[Sexta-feira,20 de agosto]
Bom,um mês se passou e vocês devem estar se perguntando o que aconteceu depois daquele acampamento. Por incrivel que pareça,tudo estava incrivelmente calmo.
Diego e Fernando estavam firmes e fortes com o romance,Henrique estava com um olho mais aberto que o outro em relação a isso e é claro Lucas, que nem olhava para a cara de Marla,o que a deixava furiosa.
O terceiro bimestre passou voando e os alunos estavam se preparando para o ultimo bimestre,que seria o mais pesado. A maioria estava bem,mas não podiam relaxar por conta disso.
Era dia de reunião de pais e mestres junto com o conselho de classe no colégio Império. Também era o dia em que dária inicio ao quarto e ultimo bimestre.
O colégio se encontrava cheio em plena 10:00 da manhã,pois era enorme e tinha muitas turmas. A reunião do 1ºA séria as 10:30 e a maioria dos pais ja estavam esperando próximo ao auditório,onde aconteceria o conselho e entrega de Boletins.
Marla e Fernando estavam juntos fofocando sobre o romance do loiro,enquanto Carlos conversava com Pedro,pai de Marla. Lucas estava conversando com sua mãe em um canto mais afastado e Henrique acabava de estácionar o carro.
- Uau,isso continua do mesmo jeito que estava na minha epoca. - Disse Henrique adentrando o colégio com o filho.
- Ainda se lembra? - Brincou Diego,que recebeu um tapa na cabeça.
- Onde vai ser a reunião? - Perguntou arrumando a gola de sua camisa no espelho de seu carro.
- No auditório.
- Acho que ainda sei chegar lá. Eu acho bom você zerar esse boletim,se não..
- Vai me bater? - Insinuou o moreno. Henrique soltou um riso frouxo.
Quanto mais os dois se aproximavam do auditório,mais atraiam olhares. Eram bonitos demais para passarem despercebidos,principalmente Diego,que era uma cópia identica do pai e que chamava muita atenção com sua jaqueta de couro e seu óculos escuro,que o deixava com aparência de bad boy,enquanto o pai usava uma camisa social cinza com dois botões abertos,deixando a mostra um pouco de seu peitoral com poucos pelos raspados.
Diego pôde ver Fernando conversando com Marla em um banco e foi em direção á eles. Henrique parou para conversar com alguns professores de sua epoca e alguns pais que eram seus colegas na epoca do colégio vieram o cumprimentar. Eram poucos,mas eram os que ele tinha mantido contato depois de se formar e alguns até nem lembrava.
O moreno se aproximou de Fernando e viu seu pai um pouco a frente conversando,então apenas o cumprimentou com um aperto de mão,que por sinal era bastante estranho. Cumprimentou Marla e se sentou ao seu lado.
- Nossa,é tão estranho e doloroso ver vocês se cumprimentando assim,sendo que até semana passada precisei passar maquiagem no seu pescoço para esconder os chupões que estava. - Disse Marla, olhando para Fernando,fazendo-o corar. Diego riu da cena.
- Acredite,dói mais em mim do que em você. - Disse o loiro.
- A propósito,poderiamos repetir a sessão dos chupões hoje a noite lá em casa. O que acha? - Insinuou o moreno disfarçadamente.
- Não! Maquiagem custa caro,sabia? E não é você que as compra. - Retrucou Marla,fazendo os amigos rirem.
- Diego,parece que seu pai está chamando bastante atenção. - Disse Fernando,apontando para Henrique,que conversava com seus colegas e nem percebia as olhadas que recebia de algumas mulheres e até alguns homens.
- Claro,ele puxou o meu lado da beleza.
- Na verdade é ao contrário. - Disse Marla. O moreno ficou confuso e franziu as sobrancelhas.
- Releva,Mah. Ele é lerdinho. - Fernando disse com um sorriso de canto de rosto,enquanto o moreno tentava o olhar sério.
Ficaram jogando papo fora durante 15 minutos,quando os pais foram chamados para adentrar o auditório. Resolveram andar para ver se o tempo passava mais rápido e assim foram rodeando a escola até chegarem na quadra.
