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História Enquanto Ele não vem - Five


Escrita por: heyhodallas

Notas do Autor


Hello Hello
Mais um cap. de EENV pra vocês! Espero que gostem.

Capítulo 5 - Five


Fanfic / Fanfiction Enquanto Ele não vem - Five

E a você que está lendo: Jesus morreu na cruz, não somente para te dar salvação, mas para poder estar mais perto de ti. O véu que te separava dele, foi rasgado. Portanto, não se contente com orações repetitivas, Deus quer ser seu bff! (Best Friend Forever) Se achegue à ele, seja amigo de Deus.

Dois meses depois

Seis meses. Esse é o tempo que estou longe do conforto da minha casa.

Prometi à minha mãe que não iria aprontar, e de fato não estou, entretanto nunca me senti tão longe de Deus e da sua casa.

Aquela magia toda que é viver ao lado dele, o prazer de estar na igreja e obedecer ao coração dele, a intimidade que eu um dia criei com Jesus, simplesmente desapareceu! Pra ser bem direta e verdadeira: eu já não queria mais estar nesse meio. 

Passei a ver a igreja como um lugar de julgamentos, porque desde que comecei a "me afastar" dessas coisas, toda vez que ia ao culto, todos me olhavam estranho. Sempre que Léo pregava, pregava para mim, tudo que eles faziam me acusava, então eu parei de ir. Eu sinto falta dos sentimentos que tinha quando olho para Léo e Carina fazendo célula na universidade, mas eu não quero mais.

Cansei de continuar firme, reta nos caminhos, e nada, enquanto outras pessoas que fingem ser da igreja, estão piores do que os que não estão. Desde então cortei contato com o pessoal de lá. Os bloqueei no whatsapp, facebook, instagram, enfim, todas as formas possíveis de falarem comigo. Mas continuo lendo a bíblia, orando, porém em casa. 

Lucas e eu estamos numa amizade, digamos que, colorida? Mas não tínhamos passado de abraços longos e troca de carícias.

Nos aproximamos mais, e ele me mostrou que não é porque você está no mundo que vai se tornar um perdido e tal, ele até disse que não tem problema nenhum em beber em casa, sem ninguém ver, até porque a parte ruim é as pessoas do mundo me verem bebendo, e pra ser sincera: qual o problema em beber desde que não fique bêbada?

Hoje é feriado na cidade, portanto não temos aula. Lucas marcou uma social aqui em casa hoje com a Otávia, Luiz e Mateus.

Olhei no relógio e eram sete e doze da noite. Eles devem chegar daqui a pouco.

Abri o guarda roupa e peguei um blusa preta listrada cropped e um short jeans de cintura alta. Penteei o cabelo, calcei meu chinelo e desci pra sala.

Desbloqueei o celular para ligar para eles, quando ouvi a campainha tocar:

– Não morre mais! – eu disse assim que abri a porta vendo apenas Lucas com duas caixas de cerveja nas mãos. Dei espaço para ele entrar, e assim o fez indo em direção à cozinha, guardando as caixas na geladeira. Assim que fechou a porta, se virou para mim com um sorriso enorme nos lábios e abriu os braços:

– Cadê meu beijo? – fui até ele lentamente, e antes que eu chegasse numa distância aceitável para o abraçar, Lucas me puxou pela mão fazendo meu corpo chocar contra o dele. Meus braços rodearam seu pescoço, enquanto os dele rodeavam minha cintura num abraço apertado. Ele afundou seu rosto na curva do meu pescoço e depositou um beijo ali, e eu senti os pelos da minha nuca se arrepiarem.

– Você não pode fazer isso! – disse quase num sussurro assim que seus braços afrouxaram minha cintura, nos permitindo olhar um para o outro. Ele soltou uma gargalhada gostosa e me puxou de novo para seus braços.

