História Enquanto Ele não vem - Two

E há quem diga que ele não existe, pois não se pode ver, mas hoje pela milésima vez, eu constatei sua existência, muito mais ainda. Só pode constatar isso, quem abre o coração de verdade e deixa que ele mesmo mostre o quão real ele pode ser, porque uma coisa eu estou bem certa, e quero dizer isso a você que está lendo: Jesus é real!

Continuação

O culto foi show menina!

Quem pregou foi uma menina de treze anos, dá pra acreditar? Quando Deus quer usar alguém, não interessa a idade, ele simplesmente faz e acontece.

Estava saindo de dentro do templo, chegando ao corredor da entrada da igreja, quando de repente umas cinco pessoas param em minha frente dando um grito.

– Meu Deus! – gritei em seguida tampando a boca com a mão por perceber o quão alto aquele grito saiu. Olhei para os cinco jovens a minha frente, e eles estavam quase rolando de rir.

– Desculpe pelo susto... – uma morena disse assim que paramos de rir. – Enfim... Oi, oi!

– Oi! – respondi sorrindo.

– Meu nome é Fernanda, e esses são: Eduardo – apontou para um moreno relativamente alto, dos olhos verdes. O cabelo é tão liso que parecia um índio. Que menino lindo! Jesuszinho do céu, cê tá de parabéns... – Júlia – uma ruiva baixinha, menor que eu pra ser mais clara – Carina – a menina é a Barbie real, juro! Cabelo loiro enorme, branca igual leite, olhos azuis claríssimos, rosto perfeito. Olha aqui meu caro Jesus, desnecessário você fazer isso, ok? Minha auto estima está super bem agora. Conversaremos em casa. – e por último Léo! – Ele era o guitarrista do ministério de louvor, agora que deu para o ver de perto. Loiro, alto, olhos azuis também, lindo que chega doer meus olhos. Era com certeza a metade da laranja da Carina, a Barbie real. Mas uma coisa não posso deixar de descrever aqui: o sorriso desse menino. Jesus tenha misericórdia... Se ele sorrir de novo pra mim, juro que desmaio aqui mesmo.

– Olá, seja bem-vinda... – o guitarrista, Léo, disse estendendo a mão para me cumprimentar. Sorri em resposta e a apertei vendo um sorriso enorme se formar em seu rosto. Eita Jesus me ajuda aqui.

– Muito obrigada... – respondi – Ah! E meu nome é Aline...

– Então Aline... – Eduardo disse colocando o braço sobre meus ombros, me dando um abraço de lado – Gostou do culto?

– Nossa, show demais! – respondi divertida fazendo todos gargalharem – Apesar de ser bem diferente da igreja que eu ia...

– Sério? E qual que tu ia? – Carina questionou sorridente.

– Batista também, porém aquelas bem tradicionais... – respondi crispando os lábios e eles gargalharam.

– Entendi a referência. – Júlia disse estralando os dedos e eu gargalhei.

– Enfim... Não vamos mais tomar seu tempo, espero que tenha se sentido em casa mesmo...

– Imagina... Me senti muito bem aqui! – eu disse interrompendo rapidamente a fala da Fernanda.

– Que bom! – ela exclamou sorridente – Obrigada por ter vindo viu?! – sorri em resposta e ela me abraçou, assim como todos. Nos despedimos e eu me dirigi à porta de saída.

– Aline! – Léo exclamou quando eu estava quase saindo. Me virei para o olhar, e ele veio correndo em minha direção. – Na terça que vem, daqui duas semanas, vamos nos reunir aqui na igreja às sete e meia da noite para nossa célula, se estiver livre apareça por aqui...

– Opa, pode deixar! – respondi sorrindo – Apareço sim.

– Olha que não pode mentir! – ele cruzou os braços e franziu o cenho numa expressão brava e eu gargalhei – Não vai me dar um bolo, vai? – Léo arqueou a sobrancelha esquerda.

– Se for seu aniversário, quem sabe... – dei de ombros e ele gargalhou.

– Olha, amei a piada! – ele estralou os dedos e em seguida apontou para mim, que respondi com uma piscadela divertida. – Enfim, marcado então...

– Marcadíssimo! – respondi concordando com a cabeça. Nos despedimos e eu fui embora.

***

Cheguei em casa e fui direto pra cozinha, estava morrendo de fome.

Enquanto a comida esquentava no microondas, subi para o meu quarto e troquei de roupa. Minha mãe havia ligado quando estava na igreja, então aproveitei a espera e retornei sua ligação.

Ela me contou que meu primo Lucas, se reconciliou na igreja hoje, e eu não pude controlar as lágrimas.