Podiam ver alguns alunos jogando bola,com algumas garotas e um pessoal sentado na arquibancada conversando. Subiram,sentaram-se no topo da arquibancada e ficaram conversando. Em um certo momento,Lucas passou distraído pela quadra,agarrado com uma loira e sem notar que os amigos estavam ali,sentou-se com ela na parte mais baixa da arquibancada. Marla viu tudo e tentou esconder o ciumes.
- Vocês viram isso? - Apontou para o moreno,que ria na companhia da loira.
- Nossa,que rápido! - Disse Fernando.
- Você tá bem? - Perguntou Diego.
- Eu? Eu estou. Por que não estária?
- Não é que...
- Achou que eu sofreria por ele? Por favor,Diego,nem tive tempo de me apaixonar por ele. Deixa ele com essa...loira feia de cabelos longos e bonitos,homens são o que não me falta. - Disse e os amigos se olharam,não crendo muito nas palavras da amiga. - Se me dão licença,preciso ir ao banheiro...hãm...trocar o absorvente. - Inventou e saiu. Passou ao lado de Lucas,que a viu mas ignorou e foi em direção ao banheiro.
...
15 minutos se passaram e a reunião tinha acabado. Fernando estava com Diego conversando perto do auditório quando Carlos os viu. Foi caminhando em direção ao filho com seu boletim na mão e Fernando começava a se assustar.
- Diego! Como está? - Perguntou cumprimentando o moreno,que apertava sua mão forte. Carlos gostava disso e gostava bastante do garoto,que sempre que ia a sua casa,conversava com ele sobre jogos.
- Eu estou bem. E o senhor?
- Estou tentando. Ainda vamos assistir o jogo no domingo?
- Eu não perderia isso por nada,seu Martin.
- Ah,que bobeira de seu Martin! Ja disse que pode me chamar de Carlos.
Fernando estranhava a proximidade que Diego tinha com seu pai. O moreno o conquistou e Fernando só queria saber como fazer para Carlos o tratar assim também.
- Tudo bem...Carlos. - Disse o moreno sem jeito.
- Como eu fui,pai? - Perguntou Fernando,roubando a atenção de seu pai.
- Até que foi bem,com excessão de duas matérias.
- Q-quais?
- Matemática e Fisíca. 3,2 e 4,3. - Disse com a expressão séria.
Fernando pegou o boletim da mão do pai e o ficou encarando,estava com medo de olhar para seu pai e estava começando a ficar visivel.
- Hãm... mas é que as matérias de exatas são bem dificeis mesmo,quase ninguém consegue tirar notas boas. - Disse Diego,tentando descontrair.
- Isso não é desculpa pra ele,Diego. Ano passado ele tinha professores particulares e mesmo assim tirava notas baixas.
- Eu prometo,vou recuperar. - Disse o loiro,com medo do pai.
- É bom mesmo,por que se você repetir,ja sabe. - Disse Carlos olhando sério para o filho,deixando Diego desconfortável com a cena. - Vou ao banheiro,ja volto e iremos para casa.
Henrique,que procurava o filho,o viu conversando com o amigo e foi em direção há eles.
- Ei,te procurei por todo canto! - Disse se aproximando do filho.
- Ah,eu estava por aqui. Como fui?
- Péssimo! - Disse sério e o moreno se assustou.
- Me dá isso aqui. - Disse pegando o boletim da mão de seu pai. - Soltou um alivio e seu pai riu.
- Bom,parece que ainda tem um teto para dormir. - Disse sarcástico.
- Como você conseguiu tirar 10 em cada matéria? Isso não é possivel?! - Disse Fernando,indignado.
- Ué,eu sou um aluno exemplar. - Brincou o moreno.
- Exemplar? Sei! Quanto pagou para os professores te darem 10? - O loiro brincou e Henrique riu. Ja estava acostumado a passar o tempo com Fernando,então não achava mais estranho. Carlos chegou e percebeu a presença de Henrique com os garotos.
- Você deve ser o pai do Diego,certo?
