História Enquanto você dormia - Passeio a dois

No capítulo anterior:

- Ahh... Entendi. Quero um com estampa de coelhinho. Muitos deles. - os olhinhos dela brilham.

- Nem pensar. Os vestidos em sua maioria são brancos. – Que noção Rukia tinha de um casamento? O ruivo tinha até medo de perguntar.

- Branco? Que sem graça. – fala desanimada.

- É bonito, vai gostar.

- Se diz então talvez eu goste. - ela sorri e volta a atenção para os amigos que ainda estavam entretidos com as coisas sem noção que Inoue falava.

Ichigo olhava intensamente para Rukia. Naquele momento ele conseguiu perceber o quanto ela estava feliz e como ficava linda quando sorria. Seu coração se aqueceu e o ruivo decidiu que dedicaria todos os seus dias de sua vida para não deixar aquele sorriso se apagar do rosto de sua futura esposa.

Passeio a dois

- Aqui é tão legal, Ichigo. – Rukia olhava encantada para todos os lados, tudo a sua volta chamava atenção. O ruivo havia lhe trazido no parque de diversões que ficaria só este mês na cidade.

- Tinha certeza que você ia gostar. Todas as vezes que passamos por ele via você olhado para cá. – Ichigo sabia que depois de ingressasse na faculdade não teria muito tempo para fazer esses passeios com sua noiva, então estava aproveitando o pouco tempo livre que tinha com ela.

- Não sabia que reparava em mim a ponto de perceber para onde estou olhando – ela fala de forma sapeca, ele fica vermelho na mesma hora.

- Não sei do que tá falando, sua chata. – vira o rosto para o lado. Que baixinha irritante.

- Relaxa, Ichigo. Vamos aproveitar e brincar em todos os brinquedos. – ela pega em sua mão e o arrasta.

- Não vamos nos muito altos. – resmunga.

- Ah nem pensar! Sabe que gosto de altura. – ela continua o puxando ignorando suas queixas.

O casal aproveitou ao máximo o parque. Rukia queria ir a todos os brinquedos que via e Ichigo mesmo a contra gosto fazia sua vontade. Era tão bom vê-la sorrir que ele não resistia. Aquele momento ao lado da noiva estava sendo maravilhoso, ele se perguntava por que ainda não tinham feito isso antes.

Quando andaram na roda gigante a morena enlaçou seu braço ao de Ichigo e apoiou a cabeça em seu ombro. Ela gostava de ficar juntinho dele. Amava o calor de seu corpo, o cheiro gostoso. Tudo no rapaz era atrativo para a bela e ela se sentia cada vez mais a vontade ao lado dele.

Às vezes achava tudo aquilo uma loucura. Como a relação com Ichigo havia mudado tanto em pouco mais de dois meses? Mas pensando bem não tinha mudado tanto assim. Eles ainda eram os mesmos amigos de sempre só que agora se beijavam. Ah os beijos! Que coisa gostosa eram os beijos de Ichigo. Rukia sentia suas pernas bambas, as mãos suavam e o coração disparava. Sem falar no gosto quase viciante que tinha em seus lábios. Só de pensar a morena suspirava.

Ichigo comprou muitas coisas gostosas para ela comer e até ganhou um coelhinho em um jogo para ela. Estava sendo uma agradável surpresa aquele passeio a dois.

- Deveria ter convidado suas irmãs, Ichigo. Elas teriam adorado tudo isso aqui. – fala levando um pedação de algodão doce na boca. Eles estavam sentados em um banco descansando. Bem, fora Ichigo quem implorou a Rukia para dar uma pausa, pela morena eles já estavam em outro brinquedo. 

- Elas já vieram aqui algumas vezes. Queria que viéssemos somente nós. – fala baixinho a última frase, tinha esperança da nobre não ter ouvido.

Mas, ela escutou muito bem.

- Sua intenção era ficar sozinho comigo né, seu espertinho. – fala com uma expressão bem arteira no rosto.

- O quê? – Fica sem jeito. – Você tem cada ideia idiota. – vira o rosto. Rukia sabia muito bem deixá-lo envergonhado.

- Ah já entendi. Isso é um encontro. – fala animada.

- Você é minha noiva, sua boba. As pessoas têm encontros quando querem namorar a outra, pulamos essa fase. – revira os olhos. Odiava ter que ficar explicando certas coisas a morena.

- Ahh... Que pena! Queria ter tido um encontro. – se lamenta.

Ichigo fica olhando para a morena achando engraçado aquela criatura linda e chata ser duas pessoas tão diferente. Quando o assunto era seus deveres de shinigami ela tinha uma postura forte e imponente que não media esforços para cumprir suas obrigações e deveres. Já quando estava mais descontraída ela parecia uma menina inocente que se admirava com cada descoberta. O ruivo não sabia dizer qual das duas gostava mais. Talvez as duas, pois faziam parte da personalidade de Rukia a tornando uma pessoa única a qual ele admirava cada vez mais.

- Ei, Ichigo, tá me escutando? – pergunta irritada.

- Ah...? Desculpe, pode falar outra vez?

