1. Spirit Fanfics >
  2. Entre cigarros e recaídas >
  3. Capítulo Dez - Sem notificações.

História Entre cigarros e recaídas - Capítulo Dez - Sem notificações.


Escrita por: GatiMatsushita

Notas do Autor


Oi gente bonita!
Eu sei que demorei! Peço desculpas, mas é que minha beta querida está com o tempo apertado e betar a fanfic não é prioridade, pois aqui eu posso atualizar quando der, certo? Certo!
Aos meu queridos comentaristas: eu achei que havia sido abandonada. Quando postei o capítulo passado, apenas 3 comentaram no mesmo dia. Quase tive um treco rs Mas fico feliz que não tenha sido exatamente um abandono.
Aos queridos favoritos: MUITO OBRIGADA PELOS 201 FAVORITOSSSS!!! NOSSA, eu fiquei tão feliz que não coube em mim. hahaha Nem acredito ainda <3 Moças e mços que favoritaram: não se sintam acanhados, venham e me digam o que estão achando da estória!
Enfim, boa leitura.

Capítulo 10 - Capítulo Dez - Sem notificações.


Fanfic / Fanfiction Entre cigarros e recaídas - Capítulo Dez - Sem notificações.

Hinata ficou em silêncio, absorvendo as palavras proferias pelo homem. Ela ainda tinha os braços presos ao redor do pescoço dele e a cabeça repousada em seu peito, escutando as batidas descompassadas do coração masculino. Ela conseguiria aceitá-lo de volta?

— Agora que paramos de atacar um ao outro... Eu... Eu quero te pedir perdão, Hinata. — ele continuou a falar. — Quero pedir perdão por todas as coisas pelas quais fiz você passar. Por todas as situações desagradáveis, todas as cenas repugnantes nas quais você me viu. Eu não posso apagá-las de sua memória, mas quero confortar seu coração e garantir que jamais passará isso. Me perdoe por tudo o que lhe fiz passar! Eu era cego demais para enxergar o que estava acontecendo bem embaixo do meu nariz... Sei que, talvez, eu não mereça seu perdão, porém, Hinata, eu juro que não sou mais aquele adolescente imaturo e idiota.

Sasuke fez uma pausa, enchendo vagarosamente os pulmões de ar e, na mesma intensidade, expirou todo o oxigênio. Ele afagou os cabelos lisos e macios da Hyuuga, em um carinho que Hinata se recordava muito bem. Ela comprimiu os lábios e prendeu a respiração involuntariamente.

— Eu amadureci com esses anos assim como você. Percebi a mudança drástica em suas atitudes e na sua personalidade também... — ela o sentiu apoiar o queixo no topo de sua cabeça. — Embora eu saiba que ainda tem um pouco da antiga Hinata aí dentro. — ele soltou o ar pelas narinas em uma risada contida. Segurou o rosto de Hinata com ambas as mãos para que pudesse olhá-la diretamente nos olhos. — Hinata, eu amo você! — ele viu o brilho aumentar naquelas pérolas. — Eu queria ter enxergado isso antes, dessa forma não estaríamos aqui hoje! Você não teria chorado tanto... Nós não sairíamos tão machucados.

Hinata apertou o paletó do conjunto que Sasuke vestia, sendo incapaz de desviar os olhos dos dele. As pestanas pinicavam pela vontade de debulharem-se em lágrimas. Os dedos dele se embrenharam nos fios azulados, soltando inocentemente a presilha de prata dos cabelos dela, que caiu no chão em um baque quase inaudível.

— Watashi... — a azulada começou um pouco perdida por causa do olhar penetrante do Uchiha. — Eu também tenho uma parcialidade da culpa... Sabe... Eu podia muito bem ter ido visitar você todos os dias durante o coma; e após também! — ela fechou os olhos, respirando fundo. — Naruto e Ino me impediram. E não somente uma vez, eles me impediram sempre! O pior foi eu tê-los escutado. Ino chegou a confiscar meu celular para que eu não atendesse as ligações. — riu sem graça com lembranças da loira. — Você sabe que ela nunca gostou de você.

— E com toda razão. — ela riu e deu um tapa de leve no ombro dele.