- Henrique Luz,muito prazer. - Disse estendendo a mão em cumprimento.
No momento em que Carlos esse nome,sentiu um arrepio em seu corpo. Conhecia essa voz e esse nome. Poderia dizer que eles tinham uma história e não era das melhores.
- Carlos...Martin. - Disse cumprimentando o moreno.
- Desculpe,eu conheço você de algum lugar? - Perguntou Henrique,estranhando a semelhança do rapaz com alguém que não lembrava.
Carlos suspirou e soltou um riso frouxo para tentar descontrair.
-Eu creio que não. - Disse e Henrique estranhou,mas deu de lado. - Fernando,vamos? Você tem que estudar essas matérias que reprovou.
- Se quiser eu posso ajudar ele em matematica e física,eu passei em todas. - Disse o moreno.
- Obrigado,mas não vai ser preciso. Ele precisa aprender por conta própria. - Disse e Fernando corou. - Vamos? - Jogou um olhar para o filho,que o obedeceu com a cabeça.
-Foi um prazer...conhecê-lo,Henrique. - Disse Carlos cumprimentando com a cabeça.
- O prazer foi meu. - Disse desanimado.
Carlos foi na frente e Fernando ficou para se despedir dos morenos.
- Te vejo mais tarde? - Perguntou Diego.
- Se eu conseguir,te mando um sms. - Respondeu o loiro.
- O que vai ter mais tarde? - Perguntou Henrique,curioso.
- Ele vai passar em casa para ensaiarmos para a peça e depois veremo um filme. Tudo bem?
- Bom,não vejo nada de mais nisso. - Disse sem dar muita importância.
Carlos virou-se,vendo que o filho não o acompanhava e gritou sério por ele.
- Bom, então vou indo. Até mais tarde. Tchau Henri. - Fernando se retirou e Diego pôde ver pela primeira vez como o loiro se sentia mal pelo pai.
- Que cara estranho...sinto que o conheço de algum canto.
- Vai ver está confundindo com outra pessoa.
- É...pode ser. - Completou Henrique,vendo o Carlos indo em direção a saida e voltou o olhar para seu filho. -
-Vamos?
-Vamos.
Henrique passou um de seus braços sobre os ombros de seu filho e seguiu em direção ao estácionamento.
...
[Residência Rodrigues]
Lucas estava em sua casa aproveitando o dia para dormir,enquanto os pais trabalhavam. Estava em um sono bem frofundo quando Alexandra,uma empregada que cuidava dele desde criança,tentava o acordar.
- Lucas? - Dizia batendo na porta de seu quarto. - Lucas? - Bateu novamente e viu que o moreno não iria acordar. Abriu a porta e foi em direção a ele,que dormia em um sono tão profundo que chegava a roncar. Alexandra balançava o moreno de um lado para o outro,até que ouviu o moreno responder sonolento.
- Han? O que aconteceu? - Disse com um pouco de baba em sua boca.
- Tem uma jovem aqui que diz ser sua amiga e que quer falar com você.
- Que jovem?
- Ela não disse o nome,só disse que você a conhece.
O moreno limpou a baba em seu rosto,se levantou ainda sonolento e passou a mão por cima do cabelo,na intenção de arrumá-lo. Saiu de seu quarto e seguiu em direção á sala,onde pensava encontrar Katherine,sua ficante,mas se surpreendeu ao ver outra pessoa parada,olhando para um quadro na parede.
- Marla?- Perguntou surpreso e a morena se virou para ele.
- Está com o rosto amassado. Estava dormindo?
- Não,estava vendo um filme. O que faz aqui?
- Ham...eu vim devolver isso. - Disse abrindo sua bolsa e entregando a garrafa de vinho que o moreno levará na noite em que saiu pela primeira vez com os amigos para a festa da mansão.
- Nossa,eu nem lembrava mais dele. Pensei até que tinhamos tomado.
- Não. Aquele dia ficamos bêbados e dormimos antes de bebê-lo. Eu guardei para uma ocásião especial,mas acho que ja não faz sentido ficar com ele.
- Bom...tudo bem.
