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História Entre aulas, dinheiro e muitos beijos - Shh


Escrita por: Cherrypie134

Capítulo 2 - Shh


 — A gente realmente tem que ir Scar? — Kat me perguntou fazendo um biquinho pidão e eu ri. Katrina era a minha melhor amiga desde os dois anos de idade, quando nos conhecemos num parquinho.

— Eles são legais, prometo.

Já havia se passado quase duas semanas desde que as aulas começaram. Eu já estava entrosada com o grupo e tinha pegado o ritmo dos estudos. Era sexta-feira, dia da festa de Chuck e toda a escola ia estar lá. Lógico que eu precisava levar Kat e, depois que ele deixou que eu a levasse, passei todos os dias dessas duas semanas tentando convencê-la. Isso porque ela pensava que nem eu antes: ricos = mimados. Ok, alguns deles eram mesmo mimados, mas eles eram tão legais quanto qualquer outra pessoa.

Faltavam duas horas para o começo da festa e eu e Kat ainda estávamos de pijamas no sofá da minha casa. Eu queria ir, mas a preguiça, o Netflix e a pizza estavam tão bem encaixados quanto minha bunda na almofada do sofá de camurça marrom.

— A gente tem que se arrumar, ruiva. — Falei cutucando ela com o meu pé. A garota se contorceu e resmungou, porém, acabou cedendo.

Kat era estupidamente bonita e, por mais que eu a amasse e ela fosse minha melhor amiga de todos os tempos, é claro que às vezes tinha um pouco de inveja. Ela era ruiva de olhos verdes e cabelos ondulados, tinha a altura perfeita e o corpo perfeito. Enquanto isso, eu era baixa, meu corpo tinha proporções estranhas e meus olhos e cabelos eram apenas castanhos. A única coisa que nós tínhamos em comum era a pele sardenta, mesmo que as minhas fossem mais claras e em menor quantidade do que as dela.

Por esse motivo, Kat teve só que tomar banho e vestir uma roupa para ficar arrumada. Ela colocou botas até o joelho com um vestido largo que deixava seu sutiã rendado neon aparecendo nas laterais. Fez um olho esfumado preto e coloriu seus lábios com um batom matte rosa claro. Seus cabelos eram ondas de fogo descendo por seus ombros, apenas soltos e bagunçados. Já eu estava com uma saia de couro preto bem justa ao meu corpo, uma regata branca larga, presa por dentro da saia, que deixava meu strappy bra rendado e preto um pouco a mostra, nos pés eu usava uma ankle boot bem alta preta também. Coloquei brincos grandes e uma gargantilha com um quartzo rosa lapidado de pingente. De maquiagem passei uma sombra marrom e um batom matte vermelho, além de todo o contorno e iluminador que eu precisava.

Iria fechar exatamente uma hora desde que a festa havia começado quando Juliet me ligou.

— Scar se você me disser que não vem eu juro que vou até a sua casa te arrastar pelas orelhas. — E essa foi a calorosa recepção telefônica de Julie. Dei uma risadinha e balancei as chaves do carro do lado do celular.

— Eu tô, literalmente, com as chaves do carro na mão. Eu e Kat já estamos indo. — Falei calma e Julie soltou uma risada aliviada.

Nos despedimos e Kat e eu fomos pegar o carro. Como minha mãe estava viajando a trabalho com meu padrasto, meu pai não morava comigo e meu irmão já havia saído há horas, não tive que me despedir de ninguém além do meu felino favorito, Sushi.

— Vai ter bebida né? — Katrina perguntou com um sorrisinho de canto e eu confirmei pela décima vez no dia.

— Vai sim, mas qualquer coisa eu tô levando um pouco na minha bolsa, junto com os cigarros. — Enquanto eu falava, Kat apertava seu cinto de segurança e alargava o sorriso.

Antes de começar a dirigir, coloquei na rádio e tocava Closer da Halsey com Chainsmokers, então coloquei no máximo para entrar no clima e espantar o nervosismo. Por Deus, eu estava muito nervosa. Mesmo estando entrosada, tinha medo do que pensariam ainda. Se se incomodariam com as minhas tatuagens ou com os meus cigarros, ou até mesmo com o jeitinho de Kat, mas esse último era o que menos me importava. Kat era adorável. Não haveria problemas quanto isso.

A casa de Chuck, ou melhor, mansão, era surpreendentemente próxima da minha casa, então bastaram quatro músicas para que nós chegássemos. Só conversível estacionado na entrada. E eu com meu humilde New Beetle rosa. Kat olhou em volta com os olhos quase saltando e com um sorriso de orelha a orelha. Ela parecia bastante impressionada e eu não a culpava, afinal, também estava.

