História Entre o amor e a guerra. - Chegando à resistência.

Quando chegaram no abrigo Sora levou Loli a um quarto para tratar dos ferimentos e Shun ajudou Jun a limpar o quarto onde ele e sua namorada iam ficar, o moreno estava muito pensativo sobre tudo o que aconteceu e agradecia a todos os deuses por não terem entrado numa fria enorme com os caras da dimensão xyz e ainda por cima terem sido abrigados pelos mesmos.

 

- Shun. - Um menino de cabelos bicolor verde em cima e vermelho em baixo entrou no quarto. - Estava te procurando, você viu o Sora? Faz tempo que eu tó procurando ele. – Percebe Jun no quarto. Opa, quem é? - O ruivo apontou pro moreno.

 

- É o Jun, um amigo do Sora. – Terminava de recolher algumas coisas velhas de lá. - Ele deve estar na enfermaria.

 

- Hum? - Olha pro garoto e acaba se lembrando de alguém mas logo que ele olha melhor o rapaz suspira sussurrando. - Não... Não é ele...

 

- A Yami mandou ele pra enfermaria outra vez? Qual foi a treta?

 

- Não, foi outra coisa... Depois eu te explico...

 

- Então tá. - O ruivo saiu do quarto deixando os dois homens sozinhos.                        

 

Na enfermaria, Sora e Loli conversavam alegremente sobre tudo o que tinha acontecido com eles durante o tempo em que ficaram sem se ver enquanto tratavam dos ferimentos da ruiva, era como se a amizade deles não tivesse mudado nada com o passar do tempo e a distância que foram obrigados a manter mas ainda sim era como se fosse a irmã mais velha amorosa e zelosa e o irmãozinho mais novo que a adorava.

 

- Estou feliz por estarmos junto de novo Sora-kun! - Sorria de leve mesmo com as dores que sentia tendo seus ferimentos tratados. - Mas há quanto tempo está aqui? Vim com o Jun pra cá desde o massacre dessa cidade... Nós aproveitamos de toda a confusão pra nos manter escondidos tanto da Academia quanto da resistência...

 

- Não faz nem dois meses, eu acho... Vim pra cá com alguns amigos. Mas fale como você e o Jun estão, quero saber todos os detalhes, tanto os normais como os mais picantes. - Sora olhou para a barriga da amiga. - Já sabem se é menino ou menina?

 

- Entendo... Que bom que ficou tudo bem com você. – Ela cora extremamente quando ele pergunta sobre ela e seu namorado. - B-bem... Apesar de todas as adversidades, tivemos nossos momentos de romance e amor... E acabamos... Bem... Fizemos amor... Só que como estávamos presos aqui, não tínhamos nenhum preservativo ou remédio e eu acabei engravidando... -  Ela explicava tudo sem graça e envergonhada. - Ainda não sabemos... Na verdade só descobrimos que eu estava gravida através dos sintomas e da minha barriga que não parou mais de crescer...

 

- Sora! Estava te procurando! – Yuya percebe a ruiva. - Ah, oi.

 

- O que foi Yuya? – O menor estava um pouco perplexo sobre o que acabara de ouvir da garota.

 

- Você viu o Shingo? Você que tava com ele hoje de manhã...

 

- Depois de hoje de manhã eu não o vi.

 

- Ok, vou continuar procurando. A Yami tá aí fora, parece que andou caindo outra vez, as costas dela tá toda arranhada e o pé tá com uma ferida enorme. - O ruivo olhou para fora. - Depois me apresenta sua amiga, tá?

 

- Ok, até mais tarde. - Yuya fechou a porta e saiu deixando os dois. - Hoje à noite vai ser longa... - Sora suspirou. - Pronto, terminei. Se quiser pode ficar deitada, vou procurar o Kurosaki e o Jun. Qualquer coisa é só gritar com toda a força dos seus pulmões.                     

 

Ela olha para Yuya quando ele aparece e também lembra de alguém que lhe era familiar mas logo é tirada de seus pensamentos quando Sora fala com ela.

 

- Ah, claro... Pode deixar Sora-kun! - Ela sorri gentil relaxando o corpo ao deitar, fazia tempo que não sentia o conforto de um colchão já que desde que ela estava naquela dimensão, só tinha dormido por entre as pedras.                        

 

Os dois garotos saíram do quarto, deixando a ruiva sozinha, poucos minutos depois Yami entrou enxugando os cabelos curtos com uma toalha cinza. Fechou a porta e tirou a blusa, mostrando as feridas, tirou alguns curativos e começou a trata-las. Quando terminou foi até a cama de Loli que apenas a observava quieta.

 

- Desculpa. - A morena falou em um tom seco, ela foi até a janela e a pulou, foi descendo pelos galhos até que um não suportou seu peso e quebrou.

