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História Enquanto houver amor - Acho que vou ser a velha encalhada.


Escrita por: ApenasLu

Notas do Autor


Preparem-se.

Capítulo 28 - Acho que vou ser a velha encalhada.


Fanfic / Fanfiction Enquanto houver amor - Acho que vou ser a velha encalhada.

Selena Gomez. POV.

Sexta-feira; 02h27 am.

Penhasco, Alabama.

 

A noite parece não ter fim, assim como as estrelas que cortam o manto negro jogado sobre o céu, o corpo quente de Vanessa envolve-me carinhosamente pela cintura ao descansar o rosto sobre meu ombro desnudo, ela rir sem motivo ao olhar para o desfiladeiro a nossa frente, a lua beija o amar a cada ano naquela parte deserta da cidade, isso acontecia todo dia em seu aniversário, seu maior presente, Ashley se mantém sentada sobre o capô do meu Mustang, os olhos celestes encontram-se sorridentes e brilhantes ao cantar uma velha canção sobre um cowboy forasteiro e sem rumo enquanto bebe um pouco do suco com baixo teor de álcool. 

- Eu amo você - Vanessa aperta-me com mais força contra seu corpo, o perfume doce mistura-se ao meu, cítrico  como laranja - Amo, amo, amo!

- Eu também amo você, monstrinho, amo de verdade.

Um vento frio abala minha estrutura óssea, aperta meu peito e me transforma em poço de angústia, era como cair de um precipício e saber que não havia nada embaixo, apenas o vazio e uma queda sem validade, talvez por essa razão não permito que me solte, agarro firme, enterro as unhas no tecido leve do vestido florido em seu corpo.

- Selena...

- Eu estou com mal pressentimento - Minha voz sai minguada e chorosa - Eu estou com medo, promete que não vai me deixar, a Ashley também...

- Ei, Sel, é meu aniversário, nada de tristeza, deixe seu pessimismo longe de mim! - O sorriso luminoso em seu rosto ofusca um mundo inteiro lá fora – Eu amo vocês e não pretendo deixa-las tão cedo! Venha, vamos chamar a Ash – O vestido sem mangas e longo balança suavemente com a brisa quente da noite, Vanessa põem em minhas mãos seu celular novinho - Quero que tire uma foto, bem assim.

Ela abraça uma árvore, os galhos quase escondem seu corpo. Ela não sente o frio da noite.

- Nós devíamos ter chamado os meninos – Ashley  agora está aí meu lado – Eles iam animar isso aqui.

- Você está dizendo que a noite está sem graça? Selena...

Ela fica linda quando confere as fotos tiradas por minha câmera nova, os fios morenos estão mais curtos, não alcançam mais seus ombros, sinto o frio começar a balançar minhas fibras por baixo da meia calça laranja, o celular no bolso traseiro do short vibra, sei  quem é, Justin sempre liga a meia noite para dizer que me ama.

Eu o amo mais do que deveria.

- Nem pense! – Avisa-me Ashley – hoje é a noite das garotas, Bieber pode esperar, esperou todo esse tempo já mesmo! 

- É isso aí, gatinha! Deixe ele esperando e venha aqui, quero  mostrar uma coisa.

Eu teria medo em outro momento, com outras pessoas, ou sem pessoas. Todavia, eram elas, por isso sento-me na beira do penhasco sem receio de uma morte súbita, sento-me sobre uma rocha, nossos pés descalços balançam enquanto mergulham no breu da noite, dedos frios são entrelaçados aos meus.

- Está vendo aquela flor ali? – Seu dedo indicador mostra-nos uma flor do outro lado do desfiladeiro, ela é de um rosa claro, quase branco, repousa sobre uma pedra de formato estranho – Dizem que uma bruxa matou um jovem casal por inveja do amor entre eles, todos os anos aquela flor nasce aqui, só aqui, era preferida dela – Vanessa tem em sua face uma expressão mista, cheia de emoção – Minha mãe costumava contar história a deles é a minha preferida, alguns dizem que eles morreram sobre aquela pedra outros que fugiram.

- Qual o nome da flor?

Não demora para que Ashley a faça contar toda o conto perdido no tempo, reinados e fadas nunca fizeram parte da minha infância, não havia tempo entre uma mudança e outra, mas, vejo-me presa à história de amor, Vanessa mostra-se entusiasmada em lembrar um passado longínquo com sua mãe.

- Eu morreria feliz hoje – Sua voz é baixa, porém, Vanessa não está triste, aperta com mais força nossas mãos.

– Nossa! Para de falar essas coisas, me deixa triste! 

– Juro! Não é para ficar triste, Ash! Deus! Eu ainda não acredito que vamos para a mesma faculdade! Nós três.

