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História Entre o céu e o inferno - Little Do You Know


Escrita por: DD_Asawtthe

Notas do Autor


Então, era pra eu ter postado isso na quinta (antes de viajar), mas eu esqueci, me desculpem >.>
Em compensação amanhã vou postar um "mini capitulo" que escrevi na viagem (É a continuação desse, mas não vai contar como capitulo da semana) :x
Vai ser todo narrado pelo Dean.
Ah, o nome do capitulo é uma musica, muito amorzinho, pra quem quiser ouvir
Enfim vão lá :3

Capítulo 5 - Little Do You Know


Fanfic / Fanfiction Entre o céu e o inferno - Little Do You Know

Dean

Luto para abrir meus olhos, as pálpebras pesavam e minha cabeça doía. O sol batendo no meu braço fazia um calor irritante consumir meu corpo. Olho para os lados procurando entender onde eu estava e oque havia acontecido, minha visão ainda meio embaçada não me permitia ter clareza, mas o lugar me era familiar, as cortinas vinho entrando no quarto por conta do vento, as paredes amarelas que algum dia já foram brancas a mesinha de madeira ao lado da cama com um jarro de flores sobre ela. Procuro pela figura morena, finalmente percebendo-a sentada em uma cadeira ao meu lado, sua cabeça voltada pra mim, a boca entreaberta e os olhos fechados que davam visão aos seus cílios extremamente harmônicos com todo o resto, formava uma ótima visão. Castiel dormia, dormia segurando minha mão, vê-lo ali, daquele jeito, fazia minha alma parecer inteira novamente e uma calma predominasse em mim.

-Você me salvou?!- Pergunto baixinho para mim mesmo e continuo o admirando por algum tempo, mas minha cabeça me lembra de todos os problemas que eu tinha que resolver, tento levantar em um pulo e uma dor imensa toma conta do meu corpo, me fazendo gemer de dor e cair na cama de novo.

-É melhor não se mexer e voltar a dormir- Cas diz meio sonolento enquanto boceja- Seu corpo está muito sobrecarregado.

-Não tenho tempo pra isso. Precisamos ir! -Falei tentando levantar de novo, dessa vez sendo jogado no móvel pela mão do anjo. 

-Você foi envenenado Dean. Quase morreu- A expressão no rosto dele era tranquila e paciente.

-Mas eu preciso ir, não posso ficar aqui, sabe disso- Tento permanecer tranquilo enquanto encaro seus olhos azuis, na intenção de convencê-lo de que estou falando sério. Após algum tempo nos observando, Cas retirou a mão de meu peito, e colocou-a dando a volta pela minha cintura.

-Vamos, eu te ajudo a levantar- Sem perguntar muito apoio meu braço em seu ombro e faço força para levantar, sentindo cada parte do meu corpo queimar.

-Obrigado- Digo sussurrando um pouco envergonhado, vejo o outro sorrir e quando percebo já estou o acompanhando com um sorriso bobo no rosto.

-Consegue andar sozinho?

-Ahn, sim, eu acho- Digo me soltando de seu ombro, ele vira a mão me entregando uma camisa. Um silêncio extremamente desconfortável começa a pairar pelo quarto enquanto a coloco, decido quebra-lo.- Como me achou?

- Bem, não foi difícil considerando que você estava na frente da casa praticamente.

-Não isso, quero dizer, como sabia que eu estava lá?

-Ãhn, como assim?! Você me chamou.

-Não chamei não.

-Chamou sim, eu ouvi, a não ser que eu esteja ficando louco- Nós dois nos olhávamos incrédulos, é, eu havia chamado por ele, mas foi na minha mente, não foi?! Lembro-me de minha voz não querer sair- Precisamos ir ou não vai dar tempo. – Castiel vai até a gaveta e pega sua espada angelical, se retirando do quarto logo depois. Olho ao redor para ver se estava esquecendo alguma coisa, um ato meio inconsciente, e sigo o moreno.

- Espera- Diz fazendo um sinal para eu ficar parado. Vejo-o entrar em um quarto e sair com um grande embrulho de tecido cinza –Vai precisar disso- O moreno desembrulha a coisa e a ajeita em mim virando um capuz e uma capa.

-Quando disse que era só eu usar um disfarce estava pensando em algo mais discreto tipo boné e óculos, não no Gandalf.

-Leu senhor dos anéis?!- Sua expressão de surpresa feriu meu orgulho.

-Eu leio ta. Não sou só um rostinho bonito-Falo com cara de ofendido.