— Você continua muito bobo. — ela abaixou a cabeça, apoiando-a no ombro esquerdo de Sasuke. — Eu escolhi ignorar você em todas as tentativas. Só mantive contato com Itachi para ter notícias suas. — ela sorriu. — Mas naquela época eu não tinha forças pra te ver, Sasuke. Eu queria muito, porém não podia me dar o luxo de voltar pra você e me machucar de novo. Você entende, não é?

— Hai... — ele ainda tinha os dedos percorrendo o couro cabeludo dela. — Eu sei que você manteve contato com Itachi, ele me contava tudo. E foi por meio dele que eu tive notícias suas... Bom, não só dele. Um tempo depois eu encontrei Naruto e fiz com que ele me dissesse algumas coisas também. Só que ele nunca me passou seu número ou onde você morava.

— Pelo menos isso. — Hinata sussurrou. — Eu descobri há um tempo que ele guardava esse segredo. — ela preferiu ocultar o fato de morar com o loiro.

Ambos continuaram abraçados, imersos na calmaria do grandioso apartamento de Sasuke. A Hyuuga fora a primeira a se mexer, retirando os braços do pescoço dele e se afastando lentamente. As mãos de Sasuke desceram para a cintura marcada pelo vestido, apoiando-as naquela curva generosa.

Hinata afastou as mãos dele de si com gentileza, não querendo que ele tirasse conclusões erradas de seus atos. Apoiou uma das mãos na cadeira feita da mesma madeira da mesa e impulsionou o corpo para se levantar. Sasuke imediatamente a imitou, erguendo-se logo em seguida. Ela ajeitou o vestido, esticando as barras e passando a mão a fim de alisá-lo.

Eles ainda estavam próximos, muito próximos. Ela com a cabeça levemente erguida para manter o rosto dele em seu campo de visão; e ele com a cabeça levemente inclinada para baixo. O perfume masculino impregnava suas narinas. Oh, como ela queria beijá-lo!

Ergueu os braços, tocando nas bordas do terno onde os botões deveriam estar fechados. Ela apertou o tecido grosso com os dedos, puxando-o para mais perto de si. As mãos masculinas voltaram para sua cintura quase que involuntariamente, apertando a carne macia sob o vestido preto, trazendo-a para mais perto de seu corpo.

Os rostos estreitaram a distância que os separava, os narizes clamando por tocarem um ao outro e, quando o pedido fora atendido, Hinata sentiu que ele estava irresistivelmente quente. As pupilas dele haviam dilatado de uma maneira tão encantadora que a Hyuuga se viu incapaz de desviar os olhos por um único segundo.

Ela queria provar os lábios dele. E ele queria provar os lábios dela.

— Eu perdoo você. — ela disse, a boca com vestígios de um batom vermelho roçando nos beiços pálidos de Sasuke. Ela gostava da pressão que as mãos dele faziam em sua cintura. — Eu só não posso aceitar isso agora. — finalizou, mantendo um autocontrole que ela não sabia existir.

Sasuke não se deixou levar por autocontrole algum e uniu os lábios em um movimento rápido e quente. Mas não passara daquilo. Não passara da compressão da boca dele na sua. Era o que ela pensava até Sasuke envolver vagarosamente seu lábio inferior com a língua aveludada e úmida, passando-a por toda extensão. Uma mão subia de sua cintura pela lateral do corpo, aproveitando as curvas e chegando a sua nuca. Hinata, mais uma vez, não evitou entreabrir a boca.

Ele agarrou seus cabelos, puxando-os de forma cuidadosa, apenas para provocar arrepios pelo corpo feminino. Hinata largou o paletó, subindo as mãos aos ombros do homem, apertando-lhe e o arranhando por cima da roupa.

Em um impulso, Sasuke tomou o lábio inferior da mulher entre seus dentes, esticando-os em uma leve mordida. Não contente com o ato, tornou a envolvê-lo com os seus próprios e o sugou com toda a vontade acumulada até aquele momento, entrelaçando seus dedos com os fios azuis. Hinata gemeu inevitável e repentinamente, como música para seus ouvidos.

