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História Entre Dois Amores - Capítulo VII


Escrita por: JuhMuniz

Notas do Autor


Olá meus amores ♡
Olha eu estou praticamente no meio da selva onde é quase impossível ter algum acesso a Internet, vim a cidade porque eu não aguentava mais falar só com as árvores,bichos e as demais coisas hahahaha
Como vão demorar aqui,decidi postar esse capítulo que graças ao fim do mundo onde estou,consegui fazê-lo ♡
Espero que gostem do capítulo de hoje.

Capítulo 7 - Capítulo VII


 

 

Com o restante do dia sem nada a fazer, Robin optou por um almoço no restaurante italiano do hotel. Conseguira com gran­de dificuldade livrar-se da companhia de Marian, com a promessa de vê-la, assim que o caso com Regina ficasse definido. Killian fora à sala de jogos; encontrar com gente de sua idade, apreciar o movimento jovem do hotel. Assim, livre e desimpedido, Robin deixou o apartamento rumo ao térreo.

O movimento era intenso no grande saguão apesar da baixa temporada. Os preços promocionais estimulavam aqueles de me­nor poder aquisitivo que sonhavam conhecer o luxuoso hotel.

Robin passou despercebido entre os hóspedes a não ser por alguns insistentes olhares femininos que ele,percebendo, fingiu ignorar. Tinha problemas suficientes e não precisava de outros, pensou com ironia.

O restaurante italiano estava em pleno movimento de almoço, mas, mesmo assim, Robin conseguiu uma mesa, não muito longe da porta de entrada.

Do variado cardápio apresentado pelo garçom, escolheu pratos simples, cujos molhos não escondessem o verdadeiro sabor das massas e das carnes. Os vinhos eram em sua maioria de procedên­cia italiana e ricos em densidade, coloração, aroma e sabor.

Era um almoço simples, mas para Robin, uma verdadeira orgia gastronômica, depois dos cinco anos que passara na selva, privado dos prazeres da culinária européia.

E foi em meio àquele almoço que a atraente mulher que conversara com Robin na noite anterior, no bar, aproximou-se de sua mesa, dizendo:

— Pelo visto, você continua desacompanhado.

— Minha vida é um romance mal resolvido — respondeu, sor­rindo com simpatia. — Não quer sentar-se e me fazer companhia?

— Não vou incomodar?

— De maneira alguma. Além do mais, será uma forma de retribuir a sua gentileza de ontem à noite.

— A que gentileza se refere?

Perguntou, acomodando-se em frente a Robin.

— A de receber um estranho em sua mesa. Agi por impulso e acabei invadindo sua privacidade.

Ele desculpou-se.

— Você pediu permissão para isso... Qual é mesmo seu nome?

— Robin.

— Desculpe-me, Robin. Minha memória, às vezes, é fraca. Principalmente quando me excedo na bebida.

Completou com um sorriso encantador.

— Está desculpada, Ruby. Isso também me acontece com alguma frequência.

— Mas você não esqueceu o meu nome.

— Você não é uma mulher de quem um homem possa se esquecer com facilidade — ele disse gentil. — Além do mais, seu nome é raríssimo. —Ele sorriu.  Vem de uma jóia que muito me agrada.

— Foi escolha de minha avó. Ela era romântica. E amava essa jóia.

— Combina com você.

O garçom aproximou-se com o cardápio, que ela negou, pedindo apenas café com conhaque.

Quando o rapaz se afastou, ela recostou-se na cadeira e sugeriu:

— E agora, por que você não satisfaz minha curiosidade e conta sua história, Robin? É evidente que você não é um turista em férias neste hotel.

Ele sorriu divertido da argúcia da atraente mulher, mas não estava disposto a abrir o jogo. Não totalmente. Por isso disse:

— Minha história tem um paralelo com a sua Ruby. Também é um caso de amor complicado e não resolvido.

— Eu sabia. — Ela o olhou com simpatia e interesse. — Vá em frente.

— Simplificando e resumindo, a mulher que amo comprometeu-se com outro em minha ausência, que ela tomou como defini­tiva. Acho que ainda me ama, mas está presa ao atual compromisso.

— É uma situação difícil.

— Eu sei. Ela terá que escolher entre dois homens, aquele que seguirá a seu lado pela vida.

— E quais são suas chances?

Robin colocou o garfo sobre o prato e tomou um longo gole de vinho, encerrando a refeição.

