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História Entre diamantes - Razão


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Genteeee.. preparem u.u
Quero agradecer a todos os favoritos e comentários <3
As tretas ainda não terminaram.. hue então preparem-se
Tem muita coisa por vir ainda :3

*A música tocada no capítulo está nas notas finais e a tradução.

Capítulo 27 - Razão


 

 

These days the lovers trade their places

Dancing all around each other's chairs

I can see the numbness on their faces


 


 

Ainda estava deitada na cama, entre lágrimas, quando comecei a ouvir a música da Pearl, hoje era dia de limpeza. Desde que briguei com a Yellow, eu não consegui mais vê-la. A última vez que tentei ir na casa dela, a mesma disse que não era bem vinda. Nem minhas mensagens ela respondia. Aposto que me bloqueou. Ela perdeu a neta.. e eu sinto sua dor. Me sinto tão só esses últimos dois meses.


 

Jealousy fills up their hearts in pairs

So please

could I be selfish with your body?

'Cause I don't think I could

share you with nobody


 


 

Pior que essa música não estava ajudando. Pensei na Yellow, ela estava com outra.. e.. eu estava sozinha.. como sempre.. sozinha. Abracei meu travesseiro, fechei meus olhos e continuei chorando. Não conseguia parar, sentia sua falta. Sentia uma dor ao peito, minha respiração parecia falhar muitas vezes. Minha garganta estava tão presa que nem saliva conseguia engolir. Eu só queria que essa tortura terminasse.


 

Oh, when I have you

I'm gonna brand you with my lips

And all of the world will know

that you're mine now

We'll never lose faith

'Cause we'll never forget this taste

My love has the power to keep the tide down


 


 

Não conseguia parar de pensar em nossos beijos. Em como meu coração pulsava perto dela. Em nossos momentos pervertidos. Nossos abraços carinhosos, os momentos difíceis. E pensar que tudo isso foi por minha culpa... tudo terminou por minha causa.


 

Oh, I'll get you tied down, tied down

Oh, I'll get you tied down, tied down


 


 

Pior imagina como ela estaria se sentindo. Me deu mais uma chance.. e acabou.. eu falhei. Ela se culpa pela morte da filha, agora pela perda da neta.. eu não posso mais ajudá-la da maneira como ela me ajudou.


 

Oh, late at night you'll hear the screaming echo

But we all pretend

we never heard the cries in the daytime

Don't you worry

my touch won't leave you hollow

I'll never gonna let you change your mind


 


 

Oh Yellow.. cada célula minha parece vibrar por você. Você é sempre tão intensa.. imprevisível.. de fato seu presente de aniversário foi o melhor de todos, ainda penso naquela cena diariamente.. sonho com aquele momento. Nunca me senti tão viva quanto perto de você.


 

Oh, when I have you

I'm gonna brand you with my lips

And all of the world will know

that you're mine now

We'll never lose faith

'Cause we'll never forget this taste

My love has the power to keep the tide down


 


 

Não consigo aceitar que nunca mais vou vê-la.. ou tê-la.. ou até beijá-la.. e pensar que eu queria construir uma família com ela.. digo.. ficar junto dela.. pra sempre. Não podia ficar o dia todo deitada, por mais que queria. Pearl ainda tinha muito a arruamar.


 

Oh, I'll get you tied down, tied down

Oh, I'll get you tied down, tied down

Oh, I'll get you tied down, tied, ohh

Oh, I'll get you tied down, tied down


 


 

Me levantei e fiquei em frente ao espelho, estava apenas de roupas íntimas. Aquelas marcas que ela deixou.. ainda não saíram completamente, estavam bem pouco visíveis, mas ainda sim me trazia lembranças dela. Minhas costas ainda tinham a marca daquele chicote que ela usou uma vez.. mas quanto tesão eu senti.