-Tudo bem Gandalf, vamos logo. –Falou descendo as escadas e fui logo atrás. O moreno pega uma sacola que estava no chão e abri a porta e sai, seguro a porta a fechando atrás de mim e caminho ao seu lado.

-Não vai dizer tchau 'pro seu amigo lá?!

-Bobby? Ele está dormindo, passou a noite tratando do veneno, não quero acorda-lo.

-Oque?! Quem me curou não foi você?- o vejo soltar uma risadinha

-Porque?! Você queria que tivesse sido?- Trocamos olhares, “na verdade queria sim. Ficar devendo algo a um humano era o fundo do poço”-penso. – Eu gastei muita energia te curando antes, lembra?! E como não estou dormindo direito, ela está voltando mais devagar.

-Saquei- Volto meu olhar para frente- E como foi que ele...

-Não faço ideia. Bobby é cheio de truques.

Passamos o caminho inteiro até a saída da capital humana em silêncio, mas não um desconfortável, eu e ele tínhamos muitas coisas na cabeça, nossas mentes estavam barulhentas.

...

-Ainda vai demorar muito?!- Perguntei me apoiando em uma arvore, já não suportando mais a dor espalhada pelo meu corpo, mas não podia parar, estava angustiado demais para isso.

-Deveríamos parar pra descansar, você precisa ir com calma- O moreno disse parando em minha frente.

-Estou bem , vamos logo. – Tentei passar por ele, mas o anjo fechou minha passagem, me deixando um pouco irritado- Qual o seu problema?! Vamos!

-Nem pensar, você vai sentar nessa pedra bem ali e descansar. Agora! - Tento driblar Castiel mais algumas vezes e desisto frustrado, sento na pedra e respiro fundo diversas vezes.

-Se eu simplesmente pudesse usar minha velocidade, poderia já ter avisado a meu pai- Vejo-o sorrir me fitando- O que foi?

- Nada, é que te ver assim todo preocupado é engraçado- Suas palavras me deixaram com raiva, acho que ele percebeu pois continuou- Ah, não é isso, me desculpe. Eu quis dizer- O interrompi.

-Tudo bem. Vamos, já descansei- Fiz força para levantar mas uma dor aguda na coluna me fez tropeçar pelos pés e quase cair, sendo segurado pelos braços de Cas.

-Você está bem?- Perguntou preocupado, fiz que sim com a cabeça, instalando um silêncio entre nós. Seus olhos capturavam os meus, me deixando atordoado, minha respiração começava a pesar e os pensamentos indecentes voltavam a tomar conta de mim, já estava prestes a ataca-lo quando sinto um movimento agressivo em nossa direção, o empurro caindo junto a ele no chão. Uma flecha havia acertado a arvore, olho para os lados procurando de onde havia saído, Castiel sem entender muito bem acompanha meu olhar, e percebendo o que estava acontecendo coloca a mão na minha cintura e me ajuda, se encolhendo pela mata da floresta comigo.

-O que foi isso? –Perguntou arfando um pouco

-Não sei, ladrões, talvez. Droga, não consigo nem andar direito – Resmungo

-Ladrões no meio de uma floresta?!

-Existem, mas podem ser Wendigos também.

-E oque vamos fazer?-O encaro pensando em um plano. Saco a espada de Caim e me levanto com dificuldade, sendo ajudado pelo outro.

-Simples, vamos mirar e atacar- Ele me olha como se eu fosse um idiota, rio diante de sua reação- Vamos não, ela vai! – Balanço a espada.

-Uma espada? Sério Dean?!

 

Castiel

Ele taca a espada e ela fica presa com a ponta fincada em uma das arvores, sem entender o que ele planejava me mantenho quieto e atento. O rosto do Winchester percorre o local a todo instante como se pudesse olhar através da floresta, então ele se solta de me mim e vai andando até o meio daquele pequeno campo aberto, vou o acompanhar, mas ele faz um sinal com a mão para que eu permanecesse lá. Logo outra flecha é atirada e Dean a para com uma das mãos e com a outra faz um sinal para a faca, que volta para ele. O loiro faz um pequeno corte em cima da marca de caim, deixa o sangue escorrer pelo seu braço e quando chega até sua mão aperta o punho.

-EI SEU MALDITO! POR QUE NÃO VEM AQUI BATER DE FRENTE?! TA COM MEDO?!- Grita com raiva e taca de volta a arma na planta.

-Medo de um maltrapilho vestido de mago?- A criatura começou a rir- Por favor né?!-A voz era claramente de um adolescente, podia-se perceber como oscilava entre grave e fino.