Parecia refletir profundamente sobre as palavras que iria dizer:

— Há poucas horas, eu estava convencido de que o outro não representava uma ameaça séria. Mas agora estou em dúvida.

— E o que fez você mudar de opinião?

— A constatação de que meu oponente é exatamente o contrário do que sou.

— Essa eu não entendi.

Ela confessou.

— A mulher que amo escolheu, para me substituir, um homem diferente de mim em tudo.

— Não lhe parece claro?

— Percebo seu raciocínio.

— Para mim é óbvio que ela escolheu meu exato oposto, por não querer mais o tipo de vida que levava a meu lado.

Agora que Robin terminara o almoço, Ruby sentiu-se à vontade para acender um cigarro, que tragou com prazer, antes de expressar sua opinião:

— Como já disse, entendo seu raciocínio, mas não sei se concordo com a sua conclusão.

— Explique-se, por favor.

Pediu interessado.

— Pode ser que sua amada tenha desistido de encontrar alguém como você. Então preferiu guardar sua imagem intocada para não misturá-la com a de outro, apenas parecido, mas nunca igual ao seu antigo amor.

— É uma teoria fascinante, principalmente porque alimenta o ego e dá margens à esperança.

— E o que há de errado nisso?

— A experiência me ensinou que, sempre acreditamos no que queremos acreditar, a vida se encarrega de nos mostrar que estamos errados.

Ruby riu com vontade antes de dizer:

— Isso é puro pessimismo, Robin.

— Eu chamaria de realismo.

O garçom chegou com o pedido de Ruby e serviu-a com eficiência, desaparecendo em seguida.

— E você... — Perguntou Robin. — Já teve ocasião de se encontrar com seu amado?

— Está desaparecido. Provavelmente gozando as delícias da lua-de-mel.

Pelo canto dos olhos, Robin viu que alguém se aproximava vindo da porta de entrada. Era Killian, que chegou à mesa demons­trando nervosismo e excitação. Depois de saudar a desconhecida com um breve sorriso, disse ao cunhado:

— Preciso falar com você.

— Sente-se e nos faça companhia. Essa é Ruby, uma amiga recente.

Disse Robin.

— Ruby, esse é Killian.

Os dois trocaram um aperto de mãos, e o rapaz acomodou-se em uma cadeira.

— Estão acontecendo coisas que você deve saber.

Ele pa­recia inquieto.

— Pode falar Killian. Ruby é de confiança.

— Os repórteres descobriram que você está hospedado neste hotel. Eles estão na recepção, tentando descobrir qual é o seu apartamento.

— Você é alguma celebridade que eu deveria conhecer?

— Não. Não se trata disso.

— Mas a mídia está atrás de você...

Ela o olhava com vaga desconfiança.

— Virei notícia por reaparecer quando já não contavam mais com isso.

Disse sincero.

— Mas está devendo à lei ou algo semelhante?

Foi Killian que respondeu:

— Fique tranquila, Ruby. Robin  é perfeitamente respeitá­vel. Agora me diga... Já nos conhecemos? Seu nome me parece familiar. Onde será que o ouvi?

— Sua figura também me é vagamente conhecida...

Ela o examinava com redobrada atenção.

— Precisamos fazer alguma coisa — interrompeu-os Robin, preocupado. Minha chance de voltar a ser feliz depende dos próximos dois dias. Não quero a mídia envolvida em uma situação tão frágil.

— Terei prazer em ajudar, se puder.

Ofereceu-se Ruby com simpatia.

— E pode!

Disse Killian.

— Como?

Ela perguntou.

— Você pode distrair a atenção dos repórteres no saguão en­quanto procuramos um refúgio para Robin.

— Mas não posso ficar escondido indefinidamente.

Ele pro­testou.

— Depois veremos o que fazer. O importante é que a mídia acredite que você não está no hotel. Só assim o deixarão em paz.

— Ele tem razão, Robin.

— Você está mesmo disposta a colaborar?

— No que for preciso.

Ela garantiu.

— Então é melhor irmos agora.

Chamando o garçom, Robin  pagou a conta e os três deixaram o restaurante.

— Você tem algum plano?

Killian  perguntou a Ruby.

— Tenho... Improvisar!

— Ela é uma das nossas, Robin .

Killian reconheceu com entusiasmo.

Andando rápido pela área de circulação, os três chegaram ao saguão bastante movimentado.

Em torno do balcão, os represen­tantes da mídia infernavam os atendentes do hotel. Sob a luz dos refletores, microfones brilhavam como armas.

Fiquem aqui e aguardem. Verão algo bastante interessante.

