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História Entre Dois Amores - Capítulo VIII


Escrita por: JuhMuniz

Capítulo 8 - Capítulo VIII


 

 

Dentro do armário embutido, no quarto que Regina tomara para si no Hotel Portales, ela aguardava ao lado de Robin o de­senrolar dos acontecimentos.

— Você acha que vamos ficar aqui por muito tempo?

— Não creio. Assim que os repórteres perceberem que não vou aparecer em meu quarto eles virão para cá. Está tudo bem com você?

— Sim. Embora esteja me sentindo como uma garotinha ten­tando escapar de um castigo.

— E você... Como está?

— Tentando controlar minha claustrofobia.

— Não sabia que você sofria desse mal.

A preocupação enternecia a voz de Regina.

— Sempre esteve comigo, desde a infância. Mas raramente se manifesta.

— Quantas coisas nós desconhecemos um do outro... Por que nunca me contou sobre isso?

— Realmente não sei. Talvez por uma espécie de vergonha que os homens sentem de revelar suas fragilidades. Uma bobagem, de qualquer maneira.

Regina procurou uma posição mais cômoda no espaço exíguo e, ao fazê-lo, tocou a mão de Robin.

— Você está tremendo.

Constatou chocada.

— É uma das manifestações da síndrome. Não se preocupe.

— Como não me preocupar? Isso não é uma gripe ou dor de cabeça comum Robin.

— Ninguém mais do que eu sabe disso.
- E tentando dar à voz um tom despreocupado, ele prosseguiu: — Creio que nunca lhe contei que minha paixão inicial era a espeleologia. Sonhava em explorar as cavernas da África e da América do Sul.

— Você não sabia que era claustrofóbico?

— E como poderia? É óbvio que me sentia mal em ambientes escuros e fechados, mas pensava ser uma daquelas fobias de in­fância que com o tempo vão desaparecendo.

— Mas não foi isso que aconteceu...

Ela concluiu.

— Não. — Robin fez uma pausa para controlar a respiração e os batimentos cardíacos acelerados e depois prosseguiu: — Quando pela primeira vez entrei em uma caverna, senti um alívio muito grande, pois nada aconteceu. Era uma caverna ampla e bem iluminada e o guia cuidou de nos conduzir sempre pelas áreas menos acidentadas.

— Você queria testar sua fobia?

— Não creio que tenha sido esta a minha intenção. Era jovem e apenas quis acompanhar os colegas de escola.

— E o que mais aconteceu?

— Por um descuido, desgarrei-me do grupo e, pensando caminhar na direção certa, perdi-me em um labirinto de túneis. Quanto mais andava, menor era o espaço em torno. Depois tudo ficou muito confuso, só sei que corria no escuro, apavorado, e que acabei batendo com a cabeça em uma saliência da rocha.

— Você podia ter sofrido um acidente fatal.

— Foi o que disse o guia quando conseguiu me resgatar. A partir desse incidente, passei a me informar sobre o assunto. Na caverna, eu conhecera o pavor, o descontrole total dos nervos. E para seguir vivendo normalmente, eu precisava conhecer todos os sintomas da síndrome.

— Qualquer jovem em seu lugar teria se apavorado naquelas circunstâncias, Robin.

Ela comentou.

— Eu sei. Também tentei entender o acontecido por essa visão. Mas no íntimo eu sabia, por experiência própria, que o medo sem­pre deixa um resquício de raciocínio, uma reação qualquer de sobrevivência primária.

— Era mais que medo, então?

— Era pavor, Regina. Um sentimento incontrolável que anula qualquer possibilidade de reação.

— E sabendo a tanto tempo do problema, por que não se negou a ser fechado nesse guarda-roupa? Poderíamos ter encontrado outra solução.

Preocupou-se.

— Um guarda-roupa pode ser arrombado por dentro. Não é verdadeiramente um claustro.

Constatou.

— Percebo... O fator psicológico é importante.

— Sem dúvida. Saber que há uma possibilidade de sair daqui alivia o problema. Mesmo assim não é nada fácil.

— Posso fazer alguma coisa para ajudar?

Regina ofereceu solidária.

— Sim. Chegue um pouco mais para o fundo do guarda-roupa e deixe-me aproximar o rosto das fendas de ventilação.

Mover-se naquele espaço exíguo era bastante difícil, mas pres­sionando as costas contra as malas, Regina conseguiu abrir o espaço necessário para Robin se deslocar.

— Ah... Assim está bem melhor! — Ele aprovou, com o rosto próximo à porta. — Aqui, respira-se melhor.

