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História Enquanto Ele não vem - Twelve


Escrita por: heyhodallas

Notas do Autor


Oi, tudo bom?
Aqui vai mais um cap. pra vocês!

Capítulo 12 - Twelve


Fanfic / Fanfiction Enquanto Ele não vem - Twelve

E a você: muitas vezes a "porrada" virá de pessoas que deveriam te apoiar, virá de pessoas que acreditamos estar ao nosso lado, quando na verdade eles só querem nos crucificar, mas não desanime, muito pelo contrário! Use isso como impulsionamento, e mostre não só pra elas, mas pra si próprio, que você não é aquilo ruim  que eles dizem ser.

Sábado - formatura

Hoje era o dia de acompanhar Raphael na formatura do irmão dele. A formatura seria numa cidade próxima a nossa, fica uns cento e doze quilômetros daqui.

Fomos de carro junto com os pais dele, o que tornou a viagem um pouco constrangedora, principalmente pelas perguntas que foram feitas, do tipo: "vocês estão juntos?", "por que não namoram?", "eu adoraria ter uma nora como você!". 

A formatura começaria às seis da tarde, então decidimos alugar um quarto num hotel para nos arrumar. 

–  Você está linda! –  a mãe do Rapha exclamou assim que saí do banheiro maquiada e vestida. Raphael e seu pai, que estavam de costas para o banheiro, se viraram para mim e sorriram.

–  Obrigada. –  respondi gentilmente. Raphael se levantou e veio em minha direção sorrindo.

–  Você com certeza vai ser a mais bonita daquele lugar... –  revirei os olhos e soltei uma gargalhada, assim como os pais dele –  Vamos tirar uma foto, vem! –  Raphael me puxou para a frente do espelho enorme que tinha ali. Tirou o celular do bolso, apontou para a câmera e eu me endireitei –  Posso chegar mais perto?

–  Claro. –  dei de ombros. Ele se aproximou mais de mim, passando seu braço direito sobre minha cintura, enquanto eu pousei minha mão esquerda sobre seu ombro. Olhamos para a tela do celular e ele tirou a foto.

–  Posso postar?

–  Pode, mas deixa eu ver antes... –  Rapha assentiu concordando com a cabeça e virou o celular para que eu pudesse ver. Na legenda da foto estava escrito "Aquela que sempre esteve por mim, obrigada, eu te amo!". Encarei seus olhos e não pude evitar de sorrir escancaradamente. 

Raphael era um garoto incrível, não podia negar. Sempre foi muito gentil com todos, nunca ouvi nada de ruim sobre ele, a não ser pela minha própria boca, pelas vezes em que o insultei quando terminamos.

–  Vamos? – a mãe dele perguntou e nós assentimos.

***

O local estava um luxo que só!

Havia muitas pessoas, e isso é por que disseram que não teria muita gente, pois os convites foram bem limitados.

A entrada dos formandos já tinha acontecido, a valsa também, o que foi quase um show de stand up, pois muitos ali não tinham a menor noção do que é valsa, com exceção do Rapha e sua mãe, que dançaram perfeitamente bem.

–  Eu e sua mãe vamos dançar, vão ficar aí? –  o pai dele perguntou.

–  Vamos sim! –  Raphael respondeu chegando sua cadeira mais perto da minha. Eles assentiram e foram para a pista de dança. Olhei para o relógio do meu celular, e marcava meia noite e cinco. –  Lembra do dia dos namorados, que eu te dei aquela caixa de bombom  em formato de coração e você ficou muito brava?

–  Meu Deus! –  exclamei gargalhando assim como Raphael. –  Você lembra disso? –  ele assentiu –  Cara, que fase...

–  Né?! Você ficou brava porque não namorávamos, então não podia te dar presente no dia dos namorados... –  gargalhei alto e algumas pessoas começaram a nos olhar por conta das risadas.

–  E você lembra de quando cantei I know you were trouble pelo telefone pra você? –  indaguei e ele gargalhou mais ainda. –  Desculpe por quase te deixar surdo...

