"Quando sentir meu calor
Olhe nos meus olhos
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem
Não chegue muito perto
É obscuro lá dentro ...
Quando a cortina fecha
Será a última vez
Quando as luzes apagarem
Todos os pecadores rastejarão
Eles cavaram sua sepultura
E os mascarados chegarão bradando
A bagunça que você fez
Não quero lhe decepcionar
Mas estou destinado ao inferno"
Lauren encarava James sem compreender o que se passava.
- C-Como assim, “quem é James”?
- Você me chamou de James...
- Sim. Porque esse é o seu nome. Você deve estar delirando.
Ele curvou as sobrancelhas, confuso e estalou a língua contra o céu da boca.
- Do que você esta falando?
A perplexidade ainda estava presente em seu rosto, tão clara quanto a água. Ele não estava fingindo.
Lauren afastou-se, ainda o observando, enquanto milhares de coisas passavam pela sua cabeça. Se suas desconfianças estivessem certas, ela não poderia confrontá-lo diretamente, precisava compreender o que estava acontecendo com cuidado.
-Eu o estava testando. – ela sorriu- E você, por sinal esta com um pouco de febre... Por causa dos ferimentos.- era sua primeira tentativa de retirar alguma informação.
- Ah...Eu ainda estou me recuperando do acidente- Ele pareceu um pouco mais relaxado e colocou a mão sobre o abdômen ainda suturado por causa da cirurgia.
- Você lembra do seu acidente, então?- Lauren sabia que era um tiro no escuro.
- Não exatamente- disse ele, concentrando-se- Eu fui ferido... Fui atingido enquanto estava em uma perseguição, você não estava comigo?
Acidente, perseguição. Ela precisava usar tais informações para descobrir com quem estava falando.
- Não, eu não estava. Mas... Bem, eu fiquei um pouco preocupada, você teve uma concussão e os médicos recomendaram que você fizesse alguns exercícios de memória.
- Exercícios de memória? Psss... Eu estou ótimo- o tom da voz, o olhar desafiador. Tudo ali era diferente de James Stark.
- Ah, vamos... são só algumas perguntas.
- Certo – Ele respondeu, colocando os pés em cima da mesa de centro.
- Me diga o seu nome, sua idade, de onde você veio, como me conheceu... – pela expressão corporal ela sabia que a pessoa com quem conversava a conhecia e confiava nela.
- Esta bem, vamos logo com isso – suspirou – Meu nome é Steven McQueen. Tenho 25 anos. Eu não conheci meu pai, minha mãe me deixou em um orfanato... Eu a conheci quando você colaborou com uma de minhas investigações e desde então estamos juntos, correndo atrás de caras sujos, imunes às leis. Você é a Caçadora e eu... o Vingador. Foi assim que eu ganhei essas cicatrizes- levantou a camiseta, mostrando todos os cortes e queimaduras em seu tórax e braços. – Fui aprovado, doutora?- jogou a cabeça para trás, com um leve sorriso sarcástico.
- - -
Terra Paralela
- Mulher-Maravilha, você esta na escuta?- perguntou Superman, mais uma vez.
A amazona acabara de recobrar os sentidos e levantava-se já pronta para um novo combate.
- Estou... Fui atingida, mas estou bem...
- Nós precisamos que você fique longe do androide. Ele tem o poder de assimilar poderes. Não podemos atacá-lo diretamente.
- Superman, eu tenho que fazer algo. Ele esta avançando pela cidade!
- Pessoal, algum plano B?!- era Flash através do comunicador- o soco de super-massa não esta funcionando. Pensem em algo, rápido!
Com a força que adquirira, Amazo agora arrancava postes de energia elétrica e os usava para abrir caminho pelas ruas.
- Estamos a postos para usar os explosivos – informou o Arqueiro-Verde do alto de um prédio- Tenho boa visão do alvo.
- O poder de explosão será muito grande, matará todos os civis que estiverem ao alcance de 200 metros. – interviu Batman, que estava concentrado em frente aos computadores, analisando cada detalhe da missão.
- O Lanterna pode criar uma barreira de proteção ao longo de todo o quarteirão.- Informou Selina- Nós não temos mais opções, nenhum de nós pode atingi-lo agora.
A voz já cansada da Mulher-Gavião foi ouvida no alto-falante da sala.
- Nós não conseguiremos pará-lo apenas com os explosivos, ele tem mais força e resistência do que nós e pode assumir a supervelocidade a qualquer momento!
- Entreguem-se!- avisou o androide, com raiva, pulando por cima dos carros. As várias faíscas vindas dos cabos de alta tensão atingiram as bombas de um posto de combustíveis, causando uma explosão gigantesca. O líder da Liga interveio:
- Flash, precisamos que você retire as pessoas que estão nos arredores do incêndio, agora!
Helena entrou correndo na sala de controle.
- O que esta havendo?!
- Nós fomos atacados por Amazo, um androide de resistência sobre-humana- respondeu Ajax.
- Mas... Por que não estão todos lá? – indagou, não compreendendo a presença de dois heróis poderosíssimos na sala e não no local dos ataques.
