História Entre Cortes e Cicatrizes - Bem, aparentemente, mas por dentro destruída...

Enlouquecida, quem diria que essa seria sua realidade, ou que algum dia tomasse a se perguntar loucuras que pra ela parecem fazer o maior sentido. O passado é uma sombra que normalmente a acompanha por onde vai, mas algo mudou, as loucuras que a acompanham lhe fizeram ver um outro lado de tudo. Não se pode mudar o passado, mas você escolhe aprender algo com ele.

Um certo medo a rodeia. Aflição, indiferença, inquietude, causas desse medo, mas que ela agora decidiu não permitir se afetar ou ser dominada por ela que a quer abraçar, a solidão. Ela luta e acredita que vai conseguir, ou pelo menos tenta. Ela só não quer que agora quem se aproximou decida ir embora . 

Acontece que as vezes bate aquele medo de não ser boa o suficiente, de nunca ter com quem contar em dias nublados e não ter um colo pra descansar o peso do mundo.

Os pais são confusos. Dizem que só querem o nosso bem, mas só chegam até nós para perguntar se está tudo bem quando surge algo que abala a sociedade, como o jogo baleia azul. Sério mãe e pai que vinheram me perguntar se já joguei ou jogo isso? Sério que só agora estão querendo saber de algo? Agora que acabou por que não nota o quanto estou machucada em vez de apenas notar as marcas nos meus braços e vim me perguntar se continuo a me cortar?

Mãe: ME MOSTRE SEUS PULSOS.- ela toma meus braços, ergue bruscamente minhas mangas e não vê nada.

Filha: - Eu não tenho nada.- ergo meus pulsos a mostra. 

Mãe: - Assim espero. - Ela sai.

"Ei mãe volte aqui, eu não tenho nada nos pulsos, mas você não procurou pelo resto do meu corpo, ou na minha alma mutilada. Ah,é mesmo, como pude esquecer,contanto que meus problemas não sejam aparentes, está tudo perfeitamente bem, não é mesmo mamãe? "