–  Imagina, fiquei só uns três dias ouvindo tudo chiado... –  deu de ombros e eu soquei seu braço de leve. Depois da nossa crise de risos, ficamos em silêncio. Eu olhando para o arranjo de flores em cima da mesa, e de soslaio via ele olhar para mim. –  Sabe, se eu pudesse voltar no tempo eu iria fazer tudo diferente! –  Rapha disse após um longo suspiro –  Eu errei muito, fui um idiota!

–  Rapha, nós éramos criança! Não tinha muito o que fazer... –  dei de ombros –  Não era pra ser.

–  E agora? – ele indagou encarando meu rosto com tanta intensidade que senti ele esquentar. –  E agora que eu mudei, me converti, batizei, me sinto responsável o suficiente pra ser homem de verdade pra você? E agora, dá pra ser? –  fiquei pasma. Foi como se o mundo tivesse ficado preto e branco, congelado. Há tempos atrás meu maior sonho era ouvir ele dizendo isso, mas agora eu já não me importo mais, eu superei, mas sempre que olho nos olhos dele eu vejo verdade, eu vejo alguém que eu sempre quis ter.

–  Rapha, é complicado... –  crispei os lábios e ele continuou me encarando. 

–  Por que é complicado?

–  Rapha eu estou envolvida com outra pessoa, sabe? Estou vivendo algo muito novo e lindo, minha caminhada com Deus tá me completando, e sinto que um relacionamento vai me afastar dessa caminhada agora... 

–  Mas e o Léo? Vocês estão juntos e...

–  Com o Léo é diferente. –  o interrompi –  Léo não me buscou primeiro, na verdade não nos buscamos, nós nos encontramos enquanto caminhávamos com Deus. Léo me leva pra perto de Deus, ele me faz caminhar esse caminho fervorosamente!

–  Eu também posso fazer isso, Aline! –  ele exclamou segurando minha mão. Olhei em seus olhos e vi uma lágrima escorrer. Cheguei mais perto dele, passei meu polegar limpando a lágrima que escorreu e o encarei.

–  Não Rapha, não pode... –  vi seu rosto se transformar em uma expressão triste e eu acariciei seu rosto. – Você é lindo, e agora que está com Deus tá mais lindo ainda, Jesus! –  ele levantou seu rosto e soltou um riso abafado –  E tu é o sonho de qualquer menina, você só tem que esperar o que Deus te preparou... Eu não sou pra você, nem você pra mim. Isso é claro! Mesmo que nossos encontros sejam extremamente cheios de química – ele gargalhou e eu também.

–  Eu te amo! –  ele exclamou e me puxou para um abraço apertado. – Obrigada por sempre estar aqui por mim...

–  Eu te amo também, sempre que precisar conta comigo.

***

Dia seguinte - assembléia extraordinária

Cheguei em casa já eram quatro e meia da manhã, mas tive que levantar às nove para vir na igreja.

Hoje é o dia em que o pastor nos chamou para a assembléia. O restante do pessoal estavam um pouco assustados, mas disse para confiar em Deus e ficar de boa.

–  Ata de número duzentos e sessenta e sete, sessão extraordinária. –  a secretária da igreja começou a ler a ata e os assuntos que serão tratados hoje. –  Serão tratados os seguintes assuntos: desligamento do rol de membros da igreja, disciplina por rebeldia e exclusão do rol de membros da igreja. 

Os jovens estavam sentados juntos, e quando foi lido isso, nós nos entreolhamos assustados.

Fechei meus olhos e comecei a orar, sabia que iria acontecer muita injustiça ali, mas quando comecei a orar, o espírito santo ministrou em meu coração a seguinte frase: louco por Jesus não se conforma com a religiosidade!

Era isso!