 Num segundo, Sasuke tinha seus lábios nos dela, usando a língua para provocá-la e, no outro, ele estava distante, deixando Hinata fria com a falta do toque caloroso.

— Eu entendo. — a voz dele soou, alguns instantes depois, ainda mais rouca. Quando Hinata abriu os olhos, só no momento percebendo que os havia fechado, deu de cara com as costas largas do Uchiha. Ela observou-o, prevendo, pelo movimento dos ombros, que ele afrouxava o nó da gravata. — E presumo que você queira pensar.

Ela balançou a cabeça positivamente mesmo sabendo que ele não veria; seus sentidos ainda estavam afetados por toda a sensualidade que as ações de Sasuke emanaram.

— Eu te levo pra casa.

~•~

Hinata ficou tanto tempo desnorteada que, ao chegar a sua casa, tropeçou em seus próprios pés ainda passando pela porta. Naruto estava lá, sentado no sofá e assistindo televisão na mesma pose de antes – só o balde de pipoca jazia vazio em cima da mesinha de centro.

— Hinata? — ele a chamou, a voz soando preocupada. — Está tudo bem? — ele estava na iminência de se levantar quando Hinata estendeu a mão com palma aberta, indicando para que ele permanecesse onde estava.

— Eu estou ótima. — ela respondeu, mesmo parecendo nada convincente.

— E aí? Como foi o jantar? — o loiro perguntou, formando um sorriso malicioso.

— Ãn, Naruto — ela cambaleou pela sala, apoiando-se nas cadeiras da mesa de jantar. — Eu não quero falar disso agora, tudo bem?

Hinata de repente percebeu que não precisava mais daqueles malditos sapatos de salto alto e resolveu retirá-los de seus pés o mais rápido possível bem no meio do caminho para o corredor. Naruto ainda não parecia convencido e sentara-se no sofá.

— Vocês transaram? — ele inquiriu, analisando o vestido amarrotado, os lábios manchados pelo batom borrado e os cabelos desgrenhados e sem a presilha bonita que os prendia anteriormente.

— Oh, Kami, não! — ela respondeu rapidamente.

— Ainda! Você quis dizer com esse tom de voz! — ele zombou, levantando-se de onde estava sentando.

— Urusai! — ela gritou. — Não estou com cabeça pra nada agora, Naruto! — ela rugiu, tacando-lhe um de seus sapatos, errando feio; o objeto mal chegara perto do sofá. O Uzumaki riu da situação, arrancando uma cara amarrada da amiga.

— Então quando você “estiver com cabeça pra isso” você me conta. — ele caçoou, fazendo aspas com os dedos.

Hinata ergueu as mãos com os dedos do meio estendidos, fazendo Naruto apenas rir mais.

— Vá se foder! — e andou descalça para o próprio quarto.

Precisava dormir e digerir os acontecimentos daquela noite conturbada. Ela chegou ao quarto, retirou a roupa, jogando-a em algum canto, e se jogou no seu pequeno ninho de almofadas e travesseiros. Ajeitou um travesseiro na cabeça e outro em seus braços, para se sentir menos sozinha.

Sem aviso prévio, o sono apossou-se do corpo da jovem médica, levando-a a navegar no mundo dos sonhos...

Quando acordou, Hinata preferiu passar a manhã de domingo deitada em sua cama, abraçando os joelhos em posição fetal. Ela dormira muito bem e havia sonhado com o beijo que Sasuke não lhe dera na noite anterior. Ainda se sentia quente, seus mamilos estavam intumescidos e seu ventre queimava de desejo.

A verdade era que Hinata não precisava pensar por nem um único segundo para saber que ela queria Sasuke de volta mais do que tudo. O coração batia rápido, desejando reviver os poucos minutos que o Uchiha usou para brincar com seus lábios. Ele havia sido maravilhoso, não podia negar.

Todas as palavras que lhe dissera ecoavam dentro de sua cabeça, como uma música que você não consegue esquecer. Quando ele disse que a amava... Como ele pôde dizer uma coisa daquelas?! Ela conseguia sentir seu coração falhando algumas batidas todas as vezes que se relembrava daquela fala. Afrouxou o aperto que seus braços faziam ao redor de suas pernas a fim de esticá-las na cama.

