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História Entre diamantes - Declínio


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


GENTEEEEEEE... ADORO VOCÊS <3
Muito obrigado pelos comentários e favoritos...
Então.. se vc tá triste... tá na bad... coloca a música mais depressiva e chore lendo o capítulo :v
Ou não :v
Hue... nesse capítulo tem uma coisa que eu nunca fiz nessa fanfic.. descubram :v
Só um aviso.. capítulo pesado..

Capítulo 25 - Declínio


“Você me matou, é responsável por isso. Agora será obrigada a cuidar de minha descendente. Você nunca foi a mãe que eu quis.. apesar de ser biológica, sempre te considerei a madrasta má. Quando for a hora ela vai me vingar.”

Acordei de supetão, sentando na cama, com essas palavras atormentando minha cabeça. Respirava forte, estava suada. Olhei para o lado e vi Blu, ela dormia abraçada com a pequenina, pareciam tão confortáveis. Olhei para minhas mãos trêmulas. Ainda estava escuro, devia ser madrugada.

Levantei da cama e fui até o banheiro. Ao encostar a porta eu liguei a luz. Lavei meu rosto e olhei para o espelho. Tudo que eu via era uma cara de desespero. Um olhar melancólico.

“A culpa foi sua. Você me matou.”

Quis acreditar que fosse coisa da minha mente, mas a voz dela parecia tão real. E o que mais doía.. ela tinha razão. Senti um frio na espinha, meus olhos ficaram vibrantes... enquanto olhava o espelho eu juro que vi o rosto dela atrás de mim, porém quando me virei para olhar ela não estava mais lá.

-Amber?- meus olhos umedeceram de imediato, foi então que em minha frente surgiu a figura dela.

Parecia tão real, mas.. o que mais me doeu viu ver as roupas dela cheia de sangue. Parecia ter um buraco na sua perna.. senti meu coração apertar.. ele batia forte.

-É minha imaginação... minha imaginação..- dava alguns passos para trás.

“Você me matou.”

Dizia a voz dela com uma expressão melancólica. Diferente do que pensei.. isso cortou ainda mais meu coração.

-Foi um acidente.- meus olhos infelizmente transbordaram e algumas lágrimas caíram.

“Acidentes? Podia ter esperado e atirado, mas quis atirar na caixa. Não prestou atenção? Ele disse que eu estava em uma das caixas.” a voz dela estava trêmula e seus olhos marejados, como se estivesse chorando há muito tempo.

-Não pensei na hora... só aconteceu...- eu tentei destrancar a porta e correr dali, porém estava tão trêmula e não consegui virar a maçaneta. Tudo que pude fazer é me encostar na parede e deixar meu corpo escorregar pela mesma.

“Tirou minha filha de mim... nunca esperava por isso de você. Assim como dizia de meus atos irresponsáveis.. você fez a mesma coisa.” a voz apontava para mim ao falar, estava de pé em minha frente, seus olhos choravam sangue.

Não tinha o que argumentar, ela estava certa. Eu podia ter esperado antes de atirar, poderia ter prestado mais atenção. Me deixei levar pela raiva.. agora a irresponsável sou eu. Senti como se cada palavra dela fosse uma estaca em meu peito. Meu coração batia forte, por quê doía tanto?

Abracei meus joelhos e deitei ao chão. Aquela cena.. era bem mais viva do que antes.

“Você quis nos proteger do mundo.. mas o maior perigo aqui é você.” a voz fria dela me fez a olhar, já não havia mais ninguém ali.. eu estava sozinha... como devia estar.

Ela tinha razão. Protegi elas de tudo.. menos de mim. O pior.. fui eu que a matei. Nunca vou aceitar isso.

Me apoiei na parede para levantar, minhas pernas estavam trêmulas, me sentia fraca. Mal conseguia ficar em pé. Basicamente me joguei pra frente, apoiando na pia. Não conseguia controlar minha respiração, menos ainda as lágrimas que caíam.

Olhei para meu reflexo ao espelho novamente. Nunca me arrependi tanto disso. Meus olhos estavam inchados, meus olhos avermelhados. Olha a que ponto cheguei. Nem conhecia mais quem era.

