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História Enquanto Ele não vem - TEn


Escrita por: heyhodallas

Notas do Autor


Oi, tudo bom?
Obrigada a cada favorito! Sei que são poucos, mas em nome de Jesus e com a ajuda de vocês, nós vamos aumentar esse esquema, para que outras pessoas possam conhecer. Vamos compartilhar porque isso não é para mim ou sobre mim, mas totalmente sobre o dono do esquema todo: JESUS!
Boa leitura <3

Capítulo 10 - TEn


E a você: busque fortalecer o seu espírito, porque ele é que combate a carne e o pecado. Então alimente-o através da palavra, da oração, de experiências com Deus, e da intimidade. Nossa carne se torna forte em qualquer brecha que dermos, ou até a que não dermos, porque está na nossa natureza humana dar ouvidos mais à carne. Então busque a Deus, e fortaleça o seu espírito.

Dia seguinte - igreja

Desde que fui embora, nunca mais toquei teclado e cantei no altar como costumava fazer aqui.

Cantar era um sonho íntimo meu, que somente Deus sabia. Cantei perto de algumas pessoas, mas nunca expus o sonho de estar no altar, e de pregar o evangelho através da música.

Eram umas duas da tarde quando fui até à casa do pastor e peguei as chaves da igreja. Assim que abri a porta do templo, eu senti uma nostalgia, uma saudade enorme apertando meu peito, e não pude controlar as lágrimas de rolarem. Olhei para o altar, e lá estava o teclado, como se estivesse me esperando. Passei a mão sobre o altar, e me lembrei das vezes em que me prostrei aqui, que dancei, que até mesmo cantei. Liguei o som, coloquei um microfone no pedestal, e o arrumei para ficar à minha altura, quando eu me sentasse para tocar:

– Jesus, quanto tempo não faço isso... – disse ao me sentar no banquinho e posicionar as mãos sobre as teclas. Fechei meus olhos e deixei que meu espírito agisse por mim, e me direcionasse à música. – Eis-me aqui, eu sou aquele que tu esquadrinhas desde o nascimento... O meus anos escrevestes todos, e me demonstraste o teu amor. Nuvens cinzas se fecharam sobre mim, mas ao olhar pro céu, do alto eu ouvi: és meu filho amado em que acho meu prazer, és meu filho amado em que acho meu prazer... – abri meus olhos e encarei o teto da igreja, como se eu estivesse vendo o Pai, sentado para me ouvir cantar. Meus dedos apertavam as teclas com delicadeza, e com a maior sinceridade do mundo: eu nunca toquei essa música no teclado, eu não sei as notas, entretanto sei que é Jesus que está me dizendo qual tecla apertar. As lágrimas rolavam sem nenhuma pausa, era emocionante estar ali tocando para o Pai. – Eis-me aqui, eu sou aquele que tu reconheces cada movimento... Minhas dores tu conheces todas, e em ti espero redenção. Veio o dia mal, e a ti eu recorri, mas ao olhar pro céu, do alto eu ouvi: és meu filho amado, em que acho meu prazer... És meu filho amado em que acho meu prazer... – Fechei os olhos novamente, e tive a imagem perfeita de um estádio lotado de pessoas, um palco enorme, um piano no meio dele, uma mulher com longos cabelos pretos o tocando e cantando a mesma canção que eu cantava agora, e todas as pessoas que estavam ali levantavam suas mãos ao alto, clamando, chorando. Espantei a imagem da minha cabeça. Não entendo como funciona direito esse lance de visão, então nunca sei quando é, ou se não passa da minha mente criando, mas caso seja uma visão, não sou eu. A mulher tem cabelos longos e pretos, e os meus não são nem longos e muito menos pretos. Voltei minha atenção ao teclado e à música: – Abba, eu digo eis-me aqui! Mesmo com todos os meus erros, mesmo sendo quem eu sou, eu digo eis-me aqui. Eu sou sua filha, e quero fazer a vontade do meu Pai... Me usa para realizar aquilo que você quer realizar nesse mundo, eis-me aqui Abba! – uma atmosfera tomou conta da igreja, e senti uma alegria que eu nunca havia sentido antes, eu olhava e tudo parecia embaçado, como se eu estivesse dentro de uma nuvem, e eu senti o espírito santo me cobrindo. – E eu irei por aí levando essa identidade, e eu irei por aí sabendo ser amado de verdade... E eu irei por aí sabendo que se eu venho e vou num só lugar estou guardado em seu amor... Sou teu filho amado em que tu achas teu prazer... – terminei a canção com uma última nota ressoando, como num eco e então ao abrir os olhos aquela atmosfera havia desaparecido.

