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História ENTRE MIL MUNDOS E SONHOS - CONVITE DE CASAMENTO


Escrita por: julio_psicotico

Capítulo 2 - CONVITE DE CASAMENTO


Fanfic / Fanfiction ENTRE MIL MUNDOS E SONHOS - CONVITE DE CASAMENTO

Essa era pra ser uma manhã normal para o povo de Osasco, com café, pão, manteiga e queijo. Mas Andréia está no hospital então... Alguém tinha que dar essa notícia a mim. Assim as 10:10 eu acordo com os olhos totalmente sujos, minhas mãos formigando e uma pequena dor no pescoço. Em meu celular quinze mensagens de Nathan.

Entre elas duas me chamaram atenção: “Cara corre pro hospital” “É a Andreia mano, ela ta mal”

Essas literalmente foram as palavras usadas, eu mal podia achar as palavras certas para descrever minha preocupação, só me restou correr!! Na sala dei de cara com meu pai. –Pai preciso faltar na aula hoje, a Andréia esta no hospital.

-Ai meu deus, ela está bem? –Pergunta da maneira clássica de um Mitch se preocupar com todos.

-É, eu espero que sim, mas ela precisa de mim agora, então eu vou indo. –Pego meu café, e saio pela porta sem olhar pra traz.

Chegando na frente do hospital dou de cara com Nathan que me espera na porta, ele parecia com sono, nem percebia seus cabelos loiros como os meus invadindo seus olhos conforme batia o vento. Logo me aproximo. –Nathan!! Eu estou aqui agora. –lhe dou um abraço e dou um tapa leve nas suas costas.

-Cara, ela estava bem antes de irmos, ela estava bem!! Eu vi. –se aproxima da entrada do hospital, passando pela mesma.

-Ela estava bem antes de ontem mesmo, eu dormi lá, eu a vi bem. –acompanho Nathan chegando na porta do quarto de Andréia.

-Ela sabe disfarçar, mas ainda assim não entendo como não reparei que tinha algo errado. –Lamenta, olhando para o chão.

Então eu aproximo minha mão da porta com determinação, ao entrar vejo ela deitada relaxando, seus braços estavam cortados por causa da garrafa que estourou no chão do quarto, eu fico olhando para seu rosto e logo sento na cadeira que havia em seu lado. Eu estava mal, mas ela estava pior, então precisei ser forte, tão forte como ela foi durante toda sua vida, eu devia isto a ela.

Eu a observo e então seus olhos começam a dar leves mexidas, ao abri-los ela me olha, e abre um sorriso no rosto, não resisto em abraça-la. –Ai meu deus, você quase me mata do coração.

-Vingança pela máscara, otário!! –Ela ri e depois começa a tossir.

-Por que fez tudo isso? Em uma noite você ingeriu mais álcool do que qualquer ser humano ou astro do rock fez em uma vida inteira. –Afirmo preocupado.

-Eu precisei. –Retruca ela arrependida.

-O que precisou? Como assim? –Duvida Nathan curioso.

-Pega minha mochila. –Replica Andréia.

Nathan então me entrega a mochila e eu lhe entrego para Andréia. Eu abro o zíper da mesma e coloco de frente para Andréia, logo ela afunda sua mão na mochila, tirando da mesma uma cara. Ela estende sua mão para que eu pegue. Ao abrir, vejo que é um convite de casamento.

-O que é isso? –pergunto e logo vejo o nome “Vitoria” Escrito em baixo do envelope. –Quem é Vitoria?

-Vitoria? –Confunde-se Nathan.

-Ela era minha namorada. O amor da minha vida, eu fazia tudo por ela, ela fazia tudo por mim, mas nós não dávamos certo, ela me magoava muito.

-E o que você fez? –retruco confuso.

-Eu terminei, mas definitivamente não conseguíamos ficar longe um do outro. Esses últimos dias ela passou em casa e deixou isto, ela entregou isso na minha cara. Eu não aguentei.

-Andréia... –Confuso eu fico ao ouvir a história.