Seu grito alto corta o vento e desperta alguns pássaros, seu olhar nos convida a repetir o gesto, é libertador colocar toda a angústia  em um grito, Ashley é a primeira a jogar o corpo para trás, deita-se sobre o capim baixo e gargalha.

- Eu me sinto tão bem, como se tivesse doze anos novamente. 

- Aff! Aos doze eu não conhecia vocês, queria muito... Já pensou? Nós três e o mundo. – Ela deixa-se cair ao lado de Ash – Mas amo ter vocês como amigas, não deveria  dizer, mas... Eu morri de ciúmes quando começaram a namorar.

Vanessa foi a única garota que me fez questionar minha sexualidade. 

- Justin sempre o amor platônico da Selena – Ela sorrir ao me deixar constrangida – Era segredo, mas ele sempre perguntava sobre você ou estava a te olhar, agora, Ashley e Ryan foi inesperado. 

- Não para mim! – Mexo meus ombros, realmente não foi – Eu fazia algumas aulas com ele, Ryan estava sempre a colocar uma forma de me ver falar sobre Ash, então eu o questionei e ele assumiu.

Acompanho o movimento que os lábios deles fazem, eles se abrem em um O perfeito, surpresas por minha revelação. 

- Não me olhem assim! Ele pediu segredo!

- Ah! Como você é cínica, Gomez! Quando descobriu que o Troy Matarazzo gostava de mim você fez da minha vida um inferno! – Ashley se queixa – Céus!  Aquele garoto era horrível.

O riso vem do fundo e explode em meus lábios de forma exacerbada. 

- Lembram? Ele tinha aquele bigodinho ridículo no maior estilo mafioso mexicano!

O assunto torna-se então o garoto mais feio do primeiro ano, baixo demais para quinze anos, seguia a loira por todo lado, era um desastre em qualquer coisa que colocava-se a fazer, mudou-se de cidade com os pais há um ano.

No fundo ele era um cara legal.

- Ryan quer mudar de cidade quando acabar a faculdade – Meus olhos encontram os de Ashley, seu sorriso é diferente, quase uma despedida – Ele quer ficar em Nova Iorque, construir uma família, um lar.

Eu a abraço, estamos frias pelo vento da noite, Vanessa nos cobre.

- Justin também, acho que eles andam conversando demais! ele quer filhos, um cachorro, uma casa, um consultório e uma boa esposa, eu, eu quero  ver mundo – Admito, era estranho, eu queria tudo com ele, mas antes, antes haviam os meus sonhos – Vocês sabem, esse era o meu objetivo, fotografia.

- Você o ama, ele te ama, o que tiver que ser eu tenho certeza que vocês farão juntos – Ela se torna pensativa, o silêncio nos permite ouvir o som natural do local, sapos e correntes de água penhasco abaixo – Acho que vou ser a velha encalhada, eu, minha bengala e dentadura!

- Esqueceu os filmes ruins!

- Isso, não podem faltar! 

- Esta solteira porque quer – Ashley é curta – Jaden gosta de você. 

- Eu gosto do Dylan, vocês sabem, no entanto, ele se prende a uma garota desconhecida. 

- Uma hora ele desencanta. – Ela sorrir ao me ouvir, arrasto-me para cima, o ar ali naquela parte da cidade era tão puro, ergo a tampa que cobre a mala do meu carro e retiro de lá o que vamos usar – Vamos armar a barraca.

Rosa nunca foi minha cor favorita, falar sobre minha primeira vez também estava longe de ser algo confortável, mesmo com elas, porém,  o relato da desastrosa perda da virgindade de Ashley, que não foi com Ryan, me faz perceber o quanto Justin era especial, o quanto o meu todo não era metade de um terço seu, dormir as três em um pequeno espaço não era fácil, no entanto, Vanessa trouxe consigo aquela luminária, estrelas, nuvens e pontos finais.

- Vocês vão ao evento beneficente na casa dos Baldwin?

O sono prega seus grampos em meus olhos.

- Justin vai – Sussurro preguiçosamente – A mãe dele até comprou um vestido para mim

 

Bruce Ross. POV.

Sábado; 03h38 pm.

Prefeitura da Cidade, Alabama.

 

 

A caneta dourada bate instantemente contra a folha densa da madeira negra em minha mesa, espero. Odeio esperar, seja qual for o motivo ou pessoa, simplesmente odeio.

Ele vem.

As mãos seguram firme o envelope pardo, esse que toma a minha atenção, o nervosismo em seu corpo é transparente, ele pisca e oscila, teme olhar-me, não é necessário mais que um gesto para dispensa-lo.

Ele vai.

A gravata parece sufocar-me, por isso desfaço um pouco o nó que me prende ao pedaço de pano azulado e macio enquanto meus olhos gravam cada detalhe da fotografia em minhas mãos.

Eles acham que podem comigo, ah! Não sabem, realmente não sabem com quem estão a lidar.