– Não sabia que tocava teclado... – olhei para a porta, de onde veio a voz, e me deparei com Raphael escorado.

– O que tá fazendo aqui? – perguntei tentando não soar ríspida.

– Pessoal marcou de ir ao clube, esqueceu? – fechei meus olhos e crispei os lábios ao me lembrar que realmente havíamos marcado.– E aí, pediram pra eu vir te buscar... – assenti concordando com a cabeça positivamente. Desliguei o teclado, tirei o microfone do pedestal e o colei sobre o suporte, e desliguei o som e então desci do altar. 

– Tudo bem, só vou levar a chave pro pastor de volta, e podemos ir... – dei de ombros e ele murmurou "tudo bem".

Desde que o vi ontem, meu espírito não se aquietou mais. Toda vez que apenas me lembrava do seu rosto, eu sentia meu coração acelerando, não pelas razões de sentimentos, mas por inquietação mesmo. 

Raphael não é uma pessoa má, muito pelo contrário! É um dos melhores meninos que eu conheço, entretanto nós não somos compatíveis.

Deixei a chave na casa do pastor, que era ao lado da igreja e então entrei no carro, onde Raphael já estava.

– Você chegou faz tempo ali na igreja, ou chegou naquele momento em que a música acabou? – perguntei enquanto colocava o cinto de segurança, e ele dava partida no carro.

– Naquele momento, mas pude ouvir o finalzinho da música... – respondeu sorrindo – Por quê?

– Nada, só pra saber mesmo... – dei de ombros e ele gargalhou. – O que foi?

– É só que você mudou bastante... – meu telefone tocou o interrompendo. Tirei o aparelho do bolso, vendo a foto do Léo e escrito "Léozinho <3", que ele novamente editou.

– Só um minuto?! – disse ao Rapha, que assentiu – Oi Léo...

– Olá senhorita Aline, tudo bom? Você está viva? Passou o dia inteiro sem me dar notícias...

– Desculpa, mal peguei no celular hoje, só mandei aquela mensagem de bom dia pra você e nem o liguei mais... – de soslaio observava os olhares do Rapha para mim, com curiosidade.

– Tudo bem... O que está fazendo?

– Indo para o clube com uns amigos... – Raphael pigarreou e eu o encarei, mas o mesmo manteve os olhos na estrada.

– Quem está aí? Gabriel ou o Neto?

– Nenhum dos dois... É o Rapha...

– Raphael, Raphael? 

 Sim... – Rapha me encarou e eu sorri em resposta.

Aquele que tu me contou?

– É Léo.

– Tudo bem... Cuidado...

– Certo, mas eu esperava mais de você! – disse eu um tom brincalhão, recebendo um olhar curioso do Rapha.

– Esperava o quê? – Léo gargalhou do outro lado da linha, e me deu vontade de estar lá para ouvir de perto.

– Esperava algo bem dramático e ciumento... – Léo gargalhou mais ainda e eu também.

– Ok... Que merda é essa em Aline? Não tem outra pessoa pra te levar pro clube? Justo esse cara?! – Ele exclamou em um tom muito alto, fazendo com que o Raphael me encarasse com os olhos arregalados, o que me fez gargalhar mais. – Gostou?

– Adorei! – respondi.

– Enfim, tu sabe que confio em ti, e acima de tudo confio do nosso cupido...

– Exatamente, pode ficar tranquilo que não vou trocar os planos de Deus pelo os meus. – Léo murmurou um "ai que lindo!" e eu gargalhei. – Enfim, tenho que desligar, estamos chegando... Depois eu te ligo, prometo!

– Tudo bem, se cuida! – desliguei a chamada e o guardei no bolso do short novamente. Olhei para a estrada, e estávamos quase chegando.

– Então você está namorando? – Rapha perguntou descontraído e eu soltei uma risada baixa.

– Não ainda! – o encarei – Estamos deixando Jesus fazer o que ele quer com a gente, entende?

– Estão orando? – indagou agora me encarando.

– Não especificamente... – respondi franzindo o cenho – Não sei explicar o que tá rolando, só sei que Jesus tá no comando. – Raphael soltou uma gargalhada e eu me juntei à ele. 