Ela queria continuar sendo surpreendida, queria que Sasuke demonstrasse a ela todo o amor que dizia sentir. As atitudes tomadas por ele evidenciavam a mudança na forma de tomar decisões e também na personalidade; algumas das coisas que aconteceram no dia anterior o antigo Sasuke jamais faria.

Aquele Uchiha Sasuke não se preocuparia em levá-la ao seu restaurante favorito, porque ele nem sabia se ela tinha um. Aquele Uchiha Sasuke não limparia suas lágrimas com os próprios polegares, porque ele simplesmente não se importava. Aquele Uchiha Sasuke não arrumaria uma mesa de jantar para dois em sua casa, porque ele não tinha paciência para esse tipo de “coisa romântica”. Aquele Uchiha Sasuke jamais pediria desculpas, quem dirá perdão, porque era demasiado orgulhoso e egocêntrico.

Como ela havia se apaixonado por um homem... Homem, não! Adolescente! Como ela havia se apaixonado por um adolescente com mais defeitos que qualidades? Ah... Lembrara: Hinata não havia se apaixonado por ele na adolescência, quando o gênio de Sasuke começara a mudar... Ela havia se apaixonado por ele antes disso, na pré-adolescência e com seus doze para treze anos. Droga, sentia-se tão idiota.

Mais uma vez: a verdade era que Hinata não precisava pensar no assunto por nem mais um único segundo. E, com esse pensamento, ela enviou uma mensagem para ele dizendo que o contataria assim que tomasse sua decisão.

A pior coisa que poderia fazer, pois sua decisão já estava tomada.

~•~

Hinata passou os primeiros dias da semana contando o ocorrido para Ino e Naruto, após conseguir entender uma parcela do que realmente havia acontecido. Ino gostou das novas atitudes do Uchiha e, apesar de seu velho desgosto pelo homem, até mesmo ela admitiu as diferenças.

E Naruto parecera ter acabado de receber o presente desejado no Natal de tão feliz que havia ficado, apoiando Hinata em ir logo se jogar nos braços do Uchiha caçula. É claro que, naquele instante, ela apenas revirou os olhos e mudou de assunto. O Uzumaki estava encarregado de contatar Sakura.

Quando Hinata criou coragem de ligar para a irmã e contar como havia transcorrido o jantar, já era terça-feira à noite. Ambas ficaram horas ao telefone, Hanabi mais gritando euforicamente que escutando Hinata contar os fatos.

Foi no meio da conversa que Hinata trouxera um assunto há muito tempo intocado:

 — Hanabi... — ela sussurrou, escutando a respiração da irmã pelo autofalante. — Você... Você tem notícias do otou-sama?

O silêncio do outro lado da linha evidenciou o desconforto da mais nova com a pergunta. A situação constrangedora entre as irmãs se estendeu por longos segundos que mais pareceram horas até Hanabi soltar uma lufada de ar pelos lábios.

Tenho. — ela disse com a voz séria. — Ele pergunta de você, sabe...? — deixou a frase no ar, fazendo o coração de Hinata vacilar. Se as coisas continuassem daquele jeito ela teria um ataque cardíaco com menos de trinta anos!

— E...? — incentivou Hanabi a continuar.

E nada. — ela respondeu ríspida. — Ah, Hinata! Você sabe que eu não gosto nada disso e ficar me fazendo de garota de recados não me agrada! — exclamou, estalando a língua no céu da boca em seguida. — Ele está sofrendo! Não entendo como você conseguiu lidar com isso tão... Tão friamente.

— Minha profissão como médica me fez ser insensível.

Mentira, mentira! — ralhou. — Não me venha culpar sua profissão por suas crueldades. Ele sempre te apoiou e você nos abandonou de uma hora para a outra. Ele ainda espera o dia em que você voltará pra cá.

— Kami-sama, Hanabi! — Hinata disse estupefata. — Papai nunca me apoiou em nada! Eu nunca fui boa o suficiente pra ele! A única coisa que eu fiz e que o agradou foi estudar medicina! E naquele dia em que brigamos... Eu estava...