–  Graça e paz irmãos, iremos tratar de assuntos terríveis hoje! –  o pastor disse –  Ato de rebeldia que aconteceu na terça-feira de noite... Vamos expôr o acontecido: os seguintes jovens: Thais, Neto, Alana, Thiago, Emily, Gabriel, Jessica, Isabella, Ana, Karol, Andressa, Lucas, Iago, Fernando, Juliana e Aline, decidiram sair na rua, por conta própria – ele deu ênfase –, sem comunicar o pastor, que deve saber de tudo ao que se relaciona ao nome da igreja, para fazer algo que eles intitularam "evangelismo", – gesticulou aspas – foram aos hospitais, foram na praça e causaram rebuliço ali, ao chegarem numa roda de adolescentes que usavam drogas no momento, e chegaram em casa perto das três da manhã, fazendo com que o nome da igreja fosse escandalizado pelo horário que ficaram na rua, e pela abordagem nas pessoas. – o pastor soltou um suspiro longo e nos encarou. – Amados, isso é muito sério! A palavra de Deus fala pra fazermos as coisas com ordem e decência, e ainda diz "Ai daqueles que cometerem escândalo!". Conversei com os diáconos e chegamos à decisão de disciplinar esses jovens, com exceção de um. Favoráveis à disciplinar esses jovens, erga uma de suas mãos...

– Com licença pastor! – o interrompi fazendo toda a igreja me encarar – Acho que antes de ir pra votação, vocês deveriam ouvir o que nós temos pra falar...

– Você não tem nada pra falar, você não mora aqui! – ele me interrompeu e eu o encarei assustada.

– Se ela não tem o direito de falar, mesmo ainda sendo membro da igreja, eu falo então! – Jessica exclamou se levantando indignada. 

– Concordo que se deva deixar eles se "defenderem"! – Marta, uma irmã da igreja disse e todos assentiram.

– Certo! Vamos ouvir então... – pastor disse fazendo uma cara de descaso.

– Eu falo! – exclamei e quando ele foi me interromper eu espalmei minha mão direita – Ainda sou membro dessa igreja, mesmo que não esteja morando aqui, porque decidi não pedir carta,  mesmo estando em outro lugar, aqui é a minha igreja! Então eu tenho direito de falar sim. – os jovens me olharam satisfeitos – Desde quando temos que pedir permissão para evangelizar? Porque pelo que eu saiba, esse é um mandamento – enfatizei – que Jesus nos ordenou fazer! Outra coisa, não fomos em nome da sua igreja, pastor, fomos em nome da igreja de Jesus, aquela que não fica dentro do templo satisfeita com sua salvação, enquanto lá fora tem gente se perdendo! Se realmente essa igreja se baseia na palavra de Deus, não deveria se escandalizar com jovens que saíram de noite para levar o evangelho para as pessoas, porque Jesus fez isso! Ele curou os enfermos, libertou os cativos, e não pediu permissão de ninguém para fazer isso, mas é engraçado que os fariseus o condenaram por rebeldia contra os mandamentos, porque ele não se conformava em ficar dentro do templo enquanto tinha gente perdida lá fora. Querem nos disciplinar? Que façam. Mas saibam que estamos apenas fazendo o que Jesus nos ensinou. O que estão fazendo é fanatismo, é religiosidade, e Jesus detesta isso! Mas – prolonguei o "a" – vão em frente...

A igreja ficou atônita pelas minhas palavras, na verdade até eu fiquei. De onde veio tanta ousadia? Ah! Holy ghost!

– Pronto, já ouviram a defesa deles, agora vamos votar. – voltei a me sentar e uma vontade de chorar me dominou. Os soluços eram audíveis, e assim como a dor que eu estava sentindo, os outros jovens sentiam também. Eu não podia acreditar que estávamos sendo "condenados" por fazermos aquilo que Jesus mandou. – Favoráveis à disciplina dos jovens, erga uma de suas mãos... – ele foi o primeiro a levantar a mão, e depois quase sessenta por cento da igreja o imitou. – Agora os contrários o mesmo sinal... – apenas sete pessoas levantaram a mão. – Pela decisão da maioria os jovens serão disciplinados por um período de dois meses. Não poderão exercer seus ministérios, e nem tomar ceia.

