História Enquanto você dormia - Casamento?

No capítulo anterior:

Rukia ia falar algo, mas o capitão Kuchiki já sem paciência falou primeiro. – Então diga de uma vez, que tenho mais o que fazer. – ele tinha vontade de esganar o jovem.

Ichigo olhou para a morena que estava de pé ao seu lado, respirou fundo e falou – Quero pedir Rukia em casamento! – dispara.

Os olhos da morena quase saltaram da órbita tamanho foi seu espanto. O que estava acontecendo ali? E o mais importante: O que Ichigo tinha na cabeça para fazer um pedido daquele para seu irmão?

Byakuya se levanta bruscamente de sua cabeira, espalma as mãos na mesa a sua frente e diz – Casar-se com Rukia? – era visível a irritação em seu tom de voz.

Casamento?

- Isso mesmo que você escutou. Eu fui até a sala do capitão comandante pedir para ele enviar Rukia ao Mundo dos Vivos como shinigami responsável pela cidade de Karakura. Pois se vamos casar ela precisa viver comigo. – ele fala da forma mais natural possível como se pedir a nobre em casamento fosse algo bem corriqueiro.

- Você ficou loucooooooo... – Berra a morena furiosa.

Boong!

Pooff!

Boomm!

Esses foram os barulhos que se ouviram quando Rukia bateu em Ichigo.

- Sua louca. Eu te peço em casamento e você me bate? – grita.

- Como ousa tomar decisões por mim como se eu não tivesse domínio sobre minha própria vida? – Ainda estava muito alterada – Foi até o comandante pedir para me transferir, pediu meu nii-sama para casar-se comigo. Minha opinião não conta, Ichigo?

- Eu ia falar com você depois. – diz emburrado e vira a cara para o lado

- Você é um idiota! – ainda estava alterada.

- Eu um idiota? – Ficam um de cara para o outro se encarando – Deveria me agradecer por ser eu a tomar a iniciativa e vir atrás de você, tenho certeza que também sente minha falta. – Ichigo gelou com a última frase que disse, tinha acabado de se delatar.

- Como assim? Não sei do que está falando? - falava tão alto quanto ele, porém suas bochechas ficaram vermelhas. Como Ichigo adivinhou que ela não se aguentava mais de saudades de sua pessoa?

- Se não tivesse vindo aqui você nunca teria me procurado. Eu ... – Eles se fitam – Só não quero ficar longe de você. – murmura.

- Ichigooo – balbucia. O coração da morena estava tão acelerado. Por quê? O que isso significava?  As palavras do jovem trouxeram tanta confusão para sua cabeça.

- Terminaram? Podemos conversar como pessoas civilizadas? – Byakuya que estava pasmo presenciando a DR do “casal” se pronuncia. Que tipo de relação esses dois teriam se um dia chegassem a se casar?

- Desculpe-me, nii-sama. A culpa é toda do Ichigo que me provocou. – ela fala manso se fazendo de vítima.

- O que? Eu? – fica surpreso de como Rukia era cínica.

.

- Por favor, não comessem – o capitão já estava sem paciência. Ichigo se senta e Rukia continua de pé ao seu lado.

- Então Byakuya, o que me diz? – apesar de sua “briga” com Rukia o ruivo se mantinha em seu propósito.

Byakuya apertou forte o punho, sua vontade era de dar um soco naquela cara de pau. Respirou fundo tentando buscar dentro de si algum equilíbrio. Precisava ser racional, mesmo quando tudo que havia em si gritava para ele agir de forma passional.

- Vai ficar calado? – ele insistiu ao notar o silencio do capitão. Rukia ficou quieta, estava curiosa em saber a resposta de seu nii-sama.

- Não me agrada em nada seu pedido. Penso que Rukia merece coisa melhor como marido. – Ichigo fechou a cara na mesma hora. – Se eu tivesse o poder de decidir isso, diria que não lhe dou permissão para esse casamento que a meu ver é sem propósito. Mas... A vida é dela e acho justo que quem lhe dê a resposta seja a própria Rukia. Vou deixá-los sozinhos e espero que não destruam meu escritório. – Vira-se para a morena que mal acreditava que seu irmão havia deixado a seu encargo a escolha de aceitar ou não o pedido do amigo. - Espero lá fora por sua decisão seja ela qual for. – dito isso o capitão sai da sala deixando os dois sozinhos.

O silencio reinou entre eles. Ambos não sabiam como deveriam agir.