 

Loli fica confusa com a garota mas a quando a vê pulando pela janela e ouve o barulho ela levanta e vai até a janela e vê a confusão a fazendo ter lembranças do tempo com seus amigos de quando a academia era um bom lugar.

 

- AI! SOCORRO UM MAMUTE CAIU EM CIMA DE MIM!!!! - Um rapaz loiro gritava escandalosamente.

 

- CALA A BOCA LOIRO AZEDO! – Ela tenta se levantar.

 

- Shingo, finalmente te encontrei! - O ruivo se aproxima deles.

 

- Agora tira essa demonia de cima de mim! Bem feito, pra você aprender a usar a porta! Tomara que tenha quebrado o braço, sua piranha!

 

- VÁ SE FUDER, LOIRO IDIOTA! - Ela levanta com a ajuda de Yuya.

 

- O que foi isso? - Falou Sora entrando no quarto e correndo para a janela.

 

- Que merda tá acontecendo lá fora? - Jun olha pra Shun confuso escutando a gritaria lá do lado de fora.                     

 

- É só mais um outro dia, com outra briga... Me acompanhe, vou te levar até a sua namorada. - Saem do quarto indo pra enfermaria.

 

Do lado de fora a confusão ainda comia solta quase rolando pancadaria mas logo foram interrompidos pela jovem que apareceu no lugar.

 

- Ei vocês, a janta tá pronta! - Uma jovem de cabelos curtos que usava óculos se aproxima deles sorridente.

 

- COMIDAAAAA!!!! - Yuya e Shingo que esquece totalmente da briga correm pra dentro da casa deixando Yami pra trás. A garota subiu na árvore e ficou sentada em um galho grosso observando o céu.

 

- Loli? - Vai até ela a abraçando quando percebe que ela estava chorando. - O que foi?

 

- P-porque????? - Ela chorava se lembrando das confusões, brigas e outras coisas pela qual seus amigos da academia passavam antes do Professor ter dominado ela. - Nós éramos felizes lá... Apesar de tudo, nos éramos felizes... E isso tudo mudou! Por que estamos passando por isso??? - Ela falava entre lagrimas abraçando ele.

 

- L-loli?... - Ele suspira abraçando ela fazendo carinho em sua cabeça. - Temos que nos conformar...

 

Yami observava os dois, escondida entre os galhos da árvore, suas mãos tremiam com o frio da noite. A morena desceu e foi embora da casa. Parecia que não teria ataque naquela noite, então não faria sentido ficar por lá, retornaria somente quando os amigos necessitassem de sua ajuda.

 

Depois de alguns minutos o moreno colocou a ruiva que já estava desacordada na cama, estava muito cansada e não demorou muito pra que ela dormisse. Sabia que ela andava bastante sensível por causa da gravidez e precisava ser paciente pra lidar com isso.

 

- Tudo vai ficar bem... - Beija a testa dela e sai do quarto indo até o refeitório vendo todos e se lembra de seus dias no dormitório em que vivia na academia.

 

Todos comiam alegremente, as risadas não paravam por um minuto sequer, Sora fazia graça pra Sayaka e Allen quase implorava pela atenção da moça. Todos estavam felizes, o moreno apenas pegou sua comida e foi se sentar distante de todos os observando de longe enquanto comia, nem pareciam que estavam em uma guerra.

 

- Boa noite, seu nome é Jun, não é? - Yuya se sentou ao lado do moreno. - Por que não fica com a gente? Vai ser legal, estamos em uma guerra, por isso esses momentos de paz devem ser aproveitados ao máximo! Me falaram tudo, parabéns pelo bebê.

 

- Hum... Obrigado, eu acho... - Ele comia quieto ouvindo Yuya falando, só conseguia pensar em como ele era igualmente irritante a Judai e que falava muito mas não ligava pra isso.

 

- AE SEUS PUTOS, VAMO DEIXAR DE SER SENDENTÁRIOS E CRIAR VERGONHA NA CARA E IR CORRER POR AÍ SEM RUMO!! - Esbravejou Allen todo eufórico.

 

- VAMOS. - Todos riram e saíram da sala depois de terminarem de comer.

 

- Mas o que? - Jun se surpreende com o que o garoto falou e mais ainda quando Yuya tinha o puxado o obrigando a se levantar e ir junto com o resto do grupo.

 

- Vamos, vai ser divertido, a Loli-chan vai ficar bem. - O ruivo puxava a mão de Jun empolgado.

 

- Ei, espera! Me solta!!! - Mesmo que tivesse resmungando era ignorado pelo ruivo que continuava a puxa-lo, definitivamente era igualmente irritante como Judai.

