História Enquanto você dormia - Capitulo 37

Capítulo 37

No capítulo anterior:

 

- E-Eu... sinto muito, Seiji. – não podia mais se enganar e nem enganar o jovem. Se Rukia vivesse mais cem anos ela ainda amaria Ichigo porque ele fazia parte de sua essência e nunca conseguiria mudar esse fato.

 

Seiji vai até ela, pega em suas mãos leva a boca e as beija. – Não vou forçar a barra, sei que ainda é muito recente tudo que aconteceu, outro dia a gente conversa. – Dá um selinho nos lábios dela e vai embora.

 

Ele sempre soube que não seria nada fácil fazer Rukia esquecer um amor como o que a bela sentia por Ichigo, mas o jovem era persistente e não desistira tão fácil assim, não podia, pois estava loucamente apaixonado por sua bela adormecida. 

 

Rukia fica parada em sua sala meio atordoada sem saber o que fazer ou pensar. Sua vida estava seguindo por caminhos que ela não queria, entretanto como voltar a tomar as rédeas da situação? Não tinha forças para isso.

 

Decidida a te esquecer

 

O final de semana finalmente chegou ao fim e a nova semana se iniciava. Uma bela morena admirava o jovem sexy que estava nu em sua cama. Como ele era lindo, só de olha-lo já fazia o coração dela acelerar no peito.

 

Levou a mão para tirar uns fios de cabelo vermelho do rosto de seu amado. Ele abriu os olhos, o que a deixou envergonhada.

 

- Bom dia! – deu um lindo sorriso para ela.

 

- Bom dia, amor. – a enfermeira ficava toda derretida quando Renji sorria.

 

- Já tem que levantar? – sabia que ela pegava as sete no trabalho.

 

- Sim. Só estava juntando coragem para te deixar sozinho na cama. – alisa seu rosto.

 

- Então não deixa, fica aqui comigo. – ele puxa o corpo da bela para junto do seu.

 

- Eu adoraria, mas não posso me atrasar. – se Renji continuasse beijando seu pescoço daquela forma ela não conseguiria resistir.

 

- Por mim ficaria com você o dia todo nessa cama, mas infelizmente também tenho que ir. – fala já procurando os lábios dela para beijar.

 

- Precisa ir? – se afasta ao escutar seu tom sério.

 

- Eu acabei esquecendo que falar que meu taichou só me deu o final de semana de folga, vou ter que voltar para soul Society hoje, na verdade já deveria estar lá.

 

- Ah... pensei que ficaria mais tempo comigo. – fala triste.

 

- Eu queria muito, Sakura, mas prometo que assim que der eu volto e nesse tempo que vou estar fora podemos nos comunicar com aquele telefone que lhe dei, sempre que sentir saudade liga para mim. - Partia o coração do tenete ter que deixar sua amada, mas ele tinha seus deveres para com a Soul Society e não podia ser negligente.

 

- Tá bem. Eu vou esperá-lo então. – tenta dar um sorriso para não deixar seu amado triste.

 

- Quem sabe da próxima vez ele me deixe ficar mais tempo?

 

Agora sim ela sorri lindamente. – Tomara que sim, meu amor.

 

- É tão bom ver esse sorriso sabia? Você fica linda – Renji acaricia os seios da morena, ela geme. – Ainda temos um tempo? – sussurra em seu ouvido.

 

- Sim, amooor... – como se negaria a se entregar mais uma vez aquele homem que tanto amava.

 

•••

 

Rukia tinha acabado de chegar ao hospital e se preparava para a chegada das crianças que não demorariam.  Quase não dormiu a noite direito pensando em Ichigo e na conversa que teve com Seiji. Quando foi que sua vida se tornou uma novela mexicana? Quando as coisas começavam a caminhar algo acontecia para estragar tudo.

 

Ela chegou a pensar que as coisas realmente dariam certo com Seiji, mas depois de fazer amor com Ichigo chegou a conclusão que sempre estaria ligada ao ruivo, ela nunca seria capaz de esquecê-lo e o amigo merecia uma pessoa ao seu lado que realmente o amasse.

 

- Ichigooo... – sussurrou. Sentia-se estranha ao pronunciar o nome do rapaz, seu corpo reagia e ela sentia necessidade de estar em seus braços. Como ficaria quando se encontrasse novamente? Será que ele pensa na noite que passaram juntos tanto quanto ela? Sentia-se uma adolescente idiota por ter esses pensamentos.