Lucas era quase meu irmão, apesar de ser meu primo de terceiro grau. Minha infância toda foi junto com ele. Éramos carne e unha, e todos juravam que a gente ia namorar quando crescêssemos, mas nossa relação nunca passou de uma verdadeira amizade.

Quando completamos uns onze anos de idade, mais ou menos, nos distanciamos muito. Cada fez seus novos e amigos, e então mal se falávamos, mas nunca deixamos de nos importar um com outro, apesar de que quem sempre demonstrava era eu.

Quando ele tinha uns quinze anos, por aí, se afastou da igreja. Foi pro mundo e por lá ficou. Começou a beber, ir em festas, ficar com muita gente etc, mas o bom filho sempre à casa torna.

Depois de ficar quase meia hora no telefone, finalmente fui jantar.

Tirei a comida do microondas e me sentei na mesa para comer:

– Jesuszinho do céu, que igreja show! – disse de boca cheia – Galera louca, mano. Apaixonados por você real, dava pra sentir... – Eu e Jesus somos assim mesmo. Conversamos sobre qualquer coisa, qualquer mesmo. Eu era cem por cento transparente com ele, mas nem sempre foi assim. Eu era muito distante dele, então minha oração não era totalmente transparente, não contava tudo pra ele, nem pedia perdão por tudo, tinha vergonha de falar. Só conversava com ele se fosse de olhos fechados, de joelhos no chão, nada de intimidade! No máximo era “papai querido”. Mas um belo dia, ele simplesmente me mostrou que também era meu amigo, e aí, ninguém segurou mais nós dois. – E o que foi aquela “recepção” no final? Que pessoal doido... – gargalhei lembrando do jeito que eles chegaram em mim. – E meu amor, o que são aqueles varões em? Enquanto lá a gente sofria sem nenhum varão, aqui chove! – disse rindo, e sentindo que Jesus riu comigo também – É sério! E olha o nível dos meninos: moreno dos olhos verdes, Deus! Morenos dos olhos verdes! – exclamei dando ênfase nas características do tal Eduardo. – E o outro loiro dos olhos az... eita Jesus! – interrompi minha própria fala – Adivinha quem o tal Léo lembra? – cruzei os braços em frente ao peito sorrindo – Exatamente: Raphael! – crispei os lábios me lembrando da história que tive com ele:

Flashback on:

– Como assim ele não é membro da igreja? – indaguei indignada à Manuela, minha amiga, que era da mesma igreja que o Rapha.

– Ele é batizado, porque aqui na Presbiteriana a gente batiza criança né?! – eu assenti balançando a cabeça positivamente – Então, aí pra ser membro firme mesmo na igreja, tem que fazer estudo e tal, e a profissão de fé, e ele não fez, e nem se interessa fazer...

– Que menino... – respirei fundo me controlando para não xingar – Manu, ele me pediu em oração cara! – disse rindo, porém com muita vontade chorar. Raphael e eu havíamos terminado nosso compromisso, simplesmente porque ele disse que estava confuso, éramos diferente e tal, e que queria ficar sozinho, mas aí o abençoado me aparece namorando dois dias depois que terminamos. Ela rachava de rir da minha cara – Como o cara me pede em oração sem nem ser da igreja de verdade, tipo ele mentiu real!

– Mas ele te disse o que? – minha amiga perguntou.

– Que era membro da igreja, estava nos ministérios e tudo! – respondi e ela negou com a cabeça rindo – Por que não te conheci antes...

– Relaxa doida, relaxa! – passei a mão em meu rosto, numa tentativa de controlar a raiva, tristeza e tudo que estava sentindo. – Mas você sabe que não era de Deus...

– Nem me lembra Manu... – disse enxugando as lágrimas que começaram a descer. – Eu e minha mania de desobedecer ao que ele fala.

– Pois é, desde o começo você disse que Deus já tinha te dado sinais que não ia dar certo...

– Agora foi bom pra eu aprender a largar de ser trouxa! – disse rindo enquanto Manu rachava de rir da minha cara.

Flashback off:

Isso têm três anos que aconteceu, e sempre quando lembro tenho vontade de bater mim.

Desde que terminei com o Rapha, nunca mais me envolvi com ninguém porque fiz uma aliança com Deus que só beijaria uma boca, e só era pra aparecer o menino que fosse pra mim mesmo, caso contrário fico bem sozinha.

– Cara, parece muito ele... O olho, a cor do cabelo, a altura, e até o abraço... – crispei os lábios e neguei a cabeça – A única coisa diferente é o sorriso, e que sorriso é aquele? – fiquei por um tempo pensando em tudo que aconteceu essa noite, até sentir sono e ir deitar.