-Se você aparecer aqui agora, posso até pensar em esquecer que me chamou de maltrapilho- O garoto não respondeu. Dean com a mão que estava sangrando segurou no meio da flecha. – Ultima chance – Mas tudo permaneceu um silêncio.

O Winchester proferiu alguma coisa, bem baixo, que não consegui escutar muito bem, parecia ser outra língua.

-Achei você- Sussurrou. 

Em um movimento rápido o loiro chamou a espada e assim que a mesma voltou a sua mão, ele a atirou com precisão por entre as arvores, logo gritos começaram a soar pela floresta. Dean proferiu mais algumas palavras e um fio vermelho meio transparente pôde ser visto, fazendo um caminho até dentro dos arbustos, o demônio se abaixou para pegar a linha e a puxou, trazendo arrastado pelo chão o jovem, a faca enterrada em seu ombro fazia sair muito sangue do local e o garoto gemia de dor

– Droga, errei.

-Como assim errou, você pegou ele- Dean me olhou pelo canto de sua visão e voltou ao rapaz, colocando um olhar arrogante no rosto.

-Não, eu errei, o moleque ainda está vivo. – Ele se abaixa e arranca sua espada do ombro do menino de forma brusca, sem dar a mínima, como se o ser fosse um simples verme. Ignorei o Winchester e me ajoelhei perto do garoto, arranquei parte da “capa de Gandalf” dele e coloquei no ombro do outro, pressionando para estancar o sangue.

-Quem é você?- Perguntei

-Quem quer saber?

-Castiel, sou um anjo.

-E o seu amiguinho ali? – olho para Dean que olhava a cena toda com certa amargura no rosto.- Bem, não importa. Por que está me ajudando depois de me esfaquear?

-Não me leve a mal, não queria que nos ferisse, mas não quero que morra.- Falei o ajudando a levantar. –Onde fica sua casa?- O garoto caiu na gargalhada

-Casa?! Não tenho algo assim, desculpe.

-Então, vou te levar para a minha. Tudo bem?- Ele não respondeu então considerei como um sim.

-EI! Está falando sério?! Vai levar esse guri junto?!- A voz de Dean assim como sua cara era de incredulidade.

- Tem uma ideia melhor?

-TENHO! Na verdade tenho! Você deixa ele ai no chão, ou eu o mato, e a gente continua nosso caminho.

-Isso é realmente sério?!- Pergunto sem acreditar em sua frieza.

-Se fosse o contrario ele te deixaria sangrar até morrer- Coloco o garoto sentado na pedra e faço um sinal para que ele espere.

-Mas não é o contrario Dean.- Foco em seus olhos, eles estavam mais escuros que o normal, seu verde vivo e lindo parecia só ter sido um sonho distante. Coloco a mão em seu peito e sinto seu coração batendo tranquilo. - Por que você é tão deturpado?

Permaneço o encarando, mas dessa vez parecia que o loiro não me via de volta, seus olhos estavam voltados para outra coisa, algo enterrado dentro de si.

-Você está bem?- Pergunto preocupado, ele recupera o foco e se afasta de mim, indo até o garoto e o apoiando em seu ombro.

-Vamos logo! Não temos muito tempo sobrando- Disse voltando a andar, corro para alcança-lo e apoio o outro braço do menino em mim. Um silêncio perturbador pairava pelo local.

-Como fez aquilo?- Ele me olha sem entender o que eu queria dizer- Como descobriu onde ele estava?- Dean ficou quieto e já tinha achado que não iria me responder, quando ele começou a falar.

-Eu e a espada, somos conectados, ativo as habilidades dela com meu sangue, dou ordens, e coisa e tal- Disse com sua mão livre na bainha- Digamos que ela pode rastrear pessoas em um raio de alguns metros em volta da marca.

-Hm...

-Que foi?

-Só pensando que você é realmente incrível- Olhei em sua direção e noto o loiro forçar o sorriso a não aparecer, sua expressão estava bem engraçada me tirando algumas risadas que contive para não ferir o seu ego.

...

Cerca de meia hora depois, chegamos a Skyfair, a população estava calma, como se nada tivesse acontecido ou fosse acontecer. Guiei-os pelos becos escondidos da cidade até um dos curandeiros, Balthazar, que quando viu o garoto sangrando veio correndo nos ajudar a coloca-lo em uma cama. Ele olhou preocupado para o braço de Dean, que tentava manter o rosto abaixado o máximo possível mas o loiro negou os cuidados de Balt. O homem foi rapidamente tratar o ombro do menino deixando eu e o demônio sozinhos na sala, esperando.