Abri o armário procurava alguma coisa para acabar com essa dor. Minha mente não raciocinava direito. Peguei a primeira coisa que vi na frente e bebi. Sei.. aquilo não era de beber. Senti minha garganta queimando, um gosto forte e horrível na boca. Só consegui engolir um pouco, e já senti ânsia de vômito.

Virei meu rosto para a pia e cuspi tudo ali mesmo. Comecei a vomitar também. Já não comia mais tão bem como antes, o pouco de sopa que Blu me obrigou a comer estava descendo ralo a baixo. Ainda tossia como se fosse vomitar, mas.. nada saía.. estava com o estômago completamente vazio.

Eu tossi bastante e ainda sentia vontade de vomitar. Senti um gosto amargo na boca, logo cuspi.. era sangue? Passei o dedo no cuspe avermelhado. Era sim sangue. Eu estava morrendo? Comecei a rir como uma psicopata, quando me olhei ao espelho pude ver um pouco de sangue escorrer de meu nariz. Estava de fato ao fundo do poço. Eu logo comecei a chorar, mas ainda ria, invés de lágrimas saía sangue. Novamente me encostei a parede e deixei meu corpo fraco escorregar por ela.

-Otária.- me xingava, mas dessa vez parei de rir.

Minha expressão estava séria... eu estava fraca. Minha visão ficou cada vez mais turva, estava tudo escurecendo.. meu corpo pendeu para o lado e não tive forças para puxá-lo de volta. Só sentir o chão frio tocar em meu braço. Já não conseguia me mexer. Comecei a sentir um frio. Não senti mais meu corpo.. estava dormente... como se estivesse morto... acho que finalmente vou descansar em paz.


 


 

~~Blue Diamond POV


 


 

Acordei com uma risada estranha. A pequenina Red parecia tão confortada dormindo. Sinceramente, nunca pensei que dormiria abraçada em um bebê com medo de asfixia-lo durante a noite. Sorte que não me mexi muito.

Olhei para o lado, Yellow não estava ali. Uma preocupação coberta de um mal pressentimento começou a me assombrar. Saí da cama com cuidado, deixando a pequena deitada bem ao meio, estava tão fofa dormindo, não queria acordá-la.

Fui direto ao banheiro, a luz estava ligada, talvez fosse Yellow que estivesse ali. Abri uma pequena fresta da porta, mas não a vi ali. Olhei para a pia e vi.. ohh.. não creio.. estava suja e a textura.. julgo que seja a sopa que dei a ela.. não pode ser.. havia até um pouco de.. sangue? MEU DEUS.. CADÊ A YELLOW?

Abri um pouco mais, porém parecia ter algo atrás dela, entrei no banheiro e pude ver o corpo dela, deitado ao chão. Ao canto dos lábios havia um pouco de sangue. Seus cílios estavam úmidos, novamente ela esteve chorando. Senti lágrimas se formando em meus olhos, mais uma vez não.. já perdi pessoas que eu amava muito, não quero perder ela também...

Levei os dedos ao pescoço dela, bem abaixo da mandíbula. Dava pra sentir seu batimento, estava bem fraco. Seu corpo estava gelado. Levantei um pouco a cabeça dela, sua respiração também estava bem lenta.

-Yellow.. acorde... pode me ouvir?- sacudi um pouco ela, não era muito forte, mal sabia se conseguiria levantar ela pra levar até a cama.

A mulher não respondia. Meus braços começaram a ficar trêmulos. Se contenha Blu... vai dar tudo certo..

Tentei levantar ela, mas não era tão forte assim.. ela é.. pesada.. não consigo nem ajudá-la... ela precisa se aquecer.. preciso ligar para o hospital... Por favor Yellow.. acorde... olhei para o lado e vi uma garrafa virada ao chão. Bom.. não tinha marca.. era apenas uma garrafa de refri, usava esse produto para limpeza.. minha nossa... ela bebeu isso? Pode ter ferido o estômago dela.. e causado o sangramento.. e... droga.. precisamos cuidar não é bom...