***

Já estávamos no clube há quase uma hora, e não pretendíamos ir embora tão cedo!

Eu amava o pessoal de Porto Alegre, mas os amigos daqui são diferentes. Alguns me conhecem desde que nasci praticamente, outros me conhecem desde os nove anos, e outros há quatro anos. Foi ao lado deles que eu me aproximei de Deus, eles têm parte do meu conhecimento sobre Deus, inclusive Neto é pastor. Em nossas rodas de conversa, ele sempre falava do que aprendeu na faculdade, e nós começávamos um debate sobre os assuntos. Neto era o mais extrovertido do grupo, sempre fazendo alguma brincadeira com alguém. Thais, a esposa dele, era muito sábia, e dona de uma paciência e longanimidade invejável. Jessica, é uma das mais velhas no quesito tempo de batismo e conversão, então tem muito conhecimento, precisam ver como ela é uma ótima advogada. Emily, sua irmã, era dona de um gênio forte, e opinião formada, e muito inteligente, chega ser invejave até. Gabriel, namorado da Emily, era um jovem diferente dos que temos aqui. Sempre teve muita consciência da liberdade que tinha em Jesus, sempre desligado de religiosidade, e isso era motivo orgulho, inclusive ele e o Léo se dariam muito bem. Alana, minha irmã, era dona de um estilo próprio, não posso "rotulá-la", ela sempre foi muito imprevisível, e uma mulher de atitude, se fala: faz! Nós somos terrivelmente diferentes um dos outros, principalmente falando de gostos musicais, mas temos algo muito em comum que nos une: Jesus.

– Olha aí, não vivia me enchendo o saco pra orar pra tu desencalhar? – Gabriel disse assim que o Raphael saiu da piscina para colocar a água na garrafa.

– Verdade! Vamos minha filha, tu vai ficar pra trás... – Emily disse enquanto Gabriel a colocava nas costas.

– Gente, espero que não estejam falando do Rapha... – respondi gesticulando com as mãos.

– Por que não? – Gabriel indagou – Você sabe que ele se converteu, né?! – o encarei com a sobrancelha esquerda arqueada – E agora é de verdade... Lá na Batista da cidade dele, se batizou e tudo...

– Não, obrigada! – respondi gargalhando.

– Tá vendo? Fica escolhendo demais, e vai perdendo tudo os varões... – Alana exclamou indignada o que fez todos nós gargalharmos. – Olha bem pra aquele menina Aline, do jeito que você sempre quis...

– Não gente, obrigada! Jesus já está resolvendo uns esquemas pra mim lá em Porto Alegre... – dei de ombros.

– Ê irmãzinha, sei não em... – Gabriel disse semicerrando os olhos e revirei os olhos rindo.

O clube estava bem cheio. Havia pessoas pra quase todos os cantos que você olhasse, exceto na piscina, só tinha a gente.

E então lembrei do que Léo disse no treinamento Freak: "Em todo o lugar que estivermos, é lugar de Jesus causar!". E então o espírito santo ministrou uma ideia em meu coração: pegarmos o violão que trouxemos, fazermos uma roda na grama e começarmos a cantar algumas músicas do mundo para atrair as pessoas, e depois começarmos a cantar outras músicas e então Jesus ia ministrar na vida deles.

– Vamos evangelizar essas pessoas? – perguntei à eles que me olharam assustados. – É sério! Vamos pegar o violão e tocar algumas músicas que eles gostam de ouvir, e depois cantamos nossas músicas e o resto é com Jesus!

– Eu topo! – Raphael exclamou colocando a garrafa no chão.

– Eu também! – Neto disse, e em seguida Gabriel topou, até que todos compraram a ideia.

Fomos até o carro, pegamos o violão, antes oramos e então fomos para trás da piscina, onde havia muitas pessoas na beira das churrasqueiras que tinham ali, comendo e bebendo, sentamos na grama em roda e começamos a cantar músicas sertanejas, que era o estilo que predominava não só a minha cidade, mas Rondônia.

Alana que ama sertanejo e conhecia quase todas as músicas, pegou o violão e então começamos a cantar Jorge e Mateus, e então várias pessoas começaram e se juntar à nós. 

Cantamos mais umas sete músicas, e então eu pedi pra Alana tocar a música Me Ama, só que em batida sertaneja, e então começamos a migrar para as "nossas" músicas.