-Então eu fui beber... e advinha quem eu encontrei? O maldito perseguidor que me manda mensagem. Minha vida acabou!! O médico disse que é cirrose. Eu não estava preparado para isso. –Escapa lagrimas pelos cantos de seu rosto, abaixando sua cabeça.

Nathan e eu ficamos sem reação, meus olhos apagaram-se completamente. Qualquer rastro de felicidade que ali poderia haver, eu precisava me conter, pois sabia que Nathan não iria, eu não o culpo, seu próprio irmão a beira da morte. Eu deixei escapar lagrimas, mas sem em nenhum momento perder o controle, não era de meu direito surtar naquele momento. Mas a minha vontade era de desdenhar de toda a preocupação e gritar, socar e chorar. Ser forte nunca foi a minha praia!!

Difícil estava de aceitar, era como se nossos corpos se desligassem, e ficássemos acabados por dentro. Ah Deus... por que a Andréia? Ela era tão boa.

Sem saber como aderir tanta informação em minha mente, eu sento do lado de fora do quarto de hospital ao lado de Nathan, deixando Andréia descansar a mente. Passo minhas mãos sobre meu rosto em desespero.

-Minha vida acabou também. –Afirma Nathan.

-Andréia também era minha irmã. –Retruco limpando as lagrimas que escorriam pelo meu rosto.

-Vitoria é uma ordinária!! –Insulta com raiva.

-Ai eu sei que o clima não está bom, mas... Ordinária? Poderia simplesmente dizer vagabunda. –contesto ainda chorando.

-Eu sei!! –Solta um riso e logo suspira triste.

-Por que ela magoa Andréia? –Retruco confuso.

-Eles se amam. Mas a Vitória ama de um jeito até obsessivo, quando eles namoravam, qualquer briga ela arrumava um jeito perturbador de fazer com que Andréia se desculpar. E sempre acabava com ela se magoando. –Explica de modo claro.

-O que sempre a leva a cair nas bebidas. –Concluo.

-Andréia vai superar, contanto que ela não apareça mais na frente dele. –Nathan afirma com fé.

-Ela precisa de nós. –Falo olhando pela janela do quarto vendo Andréia dormir.

A enfermeira a mando do médico trouxe os exames e logo decidiu acordar Andréia para talvez dar uma boa notícia, ela se aproxima e faz cocegas em sua barriga. Logo ela acorda;

-E você diz que eu babo. –Brinco entrando pela porta ao lado de Nathan.

-Otário. –Mostra seu dedo.

A enfermeira então diz rapidamente. –Bom o resultado dos exames afirmam que a cirrose ainda não afeitou cem por cento o fígado, ainda temos uma chance cirúrgica!! Isso dá a ele uma chance de sobreviver a isso. –alarga os ombros.

-Como é o seu nome amor? –Andréia diz soltando um sorriso malicioso.

-Alice Kutter. –sorri e solta uma piscada disfarçada.

-Sabe Alice... Você está no topo da minha lista. –encosta de leve na mão da garota e beija a parte de cima de seus dedos.

-Ah voltei a odiar ela!! –Exclama Nathan invejado mas feliz.

-Somos dois. –Solto uma careta e logo sorrio disfarçado.

Atrás de Nathan havia uma porta, que se abriu devagar e lá apareceu Isabelle, a garota estava envergonhada por ter tratado Andréia de maneira indelicada e grosseira.

-Posso entrar? –abre a porta pela metade.

-Você tem pernas e cérebro, então... Claro!! –Diz Nathan sarcástico ao ver a garota.

Ela entra de cabeça baixa, e senta em uma cadeira ao lado de Andréia.

-Me desculpe!! Você estava certa. A vida vai além da diversão. – Isa sorri e curva os ombros.

Todos então ficaram ali juntos, eu não sei o que aconteceu mas aquele seria o único momento de minha vida que eu vi Isabelle Morbes se desculpando, aquilo me deu uma grande esperança, mas a felicidade estava próxima de nossa vida. E a fé, ao alcance de nossos quartos, logo me surgiu algumas dúvidas. -Espera!! Como sabia que Andréia estava aqui?