Mas no ato de acomodar dois corpos em um espaço tão reduzido, as pernas de Robin havia se entreposto às de Regina, tor­nando inevitável a proximidade de suas partes mais íntimas.

Intensamente perturbada, ela tentou retroceder, apoiando todo o peso do corpo na ponta dos pés, retesando o corpo contra as malas. Com alívio reconheceu o sucesso da operação. Então, o tecido sedoso de sua roupa começou a deslizar contra o couro polido das malas às suas costas, enquanto seus joelhos começavam a tremer pelo esforço incomum.

Ao gemido de Regina somou-se o de Robin quando ela voltou à posição inicial com a força da gravidade somada a seu peso.

— Eu o machuquei?

Ela perguntou assustada.

— Nããão.

Ele mentiu sem nenhum escrúpulo.

— Vamos tentar outra posição

Ela sugeriu.

— Não — ele respondeu rapidamente. — Não está tão mal assim. Para mim, é claro — apressou-se em dizer. — E para você? — Sua voz tornara-se lenta, quase insinuante.

— Estou bem... Na medida do possível.

Ao longo de três anos, Regina conhecera Robin na intimidade apaixonada de um casamento por amor, no qual à permissão da sociedade somava-se a liberdade que só a paixão pode conceder.

Nada fora ignorado ou subestimado, das possibilidades múltiplas do prazer que pode existir entre dois seres que se amam livremente.

As recordações, somadas àquele contato íntimo causado pelas circunstâncias, tiveram o poder de derrubar as últimas defesas de Regina. Curvando-se para frente, ela se aproximou de Robin e colou seus lábios aos dele em um beijo longo e apaixonado.

Então subitamente a porta do armário embutido se abriu de um golpe, e a voz de Killian  explodiu na macia penumbra invadida pe­la luz.

— Tudo bem com vocês?

— Tu-tudo...

Respondeu Regina, tentando descer a saia que havia subido até a cintura.

— Vocês podem sair agora. Conseguimos nos livrar dos repór­teres.

Anunciou de costas para o guarda-roupa com o objetivo de não constrangê-los ainda mais.

Na posição em que se encontrava, praticamente sentada no colo de Robin, Regina foi a primeira a deixar o cubículo, superaquecido pela presença dos dois corpos. Passando os dedos abertos pelos cabelos em uma tentativa de se recompor, ela perguntou ao irmão:

— Como conseguiu que eles não viessem aqui?

— Foi uma estratagema de última hora que montamos e acabou dando certo.

Robin livrava-se de um vestido que se soltara do cabide à sua passagem, enrolando-se em seus ombros. Estava corado e um tanto ofegante.

— Então a situação está sob controle?

Conseguiu dizer com uma voz estranha.

Olhando por cima dos ombros, Killian não conseguiu conter o riso ao ver o cunhado naquela situação embaraçosa. Mas discreto e educado como era, tornou a olhar para frente, embora seus ombros fossem sacudidos incontrolavelmente pelo riso mal contido.

— Sob controle? Sim... Sim. A situação está controlada.

Res­pondeu com dificuldade.

Voltando-se para Robin, Regina  levou a mão aos lábios para conter uma exclamação ao vê-lo descomposto, corado, o vestido agora nas mãos e um volume  inconfundível, forçando o tecido das calças.

Sem dizer nada, ela o empurrou na direção do banheiro.

Ainda sem compreender direito o que estava acontecendo, ele se deixou levar até a porta e só então protestou vagamente:

— Mas o que... Por quê...?

— Componha-se, Robin.

 Ela disse baixinho, olhando significativamente para o volume de seu sexo.

Acompanhando o olhar de Regina, ele quedou paralisado pela súbita descoberta e então, consciente do ridículo de toda aquela situação, curvou-se para frente em uma gargalhada estrondosa. Sentindo-se autorizado pelo comportamento do cunhado, Killian o acompanhou no riso solto e agora eram dois a rir desbragadamente.

Isolada pela manifestação hilariante dos dois homens, Regina corou até a raiz dos cabelos, protestando em voz alta:

— Parem com isso. Vocês parecem duas crianças.

A intervenção de Regina surtiu efeito contrário, dando margem a engasgos e tosses em meio à escandalosa e ininterrupta garga­lhada. Com todo aquele ruído, foi impossível para os três ouvirem a leve batida na porta, e só deram conta da presença de uma quarta pessoa no apartamento quando Ruby disse em voz alta:

— Desculpem-me por entrar assim, mas...