 

Don't be afraid to leave your mark

Give me the scars to remind me

Just how good you are

(how good you are)


 


 

Fico aqui pensando se ela ainda pensa em mim. Pois.. não consegui esquecê-la. Penso nela antes de dormir, quando acordo.. o dia inteiro. Eu a amo.. eu a quero.. mas.. não vacilei na minha chance.


 

And if your faith turns into dark

Pull me closer and know

That it's enough to keep you tied down


 


 

Ainda acho que a culpa não foi inteiramente minha.. acho que poderia ter impedido o beijo.. poderia ter coragem e dizer não a Pink.. talvez eu queria isso. Um motivo pra chorar.. um motivo pra deixar de existir. Acabaria assim? Aquele nó em minha garganta parecia me enforcar.


 

Oh, I'll get you tied down, tied down

Oh, I'll get you tied down, tied down

Oh, I'll get you tied down, tied down

Oh, I'll get you tied down, tied down


 


 

Por que meus sentimentos por ela ainda eram tão fortes? Nem mesmo meus remédios para depressão estavam me ajudando. Não tinha nem coragem de dizer a psicóloga que desisti de tentar. Peguei um papel e comecei a rabiscá-lo, precisava deixar um aviso, não conseguia pensar em outra coisa, eu não queria mais aquilo, não era importante a ninguém.


 

Tied down

Oh


 

Dessa vez não tinha volta. Vou deixar meus bens a minha sobrinha Lapis, para minha fiel Pearl e um pouco para as gêmeas Jasper. Escrevi tudo, inclusive como me sentia. Lágrimas vieram à tona. Sinceramente, eu já chorava assim a tempos. Mas nunca perdi completamente as esperanças como agora. Já estava na hora de acabar com isso.

Fiz uma última ligação, essa foi para Lapis, eu disse que não iria mais viver. E para ela vir em minha mansão, era toda dela, apenas pedi para a mesma morar aqui sozinha e não trazer a família capacho dela. A minha parte da empresa era dela. A garota gritou no telefone, perguntando se eu era louca.

Desliguei meu celular. Caminhei até a sacada. Estava bastante frio lá fora, alguns flocos de neve estavam depositados ao chão. Bom, a queda ao chão havia várias pedras, talvez não sobreviveria, era com isso que contava. Não consegui pensar em mais nada, apenas em subir e me jogar.

Subi na proteção da varanda e olhei para baixo. Meu estômago estava revirado. Eu sabia que não teria mais volta. Porém seria melhor para todos, não aguento esse sofrimento. Minha vida não tem mais sentido.

Meu olhos fixaram ao caminho de pedras, perto do gramado. Parecia tão alto. Mas era apenas o segundo andar. A chance de sobreviver era grande. Olhei para minha casa, logo para a calha. Subi por ela, até chegar ao telhado. Em uma parte, onde era mais alto, fiquei bem na porta do telhado frio, meu corpo tremia, a temperatura já me deixou gelada. Estava só de roupas íntimas mesmo. Aqui fora não tinha aquecedor mesmo.

Olhei para baixo era muito mais alto, abaixo haviam árvores e pedras que davam acesso ao rio. Uma queda naquelas pedras de fato seria letal. Pela primeira vez deixei um sorriso tomar meus lábios. Senti um certo alívio. Era como se estivesse livre. Deixei então meu corpo despencar. Estava relaxada, senti uma paz interior. Pela primeira vez, eu me senti feliz.


 

~~Yellow Diamond POV


 

Desde o dia do julgamento, Peridot dormia comigo, exceto quando sua namorada vinha a visitar. Eu mal comia, mal conversávamos, era sempre um silêncio. Vez ou outra ela chorava em meus braços. Eu sabia que minha mente não estava boa, não conseguia consolar ela. Não conseguia aceitar as desculpas da Blue. Nunca me senti tão só. A culpa era grande, não só matei a Amber.. eu não cuidei de sua descendente. Era minha neta.. sou uma desgraça.