Coloquei meus braços por baixo dos dela. Arrastei o corpo dela de volta ao quarto. Com muito esforço consegui colocar ela em cima da cama e a cobri. Peguei meu celular e tentava ligar para alguma ambulância.. minha visão estava tão turva.. mal consegui ver os números.

Quando finalmente consegui ligar, disseram que estavam a caminho. Notei a bebê se mexer e a peguei no colo. A cabeça da mesma se virou para Yellow e coloquei a mesma encostada ao braço da loira. A garotinha segurou o braço dela e puxava, mas ela não se mexia.

Aquela cena me fez sentir uma forte pontada no peito. Meu maior medo era perdê-la.. seu que já disse isso.. mas.. eu nunca tive sorte no amor.. eu sempre fui a segunda opção.. sempre fui abandonada e esquecida.. mas pra Ydi.. bom.. me sentia única.. ela não acreditava no amor.. e olha pra nós.. somos namoradas..

Me ajoelhei na frente da cama e encostei meu rosto ao corpo dela. Deixei minhas lágrimas escorrerem sem cessar. Sentia uma grande dor. Não conseguia me dar ao alívio. Lembrei daquele tiro.. do quanto fiquei preocupada. Todo dia eu passava uma pomada e trocava os curativos dela. Eu não podia perdê-la.. minha depressão parecia ter melhorado.. não quero ter que tomar aqueles remédios e fazer aquelas terapias horríveis..

Peridot entrou correndo no quarto, estava assustada alguns homens vestidos de branco a acompanham.

-Eles disseram que você os chamou...- virei meu rosto choroso a ela, e quando viu sua mãe correu até a mesma e pode a ver desacordada.- Mãe.. mãe? O que aconteceu?- os olhos dela umedeceram.

-Ela desmaiou.. acho que ingeriu alguns produtos químicos do armário.. - tentei ser o mais transparente possível.

-Não mãe.. primeiro a Amber.. você também não...-puxei a garota para a abraçar, ela escondeu o rosto meu pescoço e começou a chorar.

-Vamos levá-la.- os homens trouxeram uma maca e a colocaram, afastando a bebê, a mesma também estava chorando, sem emitir som algum.

-Ela tem que ficar bem.. ela é tudo o que tenho.. ela me mostrou o que é ter uma família.. ainda não estou pronta pra me virar sozinha..- dizia a pequena entre lagrimas.

-Com ela.. nunca fui a segunda opção... a amo..- nunca fui boa em consolar.. então.. acabei chorando junto com ela.

A loira olhou para a bebê e se afastou para pegar no colo. Ela pegou um pequeno cobertor e enrolou na menor. Peguei algumas coisas e coloquei em uma bolsa. Rapidamente troquei de roupa no banheiro e corri para ir na ambulância com a minha amada. Peridot ainda estava de pijama e segurava a pequena, que dormia em seus braços. Lapis não ficou para trás e veio junto. Porém essa não estava de pijama.

Chegamos no hospital, Ydi foi levada eu e as meninas ficamos na recepção. A essa hora da noite havia pouca gente. Peridot me deu a criança, a mesma andava de um lado a outro, puxando seu cabelo. Lapis começou a rir baixo, o que irritou a menor.

-O que foi?- disse em tom brigão.

-Ainda está de pijama.- a loira olhou para si e também riu.

-É só roupa de ficar em casa.. um short e uma camisa solta.. não é pijama.- cruzou seus braços e estufou o peito.

-Mas o chinelo não é.- Peri olhou para seus pés, estava com aquelas pantufas abertas atrás com vários pelinhos verdes e dois olhinhos.

-Isso é estilo.- fingiu parecer confiante, mas o rosto dela dizia o contrário, estava morrendo de vergonha.

A pequena Diamond começou a chorar. Só percebi quando senti as lágrimas em meu braço. Ai meu deus, será que ela tem fome? Peguei uma mini bolsinha térmica, tinha uma mamadeira morna. Tentei dar a ela, mas a mesma não quis de maneira alguma. Guardei a mesma, levantei e tentei embalar ela para dormir, mas ainda sim ela não parava quieta.