Voltando-se em direção à voz feminina, Regina defrontou-se com a redatora-chefe da revista para a qual trabalhava parada no meio do quarto, constrangidíssima por estar presenciando uma cena incompreensível.

— Ruby... O que faz aqui?

Perguntou estupefata.

— Regina... Oh, meu Deus... Então é você?

Reagiu a outra, balançando a cabeça.

Agora tudo começava a fazer sentido na mente da jovem empresária. Como em um quebra  cabeças, as peças se encaixavam com precisão. Killian era o irmão mais jovem de Regina e Robin o marido perdido na selva e dado como morto, concluiu com um assomo de alívio. Sim, porque estando Robin vivo havia uma grande possibilidade de Regina voltar atrás em seu casamento com Daniel.

— Vocês se conhecem?

Killian perguntou surpreso.

— Ruby é editora-chefe da Impressive Magazine onde tra­balho.

Explicou Regina.

— Por isso o nome dela não me era estranho. Só que não a imaginava assim tão gos...

Ele se deteve bruscamente.

— Você não imaginava o que, Killian?

Ruby perguntou com um sorriso cúmplice.

— Jovem... — Ele improvisou. — Sim... Eu a imaginava mais velha. Pelo alto cargo que ocupa, eu suponho.

— Muito interessante. — Ela ampliou o sorriso. — E agora sei o porquê da sensação intermitente de conhecê-lo, Killian. Você e Regina são muito parecidos.

— Considero isso como um elogio.

Ele disse com prazer.

Do banheiro, onde entrara rapidamente à chegada de Ruby , Robin  concluiu para si mesmo, em voz alta:

— Então o homem ao qual Ruby se referia era Daniel... Quem diria!

— Do que você está falando, Robin?

Precipitou-se Regina em direção ao banheiro.

— Desde quando conhece Ruby ?

Perguntou Regina confusa.

— Conhecemo-nos ontem à noite, no bar próximo ao saguão.

A editora antecipou-se em explicar.

— Ruby foi muito gentil em ceder-me um lugar à sua mesa.

Robin voltava do banheiro recomposto, os cabelos penteados e tudo mais em ordem.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo?

Pediu Regina.

— Bem...

Começou Killian, limpando a garganta, mas foi interrompido  pela chegada de Daniel.

— Desculpem a invasão, mas a porta não estava fechada... — O sorriso educado em seu rosto foi substituído por uma expressão de surpresa. — Ruby... O que faz aqui? Algum problema com a revista?

— Olá, Daniel. — A voz da editora era quase um gorjeio. — Só faltava você nessa reunião e, respondendo à sua pergunta, Daniel, está tudo muito bem com a revista. Apenas resolvi gozar uns dias de férias e acabei por encontrar todos vocês.

Ela apontava em torno.

— Eu tentava explicar a Regina o que está acontecendo.

Con­tinuou Killian .

— Então prossiga.

Ela acomodou-se em um sofá, respirando fundo para tentar organizar as idéias.

— Tudo começou com a reportagem de capa do jornal Denver Post que estampou uma foto de Robin com uma chamada sensacionalista. Ele e eu saímos pelo hotel comprando e levando todos os jornais encontrados para os coletores de recicláveis. Então ele conheceu Ruby...

— No bar do saguão... Já sei esta parte da história.

Regina disse impaciente.

— Perdão — intrometeu-se Daniel. — Mas eu não estou á par desses fatos.

— Eu tomava uma bebida no bar, e Robin aproximou-se e pediu para se sentar à minha mesa — esclareceu Ruby. — Con­versamos um pouco e depois ele se foi.

— Você sabia que ele era o ex-marido de Regina ?

Perguntou Daniel.

— Não. Não tinha a menor idéia...

— Ex- marido no seu julgamento.

Protestou Robin .

— Legalmente...

— Oh... Por favor, Daniel — Disse Regina. — E você, Robin, fique quieto. Continue Killian por favor.

— Hoje, na hora do almoço, deparei com alguns repórteres e suas equipes, na recepção do hotel. Eles estavam pressionando os atendentes para saber em que quarto estava hospedado Robin de  Locksley. Sem grande sucesso.

— Killian me encontrou no restaurante italiano conversando com Ruby — adiantou-se Robin. — Ela nos auxiliou dando uma pista falsa aos repórteres que saíram em disparada, deixando o saguão livre para que pudéssemos passar.

— Disse a um repórter que vira Robin no estacionamento do hotel, aguardando a chegada de sua bagagem para partir rumo a Denver.

— Impressionante.

Comentou Daniel.