Ricardo e Amanda Gomez foram avisados, eu fiz questão de avisá-los pessoalmente sobre as consequências que teriam, porém, em troca o que me dão? Mais uma integrante para minha lista.

Garota petulante, capaz de fazer a cabeça de Justin e conquistou Patrícia, mas a mim ela não engana, não. Não mesmo.

Puxo o telefone preso à mesa, a voz irritante Nicholas me faz questionar o porque de ainda não tê-lo demitido.

- Telefone para o Marcus e o peça para comparecer ao meu gabinete o mais de pressa possível. – Desligo, não demora para que a porta seja aberta depois de algumas batidas.

- Senhor.

- Tenho um serviço de limpeza para você, Marcus.

Seu rosto escuro e sério transmite tranquilidade ao me olhar, ele aproxima-se graciosamente para alguém do seu tamanho e peso, tenho a certeza que ele é o homem certo para isso.

- É só dizer a hora e estará feito, Senhor.

- Ótimo.

Eu ensinarei que não se deve pôr em dúvida minha palavra.

 

 

Selena Gomez. POV.

Sábado; 11h59 pm.

Jantar Beneficente dos Baldwin. 

 

Eu estaria morrendo de tédio se não fosse Dylan e seu terrível sendo de humor que invade aos poucos os presentes na mesa, não estaríamos ali se não fosse Justin, ele que têm os dedos entrelaçados aos meus, vez ou outra encosta os lábios nos meus e arrasta-me para dentro de si.

Sou dele um pouco mais a cada dia, a cada gesto, seja ele traçar a linha inexistente entre minha boca e a sua. 

O vestido prata é da mais pura seda, sinto todos os pelos, até aqueles que não sabia que existiam, eriçarem-se ao ouvi-lo dizer que teria o prazer de retirá-lo mais tarde, no entanto, ele encontra-se ridiculamente lindo, como se alguém o tivesse programado a ser belo eternamente, eu odiava, odiava vê-lo ainda tão próximo a Hailey.

Ela era linda, loura, alta e magra, os lábios grossos cobertos por um batom vivo, o perfume caro entorpecendo os convidados que a abraçavam em despedida, linda em um vestido vermelho de mangas, ela combinava com a decoração extravagante e burguesa.

- Me senti como uma planta – Dylan aquela altura já se encontrava sem o blazer preto – Passei o dia no vaso, moral da história, nunca, em hipótese alguma comam na casa da Vanessa quando é a mãe dela quem faz a comida!

- Ei! Minha mãe não cozinha tão mal – Defende a morena em um conjunto negro e sofisticado – Você tem o estômago fraco, não aguenta nem beber, Sr. Toupeira. 

Todos rimos, talvez um pouco alto demais devido a atenção conquistada das pessoas a nossa volta, alguns nos olham e comentam outros deviam, sei que isso incomoda Justin.

Passo o olhar pelo local, o jardim onde jantamos daria inveja a qualquer arquiteto, a Sra. Baldwin era realmente talentosa, pensou do detalhe das pedras que formavam o caminho a escolha das rosas no muro ao redor da casa.

Um bocejo desperta-me, Vanessa sorrir, o colar com as inicias minha, dela e Ash brilha com o luar, braço de Justin envolve meu ombro e me abriga do frio noturno.

- Eu sei que sentirão a minha falta, mas eu realmente tenho que ir – Dylan têm a mão no peito ao falar – Não, Ash, não chore, eu juro que amanhã você me verá. 

- Vai se foder, Dyl! 

- Também amo você, loura! – Ele olha para a outra ainda sentada – Você quer uma carona, Madame?

- Claro, Senhor. 

Eles se despedem, os lábios melados de gloss encontram minhas bochechas salientes, Dylan me abraça fortemente, é bizarro o sentimento que a instala em mim quando os vejo partir. 

Ligação da meia noite.

- Alô? Quem fala?

- O... O D-Dylan, Selena...

- Calma, quem está falando? É você, Ash? Fica calma, tá legal, respire e fale.

Não ouço mais que ruídos e soluços, e isso desperta-me por completo para o pior.

- E-Ele... E a Vanessa, Sel, eles... Deus!

Um carro e uma sirene impedem que eu escute sua voz, ela chora bem baixinho antes de destruir-me.

- Eles se foram, eles se foram para sempre

Eu queria ter um botão,  um botão de liga e desliga, exatamente como uma televisão eu gostaria de apagar e por um momento eu consegui, vejo Justin acordar, questionar o meu choro e me abraçar ao saber o motivo e eu definitivamente odiava cemitérios e velórios.

Eles se foram. 

 

"Uma noite longa
Pruma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar."

Lanterna dos afogados.


Notas Finais


Queria pedir desculpa, por muita coisa, talvez esse capítulo não tenha saindo tão bom quando planejei, no emtanto, ele é fundamental.


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