Disse com um sorriso ao final.

Com um andar elegante e desenvolto, Ruby aproximou-se do balcão, impondo-se pela firmeza dos seus atos.

— A chave do; 604, por favor.

Ela disse em meio ao burburinho que havia no ambiente.

— Um momento, minha senhora.

Respondeu um dos atendentes , esbaforido.

— Senhorita, se não se importa! — E voltando-se para um repórter muito jovem e simpático, ela perguntou indignada: — O que está acontecendo aqui... Que loucura é essa.

— É um; tal de Locksley, arqueólogo e antropólogo, que todos julgavam morto e que reapareceu em meio a seu funeral simbólico. Você não viu nos jornais de hoje?

— Não. Mas por que o procuram aqui na recepção do hotel?

— Os atendentes não querem revelar em qual apartamento ele está hospedado.

— Mesmo que o fizessem, não serviria de nada a vocês — ela disse, abaixando o tom de voz e sorrindo significativamente para o rapaz. — Robin acaba de deixar o hotel rumo a Denver.

— Você tem certeza disso?

Perguntou o rapaz, surpreso.

— Claro. Acabo de deixá-lo no estacionamento, esperando a bagagem pelo elevador de serviços.

Com rapidez espantosa o rapaz passou a notícia ao ouvido da repórter, que confabulou rapidamente com o fotógrafo, e a equipe saiu em disparada, abandonando o balcão e seus colegas de profissão. Houve um silêncio imediato e então todos se deslocaram, correndo na mesma direção, como se seguissem um chamado poderoso e irrecusável.

Voltando-se para onde estavam Robin e Killian, Ruby fez com os dedos o V da vitória e os presenteou com um belo sorriso.

— É a nossa vez.

Disse Killian, começando a andar e tendo Robin a seus calcanhares.

Usando o cunhado como escudo, Robin tentou fazer-se invi­sível ao passar pelo saguão, no que foi ajudado por Ruby, que chamava para si toda a atenção dos recepcionistas.

Quando entraram no elevador, ela veio juntar-se a eles.

O silêncio bem humorado foi mantido até o oitavo andar. Mas quando os três saíram para o corredor, congratularam-se efusivamente pelo sucesso da empreitada.

— Você foi fabulosa, Ruby. Devia ex­plorar seus talentos artísticos.

Elogiou Killian a bela mulher.

— Como conseguiu movê-los com tanta rapidez? Com poucas palavras você desencadeou uma verda­deira reação em cadeia.

Perguntou Robin.

— É relativamente fácil quando se conhece o meio.

— Você trabalha com a mídia?

— Sou editora de uma revista Co­nheço a mentalidade da classe.

Ela disse vagamente.

— Percebe-se.

Comentou Killian com admiração.

— E agora, o que faremos?

Ela perguntou excitada.

— O nosso estrategista é quem sabe.

Robin apontava para o jovem cunhado.

— Vamos nos dividir. Enquanto vocês dois arrumam a bagagem de Robin, vou providenciar um lugar para ele se esconder.

E assim, Killian separou-se da dupla em frente ao apartamento que ocupava com Robin, seguindo pelo corredor com um aceno de despedida. Agora viria a parte mais complicada de toda aquela operação, ele pensou. Convencer Regina a abrigar Robin por um tempo indefinido.

—Você deve estar brincando! O que Daniel vai pensar quando souber que Robin está aqui?

— Trata-se de uma emergência, ele vai compreender.

Argu­mentava Killian com habilidade.

— É loucura. Só pode ser verdade que Robin irradia demência à sua volta!

Ela exclamou irritada.

— Desta vez ele não tem culpa, Regina. Foi muito azar. Nesse caso, Robin é apenas uma vítima das circunstâncias.

— Vítima das circunstâncias? — Ela levou as mãos à cabeça como se fossem arrancar os próprios cabelos. — E quem provoca essas circunstâncias a não ser ele mesmo?

— Você está sendo cruel... — Ele ainda tentou explicar uma vez mais. — Foi apenas falta de sorte ser o motivo da reportagem de primeira página publicada no jornal.

— Falta de sorte foi eu ter me apaixonado por um aventureiro profissional.

Regina atirou-se no sofá, afundando o rosto em uma almofada.

— Nós não temos muito tempo — Killian avisou. — Logo des­cobrirão a farsa e voltarão ao ataque. Não sei por quanto tempo os atendentes da recepção vão resistir à pressão dos repórteres.