— Foi então que Killian convenceu-me a esconder Robin aqui, antes que os repórteres o localizassem no quarto deles.

— E você concordou?

Daniel a olhava desapontado.

— No momento me pareceu a coisa mais certa a fazer.

Ex­plicou com segurança.

— Mas você deu sua palavra...

— Não seja intransigente, Daniel — pediu Ruby. — A situação era de emergência.

— Ao sair daqui, combinei com Ruby uma cena que acabou dando certo. De seu apartamento, ela ligou para o meu e ficamos conversando longamente. Eu estava de costas para a porta, que deixei aberta de propósito. Ao perceber ruídos no corredor, come­cei a encenar uma conversa, como se estivesse falando com Robin ao celular, a caminho de Denver.

— E eles acreditaram nessa história?

Daniel  perguntou.

— E como... Foi um êxodo total — confirmou Ruby. — Mantendo uma distância segura, eu os acompanhei até os carros de reportagem e esperei até vê-los partir.

— Magistral! — Exclamou Robin. — Tenho que reconhecer, Killian, você e Ruby  deram um verdadeiro show.

— Ora, foi muito divertido, não é verdade, Ruby?

— Agora está me parecendo cômico, mas durante a ação tive meus receios.

— É assim mesmo no princípio. Depois acabamos por nos acostumar.

Sentenciou Killian , com algumas horas a mais de experiência.

— Então estamos livres dos repórteres, não é verdade?

Daniel se dirigia diretamente a Robin.

— Parece que sim.

ele respondeu.

—Então, como as regras foram quebradas, gostaria de convidar minha esposa para almoçar comigo. — E voltando-se para Regina, perguntou: Você aceita?

— Espere aí... — tentou Robin.

— Fique quieto — Regina disse com firmeza. — Dadas as circunstâncias, acho que Daniel tem todo o direito de fazer o convite. Vocês já almoçaram, e eu estou em jejum desde o café da manhã.

— Então você aceita?

Perguntou Daniel radiante.

— Sim. Mas preciso de quinze minutos para me aprontar.

— Bem... — adiantou-se Killian. — É melhor irmos agora.

E caminhou para a porta, tocando o ombro de Robin sugestivamente.

Ruby e Daniel os seguiram, e Regina finalmente se encontrou só , em seu apartamento.

No corredor do hotel, Daniel  postou-se do lado de fora do quarto de Regina como se fosse montar guarda a um tesouro.

Killian conversava com Robin  enquanto o induzia a acompanha-lo ao quarto que ocupavam.

Robin seguia o cunhado de má vontade, olhando para trás como se fosse voltar sobre seus passos a qualquer momento. Ruby detivera-se em frente a Daniel e mantinha com ele uma conversa animada, cheia de pequenos risos e olhares insinuantes.

— Parece que você tem uma aliada em Ruby.

Comentou Killian com argúcia.

— Não sei o que ela vê naquele boneco enfeitado.

Ele res­mungou de mau humor.

— Além da beleza física, elegância e fina educação de berço, reputação impecável de honestidade e outros possíveis atributos, realmente Daniel não é nada interessante.

Provocou o rapaz.

— Pensei que você fosse meu aliado. De que lado está afinal?

Reclamou Robin.

— Eu quero a felicidade de minha irmã, e acho que ela ainda gosta de você.

Ele resumiu.

— Só isso?

Ele parecia decepcionado.

— Você é mais divertido — ele concedeu. — Daniel é muito convencional.

— Daniel é o chato clássico!

Exclamou Robin um pouco alto demais.

Olhando para trás, Killian disse com um sorriso provocador:

— As mulheres parecem não concordar com você.

Robin voltou-se rapidamente e viu Ruby desmanchando-se em sorrisos em frente ao rival, parado à porta de Regina.

— É... Você não deixa de ter razão. O grande defeito de Daniel é querer sua irmã como esposa. Por mim, ele poderia ser muito feliz com Ruby.

— Isso ainda pode acontecer.

— Como? O idiota colocou na cabeça que Regina é a mulher de sua vida.

— Ruby tem se mostrado uma aliada desinteressada e generosa... — Killian fez uma pausa de efeito antes de prosseguir: — Acho que temos a obrigação moral de prestar-lhe alguma ajuda, não concorda?

— Você tem algum plano?

— Não. Mas basta ficar atento às oportunidades que podem surgir.

— E improvisar.

Completou Robin.

— É isso aí.

Conversando, os dois haviam chegado ao quarto que ocupavam e, assim que entraram Robin começou a andar de um lado para o outro como de hábito.

