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História Enquanto Ele não vem - Four


Escrita por: heyhodallas

Capítulo 4 - Four


E à você que está lendo isso: Jesus se importa com você, com sua dores, com seus sonhos... e sempre que se sentir só, se sentir fazia por dentro, lembre-se que existe um Pai, que mora em você! De todos os templos grandiosos que ele poderia escolher para morar, ele escolheu morar na humildade do seu coração, então nunca se sinta só. Existe um Pai amoroso, um melhor amigo, que mora dentro de você. Nunca se sinta só!

 

Quatro meses depois

Eu estava atolada de trabalhos, provas, era mês de conferência do meu curso, matérias difíceis que tinha que estudar para não reprovar, exemplo: anatomia.

Se humana já é difícil, imagina estudar o corpo de “todos” os animais?!

Lucas e eu nos aproximamos muito mais desde que fizemos um trabalho em dupla. Ele é um ótimo amigo, e o melhor: se dá super bem em anatomia.

Sobre a igreja e o pessoal de lá? Converso sempre com eles, continuo indo normalmente aos cultos e células, mas não estou me envolvendo muito, estou me dedicando mais aos estudos, até porque vim para cá exatamente para isso: estudar. E Deus entende...

A campainha tocou. Era o Lucas com certeza. Havíamos combinado de estudar para a prova de segunda. Olhei o horário no relógio de parede, e eram duas e meia da tarde. Daria tempo de ir ao culto de noite.

– Olá! – Lucas exclamou sorridente assim que abri a porta. Ele me deu um beijo no rosto e um abraço.

– Oi, oi! – respondi assim que nos separamos. Dei espaço para que ele passasse e fomos em direção a mesa de centro, onde estava meu notebook, livros e cadernos.

– E aí, almoçou? – ele perguntou enquanto abria sua bolsa colocando seu caderno em cima da mesinha.

– Almocei! – disse revirando os olhos.

– Sei não em... – ele semicerrou os olhos, cruzando os braços em frente ao peito. Neguei com a cabeça rindo – Enfim... Vamos para a nossa linda e querida anatomia...

Abrimos nossos cadernos e ele começou a me explicar anatomia canina:

– Ali... São cinco áreas principais. Presta atenção: a externa, artrologia, osteologia, miologia e órgãos internos! – ele disse apontando para cada área marcada no desenho de um cachorro. – Entendeu?

– Ok! – respondi ainda encarando o desenho – No caso a externa é o físico? – ele assentiu –Osteologia é... ossos! – exclamei depois de pensar durante uns dois minutos.

– Graças a Deus! – Lucas exclamou espalmando a mão para um hight-five.

Ficamos estudando até começar a me dar dor de cabeça. Enquanto Lucas foi no banheiro, aproveitei para dar uma checada no celular.

– Jesus! – gritei vendo no relógio do celular que eram oito e quinze. Eu perdi o culto.

– O que foi menina? – Lucas indagou preocupado saindo do banheiro.

– São oito e quinze! – respondi virando a tela do celular para ele que arregalou os olhos. Gargalhei da cara que ele fez.

– Caraca! Estudamos mais de cinco horas, sem pausa ainda! – ele disse pegando o seu celular. Voltei meus olhos para o meu, e vi que tinha uma mensagem do Léo: “queridinha, não esquece do culto. Vou guardar lugar pra você!” sorri enquanto lia. – E esse sorrisinho aí na sua cara?

– Que? – perguntei olhando para Lucas que estava com a sobrancelha arqueada.

– Me deixa adivinhar... – ele colocou a mão embaixo do cotovelo e ficou olhando para o teto em silêncio – Léo?

– Idiota! – gargalhei e depois mostrei língua pra ele que sorriu e me abraçou de lado. –              Enfim, perdi o culto então vamos voltar a estudar.

– Você tá louca? – ele me encarou com o cenho franzido – Estudamos mais de cinco horas sem parar! Chega. – fechou meu notebook, nossos cadernos e livros e se virou para mim me encarando com um sorriso malicioso nos lábios. – Vamos sair.

