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História Entre Paredes - Capítulo 02


Escrita por: dr3amerland

Capítulo 2 - Capítulo 02


Fanfic / Fanfiction Entre Paredes - Capítulo 02

Sem convenção de livros. Sem faculdade. Sem poder sair. Sem liberdade. Eu não entendo, o que tem de errado comigo que eu não posso sair? O que lá fora tem que eu não posso ver?

Faço essas perguntas a minha mãe, mas ela não me dá respostas. Meu pai parece estar em um beco sem saída. Ele quer me dar respostas, mas sempre está do lado da minha mãe.

Estou cansada disso tudo.

 — Por favor, papai. Vai comigo? A mamãe também pode ir, só me leva nessa convenção. Você sabe que eu amo aqueles livros, tenho todos os livros daquele autor. Por favor? - Choraminguei.

 — Sua mãe não vai permitir, Lucy. Você sabe disso.

 — Mas porque ela não deixa eu sair? Já estou cheia disso. - Falo nervosa.

 — Sua mãe tem os motivos dela, Lucy. Você precisa entender. - Explicou.

 — Eu já tentei entender o lado dela, mas ela não me conta nada. Ela já procurou entender o meu lado? Não! Nunca.

 — Lucy, para de agir como uma criança mimada. Você já cresceu. - Ele fala irritadíssimo.

 — Se eu já cresci, então porque eu não posso sair?

 — Isso aí, já é assunto para você resolver com sua mãe. - Berra a última vez e bate à porta ao sair do quarto.

Eu não entendo porque toda essa prisão. Tudo bem, sei que vem agindo de maneira egoísta e mimada, mas por que minha mãe não me conta por que realmente ela não deixa eu ir lá fora.

Me estresso. Saio do quarto e vou até minha mãe.

 — Mãe? - Falo um pouco nervosa e ela já me direciona um olhar ofensivo. Antes que eu continue, ela começa a falar:

 — Não precisa falar, já sabe muito bem a resposta.

 — A senhora está sendo injusta! Não pode repensar e deixar eu sair?

 — Não estou sendo injusta, estou cuidando de você. E quero que você entenda. - Ela grita.

 — Mãe se você não me deixar ir por bem, eu vou por mal! - Tentei desafiá-la.

 — E como você acha que vai sobreviver lá fora sozinha sendo que não conhece nada além dos portões? - Ela debocha da minha cara.

 — É por isso que estou pedindo para você e o papai irem comigo.

 — Chega! Não peça mais, vá já para o seu quarto e não sai de lá até entrar nessa sua cabeça que tudo o que fazemos é para o seu bem. - Ela me empurra pelo corredor me deixando sozinha no quarto.

***

Duas horas para começar a convenção de livros no centro da cidade. Eu não sabia como sair e nem onde era o centro. Pego o notebook para pesquisar formas de chegar ao local. Estou prestes a cometer uma loucura. Anoto em uma folha o nome das principais ruas, pego minha bolsinha que tem algumas notas e modas e coloco dentro da blusa.

A chave da janela está num vaso perto da TV da sala. Meu pai está falando ao telefone ao corredor e minha mãe fazendo o jantar na cozinha. Sem os sapatos vou até a sala e pego a chave rapidamente e volto ao quarto.

 Troco o pijama por uma calça jeans e uma camiseta simples. Pego um par de sandálias. Tranco a porta do quarto para que ninguém entre enquanto tento minha fuga. Destranco a janela e arremesso o par de sandálias no jardim. Devagar ponho os pés no parapeito da janela.

 A janela não é alta e com apenas um pulo, consigo cair no meio dos arbustos. Olho para janela e nem acredito que realmente sai. Sinto a grama macia em meus pés delicados, o vento entrar nos meus pulmões e a adrenalina percorrer pelo meu corpo. Calço as sandálias e corro. Corro para longe. Corro livremente.

A liberdade é perigosa. Ela te dá sensações que você não pode descrever. Saltar por aquela janela abriu meus olhos para um mundo totalmente novo. Estava desposta a conhecer tudo aquilo.