– Posso não? – Lucas questionou num tom desafiador enquanto depositava beijos pelo meu pescoço. As mãos dele apertaram de leve minha cintura, e quando percebi, ele estava me empresando contra a bancada, e seus beijos já estavam na minha mandíbula. Coloquei minhas mãos em seu peito o empurrando levemente. Olhei para seu rosto, e ele me lançou um sorriso tímido. – Desculpa, prometo me comportar...

– Tudo bem! – respondi sorrindo.

***

O restante do pessoal havia chegado, e logo começamos a beber.

Pedimos duas pizzas, e compramos um pote de sorvete. Otávia diz que corta o efeito do álcool.

– Amiga, por que você não fica logo com o Lucas? – Otávia perguntou assim que o mesmo se levantou para ir ao banheiro.

– É verdade, ele tá doido por você! – Luiz complementou e Mateus assentiu bebericando sua cerveja.

– Gente, não estou indo na igreja, mas ainda tenho meus princípios... – dei de ombros dando um gole generoso em minha bebida.

– Ah, faça-me o favor né Aline?! – Otávia exclamou revirando os olhos – O que tem a ver ficar com alguém que você gosta? Beijo não mata ninguém. Tenho certeza que Jesus não vai te achar um piranha por ter beijado um cara só, e ainda por cima gosta!

– Távia... – a chamei pelo apelido que demos à ela – envolve muita coisa...

– Por exemplo? – Mateus perguntou cruzando os braços em frente ao peito me encarando com o cenho franzido.

– Hum... Nunca fiquei com ninguém... Tenho maior vergonha... Não tenho certeza ainda se isso é certo... – Lucas abriu a porta do banheiro e nós nos calamos imediatamente. Ele beijou meu rosto e sentou ao meu lado novamente.

– Estavam conversando algo que eu não posso saber? – ele questionou com a sobrancelha esquerda arqueada.

– Não...

– Sim! – Otávia me interrompeu – Estávamos falando de vocês dois se beijarem logo, enfim... Estamos indo embora, e por favor... se beijem! – eu estava passada! Minha cara deve estar roxa, vermelha, branca, qualquer cor que expresse a vergonha que estou sentindo. Fechei meus olhos franzindo o cenho, enquanto ouvia a porta ser fechada. Lucas começou a gargalhar escandalosamente, o que me fez abrir os olhos.

– Cara, que vergonha. – eu disse rindo e negando com a cabeça, enquanto ele recuperava o fôlego.

– Relaxa... – Lucas colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, e ficou acariciando minha bochecha. Seu rosto foi chegando mais perto do meu, à ponto de eu sentir sua respiração batendo em mim. – E eu posso arriscar? – a pergunta foi como um soco no estômago. Meu coração dizia: "diz que sim, diz que sim, não tem nada a ver!", mas minha consciência – que na verdade eu sei que é o espírito santo – dizia: "diz que não, diz que não, isso não é certo!". Encarei o par de olhos azuis a minha frente, que mais pareciam cristais, e balancei a cabeça lentamente concordando. Lucas sorriu e foi se aproximando mais e mais. – Só relaxa... – ele sussurrou antes de se aproximar mais. Fechei meus olhos e então senti meus lábios sendo tocado, mas assim que os lábios dele tocaram os meus, eu virei o rosto.

– Desculpa... vamos deixar isso quieto? – eu disse crispando os lábios. Lucas me encarou confuso. – Eu realmente não consigo...

– Tudo bem, a gente tem tempo... – ele soltou um riso abafado e veio em minha direção me dando um abraço – Eu vou ir, amanhã a gente se fala... – assenti e ele selou meus lábios rapidamente e logo foi embora, me deixando sozinha e com o pior sentimento do mundo.

Me sentei no sofá, e olhei o relógio na parede: dez e quinze da noite. 

Eu ferrei com tudo! Ferrei com minha amizade, fiz papel de idiota, Lucas deve me odiar, e agora deve que vai sair para outro lugar e vai ficar com alguém que faça o que eu não tive coragem de fazer.