– Sair pra onde meu querido? – perguntei cruzando os braços em frente ao peito o olhando com cara de desprezo.

– Pub! – exclamou sorridente – Otávia e os meninos chamaram...

– Lucas... – eu disse prolongando o “u” – esses lugares?

– O que quê tem? – ele revirou os olhos impaciente – Você não vai beber, é só fazer companhia pra gente... Por favor?!

– Tudo bem, não tenho nada pra fazer mesmo! – dei de ombros e ele sorriu vitorioso – Vou tomar banho.

– Ok! E eu vou ir pra casa tomar banho também, e quando terminar me manda mensagem... – assenti e ele se levantou para ir embora. Antes de ir em direção a porta, deu um beijo demorado em minha testa e um abraço apertado e saiu.

Lucas é incrível. Mesmo não sendo da igreja, ele é um garoto muito “certinho”. Ok, ele bebe, vai a festas, mas é muito controlado. Super cavalheiro, todos os dias me leva e traz da faculdade, me liga todos os dias pra perguntar se estou me alimentando, porque assim que os estudos começaram a ficar mais... Digamos pesado, eu parei de fazer comida, fiquei comendo só na faculdade, e aí na sala de aula eu passei mal e ele me levou ao hospital e deu anemia fraca, então desde então todos os dias me pergunta sobre o almoço etc.

Assim que ele saiu, subi para o meu quarto e fui tomar banho.

Enquanto tomava, coloquei umas músicas pra tocar, do tipo Ariana Grande, Demi lovato, Britney Spears, Dj Snake etc.

Saí do banho e antes de abrir o guarda roupa, dei uma checada no celular e havia uma notificação de versículo do dia. Achei estranho, pois só era um versículo que o aplicativo mandava, e pela manhã já tinha recebido. Enfim... Desbloqueei o aparelho e estava escrito: “E não entristeçais o Espírito de Deus, ao qual fostes selados para o dia da redenção. Efésios 4: 30”. Um arrepio correu por todo o meu corpo, e eu senti uma vontade imensa de vomitar. Respirei fundo, bloqueei o celular novamente e fui me trocar.

Peguei um short jeans preto de cintura alta (é verão), um cropped branco de gola role, soltei o cabelo deixando apenas a franja presa com uma presilha, passei um rímel, perfume, calcei minha bota coturno de cano baixo e salto, dei uma última olhada no espelho e mandei uma mensagem pro Lucas.

***

Chegamos ao tal pub e aquele lugar estava lotado.

Da porta avistamos Otávia e o Luiz numa mesa no canto da parede, longe do palco, pois estava tendo show ao vivo de uma dupla. Fomos até eles rapidamente e nos sentamos.

– Como assim a irmã não está na igreja? – Otávia disse dando ênfase na palavra “irmã”. Sorri para ela e fiz um coração com as mãos e ela me abraçou forte. – Brincadeira, sabe que amo você, e principalmente agora que está parando com essa paranóia de crente...

– Otávia! – Lucas a repreendeu e eu o agradeci com um sorriso e apertando sua mão que estava encostada na mesa, perto da minha.

– Vou dar um soco na sua cara Otávia... – respondi dando um sorriso abafado – Não parei com essa “paranóia de crente” – gesticulei aspas – apenas decidi sair com vocês hoje... – dei de ombros e ela sorriu contente.

– E eu já quero marcar outros roles, só que o próximo é na boate! – ela exclamou dando um gole em sua bebida. Neguei com a cabeça rindo, e os meninos me acompanharam.

Por incrível que pareça não me senti mal estando ali naquele lugar. As pessoas estavam agradáveis, a dupla cantava super bem, sem falar que só cantavam músicas que eu conhecia, e a comida é ótima.

– Quer experimentar? – Lucas disse erguendo uma garrafa de cerveja em minha direção, assim que Otávia saiu pra dançar com o Luiz.