- Escuta, eu vou lá falar com o rei, você espera aqui. Tabom?!- Falo baixo apenas para ele ouvir

-Nem pensar, eu vou com você.

-Dean! Você não pode ir, se te descobrirem estamos fritos. Fora que os efeitos do veneno ainda não saíram do seu corpo, precisa descansar.

-Eu já estou bem, não se preocupe. –O loiro evitava fazer contato visual desde mais cedo, também não falou muito durante o caminho, como se o que eu perguntei tivesse destravado algo que ele havia trancado e isso fazia eu me arrepender de ter dito aquilo, apesar 'deu ter motivos. Estou preocupado com o Winchester e não queria mantê-lo longe da minha visão, mas de jeito nenhum poderia leva-lo ao castelo, era impossível deixarem um cara parecendo o Gandalf entrar.

-Não. Você fica. Eu vou- Digo me levantando- E não mate ninguém nesse meio tempo okay? Não chame atenção- Ele fez um "sim" com a cabeça, então me permitindo seguir meu caminho.

Agora que não tinha um cara sangrando nas minhas costas e um encapuzado do meu lado, pude andar pelas ruas normalmente, algumas pessoas me reconheceram e me cumprimentaram, outras parecem apenas olhar de longe, pois não tem coragem de se aproximar e os que não sabiam quem eu era, olhavam sem entender nada. Chego no castelo e os soldados assim que me identificam deixam com que eu continue e um dos serviçais me acompanhou. A casa do rei era realmente um lugar luxuoso, digno do homem caprichoso e esnobe que ele é, sendo bem maior que a minha, tudo lá dentro era familiar, os moveis de ouro, as cortinas e tapetes vermelhos, as paredes velhas que aparentavam novinhas, tudo. Meus irmãos e eu costumávamos vir muito aqui, enquanto nosso pai estava em uma reunião com a corte nós corríamos por aquilo tudo, explorando cada canto possível, os serviçais tentavam nos parar, mas sempre que chegavam perto Lú nos teleportava para outro canto da casa.

-É aqui- Disse a jovem me tirando de minha nostalgia e dando leves batidas na porta. –Senhor, você tem visitas. –Pouco depois a porta se abre revelando um homem alto e muito magro, seu cabelo é penteado para trás de um jeito elegante e sua pela é enrugada devido a idade.

-Castiel! Você está bem!- Falou o rei me dando um leve abraço que retribuo.

-Olá Morthy! Já faz algum tempo.

- Faz sim, desde aquela vez em que você e seus irmãos quebraram a minha bengala- Ele faz um sinal para que a moça saia, me leva empurrando de leve o meu ombro para dentro da sala e fecha a porta. Fico meio desconcertado com a lembrança que o homem me fez ter.

-É-É, me descul- Antes que pudesse continuar, ele me interrompe batendo forte uma mão na outra e se vira para mim.

-Mas passado é passado! Então, onde estão seus irmãos? Seu pai? Oque houve?

-Eu não sei, eles sumiram. –Não gostava de tocar no assunto, fazia meu peito doer, tento não fazer contato visual e acabo encarando o chão.

-Como assim sumiram?- Perguntava com um tom rude na voz.

-Aconteceu alguma coisa com eles, e bem, eu não sei, acordei de manhã e não estavam mais lá.

-Então eles te abandonaram. Ah, que ótimo – As palavras dele me deixaram com raiva, fazendo eu tirar coragem sei lá da onde para o enfrentar.

-Não me abandonaram! Não ouse falar desse jeito sobre minha família!- Quando percebi já estava segurando a gola de sua roupa chique- Senhor- Falo soltando a roupa e me encolhendo. –Olha, eu não vim aqui por causa deles, não vou te pedir para me ajudar a encontra-los. Vim por causa do seu plano de ataque.

-Como descobriu?- Perguntou com uma expressão surpresa.

-Isso não vem ao caso. A questão é que eles já sabem, o filho de Belzebu sabe, e já deve ter avisado pra seu pai. –Foquei em seus olhos para que aquilo parecesse o mais sério e real possível- Eles já devem esperar pelo seu ataque, vocês serão dizimados, não pode continuar com isso, cancele o ataque.

-E o que sugere que façamos? Sentemos e esperemos que seu pai ainda esteja vivo ou que resolva voltar das suas férias de verão?