- Acho melhor eu ir embora agora. - Disse na intenção do moreno pedir para ela ficar.
- É... eu também preciso terminar o filme. - Mentiu. Queria voltar a dormir e Marla estava atrapalhando.
Marla se retirou sem graça e antes de sair virou-se para falar novamente.
- Soube que está com uma garota. É verdade?
- Marla...
- Olha tudo bem me dizer,somos maduros o suficiente para aceitar isso.
O moreno coçou a cabeça em dúvida mas acabou cedendo.
- Estamos ficando.
- Ah. - Suspiro - Legal que encontrou alguém.
-É...
- Não é porque terminamos que temos que ficar sós.
- Sim. - O moreno dizia reflexivo. - E você também,digo,deve estar ficando com alguém,não é?
- Eu? Sim,claro,obvio,estou. - Mentia,mas Lucas parecia acreditar em cada palavra. - Eu não posso ficar parada,não é? - Estava mais do que parada,estava presa no mesmo lugar.
- É... - O moreno falava devagar. Ainda era muito recente o término e era bastante dificil ráciocinar vendo a morena bem a sua frente.
- Bom,agora vou te deixar com seu filme. - Disse sabendo que o moreno voltaria a dormir. - Ela é bem bonita. -
Completou indo em direção a saida.
Lucas ficou pensando no que a morena disse e antes que ela saisse de sua casa,correu atrás dela.
- Marla!
- O que? - Virou-se rapida,surpresa.
- Tudo isso é muito recente e ainda é dificil de acreditar...
- Não foi minha intenção te magoar! - Afirmou cortando o moreno.
- A questão é que nada disso estaria acontecendo se tivesse sido sincera comigo desde o inicio. Talvez um dia e te perdoe,mas agora é bem ruim te ver na minha frente.
A morena assentiu que sim com a cabeça e saiu da casa entristecida. Lucas resolveu tomar um banho frio. Tinha perdido todo o sono depois desse papo.
...
[Residência Luz]
Era cerca de 16 horas da tarde,Fernando aproventou que o pai teve uma emergencia no trabalho para ir visitar o moreno,que estava só. Seu pai sempre fazia compras sózinho,pois dizia que o filho comprava qualquer coisa que fosse comestivel.
Estavam namorando no quarto de Diego,ambos com os corpos colados e com a respiração ofegante. Sempre que o moreno tentava algo mais sério,era reprimido.
- Diego?! - Disse se levantando do corpo do moreno,que não parava de tentar passar a mão em sua bunda.
- O quê?! - Se levantou. - Não tem nada de mais em passar a mão na bunda!
- Sim,mas e depois? Tiramos nossas roupas e transamos? Não tem nada de mais nisso?
O moreno bufou e se jogou na cama.
- Você prometeu esperar. - Disse o loiro com manha.
- E eu vou,mas nem passar a mão na bunda eu posso? Tenho que me contentar só com beijo?
O loiro suspirou e deitou ao lado do moreno,virando-se para ele.
- Vamos mudar de assunto.
- Tudo bem. Vamos falar sobre outro assunto. Que tal falarmos sobre como o Daniel e outros meninos te olham quando você vai pra educação fisica com aquele short.
- Ai não,esse papo de novo não. - Suspirou e colocou o travesseiro sobre sua cara. - Diego,aquele é o uniforme,o que eu posso fazer?
- Usar maior?
- Eu só tenho daquele tamanho.
- Sem problemas,eu te empresto os meus.
- Diego,qual o problema de usar um short curto?
- O problema é que eles ficam te olhando e eu não gosto disso.
- Ah,então tudo bem se as meninas e alguns meninos olharem para você,mas pra mim não?
- É diferente! Aqueles meninos são muito maldosos,Fê. Eles te olham com outro olhar.
- Aham,sei. E qual o problema?
- É QUE VOCÊ É MEU,CARAMBA! - Gritou o moreno.
- É o que? - Perguntou o loiro soltando um riso frouxo.
- Digo,temos algo,não temos?
- Sim,temos,mas desde quando eu sou sua prioridade? - Perguntava sério mas adorava ouvir as respostas.
