História ENTRE CORES - (Frist Day)

Os quatro foram para aula com desânimo. A tarde teriam suas primeiras seções ao grupo de apoio. Eles entraram no Abigail Adams como de custume e sentaram em seus respectivos lugares. Maya ficava mais ou menos na fileira do meio, última cadeira. Mais a frente na mesma fileira, primeira cadeira estava Riley. Na do lado, segunda cadeira, estava Farkle. E na mesma, na quarta cadeira estava Lucas.

- Roma. Alguém sabe algo sobre esse assunto? - O professor começou a falar e olhou diretamente para um moreno sentado na segunda cadeira de uma das duas fileiras do meio - Minkus?

O garoto hesitou de primeira, ele não gosta de falar em público, apesar de querer, olhar as pessoas o assusta. O professor insistiu pra que ele falasse. Ele explicou com perfeição tudo sobre o assunto. Os outros apenas observaram o garoto enquanto ele falava sem tirar os olhos do seu caderno fechado e evitava olhar para os lados. Uma loira o observava com precisão, ela via que ele não estava bem. Uma vez ela havia tentado falar com o garoto, porém ele nem olhou pra ela, então ela foi embora e não tentou mais.

- Muito bom Minkus, perfeito - O professor sorriu e se virou para o quadro.

Durante o almoço no colégio. O garoto sentou sozinho como sempre, e comeu seu lanche o qual trazia de casa e logo depois ficou na biblioteca. A loira pegou um pouco da comida do dia, porém ao olhar ela simplesmente não conseguiu comer, sentiu um peso e de um jeito forçado, comeu. Porém logo depois ela estava no banheiro vomitando tudo, aquilo estava à destruindo. A morena ficou sozinha, ela olhava em volta e via as outras pessoas, ela estava se sentindo sozinha outra vez e queria chorar, mas mesmo assim deixou um enorme sorriso transparecer. O loiro também ficou na biblioteca, ele sentou entre algumas estantes vazias no fundo da biblioteca onde ninguém ia, colocou seus fones e o capuz, pegou um livro qualquer e por lá ficou.

Mais tarde. Ao chegarem no grupo de apoio, logo sentiram um peso, nenhum deles queria realmente estar ali. Assim que saiu do carro Farkle sentiu um medo imenso, ele teria que falar, teria que ver pessoas, era uma coisa nova, algo fora de sua rotina de escola e casa, mas ao ver uma loira de lindos olhos azuis ele sentiu um pouco mais de vontade de frequentar aquele lugar, ele sabia quem ela era, estudava com ela porém não sabia seu nome, a achava uma garota interessante mas nunca teve a mínima coragem de sequer perguntar seu nome, apesar de querer muito saber mais sobre ela. Agora ele ficava com a dúvida, por que ela também está aqui?

A loira no entanto não o notou de primeira. Apenas mais tarde, quando já estavam lá dentro, sentados em suas cadeiras, viu o garoto. Ela ficou um pouco intrigada, ela sabia que ele tinha uma ótima condição financeira, tira notas perfeitas e sabe tudo sobre tudo, não via o por que dele ter que frequentar um grupo de apoio. Ela o conhecia apenas por Minkus, era o seu sobrenome e assim que os professores o chamavam. Ela também viu uma morena a qual não sabia o nome, a garota sorridente e alegrinha sem amigos, achava a garota interessante, mas também não entendia o que ela fazia ali, e por que carregava aquele sorriso brilhante?

A morena também notou a loira, sempre a observava, ela observava a todos, mas ela via o jeito da loira e sempre se perguntou o que se passava em sua mente e por que ela sempre corria para o banheiro depois do almoço. Ela também viu o moreno inteligente, ela sabia quem ele era, também via seu jeito e ficava intrigada com aquilo. Quem mais le chamou atenção foi o loiro de moletom preto encolhido na cadeira, aquele garoto sempre a intrigou, por que ele sempre anda por aí se escondendo? Por que esta sempre sozinho? Ela sempre quis falar com ele, mas nunca teve coragem.

Enquanto isso o loiro também havia notado sua presença, ele sempre olhava aquele sorriso iluminador e pensava em sua beleza. Aquela garota era como um raio de sol para ele, mas ele sabia que aquela garota amável e sorridente nunca olharia um cara como ele. Não entendeu o por que de ela estar ali, ela era um raio de sol, o que ela poderia ter para estar ali?

- Bom dia - Uma mulher ruiva, vestida com um blazer preto, sorriu para todos na sala - Meu nome e Julie.