Pior que não demorou para as ações da empresa ficarem em crise. Se continuar desse jeito, iremos falir. Acho que a essa altura, nem autoestima eu tinha mais. Nem para a empresa eu ia, quem dirá sair de casa, ou pior, da cama.

Estava deitada, abraçando minha filha, porém seu celular na cômoda tocou. A mesma se remexeu confusa, ela fica muito perdida quando acorda. Estiquei o braço, peguei o celular e dei na mão dela. Notei a mesma apertando os olhos para atender, claro que ela não via bem. Então apertei em atender para ela. Pude ver que era a namorada dela que ligava.

-Oi.- falou sonolenta.

Notei ela arregalar os olhos e se sentar. Ela ficou tão pálida. Começou a respirar forte.

-E-eu.. estou indo.- aqueles olhinhos verdes me focaram, mesmo sem precisão, ela conseguia olhar para meu rosto.

Notei que os mesmos estavam úmidos e ela trêmula.

-O que houve?- perguntei.

-Blue.. ela pulou.. Lapis está em pânico. Ela está no hospital com a Blue.- falou com a voz trêmula. -Ela não consegue parar de chorar.. tenho que ir lá.-

-Não me importo.- cruzei os braços e voltei a deitar, qualquer coisa relacionada àquela mulher não me interessava.

-Mãe.. você não entende.. Blue tentou se matar.. escreveu até um testamento. Lapis tá bolada com isso.. ela era como uma mãe pra ela. Se quiser ficar aí com seu orgulho.. que se afogue com ele.- bufou a garota, sua voz falhava muitas vezes.

Ela se esticou e pegou seu óculos na cômoda, a mesma se levantou.

-Onde pensa que vai?- olhei a mesma de forma fria.

-Pedir para a Pearl me levar no hospital, sei que você não vai fazer.- me olhou com uma expressão de decepção.

Não sabia como reagir. Meu coração batia apertado. Meu corpo parecia tão pesado. Parecia ter uma força me forçando a ficar deitada.

-Eu vou.- falei por impulso.

A semanas eu não saia de casa.. talvez meses.. sinceramente, só ficava deitada... tomava remédios ou comia apenas por insistência da Peridot. Se não fosse ela.. talvez estivesse pior. Não fazia questão de me cuidar. Levantei, peguei a primeira roupa que vi na frente.

Foi uma camisa de gola amarela, um suéter bege. Estava com uma calça jeans, coloquei uma bota amarela e um colete daquele bem grossos, apenas para aquecer o dorso, não era de sentir muito frio.

Fiz minha higiene matinal, nem quis olhar meu rosto, muito menos passar maquiagem. Meu cabelo estava bagunçado, nem parecia ser eu. Não o quis pentear. Bati na porta do quarto de Peridot, a mesma não estava bem fechada, portanto ela abriu.

Vi a pequena colocando um casaco bem grosso, daquele de touca. Parecia até gordinha, a cor era verde. Quando a mesma se virou vi as lágrimas em seu rosto.

-Eu vou com você.- mostrei a chave do carro a ela.

-Obrigado.- ao me ver ela sorriu e correu para me abraçar. -Te amo mãe.-

-Foi a única que sobrou na minha vida.- beijei a testa dela.

-Está com uma cara péssima.- disse com uma careta.

-Quer ir ou não?- franzi a testa.

-Vamos.- aquele lindo sorriso dela me causava uma pequena calma no coração.

Avisei a Pearl que iríamos sair. Peguei meu carro favorito. Fomos então ao hospital. Ouvindo música. Eu não falava nada. Ela dublava as músicas do rádio, por sorte gostava de ouvir aquelas músicas antigas comigo, até me mostrava umas mais modernas, não eram ruins, mas ainda prefiro as minhas.

Aquele sorriso inocente dela, era a única luz no meu caminho. Mesmo que não fosse o suficiente para me fazer voltar a ter minha autoestima de volta.