– Burra! – exclamei alcançando uma garrafa de cerveja que estava em cima da mesa de centro e dei um gole muito generoso, que fez com que bebesse metade. – Idiota! – dei mais um gole e acabei de beber. Peguei mais outra, e mais outra, e mais outra... Até começar a sentir o mundo girar, e uma vontade de rir, depois de chorar, e dormir dominou meu corpo.

Olhei para a mesa de centro, e eu havia bebido sozinha cinco garrafas de cerveja! Eu estava muito ruim.

A campainha tocou fazendo eu dar um pulo de susto. 

– Quem é uma hora dessas? – murmurei antes de dar mais um gole e abrir a porta me deparando com Léo. Mesmo estando ruim, eu ainda tinha uma certa consciência, e isso me fez sentir uma vergonha imensa de vê-lo ali. 

– Oi! – ele exclamou sorridente e eu senti uma vontade imensa de chorar.

– Oi. – respondi com a voz embargada. Léo fez menção de dar um passo em minha direção e eu recuei. Abaixei minha cabeça, fazendo de tudo para não encarar seu olhos. – O que está fazendo aqui?

– Eu posso entrar? – ele questionou e eu neguei com a cabeça. – Ah... Tudo bem... Enfim, Deus falou comigo... Pediu para que eu viesse te ver. Disse que você estava precisando de algo...  – levantei a cabeça e o olhei de relance já sentindo os lábios tremerem.

– Eu estou fedendo a cerveja... – dei de ombros o vendo se aproximar de mim. Léo não respondeu, apenas me envolveu em um abraço apertado. E quando eu senti seu coração acelerando contra o meu peito, eu desmoronei. Soltei a garrafa no chão a ouvindo quebrar, e rodeei seu pescoço com meus braços. Ele me apertou mais ainda contra seu corpo, e mesmo assim, não havia maldade nenhum ali, nem malícia, como eram os meus com Lucas, era diferente porque Léo era diferente! As lágrimas começaram a escorrer interruptamente e meu coração chegava a doer. Estava encharcando a camiseta do Léo, mas não conseguia parar, era mais forte que eu. – Léo... Eu sou tão medíocre! – exclamei enquanto ele depositava beijos no topo da minha cabeça, e acariciava meu cabelo – Eu sou tão estupida! Olha o que eu estou fazendo comigo! – Meus soluços começaram a preencher o silêncio que a casa estava, enquanto Léo só me mantinha dentro de seus braços, como quem estava me protegendo. – Eu estou com vergonha...

Eu podia ser melhor, e fazer valer a pena sua morte... O sangue que você derramou, eu podia ter valorizado muito mais... – Léo começou a cantar a música Graça, da Priscilla Alcantara, e eu que antes estava sem forças, agora se não fosse pelo Léo, estaria literalmente no chão. – Tão medíocre como filho, eu sou! Mas cuidastes de mim, mesmo eu sendo um pobre pecador... Eu não mereço o seu amor, Senhor, eu só quis saber de errar enquanto você cuidava de mim. A tua graça me constrange, me diminui, me faz ver quão pequeno sou, e quão abençoado pelo seu amor eu fui... – agarrei o colarinho da camisa do Léo e o puxei mais para mim. Ao mesmo tempo que sentia uma dor terrível consumir meu coração, eu sentia um conforto enorme. Algo dentro de mim – que cá entre nós, se chama espírito santo – dizia sem parar: "levanta que eu estou aqui, querendo te abraçar!". Levantei meus olhos até enxergar o rosto do Léo, que sorriu ao me olhar nos olhos.

– Não quer me dizer nada? – questionei a ele, que sorriu e negou com a cabeça voltando a me abraçar. 

– Só vamos ficar aqui, quietinhos, assistindo Deus fazer as coisas... – ele puxou minha mão me levando em direção ao sofá, que estava cheio de garrafas vazias e me sentou. Pegou cada garrada e as colocou em cima da mesinha, e se sentou ao meu lado.