-ELE ESTÁ VIVO!- Gritei instintivamente. Não tinha parado ainda para pensar na possibilidade dele estar morto, não queria pensar. Eles estão bem, iriam voltar para casa, vivos, e nós continuaremos nossas discussões idiotas de todos os dias, a briga pelo ultimo tablete de chocolate ou para ver quem vai trabalhar com o papai. Sim, tudo vai voltar ao normal, preciso acreditar nisso. Sinto as lágrimas quererem descer, tudo que eu queria era correr dali e me enterrar em algum canto escuro da cidade para chorar, mas eu precisava permanecer forte, iria continuar ali de pé, Dean precisava de mim, ele confiou em mim, não posso trair novamente sua confiança, eu não quero mais vê-lo triste, quero que sorria, não seus sorrisos irônicos ou maliciosos, um sorriso de verdade, sincero, de felicidade.

-Tudo bem Novak, suponhamos que esteja vivo, não temos como depender de alguém que desapareceu. –Morthy se mantinha calmo e compreensivo.

-Dê um tempo, eu vou encontra-los e nós retomaremos tudo, enquanto isso se concentrem em viver com o que fabricamos.

-Mas e se os demônios resolverem nos atacar? Não vamos ter como reagir.

-Deixe que eu cuido disso.

- Se não me dizer como pretende fazer, não chegaremos a um acordo.

-Digamos que eu virei amigo do filho de Belzebu. –Falei inseguro

-Sam Winchester?

-Quem é esse? Não, estava falando do Dean.

-Sam é o Winchester mais novo e também mais gentil, se diz amigo dele e não sabe nem que o rapaz tem um irmão- O velho suspirou- Quer que eu jogue o destino de milhares de vidas nas mãos de Dean Winchester? Sua reputação o precede, Castiel.

-Sei o que falam do Dean, mas por favor, não ataque o lar dele. –Digo em suplica. O rei me encara, sem falar nada, por algum tempo, o que me deixa extremamente apreensivo, ele suspira mais uma vez, dessa vez mais pesadamente.

-Tudo bem, vou confiar em você, de um jeito ou de outro estamos ferrados. Os Winchesters sozinhos eliminam metade das minhas tropas, eles estarem do nosso lado já é um grande avanço.

-Ele não está do nosso lado. –Meu tom sai indignado.

“Ele está do meu lado”- Penso, mas me recuso a dizer, parecia algo presunçoso demais.

-Está do lado da paz- Minto, o velho ri um pouco diante das minhas palavras, no entanto, não retruca, apenas deixa para lá.

-Tudo bem então. O que pretende fazer?

-Dean vai ficar de olho no pai dele, e se acontecer deles quererem atacar ele da um jeito, solta um migué, algo assim.

-Parece simplista de mais considerando que John Winchester é um cara bastante irrefutável.

-Em ultimo caso, se não conseguir convence-lo, eu venho te avisar, então vocês tem como bolar algum plano. – Morthy encarava o nada, assimilando tudo o que havia dito, considerando suas opções, por fim mexeu a cabeça para cima e para baixo em um “sim”. Reverencio-o e deixo a sala com um sorriso vitorioso no rosto.

-Boa sorte com sua família, Castiel!- Pude ouvi-lo gritar.

Segui apressadamente até a casa de Balthazar, me esbarrando em algumas pessoas sem nem perceber,  louco para contar a Dean como tudo deu certo, que a família dele iria ficar bem, imaginando que talvez ele sorrisse aliviado, que me abraçasse forte e fizesse meu coração falhar com seu cheiro inebriante e seu calor tão perto de mim. O caminho todo sorri que nem um bobo, como eu queria cruzar com aqueles olhos verdes que agora devem estar apreensivos e vê-los brilhar diante das minhas palavras, mas meu sorriso dura pouco. Ao chegar no estabelecimento procuro o loiro loucamente e não encontro nada, meu coração estava realmente falhando, mas era de desespero e medo, encontro o curandeiro sentado despreocupado, lendo um livro.

-Onde está o homem que veio comigo?- Pergunto de forma nervosa e rápida, quase embolando.

-Ah, o garoto está lá na maca, tratei o ferimento, ele deve ficar bem. – Dizia sem tirar os olhos do livro.

-Não ele! O rapaz coberto por trapos cinzas! –Quase gritei, já não aguentando meu peito acelerado.

-Aaah, o terrorista?- Finalmente para de ler para me encarar- Achei que ele tivesse ido com você. Quando fui te procurar para falar sobre o menino não havia ninguém aqui.