— Isso não é problema meu.

Ela conseguiu dizer.

— Sinto contradizê-la, minha irmã, mas me parece que o pro­blema agora é de todos, incluindo Daniel e nossa família.

— Do que você está falando? — Ela sentou-se no sofá com um movimento brusco.

— Você conhece o sensacionalismo da mídia. O caso tem todos os ingredientes para se tornar o escândalo do ano.

— Deixe de ser exagerado. Você está super dimensionando o fato.

— Não sei não... Um arqueólogo perdido na selva amazônica por cinco anos... Uma jovem esposa em desespero... Um atraente colega de trabalho que se insinua na solidão da pobre alma... O casamento seguido de um funeral simbólico onde o homenageado comparece vivo...

— Pare Killian — ela reagiu enérgica. — Se você pensa que vai conseguir me assustar com essa bobagem, está muito enganado — ela disse evidentemente apavorada.

— Se você pensa assim...

Killian caminhou até a janela com sua bela visão panorâmica, as mãos nos bolsos, uma expressão neutra no rosto teatralmente preocupado.

— Odeio agir sob pressão, e você sabe bem disso.

A voz de Regina soou mais calma.

— Daniel nunca me perdoaria por romper um acordo tão sério como o que fizemos horas atrás... Deve haver outra; alternativa.

— Não há. Mas de qualquer forma teremos de pensar em outra solução — ele disse com um suspiro resignado. — Mas você tem razão... Não devo insistir.

— Agora você está falando com bom senso, Killian.

Ela disse satisfeita.

— É você está certa... Creio que me deixei levar pela possibi­lidade do drama onde tudo aponta para o cômico e a sátira.

Ele sorriu inocente, como sempre fazia.

— Do que está falando? — O que passa por sua cabeça, Killian?

Perguntou Regina temerosa.

— Eu estava imaginando o quanto á mídia vai explorar o visual de Marian em suas reportagens. Ela vai acabar virando capa de revista masculina e quem sabe acabe deixando Robin em paz. Há males que vêm para bem.

— Eu... Eu...

— Você tem razão, Regina. — Eu estava super dimensionando os fatos. Vai ser muito divertido. Espero que mamãe compartilhe do nosso senso de humor.

Com os olhos marrom  arregalados, Regina fitava o vazio, enquanto em sua mente as imagens do que Killian acabara de sugerir tomavam forma, movimento e cor.

— Diga a Robin que ele pode vir.

Disse por fim, entregando os pontos.

— Coloque tudo sob a cama. Não quero vestígios seus nesse apartamento.

Regina ordenava.

Robin obedeceu com docilidade, tocado pela ajuda inesperada de sua mulher. Sabia o quanto lhe custava romper com sua palavra para vir em seu auxílio.

O que Robin não podia imaginar era a manobra, verdadeira­mente magistral, executada pelo cunhado, para convencer Regina a abrigá-lo.

— Obrigado, querida. Não imaginei que nessa conjuntura pu­desse contar com você.

— Não havia alternativa — ela disse friamente. — E será por pouco tempo. Até que os repórteres se convençam de que você não se encontra mais no hotel e resolvam partir.

— Eu sei.

Ele a olhava com ternura e admiração.

Regina estava vestida com muita simplicidade, sem nenhum tra­ço de maquiagem, os cabelos presos em um coque, valorizando seu rosto de traços perfeitos. Os olhos bem achocolatados, inquietos, eram de uma transparência e beleza impressionantes.

Robin sentou-se em uma poltrona confortável e ali se deixou ficar, admirando a mulher que preenchera seus sonhos nas noites longas e úmidas da floresta. Para ele, era delicioso vê-la assim tão natural, ocupada em dar ordem ao apartamento que ele acabara de invadir, por força das circunstâncias.

— Você é tão linda.

Ele murmurou emocionado. Surpresa, ela voltou-se para ele, o rosto tingido subitamente de vermelho.

— Pare já com isso, Robin. Não é hora nem local para suas declarações românticas.

Surpreso, ele reagiu um tanto ofendido.

— Não posso controlar meus sentimentos por você, Regina. Eu a amo mais que tudo na vida.

— Cale-se. O que pensa que está fazendo?

— Declarando-me à mulher com quem casei.

— Você casou-se muito antes com a aventura, Robin. Se não fosse arqueólogo seria um jogador inveterado.

— Impossível. Acho o jogo um tédio.

Ele se defendeu.

— Pode ser, mas isso não muda o fato de que você nunca vai se emendar.