Peguei a bolsa e fui ao banheiro, para ver se ela estava suja ou algo assim. Mas não estava. Aqueles olhinhos amarelos me olhavam como quem quisesse algo e ainda sim choravam. O que ela quer? Nunca fui mãe.. bem.. era um sonho pra mim.. mas.. não sei o que fazer.

Voltei para a recepção tentando embalar a garota. Tentei de tudo. Fazer ela arrotar, tirar o cobertor que a envolvia, mas nada. Imagina que chato seria se ela tivesse voz, ficaria chorando bem alto e isso seria muito incômodo.. mas.. me agoniava ver ela chorando.

-PUTA MERDA.- Lapis gritou e levou as mãos na cabeça.

-Olha a boca.- franzi a testa.

-AQUAMARINE TÁ SOZINHA EM CASA.- correu até a porta.

-Querida, liga pra Pearl trazer ela e meu carro.- tirei meu celular do bolso e estiquei a mão.

Peridot pegou e levou até ela, ambas pareciam aliviadas. Pra quê tanto escândalo, a Pearl é quebra galho nessa hora.

Assim que elas ligaram notei Lapis dar uma risada e entregar o telefone para Peridot, que ouviu e devolveu para si. Ambas riam. Logo a azulada pediu que ela viesse, desligou e me devolveu o celular, ambas riam.

-Posso saber por que ri?- estava um tanto tensa, essa criança não parava de chorar.

-Eu juro que ouvi alguns gemidos.- Lapis riu.

-Ela tava falando algo tipo “vá com calma Yellow, to no telefone.”- Peridot completou rindo.

-Vocês gemem mais alto que elas.- franzi a testa, as duas se calaram coradas. -Eu ouvi aqueles gemidos no banheiro se querem saber.- elas se entreolharam.

-S-só estávamos tomando banho e eu chutei o armário da pia e...- a loira tentou explicar.

-Peri.. minha tia sabe diferenciar gemido de dor e safadeza, melhor não se explicar.- a mesma fraziu a testa. -E você tia.. parece que está parindo quando geme.- cruzou os braços.

-É por que tá muito bom.- dei de ombros.

Comecei a rir quando vi um homem nos olhando com os olhos arregalados.

-Que foi, nunca gemeu?- perguntei a ele, o mesmo se afastou aos poucos.

-Viu a cara dele?- Lapis perguntou e Peri acenou com a cabeça, ambas estavam rindo.

Tornei a ficar andando de um lado a outro embalando a chorosa cria. Já estava ficando em desespero, até que ouvi meu nome sendo chamado.

-Blue Diamond.- era o médico, me aproximei. -Bem.. me acompanhe.- o mesmo olhava algumas coisas na prancheta.

-Vou junto.. sou filha.- Peridot correu até nós, seguida de Lapis.

-E ela?- o médico perguntou.

-Minha namorada.- a nanica franziu a testa e segurou a mão da azulada.

O homem nem se importou e nos acompanhou até um quarto. Yellow já estava acordada, a mesma tinha um pequeno tubo colocando soro em sua veia. Ela estava com uma expressão fria, os olhos sem brilho, nem ao menos se mexeu quando chegamos.

-Ela está bem fraca e desidratada. Bom.. não sabemos ao certo o que ela ingeriu, mas machucou o estômago dela, sorte que ela vomitou tudo. Bem.. terá que tomar um remédio por dez dia, de seis em seis horas. Ela vai ficar bem, só precisa se alimentar melhor.- o médico lia os papéis na prancheta.

-Doutor.. ela não quer comer..- falei olhando o rostinho do bebê choroso.

-Ela sente alguma dor ao comer?- perguntou.

-Bem.. só se for emocional. Ela está muito triste depois da morte da filha.- me aproximei com a pequena e coloquei a mesma sobre o peito de Yellow, de barriga para baixo.

A mesma se confortou ao peito dela e parou de chorar. Então era isso que ela queria.. a Yellow. Suspirei tornando a olhar para o médico.

-Sugiro que consultem um psicólogo, é realmente difícil a perda de alguém tão próximo.- me deu a prancheta para assinar.

-Tem algum psicólogo aqui?- perguntei.

-Claro, vou chamá-la.- assinei assim que ele terminou de falar.