- Ele tem a capacidade de copiar poderes em alguns segundos. Superman é um dos mais poderosos entre nós e eu tenho poderes de telecinese e telepatia. Nós nunca o controlaríamos com essas habilidades.
Helena percebeu então a gravidade da situação e encarou, perplexa, as telas dos computadores, quando uma súbita ideia lhe veio a mente.
- Superman, se Amazo é capaz de assimilar seus poderes, ele também é vulnerável às suas fraquezas.
- Sim, nós sabemos. Mas, seria extremamente perigoso, ele poderia destruir cidades.
Batman intercedeu, abrindo um mapa holográfico.
- Ela esta certa. Nós não lhe daremos tempo para usar seus poderes. Vamos cercá-lo por todos os lados, isolar todo o perímetro em volta e usaremos os jatos A-20 para atacá-lo com Kriptonita.
Foi interrompido pela voz de Hal Jordan vinda dos altos falantes.
- Superman, estamos recuando, todos nós. Temos muitos civis aqui e uma escola na rota de Amazo!
- Levem-no para longe daí! –Superman ordenou.
- Jatos A-20?- Helena estava interessada no possível plano. Talvez fosse a única maneira de exterminar com o androide.
- São jatos supersônicos desenvolvidos pelo Batman – respondeu Ajax.
O Cavaleiro das Trevas reassumiu o controle da situação, explicando seu plano.
- Todos em alerta?
- Sim, estamos. – respondeu Mulher-Maravilha, seguida dos outros membros.
- Flash e Mulher-Gavião, retirem daí todas as pessoas que ainda estiverem em risco. Mulher-Gato e Arqueiro, continuem a postos, iremos usar os explosivos, também. Lanterna, faça uma barreira que o impeça de atingir a cidade. Mulher-Maravilha, você usará seu laço para prendê-lo, mas aguarde o comando. Superman, você terá que atingi-lo para que possa assumir seus poderes. E somente depois disso nós o atacaremos com a Kriptonita, usando os jatos. Nós precisaremos de pelo menos dois, atacando ao mesmo tempo em um ângulo de 180°.
- Quem pilotará o segundo jato?- Superman perguntou.
Ajax não se manifestou, ele não poderia se aproximar de Amazo.
- Eu posso!- a resposta convicta de Helena surpreendeu os heróis.
- Você sabe pilotar um avião?! – Superman a encarou, duvidoso.
- Eu sei pilotar jatos, meu pai me ensinou. – afirmou, sem titubear.
Superman tinha que fazer uma escolha difícil. Poderia ser muito arriscado colocar uma civil na missão. Mas, eles não tinham mais tempo.
- Tudo bem. Batman, Helena, vocês assumirão os jatos.
- O QUÊ?! HELENA, O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO?! NÃO! – Selina gritou no comunicador.
- Eu estou pronta. – Helena disse irredutível.
A transmissão foi desligada e os dois foram teletransportados para o hangar de lançamento.
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Terra 1- Em um tempo anterior
Bruce e J'onn conversavam seriamente no alto de um prédio abandonado. O herói marciano tentava se comunicar através de ondas eletromagnéticas com Helena.
- Alguma resposta?
- Não... Talvez possamos enviar mensagens em forma de imagens, são mais fáceis de serem detectadas pelo cérebro.
Bruce pensou por um momento.
- Certo. Eu preciso que ela entenda como reabrir o portal. Espero que na outra dimensão, o Flash ainda tenha seus poderes.
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Terra 1- Tempo atual
O monomotor de Lauren acabara de pousar. Estavam em Palermo, na Itália.
- É aqui onde mora o cara que lhe ensinou a lutar?- perguntou “Steven”.
- Sim... – a brisa da cidade era revigoradora, assim como a vista.- Você já esteve aqui?
- Nunca- ele respondeu, seriamente. Lauren sabia que James estivera ali por várias vezes, em férias. A cada minuto que passava tornava-se mais estranha a sensação de estar em sua presença. A maneira de se vestir era diferente, o jeito de andar, de falar. Até mesmo o rosto parecia de outra pessoa. O olhar triste, embora às vezes sarcástico. As sobrancelhas que se curvavam, dando-lhe o ar sombrio...
O celular tocou e ela afastou-se para atender, tendo a certeza de que ele não estava ouvindo.
- Você conseguiu convencê-lo a vir? Como ele esta agindo?- perguntou a voz masculina do outro lado.
- Sim, ele veio. Definitivamente não é a mesma pessoa. Ele tem outra personalidade... – ela baixou o tom de voz e conferiu se não estava sendo ouvida. – Como é possível que ele me conheça?
- É possível que essa seja a personalidade dominante e ela a conhece, embora com uma história diferente. Conversaremos sobre isso pessoalmente. Tome cuidado.
A chamada foi encerrada e Lauren voltou, encontrando-o concentrado, carregando o pente de uma pistola.
- Por precaução- ele falou, inocentemente e ela sacudiu a cabeça, sem palavras.
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