Descemos do carro e enganchamos nossos braços, ambas tremendo um pouco. Talvez de frio, talvez de ansiedade. Pelo menos estávamos juntas. O som estava tão alto que o são pulsava e era escutado até do lado de fora da porta fechada. Toquei a campainha e quando achei que ninguém iria abrir, Juliet escancarou a mesma.

Com um copo de bebida na mão, uma saia rodada cor-de-rosa além de curta, cropped brilhante e um scarpin Louboutin cravejado por pequenas pedrinhas brilhantes e holográficas, quando me viu gritou e me puxou para um abraço apertado.

— Você veio mesmo! — Julie me deu um beijo estralado na bochecha antes de continuar — Querem começar a jogar pra aquecer, mas pedi pra esperar você e a... — ela interrompeu a si mesma quando lembrou que Kat existia. A loira voltou seus olhos para minha amiga e a puxou pelo braço para cumprimenta-la animadamente também. — Você é a Katrina, né? Scar me falou horrores de você, estava louca para te conhecer. Vamos entrar, meninas.

Antes que a ruiva pudesse responder qualquer coisa, Juliet se encaixou entre nós e enganchou seus braços em um de cada uma de nós, nos conduzindo para dentro e fechando a porta com seu pé. Talvez Julie tenha derramado um pouquinho de bebida no chão no meio de toda essa caminhada, mas podemos culpar o efeito do álcool.

A casa era linda e estava cheia até o último metro quadrado. Quando me disseram que toda a escola iria, eu achei que fosse exagero, mas não era. Até gente das minhas aulas avançadas que eu nunca imaginei que gostassem de festas ou fossem inclusos nas festas de alguém como Chuck; lindo, inteligente, rico e extremamente cheio de si, mesmo que fosse um amor. Cada uma das panelinhas do colégio estava representada por pelo menos uma grande parte do grupo e eu realmente achei isso incrível. Inclusão ou sei lá.

Na nuvem de fumaça sobre um sofá vermelho estava sentado o menino da minha aula de Biologia: Travis. Eu não falava com ele desde o incidente do primeiro dia de aula e foi aí que lembrei de ter sido grossa com ele e pensei em pedir desculpas, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa me vi com Julie e Kat perto de uma roda cheia de copos de shot e dezenas de garrafas de Ciroc no centro. Tinha literalmente de todos os sabores e elas estavam suadas de tão geladas. Meus olhos e os de Kat brilharam. Vodca boa e em grande quantidade.

— Elas chegaram! — Juliet gritou para a quem estava por perto escutar e se soltou de nós duas para terminar sua bebida e largar seu copo. Sabe quando você sente que vai segurar cabelo pra amiga vomitar? Então.

— Baixinha querida que não tá tão baixinha assim hoje, olá — Tyler veio já um pouco afetado pelo álcool, me abraçou tão forte que me levantou do chão antes de perceber Kat. — Essa é a sua amiga? Se você tivesse dito antes eu teria te ajudado a convencer ela, Scar. — Ty olhou para a ruiva e deu seu melhor sorriso sedutor, tirou seu braço da volta da minha cintura e depositou um beijo na palma da mão de minha amiga. Bem romântico clichê que Kat odiava, mas que eu adoraria.

Tyler era lindo. Tinha cabelos loiros perfeitamente bagunçados, mandíbula marcada, assim como todos os músculos de seu corpo, olhos azuis e era extremamente charmoso. Claro que eu sabia disso por ver ele flertar todos os dias com garotas, nunca comigo. Inclusive, ninguém flertava comigo.

— Tá, chega, vamos jogar de uma vez porque tem muita gente sóbria e eu quero me divertir. — Chuck falou ao beijar a minha bochecha, acenar para Katrina e, por fim, sentar em volta da roda de shots e Ciroc.

Os que estavam por perto acompanharam o gesto de Chuck, inclusive eu e Kat. O jogo era "eu nunca" e tinha uma simples função: descobrir coisas sobre os outros e ficar tão bêbado que você nem lembra mais do que deve ou não deve falar. Grupos que se conhecem há muito tempo geralmente não fazem esse tipo de brincadeira porque não tem mais nenhum segredo para extorquir. Mas nessa noite tinha eu. E tinha Kat. E toda a escola. Muitos, é claro, se recusaram a jogar, mas ficar na volta bebendo suas bebidas e extraindo o necessário para transar ou fofocar, depende.

— Eu nunca beijei uma garota — Juliet falou e todos os garotos, eu, Kat, Kali e mais uma menina que eu não conhecia viramos um shot. Julie abriu a boca surpresa a me ver beber. — Meu deus achei que você nunca tinha nem beijado.