Estava o quê?! Descontrolada? É isso?! — Hanabi parecia abatida. — Eu tinha só dezesseis anos, mas eu sabia o que estava acontecendo! Agora... Se você não for fazer as pazes com ele é melhor que não me pergunte mais nada!

Hinata permaneceu quieta. Ela sabia que havia extrapolado em todos os sentidos quando saíra de casa e aquela briga fora o estopim para o seu vício em nicotina. Ela estava machucada por Sasuke, mas estava deveras pior devido ao pai. E, agora que tinha resolvido em parte seus problemas com Sasuke, ela talvez pudesse resolver os com Hiashi.

— Eu vou ajeitar as coisas com Hiashi. — ela quebrou o silêncio, mexendo no fio encaracolado do telefone. — Agora que não estou mais me martirizando por Sasuke, minha cabeça vai funcionar melhor.

Está falando sério? — Hanabi soou incrédula. — Você está falando sério, Hinata?

— Estou, Hana. Nesses últimos quatro anos eu me afundei demais na minha grosseria, acho que foi por isso que acabamos brigando. — admitiu, respirando devagar.

Isso é ótimo, Hina! — a mais nova exclamou.

As irmãs não se demoraram mais ao telefone, Hinata alegou que a chamada interurbana estava encarecida demais e que pagaria horrores no final do mês. Após terminar a chamada, Hinata se jogou no sofá em meio ao breu da madrugada.

Ter aquele jantar com Sasuke não fora de todo ruim. Na verdade, não tivera nada de ruim.

~•~

Na quinta-feira, Hinata passou grande parte de seu horário de almoço encarando a tela do celular. Sem nenhuma mensagem, muito menos alguma ligação. Quando Sasuke disse que esperaria sua resposta, ele falara realmente sério. Deslizou o dedo pela barra de notificações mais uma vez, achando que, do nada, pudesse aparecer algo que havia passado despercebido por ela. Em vão.

Enfiou o aparelho dentro do bolso da calça jeans branca e deu sua pausa para almoçar como encerrada. Saiu da área do restaurante do hospital, partindo em direção a sua própria sala. Aquele dia Ino estava de folga e, em seu lugar, uma senhora de meia idade baixinha atendia ao telefone distraidamente.

Não ficou muito tempo em seu escritório, apenas o suficiente para pegar seu jaleco e deixar o telefone celular em cima da mesa. Rumou para a ala de pronto-atendimento, onde esperaria os próximos pacientes. O dia estava tão calmo e o hospital tão vazio que Hinata quase achou que estava de folga. As horas passaram, a tarde dava início à noite e ela só havia atendido um único cidadão com sintomas de infecção urinária.

Hyuuga Hinata! — a voz de Tsunade a chamava pelos autofalantes espalhados pelo primeiro andar do hospital. — Hyuuga Hinata, direcione-se a ala de emergências imediatamente. Direcione-se a ala de emergências. Imediatamente! — e o silêncio voltou a reinar no local.

Hinata andou o mais rápido que pôde pelos corredores a procura de uma grande porta vermelha com a palavra “emergência” escrita em branco e em letras garrafais. Ela passou por aquela porta, encontrando várias enfermeiras andando de um lado para o outro a seguirem ordens de seus respectivos médicos.

— Hinata, aqui! — uma voz conhecida a chamou, era Tsunade; a mulher de olhos âmbar acenava de longe. A Hyuuga seguiu-a para dentro de um quarto, este era reservado para os pacientes que estavam em tratamento após darem entrada na emergência.

Reprimiu um gemido ao ver um homem de aproximadamente quarenta anos com cabelos ruivos alaranjados e feições dolorosas. Ele tinha um tubo fino e transparente ligado a suas narinas pelo qual recebia a quantidade adequada de oxigênio e tinha também fios conectados ao corpo por meio de eletrodos a fim de detectar seus batimentos cardíacos.

Um cateter estava conectado ao seu braço esquerdo, fluindo para dentro de seu organismo o líquido vermelho que descia de uma bolsinha de plástico pendurada em um gancho no alto da cama. O rosto do homem estava pálido e os lábios arroxeados, envolta dos olhos fechados havia círculos escuros e fundos.