O mesmo saiu. Me aproximei de minha amada, estava com um sorriso nos lábios, segurei a mão dela.

-Estou feliz por ainda estar viva. Mas...- respirei fundo.- ONDE ESTAVA COM A CABEÇA BEBENDO AQUELA PORRA? YELLOW.. NÃO IMAGINA O QUANTO FIQUEI PREOCUPADA.- não consegui me controlar e gritei com ela, a mesma estava quieta e não olhava pra mim. -Yellow?- passei a mão em frente aos olhos dela, a mesma piscava, mas não se mexia ou dizia algo.

-Mãe.. o que houve?- Peridot se aproximou preocupada. -Por que não se mexe?- os olhos dela ficaram úmidos, sinceramente estava muito preocupada agora.

Senti ela puxar a mão e soltar da minha, a mesma tirou a pequena de cima de si e me entregou. Após virou o rosto, olhando o soro em seu braço.

-Quase me mata do coração.- acariciei a cabeça da pequena que estava dormindo.

-Mãe..- Peri segurou o braço dela, mas o mesmo foi puxado, deixando a garota para baixo.

Lapis se aproximou da namorada e levou a mão em seu ombro, ambas se abraçaram.

-O que aconteceu com você Yellow?- os olhos dela me focaram, estavam frios e pareciam sem vida. Senti uma pontada no peito. Será que fiz algo?

-Soube que precisavam de mim...- uma jovem bem magra entrou vestindo um jaleco escrito “Dra Pearl.” -Consegui vaga para trabalhar aqui.. espera.. conheço vocês.- nos observou.

-Yellow precisa e ajuda.- Falei com a voz baixa.

-Podem me dar um momento com ela?- nos retiramos da sala.

Alguns minutos se passaram acho que se fez quase uma hora. A magra saiu do quarto com um olhar preocupado. Seus olhos azuis bem claro estavam vibrantes.

-Gostaria de conversar com você, a sós.- se aproximou de mim, as meninas saíram pelo corredor, Peridot disse que iria me esperar na recepção.

-O que está acontecendo?- falei preocupada, a pequena Red começou a se mexer e tirou suas mãos do cobertor e as esticou, a mesma estava sorrindo.

Pearl se aproximou para olha-la e sorriu de canto. Aquela pequena arteira já pegou o nariz da psicóloga e não quis soltar.. cá entre nós.. que nariz grande.

-Desculpe.- tirei aquelas pequenas mãos do nariz dela, a mesma estava rindo.

-Que nada, é só uma criança. Mas vamos falar de algo sério. Olha.. Ela está se culpando por algo, isso é muito ruim. As vezes ela tem algumas alucinações e ela mesmo está se acusando. Bom.. isso não é nada bom. Ela está perdendo a razão, como se estivesse ficando louca. Em seu estado mais controlado, não quer conversar com ninguém, aquele peso todo está acabando com ela. Nesse estado, ela precisa de muita atenção e tome cuidado com o que diz, mesmo sem intenção, pode magoar ela profundamente. Precisa ser vigiada, quando ela perde a razão pode tentar se matar... ou pior.. tentar matar alguém.- tentou explicar com palavras simples, olha gostei dessa psicóloga, não usava nomes complicados.. claro que eu entenderia muitos deles.. mas não todos.. afinal estudei enfermagem e não psicologia.

-Ela te falou tudo isso?- perguntei baixo.

-Não. Ela teve uma alucinação enquanto tentava conversar. Ela chamava por uma tal de Amber. Sabe quem é?- só agora notei que ela lia algumas coisas em um pequeno caderninho e a caneta estava em sua mão para anotar coisas.

-A filha falecida dela.- olhei para a pequena Red, como estava contente e agitada até puxou meu cabelo.. que travessa.

-Bom.. tenho alguns remédios para ela se sentir mais disposta e se alimentar. E também meu número, se ela não melhorar vamos ter que iniciar algumas sessões. Bem.. recomendaria mais as sessões do que o remédio.. mas entendo que pra candidata a presidência é difícil ter tempo.. ou até ter uma abertura pra falar das coisas. Sugiro que tente fazer ela dizer como se sente, anote e me envia por mensagem.- me entregou a receita e um cartão com seu nome e número.