-Meu pai é o diretor da escola e o seu pai mandou um bilhete dizendo que foi visitar sua amiga. O resto eu deduzi. –Afirmou Isa.

-Desde quando você é inteligente? –Duvido sarcástico.

-Desde que nos falamos não me sinto mais a mesma, o que você fez? –Se confunde Isa.

-É você!! Está começando a reconhecer a si própria. –Afirma Andréia. –Assim como eu.

Estávamos todos sentados em volta de Andréia, olhando uns para os outros soltando leves sorrisos. Isa ao lado direito, eu estava em pé apoiado a parede, Nathan de frente em uma poltrona, e a enfermeira em pé escutando as conversas. Eu estava feliz naquele momento, não precisava de sonhos, porque aquilo era real. Aquilo sim era uma realidade.

Enquanto isso o perseguidor Gustavo nos observava de longe, imaginando um jeito de acabar com aquela felicidade momentânea. Logo iria acabar. Eu sabia. Mas não quero acreditar que ela pode morrer, mas se acontecer, estaremos ao lado dela, chorando e gritando. Mas eu não posso deixar isso acontecer, ela é importante demais pra mim. Ela é a parte de mim que eu não quero deixar ir. A cirurgia era uma de emergência, iria acontecer naquela mesma noite, eu precisaria voltar pra casa, minha irmã chamou o namorado para jantar em casa, Andréia entra para a cirurgia as oito.

-Nathan, meu pai marcou um compromisso, você vai ficar bem sozinho aqui?

-Eu estou de todos os jeitos, mas sozinho não. Eu vou ficar bem, pode ir, obrigado por tudo Julien!! Andréia e eu amamos você. –Falou confiante.

-E eu amo vocês, são meus irmãos. –Digo e logo caminho até em casa, chegando lá, vejo meu pai arrumando tudo.

Eu ajudo ele, colocando os copos na mesa. Ao lado de cada prato coloco um rolo de papel toalha. Estava tudo como planejado, Daniel viria, conversaríamos, jogaríamos e depois ele iria em bora. Mesmo ele sendo um cara legal, eu não estava com saco para zuar, então eu iria comer e voltar para meu quarto, ainda assim vou agir naturalmente.

-Como está Andréia? –meu pai, Carlos pergunta ajeitando a toalha e colocando em cima uma bandeja com pedaços de frango assado.

-Péssima, ela está com cirrose. –sento na cadeira.

-Ai meu Deus filho, sinto muito.

-Ainda há esperança. Não é terminal, tem uma cirurgia de emergência hoje à noite. –Falo calmo.

-Isso é sério? –Aparece Natalia surpresa.

-É sim!! –confirmo olhando para baixo.

Ela então não hesita em me abraçar. Logo depois meu pai. O som irritante de nossa campanhia toca, era Daniel, com seu estilo quieto, ele entra ao darmos espaço para ele. Que entra. Ajeita seu cabelo, senta no sofá ao lado de Natalia.

Eu tentava me concentrar no jantar mas tudo em que eu pensava era nela. Em minha cabeça havia momentos no qual eu só queria lutar na areia da praia com ela como fizemos a um tempo atrás. Ou então ir andar de bicicleta. Jogar vídeo games, ou simplesmente ficar olhando para o nada, conversando. Tudo estava conectado a uma amizade real. Não era só uma amizade. Tínhamos nossas brincadeiras, mas, aquilo iria além de amizade. Era uma parte de mim!! A cirurgia começa agora e, eu depois de comer fui direto para meu quarto. Deitei na minha cama, me cobri com o lençol e logo comecei a rezar por Andréia. Eu sempre fui considerado, pelos meus amigos, alguém cheio de fé. E isso eu não queria mudar. Eu tenho fé na Andréia, eu tenho muita fé na Andréia. Ela não faz ideia o quão forte ela é ou, do que é capaz. Uma amizade tão incrível merece valor! Um dia, ela realizará coisas incríveis. E Deus irá ajudar ela... Ele vai, eu tenho certeza!!