— Ele chegou aqui há pouco mais de uma hora. — Tsunade começou, entregando o prontuário do paciente para Hinata. — Uma estaca de ferro atravessou a coxa e atingiu a artéria femoral, ocasionando uma grave hemorragia e uma grande perda de sangue. Conseguimos controlá-la e agora ele está recebendo um transplante.

Hinata escutava tudo o que Tsunade tinha a dizer ao mesmo tempo em que lia as notas no prontuário, já entendendo o motivo de ser chamada ali. O homem poderia ter uma parada cardiorrespiratória a qualquer momento pela grande perda de sangue e nada melhor que ter uma cardiologista por perto.

— Ele precisa ficar sob observação até que o necessário de sangue seja transplantado. Esta é a primeira bolsa. — a mais velha continuava a dizer. — Já tomou as doses de morfina e sedativo para suportar a dor no local afetado.

— Tudo bem. — Hinata parou de folhear as anotações e desviou os olhos para a Senju. — Já fez exame de sangue? Para detectar as porcentagens de potássio e magnésio? — Tsunade negou com a cabeça. — Peço que esse exame seja feito! O resultado pode nos dizer se o risco de ataque cardíaco é maior!

— Não pedimos para verificar o potássio e o magnésio, mas já temos amostras para exames! — Tsunade a informou. — Vou pedir imediatamente.

E a Senju saiu do quarto particular, deixando Hinata sozinha com o homem desacordado. Sentou-se na poltrona para algum acompanhante que, se ele tivesse, àquela hora já deveria ter sido encaminhado para casa visto que estava em boas mãos.

Cerca de quinze minutos depois o resultado do exame chegou por meio de uma enfermeira e dera positivo para a presença suficiente dos compostos para que a chance de ataque cardíaco fosse quase nula. Mas, na medicina, mesmo as chances de qualquer situação sendo pequenas, todo cuidado era pouco.

Voltou a se sentar, fazendo algumas anotações no prontuário sobre o estado do paciente. Quando o sangue da bolsa ficou escasso, Hinata chamou uma enfermeira para que esta trouxesse outra do determinado tipo sanguíneo; o que não demorara muito.

Hinata retirou a bolsa do gancho e desconectou o tubo do cateter que voltara ao transparente original pela falta do líquido vermelho. Pegou a bolsa cheia e reconectou ao cateter, observando o sangue descer livremente pelo segmento de tubo.

Antes que o sangue chegasse ao cateter, o homem começou a respirar de forma descontrolada e anormal, os aparelhos que identificavam os batimentos cardíacos seguiram um ritmo contrário, mostrando um baixo desempenho. Hinata tocou o pescoço do homem, sentindo a rigidez que indicava uma arritmia.

Droga!

Ela apertou rapidamente o botão que chamava as enfermeiras, correndo para a porta e colocando a cabeça para fora. Uma mulher com o uniforme verde vinha em sua direção, Hinata esticou os braços, pedindo silenciosamente que ela parasse onde estava.

— Tragam o desfibrilador! — ela gritou.

Voltou para a cama onde o homem continuava a arfar, ainda inconsciente. A Hyuuga posicionou as mãos unidas no centro de seu tórax, pressionando o local com força, subindo e descendo com os próprios ombros a fim de forçar as mãos no peito do homem. Não houve mudanças nos bipes da máquina.

— Merda. — xingou, continuando os movimentos, desta vez usando o peso do próprio corpo e aumentando a velocidade. — Vamos, vamos!

No exato instante a porta fora aberta bruscamente por uma equipe de paramédicos empurrando um carrinho que portava o desfibrilador. Antes que o aparelho chegasse perto, a cardiologista já havia segurado as pontas, encaixando os dedos nas alças.

— Qual a carga? — perguntou, esfregando uma a outra.

— Duzentos e vinte joules. — um dos paramédicos respondeu.

— Ótimo. — ela disse, posicionando os retângulos metálicos sobre o tórax do homem. Forçou-os contra e pele dele, escutando o choque iminente. Os batimentos ainda muito fracos. — Mais uma vez! — gritou, agitando as pontas nas mãos.