Nunca ouvi uma risada tão honesta vindo de Kat e corei. Juliet ficou ainda mais surpresa e resolveu passar logo sua vez. Era a vez de Kali.

— Eu nunca peguei o Chuck. — A morena dos olhos verdes falou com um sorriso de canto. Literalmente todas as garotas menos eu e Kat bebemos.

— Temos que mudar isso, Katrina. — Chuck piscou para ela e eu senti um calorzinho de raiva subir pelo meu corpo.

— Não, obrigada. — Ela respondeu colocando uma de suas mãos na minha coxa, como se soubesse que eu estava braba. — Eu nunca...

E por aí foi a brincadeirinha nada inocente baseada em tentar descobrir os segredinhos sujos e sexuais dos amiguinhos, mas no final dela eu já estava tão bêbada que nem me importava que soubessem dos meus. Não sei em qual momento exato da festa eu e Kat nos separamos, mas eu estava a fumar do lado de fora, apoiada na parede para não cair de tonta, rindo sozinha quando alguém se manifestou ao meu lado.

— Tem fogo? — Uma voz conhecida perguntou. Olhei para o lado e era Travis. Droga, ele era tão gostoso.

— Tenho.

Tirei o isqueiro da minha bolsa e acendi o cigarro dele. Ele me observou por um tempo enquanto dava sua primeira tragada e, quando soltou a fumaça, deixou uma risada escapar.

— Cigarrinho mentolado. Típico. — Ele falou e percebi que ele não estava me observando, mas sim o meu cigarro pretinho com sua característica linha verde e bolinha estourada. — Faltou só uma piteira. — Tive que rir.

— Eu tenho uma, mesmo. Sou a perfeita Audrey Hepburn. — Falei entre risadas e tragadas. Ele parecia se divertir ao me olhar. Dessa vez era definitivamente para mim.

— Filmes clássicos, piteira, biologia avançada... Coisas que simplesmente não combinam com a imagem que você queria passar naquele joguinho besta. — Travis falou ao jogar a ponta de seu cigarro no chão e amassá-la com o pé. Eu ri mais uma vez.

— "A coisa mais triste que uma mulher pode fazer é rebaixar seu potencial por um homem" — Citei e ele me olhou perplexo. Joguei meu cigarro no chão, repetindo seu ato, antes de continuar — Eu posso gostar de filmes clássicos, fumar meu mentolado e ser inteligente pra caralho e ainda assim te foder como nenhuma líder de torcida que se finge de estúpida fodeu antes. — O sorriso malicioso em seus lábios aumentava enquanto eu chegava mais perto.

Eu estava perigosamente perto. Travis colocou suas mãos na minha cintura e eu coloquei minhas mãos por cima das dele, guiando-as até minha bunda e fazendo com que ele a apertasse. Subi as mãos dele até meus seios e fiz que ele apertasse também antes de retornar suas mãos para a minha cintura. Sua boca se aproximou da minha e eu virei meu rosto, na busca de seu pescoço. Intercalei beijos e mordidas desde o início do pescoço dele até o começo dos ombros e depois fiz o mesmo trajeto passando a ponta de minha língua quente por ele. Mordi cuidadosamente a parte em que o alargador não comprometia sua orelha e deixei que minha respiração suave o fizesse estremecer.

Desci minhas mãos até seu membro, sentindo-o enrijecido e o massageei por cima da calça com toda a calma do mundo. Travis, por outro lado, não estava calmo. Suas mãos fortes me puxaram firme pela cintura e ele trocou de posições, me prensando contra a parede e grudando seus lábios nos meus com força. Era um beijo selvagem, talvez com até um pouco de raiva vindo de ambas as partes. Uma de suas mãos desceram até a minha bunda e deu um apertão que fez minha saia levantar, o que era exatamente o que ele queria já que logo depois um tapa estalado veio, já a outra mão subiu para segurar meu cabelo forte, porém sem doer. Talvez um pouco, mas eu gostava.

Nós já não tínhamos mais ar. Afastamos nossas bocas e ele começou a beijar meu colo, descendo em direção aos meus seios, enquanto sua mão descia para a minha intimidade e a alisava por cima da calcinha bem devagar. Ri baixinho e me desvencilhei dele que ficou com cara de perdido. Cheguei minha boca perto de seu ouvido e sussurrei bem baixinho.

— A graça de ter um segredo é saber guardá-lo — Falei me referindo a tal imagem que ele disse que eu tentei passar. Surpresa, Travis.

Com seu pau já marcando a calça e o rosto vermelho, o moreno tatuado se encostou contra a parede, enquanto eu me afastava. Depois disso a noite ficou muito confusa para mim.



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