– Vamos tirar elas daqui? – perguntei envergonhada e ele negou.

– Vem cá... – Léo me puxou delicadamente pela mão e me fez deitar com a cabeça encostada em seu peito. Me aninhei ali, e ele me envolveu em um abraço. As lágrimas voltaram a rolar, mas eu sentia algo diferente agora. Ainda sentia um pouco de vergonha, mas sabia que algo estava acontecendo em meu interior. – Você não é a primeira nem a única a errar Aline! – ele disse enquanto acariciava meu cabelo – Todos caímos, erramos, pecamos, tropeçamos, todos! Somos humanos, apenas isso... A diferença é que levantamos e voltamos a trilhar o caminho... Aqui não é seu lugar, você sabe disso meu bem, seu lugar é no altar!

– Léo, eu fiquei com o Lucas! – exclamei encarando seus olhos. Léo engoliu seco e soltou um riso fraco:

– Não vou mentir e dizer que não estou com ciúmes, e um pouquinho de inveja... – ele gargalhou e eu também – Mas enfim, aconteceu e não dá pra voltar atrás. O que podemos fazer é o mudar o daqui pra frente, isso é o que importa: sua decisão a partir de agora.

– Mas eu quebrei a aliança que tinha com Jesus! – eu disse com a voz tremula, por conta do choro que voltara.

– Então conversa com ele. – deu de ombros – Aline? – levantei meu rosto o encarando e ele segurou meu queixo me fazendo fixar meus olhos nos dele – Conta tudo pra ele! Vomita tudo que está guardado aí dentro... – Léo se levantou e subiu para o meu quarto me deixando sozinha na sala no meio de bebidas e da memória  recente da quebra de aliança.

Olhei ao meu redor e vi os destroços que restou da minha vida. Me vi perdida no meio de coisas que eu sempre repudiei.

– Por onde eu devo começar? – questionei olhando para cima. E então o choro recomeçou. Os soluços ecoavam por toda a casa, e meu coração parecia querer explodir, mas eu não conseguia falar uma palavra mais se quer, só conseguia chorar. Entretanto sabia que o espírito santo transforma nossas lágrimas em oração. A voz mais familiar que há tempos eu não ouvia falou ao meu coração: "eu já te perdoei meu amor! Eu estava com saudade de nós, das nossas loucuras, conversas... Ah minha linda! Eu tenho tanta coisa pra te mostrar e contar...". Jesus estava ali novamente. Jesus voltou a estar presente em minha casa. A sua presença voltou a preencher cada canto aqui. – Eu só te digo que eu não estava te amando mais meu amor! Eu estava amando mais o mundo que você, me desculpa... Mas eu não quero isso, não quero o mundo e as coisas que ele tem pra me dar, eu quero você Jesus! Me ajuda a não me perder de novo... – e mais uma vez ele falou: "o que eu mais quero é estar pertinho! Não interessa o que você fez, não vim pra te julgar, tô aqui pra te ajudar a levantar, e é isso que sempre vou fazer. Chega de vergonha, limpa a sujeira e levanta!". E assim eu fiz. Me levantei do sofá, peguei todas aquelas garrafas e as joguei no lixo. Limpei toda aquela bagunça, e literalmente a casa estava em ordem novamente, e não só a minha, mas a casa do pai, que sou eu, estava em ordem novamente.

E a você te digo isso: não importa o que você fez, não importa onde você caiu, Jesus te ama do mesmo jeito, e seu erro não diminui o amor dele por ti. Ele veio para nos ajudar, e não para nos julgar. Não se sinta incapaz, não se sinta um lixo, porque não importa o que você fez, ainda é filho(a) do Criador do Mundo! Então não fique mais no chão. Decida sarar, e encontre seu lugar nos braços do Pai de amor.


Notas Finais


Enfim, espero que tenham gostado... Comentem o que acharam.
Seja louco por Jesus!


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