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História Entre dois mundos - Adeus


Escrita por: DillArmstrong2

Notas do Autor


OLÁ! Como vão vocês, leitores?

Quero agradecer com muitos corações às três lindas que comentaram
~Valeriehearts - leitora fiel
~ariM - "amora" que apoia a fic desde o iniciozinho
~Twinkle_Mel - por ter maratonado a fic em um dia e deixado váaaaarios comentários <3

Obrigada, gente <3

Capítulo 26 - Adeus


“Yesterday I died, tomorrow's bleeding

Fall into your sunlight

The future's open wide beyond believing

To know why hope dies

Losing what was found, a world so hollow

Suspended in a compromise

The silence of this sound is soon to follow

Somehow sundown”

 

 Raiva. Sentimento de culpa e impotência era tudo que consumia Bruce Wayne enquanto batia ferozmente em um pesado saco de pancada. Suas mãos descobertas de luvas já estavam feridas, mas ele não conseguia sentir a dor. Tudo que conseguia pensar era que falhara. Falhara mais uma vez. No último mês suas diversas tentativas de recriar um portal foram em vão. 

Os socos ficaram cada vez mais fortes, mais animalescos, enquanto Bruce pensava que agora sua filha possivelmente estaria morta.

-- -

Clark adentrou a caverna escura. Estivera procurando por sinais de Bruce na mansão inteira, mas parecia que ninguém morava mais naquele lugar. As luzes principais do recinto estavam apagadas, mas era possível ver um homem sentado em silêncio em frente aos computadores.

- Bruce?

 O homem que ali estava sentado não parecia Bruce Wayne. Assemelhava-se mais com uma sombra. Os cabelos ainda mais grisalhos do que o normal, olheiras fundas, barba completamente desleixada. Suas mãos... As articulações das mãos estavam dilaceradas. Aquele homem descontara sua raiva em seu próprio corpo.

- Bruce? Você não respondeu minhas mensagens. Fiquei preocupado.

O outro homem levantou a cabeça.

- Eu não pude responder. Estava ocupado.

Clark sentiu a dor e a angústia na voz. Aquele definitivamente não era o herói que ele conhecia.

- Eu não vim lhe cobrar nada, Bruce. Eu queria saber se você teve algum sinal, se houve algum progresso para conseguir abrir o portal novamente. Talvez pudéssemos pensar em uma nova tecn... Foi interrompido.

- Elas foram tiradas de mim – o homem falava, meio que em reflexão, olhando para o nada- E talvez eu nunca mais possa vê-las. – um sorriso estranho formou-se em seu rosto- Hoje eu e Selina estaríamos completando mais um ano juntos. Ela com certeza diria que comemorar aniversários de casamento é algo muito clichê, que ela só deveria receber buquês de flores em seu funeral... Ela não acreditava que nós dois pudéssemos dar certo. Ela sempre dizia que eu não me adaptaria a uma vida monógama. – Clark esboçou um sorriso- Mas ela não sabia que pra mim, nada mais importava. Selina foi pra mim um porto seguro quando eu estava na tempestade. Ela preencheu o vazio que ainda existia em mim. Ela me fez sentir vivo. Eu, enfim, não estava mais sozinho. E quando Helena nasceu... Eu não sabia que era possível amar tanto alguém. Ela era minha garotinha, meu legado. Ela fez que eu sorrisse novamente. E eu prometi cuidá-la e protegê-la de tudo.  – a amargura transformou-se em lágrimas que preencheram seus olhos até escaparem, lentamente. - Por muito tempo eu tive alguém para me dar conselhos e cuidar de mim como um filho. E eu não tenho mais ele para dizer o que devo fazer agora.

(Alfred já havia morrido há alguns anos. Desde então, Clark tinha se tornado seu melhor amigo, embora não pudesse substituir o pai que o idoso mordomo fora).

- Eu daria qualquer coisa para tê-las de volta. Eu daria a minha vida se soubesse que elas estão bem... Eu acordo todos os dias nessa maldita mansão e tudo que tenho são fotos delas espalhadas pelos quartos. Selina não esta mais aqui para acordar ao meu lado. Ela não esta mais aqui para reclamar dos meus maus hábitos. Ela não esta mais aqui para dizer que talvez eu seja muito protetor. Talvez eu tenha sido justamente o contrário.

Clark permaneceu em silêncio, em respeito à dor de Bruce.

- Eu estou cansado de fazer cálculos. Não importa se há falhas ou não, eu vou recriar a anomalia e tentar atravessar o portal, não importa o que aconteça. Se algo ocorreu e elas não nunca conseguiram passar para outra dimensão... Não faz mais sentido eu continuar aqui.

- - -

Helena acordou em um sobressalto. Dessa vez ela tinha certeza de que aquilo não era um sonho. Era a resposta para que ela pudesse voltar para casa. Os dois homens correndo juntos, as luzes. Era isso! Abriu as portas do quarto e saiu correndo pelos corredores dos alojamentos enquanto tentava contato através do comunicador.