-Muito obrigado. Será quando ela vai poder ir pra casa?- perguntei para mim em voz alta.

-O médico foi levar o prontuário, logo vai liberar ela. Mas não esquece. Converse com ela, mesmo que não fale, ela te escuta. Ela tem que sentir que você se importa.- acenei de maneira positiva com a cabeça.

Ficamos horas naquela espelunca.. estava com sono. Cansada. Quando fomos embora, Pearl estava nos esperando com a Marine, ela parecia de mal humor, mas gente.. acho que é porque atrapalhamos o sexo dela. Não evitei de rir.

Ao chegar em casa, dispensei Pearl, deixei que ela voltasse para sua noiva.. antes que ela queimasse minha alma.

Yellow caminhou com minha ajuda até o quarto. Deitei ela na cama, ficou em silêncio o caminho inteiro. Mandei mensagem para a psicóloga, pedi dicas de perguntas para fazer a ela. Esquentei uma sopa que havia feito na noite anterior, minha amada precisava de mim agora.

Levei a sopa até ela e voltei para buscar a pequena. Deixei a nanica deitada em cima da cama, Ydi nem queria olhar para ela. Peguei uma colher de sopa e levei a boca dela, mas a mesma virou o rosto.

-Precisa comer.. por favor.- falei com os olhos úmidos, mas ela manteve o rosto virado.

Coloquei a tigela de lado. Me aproximei da mesma e sentei sobre seu colo.

-Amorzinho, não fica assim. Agindo dessa maneira.. você apenas me deixa triste.. eu sei como se sente.. lembra da Pink?- deixei algumas lágrimas escorrerem.

Fechei meus olhos e senti os lábios dela me tocando. Não consegui evitar de sorrir e retribuir. Ficamos um bom tempo nos beijando, era algo apaixonado, sentia meu coração acelerado. Como gostava de me sentir assim. As mãos dela acariciaram meu cabelo, mas infelizmente nos separamos pela falta de ar.

-Agora pode comer, por favor.- aquele olhar dela.. ainda parecia frio e sem vida.. pelo menos percebi o esforço dela em tentar sair desse estado.

Ela esticou o braço, pegou a sopa e começou a comer por si só. Espera.. a Red.. MEU DEUS ELA NÃO TÁ EM CIMA DA CAMA. Desesperada comecei a caminhar ao redor da cama e vi ela rindo em cima do tapete, estava de barriga pra cima.

-Pestinha, como foi parar aí?- quando fui me abaixar pra ela, a mesma se virou e começou a engatinhar desengonçada. -MEU DEUS ELA TÁ ENGATINHANDO.-

Reparei Ydi colocar a comida de canto e engatinhar até a ponta da cama, para olhar a pequenina tomar cada tombo enquanto tenta engatinhar.

-Adiantada como a mãe.- foram as palavras mais confortantes que já ouvi.. ela falou comigo.

Abracei a mesmo sorridente.

-Yellow.. me promete.. toda vez que não se sentir bem.. fale comigo.- o olhar dela virou para o lado, acho que nosso assunto terminou ali.. bom.. pelo menos tentei.

A mulher deitou na cama e foi dormir. Mesmo cansada, não podia deixar essa pequena arteira sem ser vigiada. Urgh... podia ter pedido pra alguém trazer o berço pra cá, assim podia deixar ela lá e descansar bem. Invés disso, fiquei olhando aquela garotinha sorridente, era tão alegre quanto a mãe de fato. Me assustava quando a mesma fazia uma expressão seria, lembrava muito a Ydi.. imagina... a versão fofa e ruiva da minha namorada.. então.. essa pequenina era essa versão.


Notas Finais


Então descobriram? É a primeira vez que mudo de POV, mas foi necessário.
Adoraria seus comentários sobre o que acharam.
Yellow não está boa... a culpa está cada vez pior sobre ela.. mas vamos ver como a situação ficará mais tarde :3
Obg por lerem <3

Confiram também uma história feita em parceria com a Thacryba:
https://spiritfanfics.com/historia/horror-summer-9677233

Grupo do Discord:
https://discord.gg/d8Q4VJK


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