai? Tá começado a esfriar. ― gritou o ruivo já bem longe dela. A morena nada disse, apenas o acompanhou.

A volta para casa foi silenciosa, ninguém ousava dizer nada. Talvez já tenham falado tudo que devia. Entraram na casa e Ichigo agradeceu por sua família, em especial seu pai, já estarem dormindo. Quando procurou por Rukia ela já estava próximo das escadas.

― Já vai dormir? ― disse ele. A nobre parou e voltou sua atenção para Ichigo.

― Sim. Obrigada por me levar a balada com você e pelo passeio pela cidade, foi muito legal. ― Suas palavras eram de uma pessoa que tinha se divertido muito, mas o tom de voz estava melancólico. Fez menção de subir as escadas, mas teve seu punho segurado por Ichigo. ― O que foi?  ― Ficou confusa.

― Se quisesse uma namorada já teria arrumado, não acha? ― Queria resolver aquela situação estranha que estava entre eles, mas não sabia como.

― Você é jovem, Ichigo. Pode não querer alguém agora, mas quando encontrar a pessoa certa vai querer. ― por que Rukia se sentia tão mal quando falava sobre Ichigo ter uma namorada? Isso não era de sua conta.

― Se acha isso, então seria melhor você ser minha namorada. ― disparou sem pensar, precisava falar isso e aquele foi o melhor momento que encontrou.

Rukia o fitava com os olhos arregalados, parecia que tinha visto um fantasma.

― Não entendi... ― juntou todas as suas forças para formular aquela frase, sua voz mal saiu.

― Tá surda? Eu perguntei se quer ser minha namorada? É só dizer sim ou não. ― disse ríspido, já estava perdendo a paciência.

“Quer ser minha namorada?”

“Quer ser minha namorada?”

“Quer ser minha namorada?”

Aquelas palavras ecoaram na mente de Rukia e ela não conseguia acreditar no que ouviu.

― Ei, Rukia. Fala alguma coisa? ― resmungou zangado.

― Sim. ― Aquela resposta saiu do fundo de sua alma. Rukia não pensou em tudo que conspirava contra ela se envolver amorosamente com Ichigo a única coisa que conseguia pensar era que ele queria ser seu namorado.

O ruivo deu um lago sorriso. Passou a palma de sua mão no topo da cabeça dela.

― Boa noite, namorada.

Subiu as escadas deixando para trás uma Rukia, confusa, assustada e... muito feliz.

Continua...