 

- Vamos cara! Vai ser divertido! - Sorri enquanto corriam.

 

- Yuya, Yuya! Cadê aquelas sua bombinhas? Eu quero soltar na janela do quarto do Kurosaki quando ele pegar no sono. - Allen corria do lado do ruivo.

 

- Allen, isso é errado. - Ele ria sapeca. - Elas estão debaixo da minha cama, me chame quando for acende-las.

 

O garoto dá meia volta correndo para a brigada e subia as escadas em busca do quarto do ruivo.

 

- VAMOS YUYA! - Shingo era um dos que estavam mais à frente.

 

- Tô indo. - Yuya ainda segurava a mão de Jun. - Vamos Jun, vaaaamoos!!!!

 

Ainda continuava a ser puxado e obrigado a correr mas acabou vendo a imagem de Judai o que o fez piscar algumas vezes o fazendo ver Yuya de novo. Era igualmente irritante... E ainda sim igualmente um bom amigo.

 

Um som de pancada veio de mais à frente, o que fez com que todos se assustassem.

 

- EU ESTOU BEM! - Shingo gritou levantando-se do barranco a qual tinha caído. – Cair de um barranco rolando não é nada legal...

 

Todos riram do comentário do garoto.

 

- "Quando foi que eu mudei tanto?" – Pensou olhando todos rindo e se lembra da vez em que ele e Loli tinham se rebelado contra o Professor na primeira vez e quase tinham sido mortos. Depois daquele dia ele tinha mudado completamente, não se importava mais em se o melhor, em ver as pessoas o idolatrando, em amizades, naquele momento só queria proteger Loli e agora a criança que ela esperava, definitivamente tinha perdido sua essência do Jun que tinha antes.

 

- Se o problema for a Loli eu posso voltar e ficar com ela, não vai ser incomodo nenhum. - Sora se aproxima deles alegre.

 

- Jun, responde alguma coisa cara, você consegue ser mais malvado que a Yami! - Sorria amigável mas sente sua mão ser forçada a solta da mão do moreno que se afasta dele.

 

- Desculpe... Mas não dá pra agir como se nada estivesse acontecendo. Já faz tempo... Que eu deixei de ser um idiota! - Ele corre de volta para o abrigo e sobe indo para o quarto que antes ele arrumava com Kurosaki. Yuya e os outros não sabiam qual reação deviam ter. Os garotos se entreolharam perguntando-se que reação tinha sido aquela do moreno.

 

- Desculpa... - O ruivo suspira pensando se tinha feito algo de errado.

 

Depois de algum tempo todos voltam ainda pensando no que tinha acontecido e se perguntava, se Jun estava mesmo bem. Ele senta na janela encostado no batente olhando a paisagem deplorável de Heartland, era um cenário apocalíptico daqueles dos filmes fajutas de zumbis em que o sangue era de ketchup mas que seus amigos adoravam assistir.

 

- Ué? Já chegou ao ponto de pensar em suicídio por não aguentar a pressão? - Uma voz semelhante a de Jun falou, porem tinha um tom diferente e mais maduro. Olhava pro outro com tédio e depois pra altura do lugar até o chão. - Sinto lhe informar que se você se jogar daqui, no mínimo vai quebra só um braço ou uma perna!

 

- Você não tem mais o que fazer não, hein Dio? - Respondeu secamente para o espirito que apareceu à sua frente. O espirito que era muito semelhante ao moreno, as únicas diferenças eram que ele tinha um dos olhos coberto por um tapa-olho e parecia bem mais maduro do que o rapaz.

 

- Se quer saber, não tenho não! - Fala sarcástico - Eu estou preso a você graças à aliança que inclusive foi você que deu uma de espertinho e roubou da caixa que estava entre os bonecos do meu corpo e da Maria! Não temos corpos físicos e ninguém nos vê o que só nos resta é atormentar vocês dois!

 

- Afsss, pra que eu fui perguntar... - Emburrou a cara. - Eu só queria ter dado um presente bonito pra Loli... Mas vocês vieram como bônus... Um saco isso! E ainda por cima só colocam a gente em confusão...

 

- Alto lá! Na chave estava nitidamente escrito ｢Não abra!」e você sabia da lenda. Você abriu porque quis! - Aproximou o rosto do dele, era bizarro como os dois se pareciam, exceto pelo tapa-olho do lado direito do rosto do espirito.

 

Jun bufou novamente, estava já sem paciência pra lidar como espirito indesejado e só queria poder ficar tranquilo junto a sua namorada e pensava na criança que ela esperava, se seria um menino ou uma menina. Aquilo seria como um sonho bom se não fosse por toda aquela guerra que apenas deixava tudo tão difícil e triste.