Ao chegar no hospital, Peri correu para a abraçar a namorada, que estava na recepção nos esperando.

-Peri.- disse a azulada com lágrimas nos olhos.

-Cheguei amorzinho.- falou carinhosa a pequena.

Cruzei meus braços e fiquei observando aquela paixão boba delas. Ambas sorriam, olhando nos olhos uma da outra. Não precisavam de palavras, seus sentimentos já diziam tudo. Os lábios dela se tocavam. O beijo carinhoso delas era tão adorável, de certa maneira me causava uma dor no peito. Eu beijava alguém assim que só estava me usando. Como pude nutrir sentimentos por alguém tão fútil.

-Que nojo.- um homem falou e fez careta, meus olhos focaram no infeliz.

-Nojo é sua opinião de merda.- puxei a blusa dele e o ergui do chão, era mais alta que a aquele homem.

-Então vai deixar sua filha fazer isso?- disse enojado.

-Desde que ela seja feliz, não me importo com quem ela esteja.- soltei o homem e o empurrei, fazendo o mesmo cair sentado. -NÃO LEMBRO DE TER PEDIDO SUA OPINIÃO.- apontei o dedo para a cara dele.

-Senhora por favor se acalma.- a recepcionista pediu.

-CALMA O CARALHO, VÃO TUDO SE FUDER. TO POUCO ME FUDENDO PRA ESSE LUGAR.- cruzei os braços.

-Mãe.- Peridot se aproximou e segurou meu braço.

-Que é porra?- disse grossa e a olhei.

-Por favor, se acalme.. sei que não se sente bem.. por favor.- a mesma me abraçou, eu quis empurrar ela e rejeitar aquilo tudo.. mas travei.. simplesmente travei.

Lapis me olhava horrorizada. Eu era de fato um monstro. Ela separou o abraço, apenas consegui olhar ela de maneira fria. Aqueles olhinhos verdes brilhavam enquanto me olhava, parecia que estava triste por mim, mas ainda estava feliz. Não conseguia decifrar aquele adorável olhar.

-Ahhh me soltem.- ouvimos um grito alto. De certeza a voz era de Blue.

Lapis correu em direção a voz. Peridot me puxou, acabei cedendo em ir atrás.

Ao entrar no quarto vi Blue na cama, a mesma tinha alguns arranhões e se debatia. Estava com várias tiras que a prendiam na cama. Alguns médicos prendiam os pés dela, enquanto outro pegava uma injeção.

-O que vão fazer com ela?- Lapis se colocou em frente ao médico com a seringa.

-Ela está muito agitada, vamos acalmá-la.- disse.

-Me deixe falar com ela.- disse a azulada. -Sou a sobrinha dela.-

-Essa mulher está em depressão, precisa é ficar internada em uma clínica. Se debatendo desse jeito ela vai se machucar. Ela tentou se sufocar no travesseiro.- olhei para o travesseiro ao chão, não conseguia acreditar que ela chegou a ponto disso.

-Por favor.- insistiu a garota.

O médico concordou, assim que os outros terminaram de amarrar ela, os mesmos saíram. Aquelas tiras de couro deixaram ela completamente imobilizada. Parecia ser algum tipo de louca. Lapis se aproximou, Peri logo atrás, a mesma levou a mão ao ombro da amada.

-Tia.. por que está fazendo isso?- lágrimas caíram dos olhos da garota.

-Você não entende.. NINGUÉM ENTENDE... ME DEIXE ACABAR COM ISSO.- ficou tentando se soltar, mas era inútil.

-Pare com isso tia, por favor.- segurou a mão da mesma, que continuava se debater.

-SUMA DAQUI, ME AJUDE A ACABAR COM ISSO..-ela gritava como louca.. estava.. chorando?

