História Entre a Razão e a Sensibilidade - I Did for You

Lisa estava se aprontando para ir até a casa de seu pai levar Nick para que esse conversasse com ele na tentativa de convencê-la a ir para os Estados Unidos. Acontece que lá no fundo isso era só uma desculpa, porque ela estava com medo de ir com ele e depois se dar mal.

Nick estava sentado no sofá da sala, cotovelos apoiados nos joelhos com o corpo jogado para a frente, enquanto Débora se arrumava. Ela entrou na sala e viu que ele estava mordendo a bochecha de novo.

- Tá nervoso? – perguntou.

- Considerando que eu nunca fui conversar com o pai de nenhuma mulher que me interessasse, estou.

- Oh meu Deus, não precisa ficar nervoso, vai dar tudo certo... eu acho. – falou sentando ao lado dele e rindo da forma que ele a olhou ao ouvir aquele “eu acho”.

- To vendo como você gosta de mim. – ele fez beicinho, fingindo estar chateado. Lisa segurou a cabeça dele entre as mãos, se aproximou e mordeu o lábio dele.

- Ai! Por que você fez isso? – Nick perguntou, mas não bravo e sim divertido.

- Porque eu não resisto quando você faz isso.

- Hmmmm! To gostando de ver que alguém aqui está perdendo a timidez.

- Não se anima não. – Lisa respondeu ficando vermelha.

- E qual é o problema?

- Problema nenhum. – ela ria. Nick segurou a cabeça dela entre as mãos, repetindo o gesto dela e a beijou.

- Vamos logo? – Lisa falou, interrompendo o beijo e levantando, mas Nick a puxou e ela caiu no colo dele que a segurou pra que ela não levantasse.

- Vamos quando você conseguir sair daqui.

- Isso é injusto! Eu não consigo. – ela ria se debatendo.

- Então vamos ficar aqui o dia todo.

- Nick, me deixa sair! – ela ainda ria, mas já estava perdendo a força, ela não tinha como medir a própria força com Nick, porque mesmo vivendo em uma academia o seu corpo pequeno era delicado de mais para competir com ele.

- Acho que temos um vencedor. – Nick falou quando Lisa parou de se debater.

- Vai sonhando.

- Ah! É assim é? – ele a apertou com mais força e deu uma mordida no pescoço dela.

- Ai! – gritou. – Vai ficar marcado! Não faz isso, por favor!

Nick deu uma risadinha e aproximou a boca do pescoço dela outra vez, que já foi logo se encolhendo. Mas ao invés de morder ele deu um beijinho que fez com que ela se arrepiasse, percebendo isso ele voltou a atacá-la com aqueles beijos.

- Não comece a me torturar assim Nick, se não eu não aguento.

- Essa é a intenção. – ele a beijou nos lábios, Lisa amoleceu e não lutou mais para sair dali.

Nick acariciava a cintura dela, dando leves apertões, subindo com a mão até as costas, voltando e apertando novamente.

Lisa passou a beijá-lo acariciando os braços dele e apertando o ombro direito dele, pois da posição em que se encontrava era só o que ela podia alcançar.

Ele percebeu que a respiração dela começou a mudar e aproveitou, subindo a mão para bem próximo ao seio dela, mas sem de fato encostar, como ela havia sido tão cautelosa na noite anterior ele ainda temia uma reação negativa, porém estava desejando muito arriscar.

Nick passava apenas o polegar na curva do seio dela, aguardando por uma reação, e ao ver que ela estava permitindo não hesitou e preencheu sua mão, ainda receoso, mas dessa vez  Lisa não tentou afastá-lo.

Ele a massageava por cima da roupa sem nunca interromper o beijo. Em um impulso de desejo, Lisa desceu a mão até o membro dele, sentindo sua ereção. Nick não estava acreditando que ela estava mesmo fazendo aquilo, porque desde o início ela foi extremamente tímida.

Ele deixou de beijá-la na boca e passou a beijar entre o rosto e o pescoço dela, descendo cada vez mais, Nick parou por um instante e ergueu a blusa dela, que mais uma vez permitiu. Ele desabotoou o sutiã dela, que tinha fecho na frente, deixando os seios de Lisa a mostra. O exato instante em que Nick abocanhou um deles, um barulho de celular tocando os interrompeu. Lisa se mexeu, mas Nick tentou continuar.

- Deixa esse celular pra lá. – falou puxando-a para mais beijos.

- Mas e se for importante? – ela se desvencilhou, fechou o sutiã, voltou sua blusa para o lugar certo e pegou o celular da bolsa que estava jogada no sofá ao lado deles.