 

Ouviu batidas na porta e como a mesma era de vidro conseguiu ver a pessoa que a chamava. Suspirou pesadamente, não esperava por essa visita.

 

- Inoue? – fala ao abrir a porta.

 

- Espero não estar incomodando. – fala já dentro da sala.

 

Rukia fecha a porta. – Não, mas logo as crianças chegam. – ela notou que apesar da aparente serenidade da amiga tinha algo de estranho em seu olhar.

 

- O que tenho para falar com você não vai levar mais de alguns segundos. – se Rukia tinha dúvidas que algo estava errado, agora já não tinha mais, a garota não parecia nada amistosa.

 

- Estou ouvindo. – fala firme.

 

- Eu sei que passou a noite com Kurosaki-kun no dia do noivado de Yuzu-chan. Eu confiei em você sabia? Achei que realmente era minha amiga. – ela começa a falar baixo e logo se exalta. Rukia abaixa a cabeça, as palavras da garota eram como tapas em sua cara. – Vocês fizeram sexo? – ela grita.

 

- Inoue, aqui não é lugar para conversarmos sobre isso. – diz ao notar o descontrole da amiga.

 

- Kurosaki-kun me ama, se não amasse não teria voltado para casa. Você é só uma fase que logo vai passar. Ele é homem e tenho certeza que não significou nada ter feito sexo com você. – ignora o que Rukia disse. – Se afasta dele.

 

- E-Eu estou tentando tá. Realmente estou tentando. – Respira fundo. – Sei que minha historia com Ichigo ficou no passado. – falava baixo tentando convencer a si mesma disso.

 

- Se ainda tem alguma consideração por mim fica longe dele. Kurosaki-kun é meu marido e você não é mais nada dele. – gritava entre lágrimas.

 

Rukia não disse nada. O que deveria dizer? Desculpe por fazer amor com seu marido? Sentia-se uma leviana. Inoue seca as lágrimas e sai batendo a porta com força.

 

A morena deixou algumas lágrimas descerem de seu olhos. Ficou muito mal com as coisas que Inoue falou e pior ainda por vê-la em um estado emocional tão desiquilibrado. Sentia-se culpada. Aquela vida de humano estava sendo bem mais difícil do que lutar contra hollows e super vilões.

 

•••

 

Rukia agradeceu quando seu expediente tinha chegado ao fim, não que as crianças a incomodassem, pelo contrário, elas eram a melhor parte de seu dia. Mas, o dia tinha sido difícil e ela queria chegar em casa, tomar um bom banho e afundar sua cara no travesseiro na tentativa de esquecer Inoue, Ichigo, Seiji... tudo que a estava atormentando.

 

No decorrer do dia a morena encontrou com o medico e almoçou com ele, o jovem agia como se nada tivesse acontecido, porem para Rukia não era tão simples assim, mesmo eles não tendo uma relação definida ela sentia como se o tivesse traído.

 

Antes de leva-la até a sala de recreação Seiji disse que não desistiria tão fácil dela. Seria mais fácil para Rukia se apaixonar por ele, mas a vida nem sempre é como desejamos.

 

A bela morena pegou suas coisas e quando abriu a porta se deparou com alguém que fez seu coração acelerar. Aquele dia não terminaria nunca?

 

- Ichigo? – o ruivo estava parado ao lado da porta.

 

- Estava te esperando.

 

- Por quê? Não entendo, tínhamos combinado de ficar afastados, não foi? – fala já irritada.

 

Cada músculo do corpo de Rukia travou, seu coração acelerou e suas mãos suavam, como mexia com ela estar tão perto de Ichigo. Conseguia sentir seu cheiro. Ela olhava a pouca pele do corpo dele que estava exposta e isso a fazia lembrar que suas mãos sentiram a sua maciez, que seus lábios tocaram ali, como era quente o corpo dele. Rukia chegou à conclusão que deveria sair dali o mais rápido possível senão faria uma besteira.

 

- Eu senti sua falta... – abaixa a cabeça tristonho. -... Só queria te ver.

 

- Ichigooo... – ela deveria falar algo para ele entender que isso era muito errado, mas quem disse que as palavras saiam de sua boca?