Lentamente me aproximei da mulher. Ela estava com os olhos fundos, bem mais que o normal. Deve ter chorado muito. Ela tinha alguns pequenos arranhões. Mas parecia bem. Devia estar frustrada por não ter conseguido se matar.

-Você é uma tola mesmo.- olhei Blue de maneira fria.

Os olhos sem vida dela e úmidos me focaram, pela primeira vez ela ficou calada.

-Mãe por favor.. para.- Peridot pediu.

-Nem pra se matar você serve.- prossegui. -Acha mesmo que vai resolver morrer e fugir dos seus problemas. Quer saber, você é uma covarde. Fez tudo isso acontecer. Sabe que podia ter evitado tudo. Apenas dizendo um “não”. Mas sua covardia é enorme. Pare de mentir pra si mesma. Tome suas decisões sem medo.- minha voz era tão fria que conseguia sentir a decepção das meninas, mesmo sem nem olhar pra elas.

-Nem isso eu consegui.. eu falhei na vida... minhas razões foram apagadas.. juntas com minhas esperanças..- lágrimas escorreram de seus olhos.

-Como consegue ser tão estúpida a ponto de apenas se importar consigo mesma? E sua família? Não tem filhos.. mas a Lapis te considera mais que a mãe que nunca teve. E levou isso em consideração? Não. Sua vida pra ela vale muito mais do que qualquer herança.- a mesma tentou virar o rosto, mas o segurei e fiz ela olhar nos meus olhos. -Está com medo de me encarar também?-

Ficamos nos entreolhando por alguns segundos. O olhar depressivo dela direto no meu olhar frio. Meu coração ainda doía, eu sentia raiva dela, mas também amor.. essa puta despertou as drogas dos meus sentimentos que estavam muito bem trancados.

-Desculpe. Não consegui pensar nisso.. eu poderia ter evitado.. mas.. não consegui.- as lágrimas que escorriam de seu rosto estavam cada vez mais grossas.

-Feliz agora mãe? Deixou ela pior.- Peridot veio me empurrar.

-Pelo menos ela recuperou a razão.- dei as costas a pequena. -Vou te esperar no carro.-

Enquanto saía ouvi uma voz que me fez olhar sobre os ombros.

-Ydi... tudo o que fiz.. tudo o que disse.. eu fui sincera quando disse te amar. Eu nunca quis beijar a Pink.. ela me forçou. Não preciso que acredite em mim.. só queria desabafar.- o rosto dela virou para o lado e a mesma começou a tossir.

Cerrei meus punhos, eu podia ignorar, podia não acreditar.

-Então.. resolveu se matar quando eu não a dei bola?- me virei e observei a mesma.

-Não consigo conviver com a dor de perdê-la.- a mesma parou de chorar.

-Sabe que não confio em você né?- ergui apenas uma sobrancelha.

-Eu sei. Não esperava uma segunda chance. Justamente por isso que quis acabar com tudo... talvez perdi o controle. Mas você fez o mesmo..- falou com a voz baixa.

Um flashback passou pela minha mente. Eu estava no hospital e ela chorava. Ela sempre fez tudo por mim.. me fazia sorrir.. por que gostava tanto dela?

-Acho que não fui a única covarde. Deixou a Red ir embora não foi? Tem dinheiro pra pagar advogado e conseguir a guarda dela.- disse tão fria quanto eu, talvez até mais. Senti inclusive um arrepio na espinha.

Me aproximei pisando fundo.

-Como ousa?- dei um tapão na cara dela, ficou uma marca vermelha.

Os olhos azuis dela me focaram, estavam vibrantes, ela falava a verdade. Mas.. estava tão cega e afogada nos problemas que.. acabei não raciocinado. Os lábios dela formaram um pequeno sorriso. Foi nesse instante que aproximei meu rosto ao dela. Toquei nossos lábios e fui muito bem retribuída, era como se não apenas eu, mas ela também sentisse falta.