- Desde sempre. - Disse e o loiro gargalhou.
- Ah meu amor,se você acha que só ficar comigo me faz seu,você está bastante enganado.
...
Henrique chega e percebe um silêncio em sua casa. Presume que se Fernando estivesse aqui,estaria ensiando com Diego e ouviria os barulhos,pois geralmente costumam ensaiar na sala,mas como não ouviu nada pensou que o filho poderia estar fora. Decidiu guardar as coisas e depois subir para ver se Diego estava em seu quarto.
...
- Tá,o que você quer para ser meu?
- Não sei...que tal um pedido de namoro?
O moreno virou a cara no momento em que o loiro disse.
- Namoro não. Nunca mais. - Fernando o olhou magoado.
- Tudo bem,então não sou sua prioridade. - O loiro saiu da cama e foi procurar um de seus sapatos.
- Pera,pera,pera! Não vá embora! - Disse abraçando o loiro por trás.
- O quê? - Disse revirando os olhos.
- Eu não quis dizer isso. Eu acho que um pedido de namoro é cedo demais. Não quero me entregar tão rapido assim,entende?
O loiro se vira confuso.
- Se não quer se entregar,por que está comigo? - Perguntou causando um clima tenso.
- Porque eu te amo,ué.
- Eu também te amo,mas sabe o quanto isso está me custando? Sabe o medo que eu tenho do meu pai descobrir? Muito. E mesmo assim estou me entregando completamente.
- Eu sei e eu te amo mais ainda por isso,mas é que... - suspiro - Só me dá um tempo,ok? Um tempo pra ver se eu consigo me reconectar. Eu estou bastante quebrado. -Disse com as mãos sobre os braços do loiro,apertando-os.
- Você ja foi magoado,não foi? - O loiro pergunta e Diego fica sem saber o que falar.
- Han?
- O quê aconteceu com você? - Pergunta preocupado.
- Nada,ué.
- Diego,se você não me diz o que aconteceu com você,como posso me entregar pra você?
O moreno suspira e puxa o loiro pelas mãos até a cama.
- Tinha uma garota...Sarah o nome dela,que namorava comigo. Eu a amava e me entreguei cedo demais. Um tempo depois terminamos e isso me deixou mal. Não quero que aconteça com a gente o que aconteceu entre mim e ela.
- Quando foi isso?
- Há uns dois anos.
- Você ainda a ama?
- O quê? Claro que não! Eu amo você!
O loiro da um sorriso de canto de rosto.
- Bom,eu não sei o que aconteceu para vocês terminarem,nem sei o quão ruim isso foi pra você,mas se um dia houver um pedido de namoro,eu irei cuidar muito bem de você e da relação.
- Eu sei. - Disse o moreno com um sorriso inocente. - Eu vou começar a pensar em como providênciar isso,eu juro.
-Ah! Eu também amo você! - Disse o loiro sorrindo. - E não se preocupe com os olhares dos outros. Enquanto eu tiver você,não irei querer mais ninguém.
O moreno sente um conforto nas palavras do loiro e o puxa para um beijo. Os dois caem na cama,Fernando por cima de Diego.
- Mas pera ai...por que o pedido tem que vir de mim? - Disse parando o beijo e deixando o loiro pensativo. Apenas sorriu de canto de rosto e voltou a beijá-lo.
Henrique,que ja tinha arrumado tudo subiu para ver se o filho estava no quarto e ao chegar na porta se espanta com o que vê. A cena só confirmava o que ele ja sabia.
Henrique não era o tipo de pessoa que estraga o momento do filho e o humilha. Era do tipo que chama em privado e conversava sobre.
Decidiu não fazer nada e desceu em silêncio para a cozinha onde parou para pensar no que aconteceria a partir de agora. Por impulso e medo do que aconteceria se ele ficasse quieto,gritou por seu filho.
...
- Ouviu isso? - Perguntou o moreno parando o beijo.
- É o seu pai! - O loiro saiu de cima do moreno o mais rapido que pôde e correu para calçar os tênis.
- Pai?! - Gritou
- Diego,filho! Desça aqui! - Respondeu da cozinha.