Eu estava deitado, pensando nela, após rezar muito. Então eu esperei que meu pai dormisse. Logo então sai desenfreado de casa, andei pela esquina inteira, minha camiseta estava um pouco apertada, Mas eu mal podia sentir. Meu tênis era confortável, mas quem se sentiria confortável em uma situação como esta. Para piorar, do outro lado da rua um homem me observava, ele tinha uma faca na mão. E aquilo me assustou, mas eu continuei andando. O cara aos poucos me seguia.

Ao me abordar, ele para na minha frente, coloca a faca perto de meu queixo e sorri.

–Então você é o amigo da Andréia, parceiro? –Ele me olhava com bastante raiva –Fico feliz em finalmente conhece-lo

–Percebe-se! –Eu logo percebi que era o perseguidor. Eu estava com medo, mas logo estudei seu jeito de fazer as coisas, ele não queria me matar. Se quisesse já teria o feito!! Ele queria me assustar. O sarcasmo era minha arma mais forte no momento

–Eu estou embarcando em uma vingança, você entende ou nunca teve vontade? –Perguntou Gustavo

–Vontade de ser um filho da puta? Nunca!! –Disse eu, sarcasticamente

–Está percebendo que existe uma faca no seu queixo amigo? –Ele ficou com raiva

–Então vá em frente, empurre ela!! –Eu encarei ele por oito segundos

Logo eu puxei a faca de sua mão e, joguei no meio da rua. Ele tentou me empurrar, mas eu não o deixaria se safar assim. Virei um soco em seu rosto e, ele caiu. Minha mão doeu um pouco, mas minha alma se sentiu bem e vitoriosa. Eu não sabia o que fazer depois, então corri para casa. Se ele me alcançasse, eu estaria totalmente ferrado. Foi o que eu pensei, mas quando virei para olhar, ele estava indo embora, calmamente. Ele nem pareceu preocupado. Mas ele me atacou e, eu fui forte, pela Andréia. Ela mereceria que eu fosse forte. Cheguei em casa bem. Ao entrar em casa me senti um triunfante, entrar em casa não foi grande coisa, mas, eu acabei de socar um psicopata, e, quando entrei em casa ninguém saiu de traz da porta e me apunhalou pelas costas. Ou sequestraram minha irmã e, torturaram meu pai. Então de certa forma eu havia vencido na vida. Eu então me dirigi ao meu quarto. Tirei toda minha vestimenta e, logo deitei esgotado. Então me viro abraçado ao meu travesseiro e suspiro consumido pelo cansaço. Eu não pretendia contar o que aconteceu ao meu pai. Ele é capaz de arrancar minha chave e só me liberar para ir à escola. 

Enquanto isso Andréia fazia sua cirurgia!!                                                                                  Com ela, estava Nathan e Isabelle. Nathan não pensava em nada. Isabelle, já, pensava em como melhorar sua vida. Ela gostava de ser respeitada por todos, mas, naqueles três dias, ela havia percebido que sua vida poderia ir além! Ela olha para o Nathan, que estava sentado ao lado dela no corredor do hospital. Ele vestia uma camiseta azul e, uma bermuda.

Sua mão tampava seu rosto. E Isabelle olhava para ele e, logo coloca a mão nos ombros do rapaz, que rezava silenciosamente.

–Amem!! –Disse Nathan subindo suas mãos do rosto até o cabelo loiro e cumprido.

–Vai dar tudo certo. É sério, os médicos são bons!! –Afirmou Isa.

–Bem? Eu sou o pior irmão do mundo. Andréia desde pequena bebeu e eu nunca fiz nada para impedir. Vitoria sempre a manipulou para que minha irmã fosse apenas dela. E agora que eles terminaram... Ela vem com papo de casamento!!

–Você não tem culpa!! –Ela então abraça Nathan suavemente

Ela o abraça assim, primeiramente para, que ele se acalme, mas também para que ele veja que a culpa pode ser de qualquer um, mas dele não. Ele sempre foi um bom irmão. Sempre procurou apoiar Andréia acima de tudo. Eles então, olham para o que há atrás um do outro. Nathan vê que atrás de Isa, tem um cara, jovem, vestindo preto. Eu não preciso dizer quem é, preciso? O homem estava parado com um sobretudo preto. Ele vira o corredor e assim, sai da mira de Nathan, deixando ele bravo.