- Wally! Wally, onde você esta? Preciso que faça algo pra mim. – não houve resposta e Helena desligou com um xingamento. No mesmo instante vários alarmes ressoaram através da Torre. Era um alerta de missão emergencial.

Selina veio correndo em sua direção, vestida em um uniforme que se assemelhava ao da Mulher-Gato.

- Três membros da liga foram atacados! Fique no alojamento, Helena.

- - -

James acabara de retornar para casa, após dois dias em recuperação. As coisas ainda estavam muito confusas e sem saber o que fazer após o incidente no Novo México, pedira para Lauren não o acompanhar. Ele precisava decidir o que fazer.

- Não vai abraçar seu pai?- perguntou Tony, estendendo os braços em volta do filho. – Como foi a viagem?

- Foi boa... A mãe esta em casa?

- Não, ela precisou viajar a negócios e eu estou indo também, logo à noite. – Tony encarou o filho e notou as profundas olheiras em seu rosto – O que aconteceu? Parece que não tem dormido há dias...

James disfarçou a expressão de cansaço com um sorriso debochado da melhor maneira Stark.

- Eu estive ocupado. – deu uma piscada. O pai riu de volta.

- Falando nela, onde esta sua namorada?

- Ela precisou resolver uns assuntos, por isso não pôde voltar comigo. Vou tomar um banho e depois descer para o jantar. – respondeu abrupto.

Preocupado, Tony observou o filho subir as escadas. James estava lhe escondendo algo sério e isso não iria muito longe.

...

Sua cabeça doía sem parar. Todo o estresse da última semana estava se manifestando.  Deitou-se na cama e abriu os computadores. As imagens se espalharam pelo plano horizontal acima do seu rosto.

 -Iniciar conferência e revisão de dados recebidos.

O computador abriu lentamente as telas que mostravam os dados. Há algum tempo, James não tinha tempo para fazer os reajustes necessários no sistema. Com um longo suspiro abriu o código fonte. As infinitas linhas cheias de comandos e números só acentuaram a dor de cabeça. Não era hora de fazer isso. Estava quase fechando todas as janelas, quando algo chamou sua atenção.

- Mostrar datas das últimas sincronizações dos sistemas de segurança.

Estranhamente a última sincronização ocorrera há quatro dias. Seria uma invasão? O sistema estivera vulnerável pelos últimos dias. Mas, não, não era possível. Se fosse uma invasão, a própria estrutura do sistema teria congelado toda a entrada e saída de dados. A manobra só poderia ser feita de dentro da central. De dentro da mansão.

O sistema de segurança que criara incluía câmeras de segurança de todos seus veículos e da casa, entrada e saída de valores das contas bancárias e rastreamento por GPS.  A última sincronização incluíra rastreamento do celular e notebook que levara na viagem.

O sentimento de raiva avançou pelo seu peito como lava e James desceu as escadas praticamente correndo.

- Pai! Você entrou no sistema enquanto eu estava viajando?!- sua voz saiu mais alta do imaginável.

Tony assustou-se com a abordagem repentina.

- Fiz algumas manutenções. – respondeu seriamente.

- Não minta pra mim. – seus olhos ardiam, vermelhos.

- Não fale assim comigo, James. O que esta havendo?

- Você sabe o que esta havendo.  Você me rastreou. Me rastreou como se eu fosse um detento em regime semiaberto. ME RASTREOU!

Tony não respondeu nada, James estava demasiadamente exaltado.

- E mais, eu descobri também a farsa que você fez para me avaliar. Mandou um médico fazer aqueles testes idiotas, como se eu fosse acreditar naquela história de contratação. Eu não sou burro, nem cego, pai... O que mais você fez? Colocou um de seus androides em cima de mim?!

- Eu só fiz aquilo para lhe proteger, James. Somente por isso. – Tony tentou aproximar-se, sem resultado.

- Me proteger?! Você esta me tratando como uma criança! Eu não preciso que você coloque todas essas malditas máquinas em cima de mim. E eu sei por que a minha mãe não esta aqui. Ela provavelmente não concordou com isso tudo e vocês brigaram, não é mesmo? – falou, sarcástico.

O pai aproximou-se mais uma vez, James o afastou rispidamente com os braços.

- James, por favor...

- Chega! Você não tem direito de me controlar dessa maneira... Eu estou indo embora!

Tony abriu a boca em choque, enquanto ouvia os passos se afastarem. Quando o filho se dirigiu para a saída da mansão, o torpor terminou.

- JAMES! JAMES! Onde você esta indo? JAMES! 


Notas Finais


A música do início é SHATTERED do Trading Yesterday. Enquanto escrevia eu só conseguia pensar nela para traduzir os sentimentos de Bruce.

Comentem! O que acharam? O que vai acontecer com o James agora que ele resolveu sair de casa?


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