Fingindo não notar o nervosismo do cunhado, Killian  pegou uma revista e sentou-se perto da janela.

Os minutos passavam, e nada de Robin se acalmar.

Por duas vezes o arqueólogo caminhara até a porta como se quisesse sair ao corredor, mas conseguira conter seu ímpeto. Então o telefone soou estridente, fazendo-o saltarem direção ao aparelho.

— Alô... Ruby? Que bom que você ligou. Eles já saíram?  Sim, pode vir agora mesmo. Até já.

Robin desligou.

— Quais as notícias?

Perguntou Killian, muito calmo.

— Ruby vem aí para combinarmos a próxima ação. Parece que Daniel  e Regina vão almoçar aqui mesmo, no hotel.

— Ótimo. Assim ficará mais fácil de participarmos dos acon­tecimentos.

Cinco minutos depois, Ruby chegava ao quarto e, para Robin, que a conhecera abatida e sem ânimo, ela parecia mudada.

Havia brilho em seus olhos e estava possuída por uma energia vital que a tornava atraente e elétrica.

Com uma felicidade contida, Robin entendeu que aquela vitalidade exuberante de Ruby  vinha da esperança, pois voltara a acreditar na possibilidade de concretizar o seu amor por Daniel.

— Eles desceram há dez minutos — ela contou a ambos. — Creio que não seria de mau gosto se os encontrássemos casual­mente em algum dos restaurantes.

Killian, que ignorava os motivos de Ruby para agir daquela maneira, estranhou o entusiasmo que a chefe de sua irmã vinha colocando nas ações que só deviam interessar a Ruby.

— Não querendo parecer indiscreto, Ruby, o que você ganha com toda esta história?

— Você não me parece o tipo de pessoa que deixa seus afazeres de lado para ajudar alguém que acaba de conhecer...

Completou Robin.

— Em primeiro lugar, estou de férias e, portanto meus afazeres já estão de lado. Segundo, amo Daniel Colter e se há uma chance de tê-lo para mim, vou lutar por ela.

Esclareceu sem nenhum sentimento de vergonha.

— Entendi perfeitamente. — Só não sei por que você não fez isto antes. Afinal, Daniel é seu empregado e, trabalhando juntos; você teve muitas chances de conquistá-lo.

— A história é longa, mas, posso resumir dizendo que não sabia o quanto queria Killian, até perdê-lo para sua irmã.

— Calma Ruby. Pelo que me consta, isso ainda não aconteceu — disse Robin, interferindo. Estamos em pleno desen­rolar dos fatos e temos boas chances de vencer.

— É no que estou acreditando, para não me entregar ao desespero . — E voltando-se para Killian, ela perguntou: — E você... Por que está nos ajudando?

— Bem... Na verdade, nunca achei Daniel o sujeito ideal para substituir Robin junto à minha irmã. Além do mais... É divertido.

— Se vocês querem continuar conversando, fiquem à vontade

Disse Robin impaciente.

— Eu vou ver o que está acontecendo no restaurante.

— Vou com você.

Adiantou-se Ruby.

— Estou nessa.

Concordou Killian.

Pouco depois os três percorriam os restaurantes do hotel, dis­cretos, mas, eficientes, procurando localizar Regina  e Daniel .— Precisamos nos separar. Se nos virem juntos, vai ficar evi­dente que os estamos seguindo.

Ruby  disse em dado momento.

Antes que Robin pudesse responder, uma voz feminina co­nhecida fez com que estacasse de súbito. Era Marian se apro­ximando pela direita, com um grande sorriso nos lábios muito vermelhos de batom.

— Que bom encontrá-los aqui. Estava sem coragem de procu­rá-los no quarto.

Com um; vestido cor de ouro velho, de seda pura estampada em flores multicoloridas,e um chapéu imenso dê palha fina e trançada, Marian portava brincos de plumas, vermelho-sangue, da mesma cor que os sapatos de salto altíssimos. Seria uma figura de espanto se toda essa combinação berrante não adornasse o  corpo escultural de uma morena, exótica e excitante.

— Quem é ela...?

Perguntou Ruby atordoada.

— Marian Garcia.

Explicou Killian maravilhado.

— A futura Sra. De Locksley

Ela mesma completou, com um sorriso de derreter geleiras nórdicas.

— É o que ela quer acreditar.

Resumiu Robin com desânimo

— É o que vai acabar acontecendo.

Ela insistiu sem perder o esplendor.








Notas Finais


E aí? O que acharam.
Comentem pra eu saber *.*


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