Meu corpo inteiro se arrepiou. Levei minha mão ao rosto dela. Essa sensação era tão estranha, eu não queria ficar ali.. assim.. entregue a ela. Eu estava com raiva dela.. por tudo.. mas ao mesmo tempo.. meu maldito coração pulsava a favor dela. Não conseguia ficar com raiva.. não conseguia odiá-la, nem com todas minhas forças.

Quando finalmente separei nossos lábios, notei Peri e Lapis boquiabertas, elas se olhavam e olhavam para nós.

-O amor é estranho.- bufei.

-Quer dizer que não terminamos?- Blu perguntou animada.

-Não lembro de ter terminado.- olhei para o lado.

-Awnt que fofinha, eu queria te abraçar agora.- tornei a olhar para a mesma, estava muito sorridente, até que senti uma pitada de alegria ao ver isso. Sinceramente.. aquilo era loucura.. mas era difícil lutar contra meus sentimentos.

-Espero que não tente se matar novamente.- franzi a testa.

-Desde que você esteja comigo, essa vontade desaparece. Dá até vontade de viver.- o sorriso dela estava enorme, inclusive até ficava sem graça.

-Tia.. por favor.. não perca mais o controle.- a garota segurou a mão dela.

-Desculpe por isso Lazuli. Me senti tão solitária.. acho que não era eu..- suspirou.

O médico abre a porta. Com uma prancheta.

-Bom.. estou vendo que ela está melhor.- o mesmo pegou uma caneta. -Trouxe para o responsável assinar.. seria quem?- perguntou.

-Eu.- me prontifiquei em assinar. -Ela está bem?-

-Sim, ela caiu em cima de uma árvore. Pesar de ter desmaiado, só teve pequenos arranhões.- disse olhando. -Bom, ela deve ser internada em alguma clínica, o estado de depressão dela a fez perder a razão.- disse lendo o papel.

-Ela está melhor. Não me diga como cuidar da minha mulher.- disse grossa e o médico, fez uma careta.

O mesmo se retirou.

-Hoje vai ficar de castigo lá em casa. É uma menina má.- pisquei para ela, a mesma sorriu.

Saí do quarto. De fato não podia negar que estava apaixonada. Estar com ela me fazia sentir melhor. Todos aqueles meses me culpando não resultaram em nada. Tudo o que pude ver era uma Peridot triste, minha depressão estava afetando as notas da minha filha. Bom... acabei nem me importando de perder a eleição. Bom.. talvez as cinzas da Amber, que estavam em uma urna no meu quarto, devia ser libertas. Eu me sentia presa, e.. acho que ela também se sente. Vou soltar ela no mar, vai ser livre, seu espírito poderá cuidar da filha, onde quer que ela esteja.


 

(...)


 

Até que o resto do dia foi divertido. Ao chegarmos em casa, nós quatro ficamos vendo filmes, em pares. Cada uma com sua mulher. Nunca vi Blue tão contente. Acabamos optando por pedir pizza. Foi ótimo. Peridot e Lapis já haviam ido para seu quarto, enquanto eu e Blu estávamos longe.

Levei ela comigo até aquela parte alta da estrada. Ficava bem na curva que subia o morro. Apesar de asfaltada uma boa parte da curva era de terra ainda, cujo descia o enorme morro, que mais parecia um penhasco. Dava perfeitamente para deixar o carro naquele espaço e fora da estrada. Ao olha para baixo dava para ver o mar, iluminado pelas luzes dos prédios e casas. A vista era bem bonita e tranquila, já vim muitas vezes a esse lugar, mas dessa vez, sentia como se estivesse para libertar um peso do corpo.

Como estava frio, Blue vestia um casaco grosso meu. Eu olhava para aquelas luzes, segurava a urna e abria a tampa. O vento soprava enquanto virei a urna ao ar e as cinzas acompanharam seu movimento suave, porém gelado.