Rukia achava que Ichigo estava sendo impulsivo ao lhe pedir em casamento. Eles sempre foram amigos, nunca ouve nada, além disso, e até o exato momento a morena era bem resolvida em relação ao que sentia por ele. Ou pelo menos era o que achava. 

Ichigo por sua vez já tinha digerido muito bem sua decisão e não voltaria atrás. Ele a queria perto de si e o casamento seria perfeito, pois ninguém poderia impedi-la de viver ao seu lado. Em relação aos seus sentimentos, ele ainda não tinha pensado muito a respeito. Se o que sentia pela morena não fosse amor, com certeza Rukia era a pessoa que ele mais desejava ao seu lado.

- Ichigo, o que você está fazendo? – fora Rukia quem quebrou o silêncio. Agora ela falou mais calma. – Que idéia louca é essa de casamento?

- Já disse que não quero ficar longe de você. Por isso pedi ao comandante pra você vir comigo para Karakura. – abaixa a cabeça e fala meio sem jeito.

- E minha opinião não conta? – O ruivo a olhou no mesmo instante surpreso com que acabara de ouvir. Estava tão decidido a vir atrás da morena e levá-la com ele que nem pensou na possibilidade dela não querer. A grande verdade é que o medo de ficar sem ela falou mais alto que qualquer razão.

Volta a abaixar a cabeça, desta vez tristonho. - Claro que conta, jamais lhe obrigaria a fazer algo contra sua vontade.

A morena dá um longo suspiro. – Eu também sinto sua falta, Ichigo. – Murmura – Estou consciente que se te deixar voltar para o Mundo dos Vivos sozinho desta vez... As chances de voltarmos a nos encontrar são mínimas. Mas...

Ele a interrompe. - Então venha comigo, Rukia! – Ele se levanta e fica de frente para ela. – Eu quero casar com você. Não é uma coisa que decidi por emoção, eu pensei nisso por dias e é algo que realmente quero. – fala firme.

- Ichigo... – Rukia não sabia o que dizer. Via nos olhos do rapaz tanta segurança do que ele estava falando.

- Desde que você entrou em minha vida nunca tivemos tempo para falar sobre o que realmente havia entre nós, mas eu sei que nunca foi só amizade. Hoje eu tenho certeza de meus sentimentos por você e sei que sente o mesmo. Se é amor? Eu não sei, nunca me apaixonei por ninguém para saber. Mas o que realmente importa é que eu não quero te ter longe de mim. Não faz sentido ficarmos separados. Essa é a única certeza que tenho – Ichigo teve que se manter firme para poder falar para Rukia como se sentia, mas a verdade é que seu coração estava tão acelerado, as mãos suavam e mal conseguia se manter de pé de tão nervoso que estava. – Casa comigo... Rukia? – Murmura olhando em seus olhos.

Rukia parecia petrificada depois de ouvir tudo que o amigo lhe disse. Ela até tentou falar alguma coisa, mas parecia que havia perdido a voz. Abriu e fechou a boca algumas vezes, mas nenhum som saía. A única coisa que conseguia fazer era olhar para o ruivo. Ele parecia ansioso esperando sua resposta.

Quando o amigo falou sobre casamento a nobre achou a coisa mais idiota do mundo. Como viveriam feito um casal sendo amigos? Sem falar que Ichigo era apenas um garoto mimado que não sabia o que queria da vida. Mas diante das palavras dele e depois de olhar no fundo de seus olhos a morena passou a ver aquele pedido com outra perspectiva. Quem estava lhe pedindo em casamento era um homem que tinha medo de perdê-la e não um amigo acostumado com sua presença.

- Não vai dizer nada? – não queria pressioná-la, mas viu que a morena parecia estar em choque.

- E-Eu...- balbucia.

- Você? – aquele silêncio o estava deixando em pânico.

- Aceito. – finalmente ela conseguiu falar. Como não aceitaria se casar com ele? Rukia também se sentia como Ichigo, só que diferente dele, ela não sabia dar forma ao que sentia e o ruivo descreveu perfeitamente bem seus sentimentos quando falou dos dele.

O ruivo não conseguia tirar o sorriso do rosto, por um instante achou que ela diria que não. Só de cogitar essa possibilidade seu coração ficou apertado no peito. Aquela linda morena a sua frente era seu mundo e viver longe dela estava fora de cogitação.

- Então acho que devemos dar a noticia ao Byakuya. – o ruivo pegou em uma das mãos feminina e a puxou para que ela o acompanhasse.

- Espera, Ichigo. Não tão rápido! – Ela se assusta com a iniciativa dele. O ruivo a ignora. - Nii-sama não vai gostar nada disso. – murmura.