– Isabelle!! Me dá um minuto... –Disse ele atordoado

Ele então sai dos braços dela e corre em direção ao corredor que Gustavo havia virado e logo viu o mesmo de costas para ele. Nathan é dominado totalmente pela raiva e, logo anda devagar até o maldito perseguidor. Nathan respira fundo, suas mãos fecham e, os seus olhos se tornam sanguinários observando o jovem parado.

–Quem é você? –Perguntou Nathan ansiado

–Desculpa... Eu te conheço? –Ironizou Gustavo

–Por que está perseguindo minha irmã? –Segurou na gola da camisa de Gustavo.

–Do que está falando? –Deixa escapar um sorriso. –Ah está falando de Andréia?

–...De quem você acha que estou falando...?

–Da sua irmãzinha doente!!

–A cirurgia vai dar certo! Eu acredito... A cirrose não vai vencer, Andréia é forte demais para isso acontecer. –Suspirou Nathan

–Sua irmã era doente entes da cirrose. –Gustavo se vira e tenta dar um passo a frente

–Não fala assim dela, seu filho da puta maldito... –Nathan segura na gola da camisa dele, sentindo o ar condicionado que ficava na parede do hospital soltar pequenos sopros de ar em sua nuca.

–Hum, você está bem machão. –brincou Gustavo –Continue assim garotão!!

–Se algo acontecer a minha irmã eu vou atrás de você e...

–E o que? –Interrompeu duvidoso

–Por que quer tanto assim acabar com ela? –Desviou o assunto

–Há dois anos ouvi falar de Andréia Glass, uma lenda. Tinha tudo o que queria. Achei que ela gostaria de ter um amigo... Eu estava errado. Não entrarei detalhes, mas assim que adicionei ela, a vagaba me humilhou.

–Vagaba? Pensa que está falando com quem otario? Saiba que meu pai acaba com você se ele quiser.

Gustavo segurou a mão de Nathan, com cabeça baixa e um sorriso de lado. Seus sapatos estavam molhados por dentro, culpa da poça de lama em que ele pisou. O rosto de Gustavo estava Pálido, como folha sulfite. Ele então ajeitou sua própria jaqueta de couro e saiu sorrindo de ali. Logo na mesma hora que o pai de Andréia e Nathan chegaram. O pai estava vestindo um terno bonito. E a mãe um belo vestido, chegava a ser vergonhoso, ver que em plena a cirrose da filha, a última coisa com que eles se preocupavam é a cirrose da filha. Mas Gustavo não irá vencer. Se não tiver os pais, sempre restara a nova família dela, que inclui: Eu e Nathan. Pode não parecer, mas é tudo que ela precisa. Mas a que ponto chegaria Gustavo para tentar acabar com isso. Hoje, comigo, foi uma faca, amanhã pode ser uma arma.

Gustavo saiu andando, sem olhar para os lados. Nathan cumprimentou os pais com um abraço, e um beijo na bochecha da mãe, que chorava preocupada com a filha. Já o pai estava com uma expressão exacerbada. Tal depressão pra ele, teria sido culpa do depressivo. Um absurdo diante de minha mente.

– Pai, ela está muito mal!

– Vergonhoso. Sorte dela que Deus deu tal oportunidade.  – Disse o pai de Andréia.

– Está falando sério? – duvidou Nathan – mãe, fala alguma coisa.

– Seu pai só está preocupado.

– Preocupado? – Questionou Nathan

– Preocupado e furioso. Como uma garota de dezessete anos passa por isso? – Fala ajeitando o terno

– A culpa não foi dela, pai. Ela precisava de ajuda, precisava da família. – disse Nathan piscando os olhos tentando secar as possíveis lagrimas  

– Como assim a culpa não foi dela? Ela que está armando esse escando todo por nada. – Afirmou o pai

– Cansei disso, sua filha está naquela sala de cirurgia, tudo porque você não consegue prestar atenção na vida dela, está ocupado demais pra isso. Acha que ela é culpada? Culpada por querer amor, culpada por sentir algo, culpada por achar que as vezes o melhor de tudo é não sentir nada.  – Nathan fala e começa a lacrimejar – para talvez poupar-se de tal imensa dor. – respira fundo – Ela não é culpada... você é!!