-Vá minha pequena. Sua alma está livre.- um pequeno sorriso surgiu em meus lábios.

-Um lindo ato.- disse a mulher e beijou minha bochecha. Seus braços se envolveram ao redor do meu. -Sente-se melhor?- perguntou.

-É como se um peso fosse retirado de mim.- me virei para a mesma e coloquei a urna ao chão.

-Aposto que ela está feliz. Eu sei que se sente culpada.. mas.. acho que ela não ficaria contente com isso.- ela se encostou no carro e levou suas mãos até meus ombros.

-Eu sei. Demorei tanto a perceber isso. Esse tempo sozinha.. vendo minha pequena Peridot sofrendo comigo. Foi de partir o coração.- suspirei, envolvi os braços a cintura dela, deixando nossos corpos próximos.

-Ainda acho que deve lutar pela Red, ela é sua herdeira. Com certeza vai crescer com o amor que merece se você cuidar dela.- falou sorridente, deixou seu rosto bem próximo, conseguia sentir o calor de seus lábios.

-Exatamente isso que irei fazer. Obrigado por abrir meus olhos.- rocei meu lábio inferior aos lábios dela.

-Obrigado por me fazer recuperar a razão.- fechou seus olhos e por fim encostou nossos lábios.

Inicialmente nossos lábios deslizaram com carinho. Meu coração batia acelerado a cada acariciar de lábios. Lentamente pendi meu rosto para o lado, a cada segundo meu coração parecia mais inquieto. Conseguia perceber o quanto o corpo dela parecia se “entregar a mim”, sentia o arrepio em sua pele. Senti a língua dela passando sobre meus lábios me chamando para algo mais intenso, e claro que eu cedi a isso. Blu levou as mãos em meu rosto e começou a me puxar para cima de si.

Separei o beijo por um breve momento.

-Vai mesmo deitar no meu carro?- franzi a testa, ainda com os lábios bem próximos.

-Hmn.. vai ser divertido, se amassar eu pago o conserto.- ela puxou meu rosto para mais um beijo, dessa vez não perdeu tempo em deixar sua língua adentrar minha boca.

Usei minha língua para entrelaçar a dela, inclusive senti as mãos dela puxando minha cabeça cada vez mais para perto. Agora ela já estava por completo em cima do carro. Passei as mãos pelos quadris dela. A essa altura, estava ficando sem ar, portanto tive que separar um pouco o beijo.

-Não acho que seria um bom lugar para isso.- sussurrei pausadamente.

-Rapidinho Ydi, terminamos em casa.- entrelaçou as penas em redor da minha cintura.

Dei de ombros, comecei a beijar o pescoço dela. Minhas mãos desceram até sua calça e a abriu, minha mão fria tocou sua calcinha, pude notar o corpo dela se arrepiar. Estava um tanto frio, mas ela parecia ter um tesão por isso.. admito que era divertido.

Mordi de leve o pescoço dela, minha outra mão deslizou para dentro da blusa dela, indo em direção ao seio da mesma, o apalpei por cima do sutiã. Sem hesitar minha mão adentrou a calcinha dela, usei o dedo médio para penetrar a mesma lentamente.

As mãos dela, em meu rosto, me puxaram para um beijo. O mais desastrado possível, pois assim que ela fez isso, penetrei o anelar e comecei a desliza-los mais rapidamente para seu interior. Minha outra mão puxou um pouco os sutiã dela e apertou de leve seu mamilo endurecido.

Meus dedos se moviam cada vez mais rapidamente em seu interior, massageando com força aquele órgão inchado. Devido a sua umidade era muito fácil deslizar meus dedos. Os gemidos dela estavam sendo abafados por aquele beijo, que ela mal conseguia manter. As mãos dela puxaram meu cabelo de leve e logo senti que um líquido escorria em minha mão, com certeza seu orgasmo. Tratei de deslizar mais rapidamente meus dedos, prolongando um pouco mais aquela sensação. Acho que ela deve ter arrancado um pouco do meu cabelo, de tanto que puxou, inclusive seus lábios abertos não desgrudaram dos meus, apesar de sua dificuldade de respirar.