– Não, obrigada! – respondi rindo – Esses negócios são amargos, não sei qual a graça de beber algo assim...

– Essa não é amarga, é doce! – ele respondeu – É de morango... – o encarei com o cenho franzido, debochando dele e ele soltou uma risada gostosa de se ouvir. – É sério, experimenta!

– Só um gole! – exclamei e ele assentiu com a cabeça me entregando a garrafa vermelha. Peguei e dei um gole, e fui surpreendida. Aquele negócio era doce real! Muito gostoso por sinal. Olhei para Lucas com os olhos arregalados e ele gargalhou. – Mano, isso é gostoso demais! – exclamei entregando a garrafa para ele novamente.

– Eu disse... – deu de ombros dando um gole. – Agora tá melhor ainda, tá com seu gosto... – Lucas disse dando um sorriso galanteador e eu soquei levemente seu braço. – Enfim... Qual o lance com o Léo?

– Lance? – indaguei com a sobrancelha arqueada e ele assentiu – Não tem lance nenhum...

– Então pelo menos estão a fim um do outro...

– Não mesmo! – exclamei rindo e negando com a cabeça – Ele deve ter algo com a Barbie humana. – dei de ombros e Lucas gargalhou.

– Sério? – assenti – Poxa, péssima escolha a dele... – ele crispou os lábios e eu neguei com a cabeça – É sério, você é linda, tu sabe disso, certo? – encarei os olhos dele e quase perdi o controle. Lucas estava divinamente bonito: calça justa preta, camisa social branca, e nos pés vans preto. Sua barba perfeita como sempre, cabelo alinhadíssimo, e o seu cheiro então... – Eu queria ter a mesma sorte do Léo.

– Mesma sorte? Do que tá falando?

– De fazer seus olhos brilharem quando me vesse, de sorrir lendo uma mensagem minha, de ter você como ele te tem facilmente, e infelizmente não aproveita... – Lucas soltou um suspiro e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me olhou fixamente nos olhos.

– E quem disse que ele me tem facilmente? – indaguei dando um sorriso desafiador que foi respondido por uma gargalhada. – E mais... Quem disse que com você não faço todas essas coisas aí?

– Será? – ele perguntou aproximando mais rosto do meu. Meus olhos estavam fixos naquele belo par de olhos azuis cintilantes, seu cheiro impregnava tudo o nosso redor, e eu sentia que estava em um universo paralelo. Não consegui pensa em mais nada. Seu rosto foi se aproximando mais e mais até que eu senti um calafrio percorrer meu corpo novamente, e aquela vontade de vomitar voltou. Virei meu rosto discretamente vendo de relance Lucas sorrir sem graça e dar mais um gole em sua bebida.

Meu celular vibrou em meu bolso e quando desbloqueei era uma mensagem do Léo e outra da Fernanda:

Fernanda: “linda, cadê tu? Tá viva?”

                     “o culto foi show em, faltou você! Léozinho ficou esperando tu chegar, ficava olhando pra porta de cinco em cinco minutos”

Soltei uma risada ao ler a mensagem, e Lucas me olhou curioso e eu o respondi com um sorriso.

Voltei minha atenção para o celular e fui ler a do Léo:

Léozinho gatinho (ele salvou o nome dele assim na última vez que saímos): “Que bolo tu me deu em guria?!”

                “Não é meu aniversário, mas tu me deu do mesmo jeito! Tá tudo bem? Aconteceu algo pra não ter vindo? Tipo, nem falou nada...”

                “Enfim, se estiver desocupada... estamos aqui na casa da Carina, me liga que eu te busco!”

Pensei em pedir pra ele vir me buscar, já que depois desse momento super estranho com o Lucas, ficou um silêncio constrangedor.

– Desculpa tá... Foi o álcool, eu acho. – Lucas disse me fazendo virar para encará-lo.

– Tudo bem, relaxa! – sorri e dei um beijo em seu rosto. – Não prosseguimos porque sou evangélica... – disse irônica e ele gargalhou alto.