Fora preciso mais uma, duas, três doses da energia do desfibrilador para normalizar os batimentos. Ao final do processo algumas gotas de suor escorriam pelas têmporas de Hinata e o próprio coração batia descompassado. Não importava quantas vezes ela passasse por aquele tipo de situação, ela sempre sentiria medo de perder um paciente.

Quando os paramédicos responsáveis pelo desfibrilador deixaram a sala, Hinata se jogou na poltrona uma vez mais. A respiração ofegante evidenciava seu cansaço. Olhou o relógio na parede que marcava quinze minutos para as sete horas e constatou que demorara mais de meia hora desde que detectara a arritmia.

O homem estava bem até poucos segundos antes, sem evidentes sintomas. Havia descartado a hipótese de ataque cardíaco, mas não de uma arritmia. Fora pega de surpresa, por sorte estava atenta aos sintomas. Mordeu a bochecha internamente, apertando os braços da poltrona. Uma médica como ela jamais deveria se deixar pegar de surpresa daquele jeito.

Como em um flash, a ideia de algo do tipo acontecer com Sasuke a atingira desprevenida, seu coração não suportaria mais. Ela não havia parado para pensar caso acontecesse com ele. Ainda mais que o Uchiha passara tempo demais preso ao hospital no último mês. Lembrou-se do aviso de Kakashi sobre a visão de Sasuke e seu coração, que havia se normalizado, voltara a bater fortemente em seu peito.

Ela não podia nem cogitar que aquilo atingisse Sasuke. Ela não suportaria perdê-lo mais uma vez... E pior: para sempre.

Levantou-se da poltrona e dirigiu-se para fora da sala, chocando-se fortemente contra um corpo macio. Tsunade a olhava com sobrancelhas franzidas e feições preocupadas. Apenas anunciou que precisava ir embora, deixando uma Senju loira cheia de dúvidas para trás.

Não soube como, mas chegou ao estacionamento priorizado aos médios e adentrou seu Renault Duster. Deu partida no carro e acelerou, saindo da propriedade do Hospital Konoha. A noite atingira Osaka em cheio, não havia uma única nuvem no céu e a luz da lua iluminava os pontos mais escuros.

Ultrapassou todos os sinais vermelhos em alta velocidade, pouco se importando se receberia uma, duas ou cinco multas no final do mês. Hinata só parou de acelerar para acionar o freio quando chegara ao luxuoso prédio onde um Uchiha em especial tinha apartamento. Ela cruzou o hall de entrada, nem se dando o trabalho de falar para o porteiro quem era. Acionou o botão de décimo quarto andar e esperou os poucos minutos para que as portas metálicas se abrissem novamente.

Ela apertou repetidas vezes a campainha do apartamento 1401 e, sem resposta, passara a bater furiosamente na madeira clara. A Hyuuga nem percebera, mas ainda vestia o jaleco branquíssimo de seu trabalho.

Só cessou as batidas quando escutou o som da tranca sendo desfeita e a maçaneta girada. Seus cabelos estavam desgrenhados e a respiração anormal, uma mecha dos fios azulados grudara em sua boca. A porta se abriu, evidenciando um Sasuke usando apenas calças de moletom azul-marinho e uma camiseta branca sem mangas.

— Hinata? — a voz do homem saiu surpresa e falhada.

— Oi — ela respondeu, respirando fortemente.

— O que voc...

— Cala a boca. — ela disse ao avançar pela porta, enlaçando os braços no pescoço dele.

•••


Notas Finais


Bom, bom, bom.
Chegamos aos finalmentes. haahaha
Eu não coloquei nesse capítulo porque a cena seguinte ficou enoooorme, ocupou mais da metade do próximo capítulo!
Queridos, apareçam! Estou sentindo falta - mais uma vez - da interação de vocês! Sinto falta dos questionamentos e das suposições, das críticas construtivas... Digam o que estão achando, porque a fanfic está no final e eu mal sei se estou agradando. Com exceção de uma pessoa maravilhosa que me fez um comentário maravilhoso, HikaruDaeYoon <3 Seu comentário está no meu coraçãozinho!
Eu até escreveria mais aqui nas notas finais, mas já estou me alongando muito.
Espero que tenham gostado. Deixem um comentário falando da visão de vocês sobre a fanfic!
Kissu ~


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...