O olhar da morena parecia que ia fulminá-lo – Eu disse que você não me deu nem um beijinho hoje. – fala muito mal humorada.

O ruivo olha a sua volta e nota que mesmo já passando das nove da noite o parque ainda estava lotado. – Não posso te beijar na frente de todas essas pessoas, Rukia.

- Porque não? Tem vergonha?

 - Claro que não, só que não é nada comum beijar na frente das pessoas. – Como Rukia conseguia ser tão chata e incrivelmente encantadora. Na mesma hora que o jovem tinha vontade de enforcá-la ele queria beijá-la.

- Então vamos para um lugar reservado – ela dá um sorriso bem sapeca para ele, pega em suas mãos e o puxa.

- Ei Rukia... – quando se deu conta já estava sendo arrastado pela bela. Esqueceu-se de mencionar que ela estava ficando cada vez mais pervertida.

-

-

-

Minutos depois...

- Esse lugar é reservado suficiente para você? – ela ainda tinha um sorriso divertido no rosto.

Só agora que o ruivo percebeu onde estavam. Rukia havia o levado para longe do parque em uma pracinha que estava deserta.

- Pensei que estava se divertindo no parque. – fala meio desanimado. Planejou nos mínimos detalhes esse passeio e Rukia parecia não ter dado muita importância.

- Foi bem legal. Principalmente na roda-gigante. Um máximo! – Fala animada. – Mas... eu prefiro ficar em um lugar onde posso te beijar. De uma forma bem estranha que não sei como explicar eu... sinto sua... falta. – as bochechas dela ficam vermelhas e a nobre desvia seu olhar dos de Ichigo.

O rapaz sentiu algo tão gostoso em seu coração quando escutou suas palavras. Ao que parece Rukia mexia com ele bem mais que podia imaginar.

 Ele pega em seu rosto a fazendo fitá-lo. - Agora eu tenho certeza do que realmente sinto por você. – fala olhando aquele violeta que brilhava a cada palavra ouvida.

- Antes não sabia? – as mãos dela repousaram sobre as dele.

- Acho que sim, só não tinha coragem de admitir. – sussurra.

- E o que sente por mim? – suspirou ao sentir a mão do jovem enlaçar sua cintura diminuindo ainda mais o espaço de seus corpos.

- E-Eu... – Respira fundo -... Eu amo você, Kuchiki Rukia. – disse baixinho, mas ela escutou tão bem que seu coração parecia que ia saltar de sua boca a qualquer momento.

- Como chegou a essa conclusão? – seus narizes se tocaram. Rukia fechou os olhos.

- Meu coração sempre dispara quando estou ao seu lado, toco em alguma parte de seu corpo ou simplesmente escuto sua voz. – Beija a ponta de seu nariz – Sinto sua falta quando está longe de mim e não consigo parar de pensar em você – Toca nos lábios dela com a ponta dos dedos – Quero te proteger e cuidar para que nada lhe faça sofrer. Eu faria o que estivesse ao meu alcance para nunca ver seu sorriso lindo apagar de seu rosto, Rukia. – Acaricia a maçã de seu rosto. Ela abriu os olhos. – Além de tudo isso que falei o mais importante é que... É com você que quero dividir minha vida e acordar todos os dias ao seu lado. – lhe dá um selinho. – Por isso que tenho certeza de que te amo.

- Então acho que tenho a mesma doença que você, pois tenho os mesmo sintomas. – dá um delicado sorriso para ele.

- Essa é sua maneira de dizer que me ama também? – sorria de igual modo.

- Aham... Eu te amo, Kurosaki Ichigo. E não espere ouvir isso de minha boca novamente. – fala encarando aqueles castanhos que a olhavam com tanto amor.

- Faço minha suas palavras. – as duas mãos dele estavam no rosto dela.

- Me beija logo, seu idiota. – fala firme. Ele a obedece e sela seus lábios ao dela a beijando de forma intensa. Rukia abriu a boca para receber a língua de seu amado que já sabia muito bem o caminho para saborear seu néctar.

As mãos de Ichigo já passeavam nas costas da bela e as dela em seu pescoço subindo até os cabelos e voltando a acariciar a região do pescoço de seu noivo. Ela estava totalmente rendida aquele beijo.

Ichigo se deliciavam sentindo cada textura e sabor da boca de sua amada. Era uma das melhores coisas do mundo beijar Rukia. Passear as mãos pelo corpo dela e sentir suas curvas era algo tão surreal. Às vezes achava que estava sonhando, porém era um sonho de que nunca queria despertar.

- Gosto tanto quando me beija, Ichigo – murmura ao fim do beijo.

- Eu também gosto de te beijar, sua boca tem um gosto tão bom. – seus lábios ainda estavam próximos aos dela.

- Então me beija outra vez. – ela nem esperou ele responder e voltou a tomar seus lábios.  Sugava de forma ávida o lábio inferior e superior de seu noivo. Ichigo sem perder tempo voltou a introduzir a língua na boca dela.

O beijo acabou tomando uma forma que o casal nunca tinha experimentado, estava mais sensual, podemos dizer que tinha luxúria e desejo. Beijá-la já não era mais o suficiente, o ruivo queria mais. Ichigo deixou a boca de Rukia para beijar seu pescoço. Ela recuou um pouco, pois se assustou. O rapaz nunca tinha feito nada parecido.