Terça-feira – duas semanas depois

Já havia quatro semanas que eu havia me mudado, e a faculdade começa amanhã.

Hoje é o dia em que o Léo me chamou pra ir na célula, e depois a Fernanda me encontrou no supermercado e chamou também.

A célula começaria às oito da noite, e ainda eram seis da tarde, então decidi pegar o violão e cantar um pouco.

– Meu amor... – eu disse pra Jesus assim que posicionei o violão em meus braços – segura essa moda de amor pra você! – exclamei rindo, sentindo a doce presença dele ali me fazendo companhia. Dedilhei as notas fechando os olhos e sorrindo: – Pra onde iremos nós? Só tu tens a vida eterna. Pra onde iremos nós? Só tu tens a vida eterna. Tu és o pão que desceu do céu, fonte de vida, Emanuel! Com tua glória sobre mim, enche-me de ti, até transbordar, eu nunca vou me saciar... Enche-me de ti, até transbordar. Pra onde iremos nós? Só tu tens a palavra de vida, eterna... Pra onde iremos nós? – cantava com toda a sinceridade, com todo o meu coração. E a letra dessa canção era a mais pura verdade: pra onde nós iremos? Sendo que só Jesus tem a vida eterna pra nos dar. – Tu és o pão do céu, o Deus Emanuel, enche-me, enche-me, até transbordar... Jesuszinho, meu maior e primeiro amor... Você nunca me desamparou, nunca falhou comigo, e é por isso que mantenho meus olhos em você, meu amor é todo seu, e todas as canções de amor que eu cantar é pra ti! – abri meus olhos e olhei para cima e pude o sentir respondendo em meu coração: eu te amo, eu te amo, eu te amo! – Claro, com exceção de quando cê me dar um varão né?! Aí vou cantar algumas canções de amor pra ele também... – gargalhei colocando o violão em cima do sofá e indo trocar de roupa.

Cheguei no quarto e peguei meu celular pra checar as horas, já eram sete e meia.

– Fruta que partiu! – joguei o celular em cima da cama e fui direto para o guarda roupa. Coloquei um vestido marrom, estilo blusão, soltei o cabelo, prendendo somente a franja com uma presilhinha, passei um rímel pra não chegar de cara escorrida, como diz minha mãe. Calcei meu all star cano médio preto, peguei minha bíblia, meu celular e saí de casa.

***

Eu iria chegar atrasada, pois esqueci de ligar para o táxi, tive que ir até ao ponto deles, que ficava duas quadras do meu apartamento.

O táxi parou em frente à igreja, olhei o horário no celular e eram oito e dez. Paguei o moço e desci dando de cara com Léo escorado na parede do prédio com os braços cruzados, assim que me viu, abriu um sorriso e veio em minha direção me dando um abraço apertado.

– Não é meu aniversário, mas quase que tu me deu um bolo em?! – ele disse rindo assim que nos separamos.

– Caraca, perdão! – respondi rindo também – Tive que ir atrás de um táxi...

– Tranquilo, estava esperando apenas você para começar. – Léo disse assim começamos a caminhar para dentro da igreja.

– Nossa, que vergonha! Eu atrasei o negócio... – crispei os lábios e ele riu.

– Verdade, que decepção. – rimos e ele me guiou até uma sala aberta, que ficava na lateral do templo. Ele tinha guardado uma cadeira ao lado dele e da Fernanda, então rapidamente nos acomodamos e a célula deu início.

Começou com uma dinâmica. Na verdade, era rouba bandeira e eu quase chorei por ter ido de vestido, mas mesmo assim brinquei, e claro! Tomando todo cuidado do mundo para não cair, ou levantar o vestido.

Depois de brincarmos por quase vinte minutos, Léo e mais dois meninos pegaram o violão para cantarmos. Cantamos as músicas Mais Forte Que A Morte do Livres para Adorar, Guia-me da Daniela Araújo e Emanuel do Fernandinho; e mesmo estando só voz e violão, a galera dançava e cantava com a maior alegria do mundo.

– Malandramente... ops! Primeiramente... – Léo disse fazendo todos nós ali gargalhar. – Adivinha quem vai facilitar a palavra hoje? – ele perguntou caminhando em direção ao Vinícius (sabia o nome dele pois todos tiveram que se apresentar), entregando a folha da pregação. Vinícius estendeu a mão pra pegar a folha, Léo deu meia volta: – Eu mesmo! – o pessoal explodiu em risadas debochando do Vinícius que também ria.

– Otário! – ele exclamou rindo para Léo que fez um coração com as mãos.