Como foi de se esperar, Byakuya realmente não se agradou em nada com as boas novas, se é que se podia chamar assim, ele não achou o pedido do ruivo nada bom. Mas não pode fazer nada, fora a escolha de sua irmã e só o fato dela estar feliz já valia a pena o infortúnio de ter Kurosaki Ichigo como seu futuro cunhado.

- Quer mesmo casar-se com esse moleque imundo, Rukia? - ele precisava tentar abrir os olhos dela, quem sabe a irmã enxergaria que estava fazendo a maior burrada de sua vida.

- Sim! - ela disse meio sem jeito. Ainda se sentia estranha com essa novidade.

Ichigo ficou emburrado pela forma que Byakuya o chamou, mas abriu um lindo sorriso ao escutar o “sim” de Kuchiki Rukia, sua noiva.

E assim...

Com a permissão do líder do clã Kuchiki, o capitão comandante não teve muita dificuldade em conceder o pedido de Ichigo, coisa essa que ele o fez com muito gosto. Agora Kuchiki Rukia era a shinigami responsável pela cidade de Karakura.

Ainda levou alguns dias para a nobre ser liberada para ir ao Mundo dos Vivos. Ichigo ficou junto dela, não iria embora sem quem veio buscar. E depois de toda burocracia resolvida à morena pode partir com seu agora noivo. A única exigência que Byakuya fez para a irmã foi que o casamento fosse feito na Soul Society dentro dos costumes de seu clã. Ela, claro, não negou. 

•••

Cidade de Karakura...

- O quê? – grita Isshin completamente estarrecido com que seu filho acabara de falar.

- Eu e Rukia vamos nos casar – fala revirando os olhos já sem paciência, pois era a terceira vez que repetia a mesma coisa. Rukia estava ao seu lado, não falava nada, sentia-se envergonha com aquela situação nada comum em sua vida.

- Ó pai, qual seu problema? Tá surdo é? Ichi-ni disse que ele e Kuchiki-san vão se casar. E se você falar outra vez “O quê?” eu juro que lhe jogo lá fora a ponta pés. – diz Karin irritada. Ichigo não era o único ali que não tinha paciência com o mais velho.

Isshin corre para o pôster da esposa que estava exposto na parede da sala e choraminga – Querida esposa Ichigo se tornou um rebelde e Karin tá indo pelo mesmo caminho. – o ruivo resolveu ignorar, já estava saturado dos dramas de seu pai.

- Parabéns oni-chan, Kuchiki-san! Tô surpresa, não imaginava que existia amor entre vocês. Pensei que eram apenas amigos. – fala Yuzu sorridente.

- Só mesmo uma tapada como você para não perceber o óbvio, Yuzu. – murmura Karin.

- Eu não amo o Ichigo! – exclama a tenente com as bochechas coradas. O que essas meninas estavam pensando dela?

- Nem eu amo a Rukia. – ele fala meio decepcionado e irritado com que Rukia falou.

- Sei... – Até parece que eles conseguiram convencer Karin – Então vão se casar por quê? – fica com uma expressão vitoriosa no rosto ao notar que eles ficaram constrangidos e sem ter como argumentar.

- Ichigo como você pode fazer uma atrocidade desta com a inocente da Rukia-chan? – Isshin surge na sala novamente fazendo seu dramalhão mexicano.

- Do que tá falando, pai? – grita Ichigo com várias interrogações na cabeça.

- Você engravidou Rukia-chan! Como pôde fazer uma coisa desta, filho ingrato? Minha terceira filha era pura e inocente. – fala desconsolado.

- G-Grá...vida... Eu? – balbucia Rukia. Ela ficou sem reação.

- De onde tirou essa ideia absurda? – agora Ichigo berrava com o pai.

- Porque então Rukia-chan ia querer se casar com você? – o mais velho gritava também.

- Porque ela me ama! – Ele grita mais alto e em seguida se cala ao perceber o peso das palavras que disse. Olha para Rukia e as irmãs que o fitavam de boca aberta, fato esse que o deixou ainda mais inibido. Recompõe-se e fala – O que eu tinha que falar já foi dito, agora vou para meu quarto descansar. – se retira deixando todos que estavam na sala sem palavras.

- Ichigo não é mais meu garotinho, se tornou um homem. – fala o patriarca da família Kurosaki de forma nostálgica.

- Tem razão. – diz Karin com um sorriso no rosto. Rukia e Yuzu não disseram nada, pois não tinham se recuperado do choque.

Continua...