Quando demos por perceber, estávamos cantando Pai Nosso, e então várias pessoas estavam chorando, outras ajoelhadas orando, e outras prostradas com o rosto em terra. E o espírito santo criou uma atmosfera do céu naquele clube. E então nós começamos a orar por cada pessoa ali, e muitas delas aceitaram Jesus e clamavam por mais daquele sentimento, porque nós não apresentamos à elas religião e padrões, nós apresentamos aquele que deve ser apresentado: Jesus. E quando as pessoas conhecem o verdadeiro Jesus, elas se apaixonam, porque veem que nele há liberdade verdadeira, que há alegria eterna, e algo muito intenso acontece no coração delas.

Nós precisamos nem pregar, nós cantamos e pedimos que Jesus se apresentasse à elas, e assim ele fez. Melhor do que nós pregarmos Jesus, é fazê-los sentir. Esse é o verdadeiro evangelho: não muitas palavras, mas sim muita ação.

***

Depois do clube, cada um foi para sua casa, mas marcamos de assistir filme na casa da Thais e do Neto.

– Em, tenho uma formatura pra ir... Do meu irmão, e eu preciso de uma acompanhante, e só consigo pensar em você... – Raphael disse enquanto enrolávamos os brigadeiros que a Emily havia feito.

– Sério? – indaguei sem saber certo o que falar e ele concordou – Quando é?

– Sábado que vem...

– Pode ser! – respondi sorrindo e ele respirou aliviado, o que me fez rir.

– Juro que não vai acontecer nada demais... – ele disse dando de ombros. Franzi o cenho o encarando e ele crispou os lábios voltando sua atenção ao doce.

***

Terminamos de enrolar os doces, e o filme já estava quase no final. Pedi licença e fui ao banheiro, precisava conversar com Deus, algo me incomodava.

Tranquei a porta e escorei as costas na parede e olhei para cima.

– Amor, não sei explicar o que tá acontecendo... – dei de ombros – Sinto algo incomodando meu interior, e eu definitivamente não sei o que é... Foi por eu ter aceitado a proposta do Rapha? Pai o senho sabe que não sinto mais nada por ele, e que principalmente não estou mais me importando com esses lances de gostar de alguém, porque eu me sinto completa contigo... A questão do Léo é esquema seu! – disse rindo – Não vou mentir: amei! Mas o você sabe que não pedi, foi simplesmente presente seu, e eu agradeço. Não vou trocar seu presente, pela merreca do mundo, né?! – fechei meus olhos e fiquei em silêncio por alguns minutos até sentir meu coração acelerando, e uma sensação ótima em meu coração, e então lágrimas começaram a rolar: Jesus estava ali dentro do banheiro para conversar comigo. Foquei minha atenção em sua voz, e ela dizia assim: sabe por que fiz você cantar e tocar aquela música hoje de tarde na igreja? Foi para te lembrar mais uma vez que eu tenho orgulho de você, e o Pai ama te chamar de filha! Eu conheço você, mais do que você mesmo se conhece. Conheço seus pensamentos, suas intenções, e vejo que não há maldade em relação ao Raphael, só peço que tome cuidado, você está forte, e eu estou com você, mas já te ensinei que nunca devemos parar de cuidar da nossa vida espiritual, e de sempre dar ouvidos à ela para que a carne morra... Eu realmente incomodei você para nos encontrarmos aqui, eu precisava te dizer pessoalmente que amo seu jeito, e amei tudo o que fizeram no clube, e o Pai amou ver você tocando e cantando no altar novamente! Se foque em mim, não desvie o seu olhar dos meus olhos, é o que eu te ensino hoje e agora: não tire seus olhos dos meus, porque se tirar você vai cair... Apertei meus olhos com mais força, e gravei cada palavra que meu noivo disse, e assim eu vou fazer: fixar meus olhos nele.

E a você: nunca tire seus olhos dos olhos de Jesus. Os olhos dele são tudo o que precisamos para caminhar sobre esse mundo dominado pela escuridão, mas se mantermos nossos olhos nos olhos da luz, iremos expulsar a escuridão e assim caminhar em paz e lavar os outros a caminhar em paz também. Mantenha seus olhos sempre nos olhos de Jesus


Notas Finais


Obrigada por ler amoressss, espero que tenha ajudado vocês em algo!
Comentem, favoritem, e divulguem <3
É nóixxxxx MENINA <3


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