“Como assim não havia ninguém aqui?!”

Saio desesperado do local sem dizer nada a Balt que solta alguma coisa que não faço questão de ouvir, corro em direção a sei lá onde, procurando-o por aquela enorme cidade, parecia impossível encontra-lo, talvez ele nem estivesse lá, talvez o tivessem levado como fizeram com a minha família.

“Não! Pare de pensar nisso! Ele deve estar aqui, ele tem que estar aqui!”

Possa ser que tenha me seguido e que tenham o encontrado e o capturado, talvez estejam  ferindo ele agora, ou até, quem sabe, morto.

“Não, Dean é forte, conseguiria escapar de um bando de anjos.”

Talvez ele só tenha me abandonado. A ideia dele simplesmente ter me deixado doía, um vazio no peito me consumia e as lágrimas queriam cair, mas as segurei com tudo que tinha e continuei a correr, olhando para os lados, procurando aquele disfarce extremamente ridículo, buscando seus olhos verdes frente a imensidão de pessoas. Meus pés doíam e minha cabeça não parava de criar teorias, não entendo por que a ideia de perde-lo me machucava tanto, por que sentia necessidade de tê-lo perto, por que seus toques eram tão bons e causavam arrepios em meu corpo, por que anseio por suas mãos me explorando, por que cada pedaço de mim anseia por cada pedaço dele.

“Credo, parece até que estou apaixona-“- Penso mais travo. Os sintomas eram claros, mas parecia tão absurdo que nunca parei para encara-los.

“Estou apaixonado, pelo Dean, gosto do Dean. É isso. A respiração entrecortada, o coração acelerado, os pensamentos bobos. É, eu estou apaixonado pelo Dean. Por um demônio. Ah, droga estou apaixonado por um demônio”- Quando percebi já estava sorrindo. Parecia uma piada de mal gosto, um anjo, gostando de um demônio, do filho de Belzebu.  E agora que percebi isso, agora, ele sumiu, o Winchester foi tirado de mim. Senti uma gota escorrer pelo meu rosto enquanto o sorriso forçando permanecia lá. Já cansado e morrendo de vontade de desabar, me jogo no primeiro beco que encontro e caiu lá,  escorado na parede, apoio minha cabeça em meus joelhos e permito que as lágrimas caiam. Levo minha mão até o peito, tentando conter a dor que sentia naquela região, mas a mesma só parecia aumentar.

“Dean”- Era tudo o que repetia em minha cabeça, cada vez mais baixo, estava pronto pra ficar ali e desistir, mas não podia, não, nem pensar, se fizesse isso nenhum deles me perdoaria.

Em só pulo levanto e volto a correr, passo uma das mãos pelo rosto para secar as lágrimas. Pergunto para as pessoas na rua se viram um homem coberto de trapos cinzas passar por ali e  a resposta era sempre a mesma, “não”. Sentia meus pés latejarem, mas continuo perguntando, até que uma senhora disse tê-lo visto passar por ali a algum tempo, que o rapaz parecia abatido. Sem saber muito bem porque, tive certeza  saber onde ele estava, meu coração acelerou novamente e meus pés pareceram ganhar vida, como se a ideia de volta para Dean os tivesse dado um ultimo sopro de força. Me joguei em meio a floresta de neve que cercava Skyfair, desviando das arvores e raízes pelo caminho até que cheguei onde queria, o rio onipotente, como eu o chamava. Minha respiração começou a falhar e um sorriso enorme se pôs em meu rosto, lá estava ele, de costas para mim, sem camisa, seus cabelos loiros tinham alguns pontos brancos de neve por cima e a pele em sua coluna e ombros lindamente esculpidos, já se encontrava praticamente branca, a neve que caia em seu braço com a marca de Caim derretia, transformando-se em pequenas gotas de água que escorriam por sua pele bronzeada.  A visão era realmente linda, apesar de ser um demônio, cheguei a pensar em como ele parecia um anjo naquele momento. Sem raciocinar me lanço em cima dele e envolvo meus braços ao redor de seu corpo, enquanto as lágrimas voltavam a vir, dessa vez deixei que caíssem, eu precisava daquilo.


Notas Finais


Agora as parada interessante vão rolar, se é que me entendem. ( ͡° ͜ʖ ͡°)
Queria agradecer pelos comentários e favoritos. Obgda! Ces não fazem noção do quanto isso incentiva. Amo vcs >.<
Voltem aqui amnhã u.u (Vale a pena, eu acho)
Bjundas


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