Confusa, caminhei observando os nomes das ruas. Estava um pouco frio e me arrependi de não ter pegado um casaco. A cidade estava movimentada e os cartazes nos muros revelavam que teria outro evento na cidade além da Convenção Literária. Reconheci de imediato o que era. Um festival de bandas estava na cidade para um encontro com fãs, por mais que eu adoraria vê-los, já estava satisfeita de sair para conseguir livros novos.

Uma rua do mapa que havia desenhado não estava correta, um tremor veio sobre mim. O lugar onde estava já não era tão movimentado como o de antes. Estava definitivamente perdida.

Vi um homem vindo em minha direção e pensei em pedir algumas informações.

 — Senhor, você sabe como eu posso chegar na Convenção Literária? - Perguntei um pouco sem jeito.

 — Claro. Estou indo para lá, posso levar você se quiser. - Ele disse gentil.

Olhei para ele e sorri, balançando a cabeça positivamente.

Minha mãe estava errada, existe pessoas boas.

***

Aquele lugar estava vazio demais. Escuro demais. E frio demais.

 — Tem certeza que aqui é o lugar certo? Vi no site que era um espaço bem mais movimentado e fácil de chegar! - Falei desconfiada.

 — Não vamos para a Convenção. - Ele disse nervoso.

 — Onde vamos então? - Parei de segui-lo e o encarei. Sua face estava diferente e notei maldade em seus olhos. Oh, não!

***

Minhas pernas travaram, mas eu precisava correr. Aquele sujeito estava se aproximando de mim e eu não sabia do que ele era capaz. Corri. Inconscientemente, eu corri. Minhas pernas eram rápidas e eu não me importava em qual direção estava indo. Só precisava fugir daquele homem. Como fui idiota.

Entrei numa rua movimentada. Havia várias garotas eufóricas gritando e tirando fotos. Olhei para trás e aquele homem me seguia. Continuei correndo, enfiando no meio da multidão. Eu era pequena, talvez ele não me notasse. Estava errada.

Com apenas um puxão no braço, ele me segura.

 — Você vai continuar caladinha, e se gritar, eu mato você. - Ele sussurrou no meu ouvido. O pânico cresceu dentro de mim. Eu queria minha casa. Precisava de ajuda.

Ele me arrastou até um beco ali próximo e me empurrou no chão. Cai batendo a cabeça em uma caçamba de lixo. Não conseguia me levantar, estava tonta de mais para isso.

Meu Deus! Por favor, não deixe que nada me aconteça.

O homem se aproximava. Ele se agachou perto de mim e começou a rasgar a minha blusa.

 — Coitadinha, tão inocente. Sua mãe nunca te avisou para não confiar em estranhos. - Ele ria de mim.

Reparei seu rosto. Ele tinha aparência de uns 35 anos. Sua barba era grande e usava uma jaqueta de couro. Sua mão pesada bateu no meu rosto e senti o gosto do sangue em meus lábios.

 — SOCORRO! - Gritei.

 — CALADA! - Ele me bate outra vez e arranca meu sutiã brutamente. — Olha esses peitinhos. Que coisa linda. - Ele fala no meu ouvido e eu começo a chorar. Sabia o que aconteceria, já havia lido sobre isso. Sabia como era ruim. Estava com medo.

 — SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! - O empurrei com as pernas e me levantei. Estava sem blusa e com frio. Corri um pouco mais. Mesmo assim ele me alcançou, me dando uma pancada na nuca, eu apaguei.

***

 — Ei, menina? Você está bem? Ei!!

Estava tonta. Minha cabeça doía e a luz forte do lugar fazia meus olhos arderem.

 — Ei, qual seu nome? - Um cara alto me encarava assustado. Lembrei do que havia acontecido. Minha blusa!

 Olhei para meu corpo, um lençol me envolvia.

 — Consegue falar? - Uma mulher perguntou.

Senti medo outra vez. Tudo ficou escuro.

 


Notas Finais


Continuo?


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