— Você gostaria que eu mudasse?

Ele a olhava com profunda atenção.

— Estou convencida cada vez mais de que isso é impossível.

— Mas, Regina... Sou assim tão mau?

— Você não é mau, Robin. — Ela procurava as palavras certas. — Você... Você é apenas uma espécie de esquizofrênico socialmente inadaptado.

—Meu Deus... 

Com os cotovelos nos joelhos, ele curvou-se, apoiando a cabeça nas mãos.

Regina prosseguiu firme:

— Em primeiro lugar, qualquer pessoa normal, ao chegar à civilização depois de cinco anos perdido na selva, teria ligado para a esposa ou família. Em segundo, contatado a embaixada para dizer que estava vivo e colocar em movimento os mecanismos legais.

— Eu sinto muito. Não previ as consequências.

Ele disse contrito.

— Ainda não disse tudo. — Ela se balançava deliciosamente sobre o fino salto alto dos sapatos, em meio ao desabafo. — Se você houvesse agido assim, eu não estaria casada com dois homens ao mesmo tempo, a mídia não estaria em seus calcanhares e aquela espécie de monumento sexual amazônico não teria vindo a Portales.

— Garcia tem a mentalidade emocional de uma criança. Ela pensa que está apaixonada por mim.

Sem demonstrar ter ouvido aquela explicação simplista, Regina prosseguiu:

— Suas ações impensadas, Robin, é que mantêm Daniel frustrado, em uma suíte nupcial caríssima, que ele não pode desfrutar porque a mulher com quem ele se casou está em um apartamento no mesmo andar, passando uma descompostura em seu primeiro marido.

Robin jogou-se contra o encosto da poltrona, os olhos cerrados, a respiração opressa. Estava convencido de que o verdadeiro massacre a que estava sendo submetido tinha razão de ser. Regina voltou a falar:

— E pensar que tudo isso apenas está começando... Sim, porque virão os desdobramentos.

Duas batidas secas na porta interromperam Regina, para alívio de Robin. Era Killian, que entrou feito um furacão, dizendo:

— Os repórteres estão no meu apartamento. É melhor se esconderem, pois eles já sabem que Regina está hospedada aqui.

— Por que eu haveria de me esconder? — Ela reagiu indignada. — Não devo nada e por isso nada tenho a temer.

— Faça o que achar melhor, minha irmã. Pensei apenas em poupá-la do constrangimento de ter que explicar à mídia como se sente, casada com dois homens ao mesmo tempo.

Regina sentiu-se uma vez mais contra a parede. Estava flutuando na corrente dos acontecimentos ao sabor das circunstâncias, e isso á deixava furiosa. Sua vida sempre fora calcada em ações medidas, decisões pensadas e atitudes inequívocas. E agora tinha que se sub­meter ao vexame de se esconder da mídia como se devesse à lei.

Com um suspiro silencioso de revolta, ela teve que ceder:

— Está bem. Aonde iremos nos esconder?

— No armário embutido — sugeriu Killian. — É o único lugar com espaço suficiente para vocês dois.

— E você acha que os repórteres não vão pensar nisso?

Ironizou Robin.

— Pode ser. Mas o armário embutido tem fechadura e chave. Duvido que eles cheguem a ponto de arrombar uma porta fechada, onde possivelmente estão guardados os valores de uma hóspede do hotel.

— Você tem razão.

Concordou Regina, andando naquela di­reção.

Com a porta dupla do armário embutido aberta, ela bracejou entre os cabides saltando malas e sapatos até encostar-se na parede dos fundos. As roupas penduradas serviam de cortina natural, isolando-a visualmente do quarto.

Pouco depois, Robin veio se juntar a ela e teve, naturalmente, maior dificuldade em se acomodar no espaço exíguo, dada sua estatura elevada.

Killian fechou a porta dupla cuja parte superior, vazada; em rasgos horizontais, deixava entrar o ar e um pouco de luz, naquele interior sombrio.

Regina e Robin puderam ouvir a chave rodando na fechadura, bem como a voz de Killian, dizendo:

— Não façam barulho e aguardem. Virei soltá-los assim que os repórteres forem embora.

— Não demore, por favor.

Gritou Regina ao irmão por entre as roupas. Mas sua voz soou abafada e estranha á seus próprios ouvidos.

 

 


Notas Finais


E aí o que acharam ?
Gente eu sou apaixonadinha pela Ruby ♡
Rsss
E acho o Killian super fofo,pronto,falei! :)


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