- É a Mai. – falou pra Nick, em seguida atendeu. – Oi amiga. Não, não estou ocupada...

- É mentira! – Nick formou um “alto falante” com as mãos e falou próximo ao celular dela.

- Para, Nick! – ela deu um tapinha nele. – Não amiga, é só o Nick. Pode falar. – ela fez uma pausa, estava ouvindo o que a amiga falava. – OK, mas vocês já tem alguma ideia de como vão fazer? – outra pausa – O AJ está ajudando? Hmmm, isso é ótimo. Ta certo, vou falar com o Nick. Tchauzinho. – ela desligou o celular.

- Sua amiga não tinha hora melhor pra ligar não? – Nick tentou se aproximar de Lisa, mas ela se esquivou rindo.

- Para, Nick! A gente precisa ir pra casa do meu pai.

- Aaaahhh! Mas estava tão bom aqui. – ele beijou o pescoço dela de volta.

- Eu sei, mas não se esqueça da sua promessa.

- Tá né? Fazer o que? – ele suspirou. – Agora me conta, o que sua amiga queria?

- Ela está preparando uma festa surpresa pra uma amiga nossa que está de aniversário. Vamos logo que no caminho eu te conto os detalhes.

- Você é quem manda.

Os dois saíram para ir a casa do pai de Lisa. Ela ia dirigindo, já que era ela quem conhecia a cidade. Cerca de meia hora depois, Lisa e Nick estavam entrando na casa de Oswaldo.

Lisa não sabia o que pensar, porque a sua decisão também dependia do seu pai, já que ela estava usando isso como desculpa para ir ou não com Nick, ele por sua vez, estava completamente nervoso, era a primeira vez que assumia o papel de homem à moda antiga.

Eles se sentaram na sala e aguardaram, até que o pai dela chegou. Os dois ficaram em pé, Nick não havia perguntado a ela se o seu pai falava inglês, então não soube o que dizer nem como cumprimentar.

- Então você é o cara que está querendo levar a minha filha pra longe de mim. – Oswaldo falou em inglês, Nick congelou, sem ter resposta. Lisa não falou nada, ficou apenas observando e esperando Nick responder.

Oswaldo ficou parado, olhando fixamente para Nick que respirou fundo e disse:

- Eu não quero levar ela pra longe do senhor, quero apenas ter ela perto de mim porque eu nunca senti por ninguém o que sinto pela sua filha.

Lisa engoliu em seco mediante aquelas palavras. Toda sua adolescência ela sonhara com algo parecido com aquilo, mas ver tornado realidade lhe causava uma sensação de que era tudo coisa da sua cabeça, que não estava acontecendo, mesmo sabendo que estava.

Longos e tensos segundos se passaram sem que ninguém dissesse nada, até que o silêncio foi quebrado pelo pai dela ao dizer:

- Então você acha que é merecedor da minha filha? – Lisa ouvia de cabeça baixa.

- Eu não acho, eu tenho certeza!

Mais uma pausa se fez, Lisa percebia que Nick estava tentando controlar a respiração, pois estava denunciado seu nervosismo. Oswaldo quebrou o silêncio mais uma vez.

- Se você tem tanta certeza assim... – ele fez uma nova pausa propositalmente. – então eu só espero que você cuide bem dela.

Lisa levantou a cabeça rápido, estava pasma com o que ouviu e precisou se controlar para não perguntar “tão fácil assim?”. Seu pai estava sorrindo, Nick parecia ter relaxado e também sorria. Oswaldo estendeu a mão para apertar a mão do seu novo genro, Nick apertou a mão dele e falou:

- Eu prometo que vou cuidar muito bem dela.

- Mas tenha em mente uma coisa, meu jovem, se eu desconfiar que você está fazendo algum mal pra minha filha vou pessoalmente buscar ela e me acertar com você. – subitamente Nick sentiu a boca secar.

- Isso não vai ser necessário, eu garanto. – o pai dela o fitou por alguns instantes.

Logo o clima foi ficando mais leve, a tensão do primeiro encontro já tinha desaparecido completamente e Nick estava feliz em saber que poderia voltar pra casa levando a sua loira consigo. Lisa, por outro lado, estava pensativa, embora também sentisse uma certa felicidade. Ela achou que seu pai não fosse concordar, mas já que pra ele estava tudo bem, então ela decidiu que já era hora de deixar seus medos para trás e seguir seus instintos, só que ela nunca conseguia abandonar aquela cautela que a acompanhava, mas pensando bem, talvez ir com Nick para os Estados Unidos fosse mesmo a coisa certa a se fazer. Ficar ao lado dele sempre seria para ela a melhor coisa a se fazer.