- E agora? - Perguntou o loiro.
- Vamos juntos. Vem! - O moreno saiu de seu quarto e desceu as escadas,Fernando foi atrás. Seguiram para a cozinha e Diego viu seu pai mexendo em algumas compras em cima da mesa. - Oi,queria falar comigo?
- Fernando! Que surpresa! - Disse tentando parecer surpreso.
- Hãm,eu disse que viria aqui hoje mais cedo,não lembra?
-É,mas pensei que não estivesse aqui. Não ouvi vocês ensaiando.
- Estavamos só estudando mesmo. - Disse o loiro
- Ah,é? Cade o material de vocês? - Jogou verde.
O loiro olhou para Diego sem saber o que dizer,dando deixa para ele responder.
- Na verdade,era um estudo online. Ja terminamos de todo jeito.
- Ah...ta. Bom,eu queria saber o que você quer comer no jantar.
- Ah,só isso? Pizza.
- Fernando,quer ficar para o jantar conosco?
- Obrigado,mas eu dispenso. Estou de saída.
-O quê? - Perguntou o moreno.
- Meu pai vai viajar na segunda e quer me levar para jantar hoje,preciso me arrumar.
- Bom,então quem sabe a próxima? - Perguntou Henrique.
- Na próxima com certeza!
- Tudo certo,então. - Assentiu Henrique.
- Eu te levo até a saida. - Disse Diego,guiando Fernando até a porta.
- Acha que ele desconfiou de algo? - Perguntou o loiro.
- Por que acha isso?
- Porque você é um péssimo ator. - Brincou.
- Eu acho que não.
- Ele estava bem estranho,percebeu? - O moreno negou com a cabeça. - De qualquer forma é melhor não arriscar.
- É. - O moreno olha para trás para ver se o pai está perto,enquanto o loiro faz o mesmo. Viram que não tinha ninguém olhando e deram um selinho demorado.
- Te vejo na segunda. - O moreno dá uma piscada.
- Até. - O loiro se retira.
- E troca o short! - Gritou brincando.
O loiro solta um riso e o moreno ri com a cena. Diego fechou a porta e seguiu para a cozinha, onde viu seu pai bebendo uma cerveja,foi até ele e abriu um refrigerante de laranja.
- Uma pena ele não poder ficar pro jantar. Ele parecia bem nervoso.
- É...coisa de pai e filho. - Disse estranhando o assunto.
- E vocês estavam estudando o quê?
- Hãm...Biologia.
- Biologicas,huh? Pensei que ele estivesse com problemas nas exatas.
O moreno dá um gole pesado em seu refri e tenta pensar em algo para dizer.
- É...ham...estudamos matematica antes de fisica.
- Física? Ué,não estavam estudando biologia? - Henrique sabia jogar verde muito bem e o filho começou a suar e a ficar nervoso.
- Sim,biologicas. Estudamos exatas e depois biológicas. Vai demorar muito pra pizza sair? - Perguntou mudando de assunto.
- Suponho que sim,ja que só vou ligar as 20 horas e agora são 16:30.
- Bom,nesse caso eu vou subir pro meu quarto,você sabe...estudar. - O moreno pega uma maçã e vai em direção as escadas.
- Diego,espera!
- O quê?
- Ta tudo bem? Digo,tem alguma coisa que queira me contar?
O moreno fica pensativo e começa a desconfiar do pai.
- Não.
- Tem certeza?
- Ah,um de seus amigos ligou e disse que virá aqui semana que vem com outros caras para jogar.
- Tá,mas fora isso?
- Nada ué,eu ja disse.
- Hum...nesse caso então tudo bem.
- Tá tudo bem,Pai?
- Claro,só quero saber como você está. Digo,você me contaria se estivesse acontecendo algo,né?
- Claro.
- Que bom.
- Por que?
- Apenas preocupação de pai mesmo. - Henrique sorri sarcástico.
- Ok - O moreno fala pausadamente,estranhando. - Ja posso ir?
- Pode,claro.
O moreno dá uma mordida em sua maçã e sobe para o quarto desconfiado.