Após deslizar meus dedos para fora, ela me deu um último selinho e puxou minha mão para si. A mesma lambeu meus dedos e os chupou, seus olhos azuis estavam fixos em mim. Aquilo me deu tanto tesão, eu continuaria se não fosse o vento frio e o lugar inapropriado.

-Vamos continuar em casa?- perguntei.

-Adoraria.- disse puxando o ar, que lhe faltava.

Me afastei do carro e ela escorregou ficando em pé em minha frente. A mesma ajeitou a blusa, casaco e ainda fechou a calça. Do nada ela fez uma careta estranha e se afastou um pouco. Virou seu rosto e vomitou longe do carro.

-Blu, tudo bem?- perguntei e segurei o cabelo dela, cujo a mesma estava com um pouco de dificuldade de segurar e se equilibrar enquanto vomitou.

-Acho que comi algo que não me fez bem.. sei lá.. não me alimentei bem esses dias.- fez uma careta. -Meu estômago tá mal.. podemos comer algo mais.. hmn.. saudável? Tipo uma sopa.. eu cozinho.- disse com os olhos brilhantes, já se erguendo.

-Hmn.. está bem.. mas.. você será a sobremesa.- sorri de canto, ela também.

-Adoro.- riu.

Peguei no carro uma caixa de lenços e dei para ela limpar a boca.

-Quer ir no médico?- perguntei, a mesma negou com a cabeça.

-Sei me cuidar tá? Um chá e uma sopinha leve deixarão meu estômago melhor..- falou sorridente.

-Está bem. Se ficar com febre eu ligo direto pro médico.- revirei os olhos, já imaginava que seu conhecimento em enfermagem a faria sempre “saber o que fazer” e não precisar ir em um médico.

-Estou com frio.- estremeceu, tirei meu colete e dei a ela.

-Não vai ficar com frio?- se encolheu um pouco mas aceitou.

-Estou bem.- beijei a testa dela.

Entremos no carro, liguei o aquecedor. Portanto decidimos ir para casa. Notei que ela colocou a urna no banco de trás.

Blu estava meio quieta.. isso era estranho, devia estar mal. Cutuquei a mesma e ela estava.. dormindo? Preocupada, parei o carro e levei a mão em sua testa, essa praga estava febril. Teimosa. Era melhor levá-la para o hospital.. bem.. acho que aquele branco todo me deixava agoniada, melhor chamar meu médico particular e deixá-la em casa.

E assim fiz, liguei para o médico, devia ser quase meia noite, mas ainda sim eu sei que ele viria. Eu pagava bem afinal, além dele ser um ótimo amigo. Guiei o carro de volta para casa, onde poderia me encontrar com o médico e ela cuidar de Blu.


Notas Finais


Música tocada:
https://www.youtube.com/watch?v=K0Y-DefI5tk
Tradução:
https://www.vagalume.com.br/jaymes-young/tied-down-traducao.html


Primeiro quero pedir desculpas por esse hot meio.. hmn.. simples? Bom.. devido a uns problemas pessoais não consegui escrever direito ele.. mas ainda sim fiz o que pude, espero que tenham gostado.

Então.. nossa teimosa Blu está doente.. queremos ver a Yellow cuidado dela? Sim ou claro?

Parece que vai ter briga pela guarda da Red.
Ydi parece se sentir um pouco melhor quando libertou as cinzas de Amber.. por que não falei sobre o crematório dela? Saberão. :3 Não quis mencioná-lo agora.. mas.. lembranças da Ydi podem mostrá-lo :v

O que acharam do capítulo? Adoraria saber :3

Quem quiser pode participar do grupo no Discord para leitores de fanfics:
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