- Bom dia - Todos responderam com certo desdém.

- Vamos começar diferente, vou passar esses papéis e quero que digam em voz alta o que está escrito no que pegarem - O pote foi passando de mão e mão, e todos foram falando em voz alta as cores escritas nos papéis enquanto a mulher anotava.

- Roxo - A morena sorriu ao falar, aquela era sua cor favorita.

- Vermelho - A loira falou com desânimo.

- Laranja - O moreno falou olhando pro chão fixamente.

- Azul - O loiro olhou de relance para a mulher e logo voltou a fitar suas mãos.

- É assim que serão chamados aqui, nada de nomes, apenas cores - Eles acharam aquilo extremamente esquisito, mas ignoraram - Hoje eu gostaria de falar sobre sonhos, vocês tem algum? - Ela olhou em volta na esperança de que alguém falasse algo, mas como ninguém falou, ela mesma escolheu - Vermelho. Você tem algum sonho?

- Eu preciso mesmo falar? - A loira falou com certo receio.

- Eu gostaria que sim - A moça sorriu.

- Eu não tenho sonhos - Foi o mais sincera possível e a mulher a questinou o por que - Quando criamos expectativas, sempre algo vai nos decepcionar... Então é melhor aceitar. Sem esperança, sem decepção... Esperança é pra manès.

- Acho que pode estar equivocada - A mulher e a loira deu de ombros.

- Eu acho que não - Ela disse em resposta e prendeu seus lábios ao olhar para o chão.

- Acho que até o fim deste grupo, você vai mudar de idéia - Ela sorriu para a loira que deu de ombros e continuou a olhar o chão.

- Eu também não tenho sonhos, pelo menos não para o meu futuro ou coisa assim - A morena tinha um pequeno sorriso em seus lábios, porém seus olhos estavam distantes - Mas por enquanto eu quero melhorar...

- Isso é bom, roxo - A mulher sorriu - Mas sabe, ter sonhos, expectativas, esperança, isso nos faz mais determinados, mais felizes, faz bem.

- Acho que sim - Ela sorriu respirando fundo.

- E você, azul? - A mulher olhou para Lucas.

- É... - Ele pensou vagamente por um tempo - Eu queria ser veterinário um dia, gosto de animais - Ele deu um pequeno sorriso de lado, puxou suas mangas a fim de cobrir mais suas mãos e braços e olhou pra baixo.

- Eu quero ser normal - Farkle murmurou baixo.

- Desculpe, o que disse? - A mulher o olhou, ela realmente não havia entendido.

- Eu... - Ele a olhou e começou mas logo parou, eram muitas pessoas diferentes, e todas estavam o olhando, ele simplesmente travou - E-Eu N-não quero falar... Eu... - Ele gaguejou. Não conseguiu falar e saiu correndo dali.

Eles continuaram. A mulher sabia exatamente o que havia sido aquilo, ela tem sua ficha onde consta tudo sobre o garoto, o melhor a fazer era deixa-lo sozinho um tempo.

Ao terminar a seção, a loira passou pelo corredor do local e viu um garoto sentado nas escadas, ele balançava uma das pernas de maneira rápida, e uma de suas mãos estava em sua cabeça, além de piscar o olho de maneira constante.

- Minkus? - A loira sentou ao seu lado.

- Sabe meu nome? - Ele a olhou de relance. Parou de mexer sua perna e começou a piscar de maneira mais normal, agora suas duas mãos estavam sobre seu joelho, e forçava uma tremedeira nas duas.

- Só seu sobrenome... - Ela deu um sorriso fraco - Por que saiu correndo?

- E-eu - Ele gaguejou outra vez - Tinha muita gente - Não tinha tanta gente assim.

- Você ta bem? - Ela o observou com certa preocupação.

- To... Eu, eu só... - Ele falava rápido e pausadamente - Qual seu nome?

- É Maya, Maya Hart - Ela sorriu fraco.

- Bonito nome - Ele continuava falando rápido.

- E qual o seu? - Ela perguntou de uma maneira devagar.

- É Farkle. E o meu sobrenome você já sabe, então acho que não preciso falar - Ele ainda falava de maneira muito rápida, e continuava a tremer suas mãos - Eu acho que já vou. Tchau.

Ela o observou indo embora, ele era estranho, mais isso tinha um motivo e ela queria saber qual ela. Ele saiu nervoso de lá, porém feliz, agora ele sabia o nome da olhos azuis, era Maya Hart, e era um lindo nome.

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