- O que tá fazendo, Ichigo? – se afasta dele.

- Não tenho muita certeza. Me desculpe. – fala envergonhado. Só de imaginar que desejou despir sua noiva ali mesmo o deixava constrangido. Rukia nada disse, apenas ficou o analisando tentando entender o que se passava com o rapaz. – Vamos embora? Tá ficando frio aqui. E amanhã você tem que ir bem cedo na casa do Ishida provar o vestido.

- É mesmo. Tinha me esquecido. Na semana que vem já vamos nos casar, já se passaram quase três meses que vim da Soul Society. Os dias passaram tão rápido. – fala nostálgica.

- Verdade. Estamos a menos de uma semana para o casamento.

Ela sorri para ele. Não podia negar que se encontrava ansiosa para o grande dia. - Então vamos?

A morena balança a cabeça em sim e o casal segue rumo a sua residência.

-

-

-

Na casa dos Kurosaki...

- Ichigo, foi tão legal o passeio. Me diverti muito naqueles brinquedos. Podemos ir novamente antes que o parque saia da cidade? – ela estava pura animação.

Rukia parou no corredor na frente do quarto de Ichigo. Todos na casa já estavam dormindo.

- Eu vou tentar arrumar um tempo para irmos novamente e desta vez levamos as meninas – estava feliz ao ver a alegria de sua noiva. Rukia não tirava o sorriso do rosto.

- Vai ser legal. Bom, vou dormir. Boa noite Ichigo. – ela o cumprimenta e dá as costas para ele, a fim de ir para o quarto das gêmeas onde tinha uma cama.

Ichigo segura em seu braço a impedindo de prosseguir – Espera, Rukia!

- O que foi? – pergunta ao se voltar para ele.

O ruivo ficou olhando-a por alguns segundos. Estava tomando coragem para falar. – Fica em meu quarto essa noite. – disse em um fio de voz.

- No armário? – pergunta meio apreensiva.

- Não. Na minha cama... Comigo...

- Mas ainda não casamos.

- Eu sei. Mas prometo que não vai acontecer nada demais. Só quero que essa noite dure mais um pouco. – Ichigo não sabia explicar o que estava acontecendo, mas quando viu Rukia ir para o quarto das irmãs sentiu um aperto em seu coração. Fora um sentimento estranho que não sabia explicar, só tinha uma certeza em sua mente, a de que não queria que a morena saísse de seu lado.

- Ichigooo... o que foi? – ela sentiu a melancolia do rapaz. Nem parecia a mesma pessoa de segundos atrás que estava sorrindo feliz. Mas decidiu se calar quando o viu abaixar a cabeça.  Ela deu a mão para ele que a conduziu para o interior do quarto.

A janela que ficava ao lado da cama estava aberta. O quarto era iluminado apenas pela luz do luar. Ichigo selou seus lábios nos da morena e a beijou carinhosamente enquanto sua mão se livrava do casaco dela. Agora sem o mesmo conseguia tocar nos braços dela já que o vestido era de alcinha.

Eles interromperam o beijo e ficaram se olhando intensamente. – Tenho medo de você sair da minha vida. Esses dias que passei ao seu lado sem nos preocupar com hollows, vilões ou qualquer coisa do tipo fora tão bom. Eu não quero outra vida além desta que estamos construindo, Rukia. – as palavras dele estavam tão tristes.

- Ichigo, eu não vou para lugar algum. Você foi até a Soul Society me buscar para ficar aqui com você e eu também quero ficar. Não tem nada de errado, vai ficar tudo bem. – tentava de alguma forma amenizar aquele pesar que tinha nas palavras do amado. 

- Tem razão. Acho que só estou assustado com medo de perder algo que amo muito. – ele fez um esforço tremendo para sorrir.

- Não vou para lugar algum sem você.

- Promete? Promete que vai estar sempre ao meu lado?

Rukia estava assustada. Nunca tinha visto tanto medo no olhar de Ichigo e o pior de tudo é que ela não entendia porque ele estava agindo desta forma. Ela também o amava e não queria ficar longe dele.

- Claro, seu idiota. Eu nunca vou deixar você. É uma promessa. Agora vamos dormir?

- Aham. – apesar de saber que as palavras de sua amada eram verdadeiras Ichigo não conseguiu acalmar seu coração que ainda estava apertado no peito.

Ele se deita no canto e Rukia fica na ponta. O rapaz pega um edredom e cobre os dois. Ficaram se olhando por um bom tempo até que o ruivo a trouxe para mais próximo de seu corpo, ela apoiou a cabeça em seu braço e se aninhou no peito do ruivo.

Não demorou muito para que Rukia pegasse no sono, pois o compasso do coração de seu noivo servia como uma agradável canção de ninar. Ichigo por sua vez estava longe de dormir. Ainda se sentia estranho e o fato de ter Rukia ali em seus braços só aumentava seu medo de perdê-la. De onde vinha esse medo? Nem mesmo o jovem Kurosaki sabia explicar.

Continua...