A mãe, observa uma tristeza tamanha que Nathan começa a chorar de tal forma descontrolada.

– Nathan, está tudo bem. – Tentou acalmar o filho

– Você tem dezessete anos Nathan, mas ainda é uma criança. – Afirmou o pai

– Mas eu sei amar. E sei ficar ao lado das pessoas que eu amo.

Isabelle de longe observava a discussão, parada no corredor. Ela mexe o braço, cruzando os mesmos.

– Cansei de discutir isso, vai pra casa pai. Se não for para dar apoio, vá embora. – disse Nathan – Só lembrando que fui eu que trouxe ela para o hospital. De nada!

–Até mais filho, vamos amor.

Nathan não podia acreditar que eles estariam indo de verdade, mas não esperava muito também. Nathan resolveu dormir na cadeira do hospital por duas horas, já haviam se passado uma hora e meia desde que a cirurgia havia começado. Então colocou seu celular para despertar, para que não dormisse por tanto tempo. Ele se deita ao lado de Isabelle, logo, ao pegar no sono sua cabeça cai por cima dos ombros dela. Nathan procurava acreditar que se Andréia se recuperar, terá de ter novas decisões duradouras. Ele desejava que não fosse efêmero. Isabelle não tinha certezas, pois não tinha conhecimento sobre Andréia, mas estava lá para compensar a pessoa que foi ao longo dos anos. Isa, nunca havia sido desafiada. Ninguém procura questionar as intenções emocionais de um corpinho lindo. Mas Andréia fez isso, e mudou tudo.

Isa, após passar-se duas horas, massageia os cabelos de Nathan, e assim tenta acorda-lo. Ele abre devagar os olhos, e enxerga médicos passando de um lado para o outro. Ele suspira.

– Desculpa ter deitado no seu ombro.

– Tudo okay, fica tranquilo!

– Eu estou preocupado. Nada pode acontecer com Andréia.

– Eu rezei Nathan. Rezei muito. – Isabelle fecha os olhos e cobre eles com sua mão.  

– Eu também.

Logo um médico caminha até eles. A cara do médico estava difícil de compreender-se. O coração de Nathan disparou, e Isa ficou em choque. Ele olhou para cada passo que o médico dava no corredor. Sua cabeça começou a latejar. Ele não saberia o que pensar. O médico cada vez se aproximando mais naquele corredor enorme. Era realmente um grande corredor. No qual vários médicos passavam para dar boas e más notícias a famílias das quais são vítimas de doença, e, agora acontecera com Nathan, Isabelle e Andréia. Um momento de talvez felicidade, ou, um momento de talvez muita dor.

Alguns me perguntam o porquê de eu estou aqui falando sobre ela. Me perguntam por que eu escreveria sobre Andréia, uma pessoa muito presente em minha vida. Eu, primeiramente ouvi tal história tão profunda e cheia de amor, sobre Andréia. Depois minha vida se tornou mais fácil, e eu aprendi que uma família nem sempre é sangue. Muitas pessoas me perguntam “Quem é Andréia para você?”. Andréia é minha irmã, Andréia é uma pessoa que mesmo quando eu a decepciono, ela está comigo, o tempo inteiro. Nunca vou me arrepender de contar a história de Andréia. Nunca vou me arrepender de amar Andréia como alguém de minha família. Nunca vou me arrepender de olhar para ela, sorrir e dizer que me orgulho de cada um de nossos momentos. E acima de tudo, não vou me arrepender de abraçar ela, dar um tapa leve em seus ombros, aperta-la e dizer “Eu acredito em Andréia Glass”. A decepção talvez seja algo que na hora magoe, Andréia sabe mais do que ninguém que eu vacilo muito. Ela sabe mais do que ninguém que amigos brigam. Irmãos perdoam.

E a cada dia que se passa eu olho para o céu e digo que acredito em todo potencial de Andréia Glass. 



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