História Entre a Vida e a Morte - Acerto

       Justin's P.O.V.
    Saí de casa super animado para apresentar a Elie tudo o que a vida tem de bom,ou quase tudo.Eu tinha muita esperança de que isso a deixaria feliz,eu não suportaria estar errado.Isso era muito mais que uma meta,era um vida.Estava em minhas mãos salvá-la e eu não poderia fracassar.Eu tinha que acertar em todos os passos,um em falso e ela provavelmente tiraria a vida.Eu,por enquanto,era tudo que ela tinha e eu não podia de maneira nenhuma decepcioná-la.Nem eu me perdoaria se o fizesse.
    Como o sinal estava vermelho,resolvi dar uma olhada nas minhas redes sociais.Fui então nas notificações do twitter,óbvio que eu não consegui ver todas,mas vi algumas.A maioria era dos meus fãs me dizendo o quanto eu era importante para eles e que estavam muito felizes que eu tivesse sobrevido.Algumas de novos seguidores e outras com referência a Elie.Havia muitas pessoas dizendo o quanto ela era maravilhosa por ter se arriscado por mim,e até haviam criado uma tag "#TeamamosElie".Entrei nela e haviam muitas mensagens de admiração e amor por ela.
  "Obg por ter salvado a nossa vida,amamos a sua coragem #TeamamosElie "
  "Você salvou meu ídolo,então não tem como não te amar #TeamamosElie"
  "Você é incrível,obg por isso #TeamamosElie "
  "O que você fez deixou milhões de beliebers felizes,sem ele a nossa vida não faria sentido #TeamamosElie "
  "Você é a melhor pessoa do mundo #TeamamosElie "
  " Sem você todos nós estaríamos aqui chorando rios de lágrimas,obg por conservar nossa felicidade #TeamamosElie "
   Meu Deus!Meus fãs são os melhores,isso tudo com certeza fará Elie se sentir amada.Até sem querer eles me ajudam.Agradeci o quanto consegui,dizendo-os também que os amava muito e que a minha felicidade também dependia deles.Era tão estranho ver os fãs,que eu havia respondido,surtando apenas por uma frase.Eu gostava de ter o poder de faze-los felizes com apenas uma simples frase,o problema é que eu poderia entristecê-los com a mesma facilidade,mesmo que fosse sem querer.Eu tentava controlar minhas atitudes ao máximo para não magoá-los,porém infelizmente nem sempre eu conseguia.E também havia os que eu não conseguia responder — que obviamente eram muitos — ,que ficavam desesperados por eu não lhes dar atenção.Eu queria ter milhares de mãos para responder todo mundo,para que assim todos ficassem felizes.
    O sinal abriu e eu tive que sair do twitter.Pouco tempo depois cheguei à casa de Elie e ela já estava do lado de fora me esperando.
    — Como? — perguntei confuso.Eu não havia ligado avisando que  viria àquela hora. Na verdade eu nem tinha seu número,aliás tenho que lembrar de pegar depois.
    — Seu carro não é exatamente do tipo que passa despercebido — debochou. — Quando ele estava bem distante eu já o tinha visto da janela.
    — Claro.Se eu não sou,por que o meu carro seria? — brinquei.
    — Nossa!Como ele é convencido — disse no mesmo tom.
    — Só as vezes — disse rindo,e ela acompanhou. — Então,vamos?
    — Para onde? — perguntou curiosa.
    — Surpresa. — respondi com um sorriso divertido nos lábios.
    Abri a porta do carro para ela entrar.Eu iria aproveitar o trajeto até o lugar para saber mais sobre ela,e assim pensar nos próximos passos.
    — Qual seu sonho?
    — Não tenho mais,não tem sentido buscar algo que você sabe que nunca vai conseguir.
    — Mas as vezes os sonhos se realizam.Tipo eu era um menino muito pobre que sonhava em ser cantor,quem ia imaginar que eu conseguiria?Que eu conquistaria tudo o que conquistei?
    — Não sabia disso,mas você era pequeno,a minha fase de sonhos já passou.Todavia,parabéns pela persistência,você merece tudo que conquistou.
    — Obrigada. — Porém o que eu queria dela não eram elogios,e sim que com o que eu disse ela percebesse que os sonhos não são impossíveis.E por mais que pareça difícil,eles podem se realizar.E que nunca é tarde demais para tentar.Dava para saber que ela tinha um sonho,mas não queria me falar.Ou talvez o tenha enterrado tão fundo que já nem o vê mais.Mas um dia eu ainda descobriria qual era,porém hoje eu não insistiria. — Eu não entendo,você é tão legal,por que  será que nunca teve amigos?
    — Eu sempre fui muito fechada,ainda mais depois que descobri uma coisa sobre minha família.
   — O que? — perguntei curioso.Talvez aquilo fosse a chave para tirar aquela nuvem de escuridão sob ela.
    — Sinto muito,você tá sendo muito legal comigo,mas doí muito falar sobre isso.
    — Está bem,não tem problema. — Eu não queria fazê-la sofrer ainda mais,embora eu estivesse muito curioso para saber o que a atormentava. — Chegamos ! — informei animado.
    — Um parque de diversões?! — seus olhos brilhavam ao analisar o local,consatei isso com enorme satisfação.Eu havia acertado! — Faz mais de dez anos que eu não venho em um.
    — Uau — essa foi a minha vez de ficar surpreso.Isso era algo tão comum para mim,que era estranho ouví-la falando assim.Era estranho perceber que coisas que eu considerava banais,eram importantes para alguém.Ir a um parque de diversões para ela parecia um grande evento,não um dia fazendo coisas normais. — Vamos. — Saímos do carro,mas antes peguei um boné e um óculos para tentar passar despercebido.
    — Isso tudo é tão incrível — Elie admirava cada parte do parque como se fosse coisa de outro mundo.
    — Pois é — disse rindo de sua empolgação. — Em qual você quer ir primeiro?
    — Roda-gigante,eu sempre sonhei em ir.
    — Por que você não foi das outras vezes em que veio? — perguntei curioso.
   — Quando,no dia das crianças,as funcionárias do orfanto nos trouxeram eu era pequena e por isso não podia ir na roda-gigante.
   — Mas depois vocês não voltaram? — Eu havia ficado um pouco surpreso em saber que ela antes morava em um orfanto,embora isso fosse meio que óbvio,eu nem havia pensado nisso.
    — Não,o orfanto entrou em crise,e por isso não tinha mais dinheiro para coisas assim.
    — Ah,então vou ali comprar os ingressos — mudei de assunto,antes que a conversa tomasse um rumo triste. — Me espere aqui.
   Para a minha sorte a fila estava pequena,então consegui comprar os ingressos rapidamente.
   — Vamos? — cheguei mostrando os ingressos a ela.
   — Claro — sua empolgação era nítida,não estranharia nem um pouco se ela começasse a dar pulinhos de felicidade.Ela parecia uma criança,e eu estava amando isso.Pelo menos por um dia ela parecia apenas uma garota normal,sem nenhum problema ou tristeza.Era tão bom saber que eu a havia proporcionado isso.
   — Vamos à diversão,ao melhor dia de sua vida!