– A melhor evangélica! – debochou e nós rimos.

Bloqueei o telefone novamente, e Lucas e eu voltamos a conversar. A noite recomeçou a valer à pena.

***

A noite havia sido muito boa, me diverti muito!

Lucas me deixou em casa já eram duas e meia da manhã. Meu recorde desde que cheguei aqui.

Assim que cheguei, fui direto para o quarto. Peguei meu celular, e haviam duas mensagens:

Léozinho gatinho: “Cara, to preocupado pra caramba! Você tá visualizando as mensagens e não tá respondendo. Tá tudo bem?”

                                 “Enfim... Senti sua falta no culto hoje.”

Fechei meus olhos e os apertei com força. Por que Léo me trata assim? Tipo, Fernanda acha que há sentimentos, mas tem a Carina, sei que tem algo entre os dois. Mas suponhamos que ele goste de mim... Eu não o mereço!

Aline Panizzi: “Oi Léozinho! Desculpa. Estava estudando e acabei perdendo a hora pro culto! Tá tudo bem sim, e você?”

A outra mensagem era do Lucas:

Luscas amô:Já tá dormindo, gatinha?”

                         “Boa noite, sonha comigo te dando uns beijos... Brincadeira! Mentira se gostou é verdade... Beijo!”

Gargalhei alto. Lucas é terrível.

Aline Panizzi: “É muito amor envolvido em?! hahahah”

                        “Boa noite gatão, sonha comigo também... ops! Brincadeira. Beijo!”

Bloqueei o celular e do nada, um vazio enorme tomou conta de mim.

Veio à tona em minha mente quanto tempo que eu não orava verdadeiramente. Quanto tempo faz que eu não pego a bíblia e viajo imaginando como era naquela época? Quanto tempo faz que eu não sento pra falar com Jesus? Quanto tempo que eu não pego no violão para cantar uma canção a ele? Quanto tempo faz que eu não o ouço?

– Deus, mas eu não parei de ler a bíblia, nem de orar! – eu disse tentando convencer a ele, e tentando amenizar tudo o que foi “jogado” em meu coração. – Todos os dias eu oro, leio tua palavra, estou indo na igreja, só hoje que faltei... – no mesmo instante a voz que era conhecida minha falou ao meu coração: “orações repetitivas não movem meu coração, muito menos uma passada de olhos na bíblia, nem ir à igreja sem alegria de estar lá... Eu sou seu melhor amigo, conheço mais você do que você se conhece!”. Engoli em seco tudo o que acabara de ouvir. Não tinha como contestar, ele me conhecia melhor que qualquer um, até mesmo melhor que eu. – Ok, eu entendi! – Olhei no relógio eram duas e trinta e seis. Coloquei minha playlist de oração para tocar e me sentei na cama. – Obrigada Deus pelo dia que eu tive, obrigada por estar me sustentando aqui, mesmo eu não merecendo, o senhor continua comigo. Perdoa os meus pecados e me abençoa! Em nome de Jesus, amém. – Olhei o horário novamente: duas e triste e seis. Não havia passado nem um minuto! A verdade era que eu não sabia mais orar como antigamente. Esse tipo de oração, a “lida” na bíblia, ir aos cultos, havia se tornado natural para mim. Aquela intimidade com Deus foi parar em algum lugar que eu não sei! E o pior de tudo, é que eu não estou sentindo fala, nem me sentindo mal. Se tornou normal. – Desculpa Deus, não dá...

Depois de ficar quase dez minutos em silêncio olhando pro nada, resolvo me deitar. Eu não conseguia mais sentir a chama ardendo em mim. Algo havia mudado e eu não sabia o que.

E a você que está lendo: Jesus morreu na cruz, não somente para te dar salvação, mas para poder estar mais perto de ti. O véu que te separava dele, foi rasgado. Portanto, não se contente com orações repetitivas, Deus quer ser seu bff! (Best Friend Forever) Se achegue à ele, seja amigo de Deus.



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