 

Ele toca o rosto da bela e ela fecha os olhos sentindo seu corpo se arrepiar todo. – Não vou conseguir ficar longe de você, Rukia. Eu ainda sinto seu cheiro em minha pele, às lembranças de quando fizemos amor não saem da minha mente. – os lábios dele estavam quase tocando nos dela.

 

A morena abriu os olhos – Por favor, Ichigooo... desta forma só dificulta as coisas para mim, será que não entende que está me fazendo sofrer? Não tem possibilidade de ficarmos juntos, eu não consigo achar uma que seja, para poder me agarrar a ela. – não seria uma amante para ele, isso era um fato que não seria revogado.

 

Ichigo sela seus lábios delicadamente ao dela, se afasta um pouco e acaricia seu rosto. – Não quero que sofra. Me desculpe. – Rukia viu a tristeza naqueles olhos que tanto amava e não podia fazer nada para ajudá-lo.

 

O ruivo se virou e foi embora. Não tinha pensado que Rukia seria uma espécie de amante se ela ficasse com ele, não queria isso para eles. Naquele momento o jovem decidiu que nunca mais a importunaria, quem sabe assim ela conseguiria achar o caminho para a felicidade longe dele.

 

•••

 

 

Os dias passavam se transformando em semanas e as semanas em meses. Já haviam dois meses que Rukia viu Ichigo pela última vez.  Ela sentia sua falta, muito mesmo. Tinha noites que não conseguia dormir pensado nele, não tê-lo ao seu lado era como faltar uma parte de si mesmo que era insubstituível.

 

Ela ainda saía com Seiji, só que com menos frequência. Ele realmente estava sendo paciente e Rukia desejava com todas as forças se apaixonar pelo jovem, assim pararia de sofrer por Ichigo.

 

Mas a vida segue e Rukia estava aproveitando o dia de folga com Sakura. Elas tinham saído para almoçar em um restaurante bem aconchegante, a menina queria conhecer mais de Rukia já que era muito amiga de Renji e a nobre por sua vez ficou feliz com o convite.

 

A jovem falava sobre seu namorado e como era apaixonada por ele, mas seu rosto ficava triste quando se lamentava pelo tenente não estar sempre presente em sua vida. Rukia se sentia tão contente por saber que o amigo finalmente tinha achado uma pessoa que o amava de verdade e Sakura parecia ser uma pessoa incrível.

 

- Esse mês Abarai-san só pode vir me ver duas vezes, eu sinto tanto sua falta. – se lamenta.

 

- Não é fácil conseguir permissão na Soul Society para vir ao Mundo dos Vivos, Renji deve ter se esforçado muito. – o amigo tinha contado para Rukia tudo sobre sua relação com Sakura e a história que ela lhe contou. 

 

- Eu sei. Sou uma boba por ficar me lamentado. – dá um sorriso amarelo. – Então vamos? - Ela se levanta bruscamente e volta a se sentar.

 

- O que houve? – indaga a morena estava preocupada com a palidez que ficou o rosto a menina.

 

- Eu estou bem só me senti um pouco... – ela não conseguiu falar e caiu para o lado desacordada, só não colidiu com o chão porque um garçom que tinha visto que a enfermeira não parecia bem foi ajudar e a amparou.

 

- Sakura... – Rukia foi até ela e a balançou. O garçom tentou reanimá-la, mas a menina não respondia, estava como morta e cada vez mais pálida.

 

- Alguém chame uma ambulância. – grita o garçom. Rukia estava nervosa sem saber como agir, Sakura estava fazendo tão bem para seu amigo que nem conseguia imaginar como seria arrasador para o jovem se acontece algo com a namorada.

 

Em pouco tempo Rukia e Sakura estavam a caminho do hospital. A morena ficava cada vez mais aflita porque a jovem não reagia. O que será que tinha acontecido?

 

Ao chegar ao hospital elas foram direcionadas para a emergência e Rukia como era uma funcionária de lá conseguiu ficar no quarto com Sakura aguardando o médico chegar para atendê-la.

 

Não levou um minuto até que a porta se abrisse e o doutor Kurosaki adentrasse aquela sala. Ele era o médico que fora chamado para socorrer a jovem enfermeira.

 

- Rukia? – fala surpreso ao vê-la ali.

 

- Ichigooo... – balbucia.

 

O coração de ambos ficou acelerado com a emoção daquele reencontro. Depois de dois meses sem escutarem a voz e ver o rosto um do outro não tinha como ficar indiferente.

 

Continua...