...
[Restaurante]
- Boa noite e bem-vindos ao bistrô risort. Em que posso ajudá-los? - Perguntou o recepcionista.
- Temos uma reserva as 20:00h.
- Qual o nome?
- Carlos Martin.
- Ah sim,encontrei. É por aqui senhor.
O recepcionista levou Carlos e Fernando para sua mesa,que ficava em um ótimo lugar. Os dois se sentaram e o recepcionista saiu para chamar um garçom.
- Aqui é bem bonito. Por que me trouxe aqui? - Pergunto o filho,estranhando.
- Só quero jantar com você antes de viajar. É um problema?
- Não,claro que não. Obrigado por isso. - Dizia o loiro animado e com um sorriso no rosto.
- Mas eu queria mesmo era conversar com você.
- Conversar?
- É. Bater um papo entre homens,sabe?
O loiro assenti que sim com a cabeça.
- Como está o treino?
- Ah,estamos pegando bem pesado. Com as competições chegando,não temos tempo para quase nada além de treinar.
- Ah,legal. E as garotas?
- As garotas?
- É,como anda? Você ta usando proteção?
Fernando fica nervoso e sem saber o que dizer diante do pai,bebeu um gole de sua agua para disfarçar. Mal sabia Carlos que o filho era mais virgem do que muitos da sua idade.
- Sim,claro.
- Bom,isso é importante.
O loiro da outro gole em sua agua,enquanto olha para os lados,tentando disfarçar.
- E esse garoto,Diego?
Fernando quase cospe a água,mas a engole e engasga. Carlos estranha.
- O quê tem ele? - Disse limpando a boca.
- Vocês são muito amigos?
- N-não muito. - Disse dando de ombros.
- Desse jeito vai ser mais fácil,então. Quero que pare de falar com ele imediatamente. Acho que ele má companhia.
- Como assim? Não to entendendo. - O loiro diz assustado e confuso. - Até hoje mais cedo você gostava dele. Até o chamou para ver o jogo com você.
- Isso antes de saber quem era o pai dele.
- O que ele tem haver com isso?
- Nando,eu conheço o tipo de gente que o pai dele é. Cheguei a conhecê-lo na adolescência e ele não era boa pessoa.
- Como assim? Vocês eram amigos? - O loiro pergunta totalmente confuso e o pai suspira para explicar.
- Nós não,mas tinha um amigo que estudou com o ele no colegial e eles eram melhores amigos,até que um dia,Henrique o traiu. E sabe como aquele ditado é: tal pai,tal filho. Não quero que aconteça com você o que aconteceu com ele.
- Mas pai,o Diego é diferente...ele é leal. Além do mais,não dá para deixar de falar com ele. Estudamos na mesma sala,estamos no mesmo grupo de trabalhos,ele é o capitão do time e diretor da peça.
- Uma coisa de cada vez. Primeiro saia dessa peça que não te dará futuro,depois troque de grupo e quanto as aulas e o treino,só fale com ele se for necessário.
- Pai,olha,confia em mim,eu sei me cuidar. - Disse tentando convencer o pai a mudar de idéia.
- Não posso arriscar.
- Mas que preocupação é essa comigo de uma hora pra outra? - Fernando fala e Carlos o olha sério. O loiro ja se arrepende do que tinha dito.
- Como é? - O pai franzi as sobrancelhas.
- É,por que essa mudança de opinião,sendo que você adorava ele até hoje mais cedo?
- Não importa.
- Mas pai...
- Fernando...
- Não é justo que você fique mandando na minha vida toda hora,caramba!
Disse e Carlos deu um tapa em sua cara,fazendo com que algumas pessoas que estavam próximas a eles,os olhassem.
- Você vai fazer o que eu mandar e acabou! - Disse num tom mais discreto,se recompondo. O loiro o olhava incrédulo e com tristeza. Não pelo tapa,mas sim pela ordem. Ja estava acostumado a ser tratado com frieza,então nem se abalou tanto.
Um garçom se aproxima de sua mesa com alguns cardápios e o bloco de anotações.
- Gostariam de fazer o pedido?
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