– Muito bom! – Gabriel aplaudiu e todos o encararam – Não vai ter ministério de louvor, nem de coreografia, teatro, o som da igreja não vai ser ligado, porque não sei perceberam mas são esses jovens aqui que estão à frente de todos os ministérios... Ou seja, vão realizar os cultos com suas próprias vozes e suas palmas... Isso aí! Jesus deve estar muito orgulhoso. – não pudemos deixar de gargalhar, enquanto o restante da igreja se transformou numa expressão de desespero.

– Assunto encerrado! – o pastor exclamou – Próximo assunto: exclusão do rol de membros da igreja, Aline Panizzi – arregalei meus olhos automaticamente e as lágrimas voltaram a rolar. – Por rebeldia e escândalo.

– Meu Deus, isso é ridículo! – Jessica exclamou e a encarei negando com a cabeça.

– Tudo bem, eu aceito! Pode ir direto pra votação, não tem o que discutir aqui... – eu disse com a voz embargada. Sendo excluída da minha igreja, por fazer a coisa certa ainda por cima! – Eu só espero que vocês um dia entendam que Cristo morreu para nos fazer livres de toda e qualquer condenação, e isso incluí essa religiosidade toda! Eu não me importo de ser excluída, quando sei que o Pai tem prazer em mim... – limpei as lágrimas e sorri. Pedi num sussurro que os jovens não falassem nada, apenas votassem.

– Favoráveis à exclusão de Aline Panizzi erga uma de suas mãos... – umas trinta e cinco pessoas levantaram a mão. – Agora os contrários o mesmo sinal... – dezesseis pessoas levantaram a mão. – Declaramos nessa ata, e diante dos membros da igreja presentes nessa sessão, que Aline Panizzi foi excluída do rol de membros da igreja, sendo impedida de participar de qualquer ministério.

Eu voltei a chorar. 

Voltei a chorar por perder meus ministérios, por "perder" minha igreja, por saber que eles preferem a religião a Jesus e seus mandamentos, chorei pelos jovens que sofrerão duas vezes mais por ficarem aqui, chorei pela falta de liberdade.

– Queria só falar uma última coisa... – eu disse limpando as lágrimas e soltando um riso abafado – Eu perdoo cada um de vocês, perdoo de coração, e principalmente te perdoo pastor! Perdoo porque sei que ainda estão cegos pela religião, que ainda estão presos e não entenderam que Jesus é liberdade, perdoo porque não sabem o que fazem... Eu profetizo em nome de Jesus a liberdade que a cruz nos trouxe sobre essa igreja. – assim que me calei, pude ouvir soluços e vi que vinham dos meus amigos: Gabriel, Jessica, Emily, Thais, Neto e Alana. 

A igreja permaneceu em silêncio por um longo tempo.

– Eu declaro encerrado a sessão extraordinária de hoje! – o pastor anunciou e todos começaram a se levantar. Alguns foram embora direto, outros vieram me abraçar.

Depois de abraçar todos que vieram até mim, reuni os jovens e demos nossas mãos fazendo um círculo.

– Quero dizer pra vocês não pararem! – eles assentiram balançando a cabeça positivamente e eu voltei a chorar, assim como eles. – Os discípulos não pararam, Jesus não parou, e vocês não podem parar. Eu fui excluída, mas meu propósito não parou aqui. Vou continuar espalhando o evangelho da mesma forma que fizemos terça, porque é a coisa certa a fazer...

– Eu também... – Neto me interrompeu e eu sorri.

– Lutem não contra as pessoas e o pastor, mas lutem contra essa religiosidade! – exclamei limpando as lágrimas e sorrindo. Olhei pra cada rosto deles e vi Jesus em cada um. – Sabe por que? – eles me encararam curiosos – Porque loucos por Jesus não se conformam com a religião.

E a você: não defenda religião, não deixe que ela tome a primeira posição no coração, pois Jesus não é religião! Nós não fomos chamados para ser escravos de religião, muito pelo contrário! A cruz nos fez livre, então seja livre.


Notas Finais


Isso aí, espero que tenham gostado!
Fiquem com Deus, é nóixxxxxxxxx


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