– Não gostou... pegue o seu banquinho e saia de mansinho! – Léo disse e nós rimos novamente. – Brincadeira pessoal, faço isso com o Vinícius porque ele é otário mesmo, ops! Brincadeira... – ele voltou a se sentar ao meu lado, pegando a bíblia que tinha me dado para segurar, enquanto ele tocava violão. – Vamos abrir nossas bíblias em João... – deu uma pausa para que todos começassem a abrir suas bíblias – Jão... – Léo disse brincalhão levando todos à risada – Jão capítulo dezessete! Amém? – todos responderam em uníssono “amém”. – Aleluias! Eis que assim diz o Senhor do Exércitos por meio da vossa palavra que nos foi concedida! – gargalhamos pelo modo que ele disse. Léo pigarreou e começou a leitura: – Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado. E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim. Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja... Aí que tudo! – Léo exclamou com a voz afeminada e nós explodimos em gargalhada com o grito agudo que ele deu – Gente juro que esse grito não era pra ter saído tão agudo igual saiu! – ele disse gargalhando e todos murmuraram um “hummmmmmm” e ele riu mais ainda – Enfim... Gente, que coisa mais linda de ler! Cara, que amor que Jesus demonstrou nessa passagem. Alguém conseguiu pegar o mesmo raciocínio que eu?

– Com certeza! – Laura respondeu sorrindo.

– Viu?! – Léo questionou encarando cada um de nós – Diz aí Laurinha, vamos ver se estamos em sincronia...

– Tipo, ele demonstrou uma preocupação e cuidado com os discípulos dele, e por nós hoje, quando disse: “não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal” e depois assim “e não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim...”

– Beijo Laurinha, te amo! – Léo fez coração com as mãos pra ele que sorriu – Entenderam o quão importante nós somos para ele? O quão ele se importa com você? Essa aqui foi só mais uma das infinitas vezes que Jesus demonstrou seu amor por nós, meros mortais pecadores...

– E como é engraçado né Léo?! – Carina, a Barbie, disse fazendo todos nós direcionarmos o olhar para ela – Nós não merecemos nem uma partícula de tudo que ele fez e faz por nós, mas ele insiste em nos amar!

– Exatamente! – ele exclamou concordando com ela – Que loucura... Aí eu pergunto, Jesus é doido ou não? – ele disse rindo e nós o acompanhamos. – Quando gostamos de alguém, mas esse alguém nos ignora, pisa em nós e tal, pode demorar, mas desistimos dela, mas Jesus não! Entendam que nós somos o crush que não nota Jesus, ele tá ali o tempo todo falando que te ama, te ajudando e tudo, e nós só cagamos pra o seu sacrifício! Mas cara, ele não desiste! Pelo contrário, ele insiste!

– E que fique claro que ele nos ama a ponto de “ignorar”, “relevar” os nossos erros... – Eduardo disse gesticulando aspas e nós concordamos.

– Isso aí! – Léo exclamou sorridente – Não interessa o que eu fiz, o que você faz, ele simplesmente escolheu nos amar, e não porque merecemos, mas porque ele é bom! – meus olhos encheram d’água ao ouvir ele dizer isso, na verdade quando olhei ao meu redor, não tinha uma só pessoa que não estava chorando. Deus é bom de verdade, e isso resume tudo.

Léo colocou a bíblia em cima do meu colo e pegou o violão:

– Eu sei o mundo não te recebeu, de braços abertos eu vi no seu olhar o desejo pela vida. Existe um lugar para descansar... – essa canção atingia o meu coração como uma flecha pontuda, e ao invés de causar dor, causava alegria e paz por lembrar que existe alguém que olha por mim. – Além da dor, além do choro, existe alguém que olhar por você! Além de mim eu sei existe um Deus, que não se esqueceu, não se esqueceu. Olhe para o céu, o amor vem de lá! Noite fria vem, pra depois passar. Deus não se esqueceu de você, não se esqueceu. Sua lágrima recolheu para enxugar, sim ele é bom! – Enquanto Deus ministrava fortemente sobre sua bondade e amor em meu coração, ao fundo eu só ouvia soluços, e ao abrir meus olhos, estávamos todos sendo consolados por ele, que estava ali, nos revelando sua mais linda característica: a bondade.

E a você falo agora: Deus é bom! E se alguém tentar te dizer ao contrário, lembre-se sempre que ele é bom! Mesmo que às vezes as circunstâncias dizem que ele não se importa com você, pois está passando por momentos horríveis, ele está olhando por você, confie nele, espere e descanse nele, porque ele é bom e sempre será.