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História Entre Reinos! - Uma difícil decisão


Escrita por: Lupina2 e Felina1

Notas do Autor


Olá pessoas .
Bem-vindos a mais um episódio. (Ops errei...)
Bom gente , mais um capítulo pra vocês saindo do forno , e com um pouco de cada coisa .
O baile está realmente lindo e tudo isso pra vocês.
As coisas vão começar a esquentar agora rsrs.
Sem mais delongas..
Enjoy
Ah não esqueçam de aparecer pra comentar e dizer o que acharam, sugestões, críticas.
Beijos

Capítulo 14 - Uma difícil decisão


Fanfic / Fanfiction Entre Reinos! - Uma difícil decisão

 

O baile estava começando, muitas pessoas chegavam e os nobres e mais importantes eram anunciados com formalidade como exigia a ocasião.

- Rei Lucca Penalver Bresinski Schumacher, de Usagi e Rei Henrique Philip Vargas Bresinski Schumacher, de Tora. – O mestre de cerimônias anunciou fazendo as devidas reverências e indicando os lugares de ambos na mesa principal bem na frente do salão.

Henry odiava toda aquela formalidade, ainda mais por ser necessário dizer seu nome completo, agora só era um pouco mais agradável por ter optado em usar um dos sobrenomes de Lucca.

- Príncipe Adrian Bardini de Borges Bragança e Silva  e Princesa Melissa Ender Dutra Bragança e Silva do reino de Hú Láng. – Disse e ambos entraram de braços dados e sorrisos amplos no rosto, não tinham mais medo de mostrar a todos que mesmo criados como irmãos se amavam e eram um casal agora. Apenas estavam ansiosos para o grande dia em que se tornariam apenas um, finalmente parecia estar perto, já que Melissa já havia voltado para Hú Láng, há dois dias.

Enquanto os irmãos entravam, Hanna aguardava do lado de fora para a sua entrada, estava acompanhada por Fenrir, e tão acostumada estava com a presença do homem que havia se esquecido de um pequeno fato.

- Sabes que assim que nos anunciarem, todos entenderão que temos um relacionamento não é? – Perguntou baixinho no ouvido da rainha que se assustou com a declaração.

Iria desistir, ficou assustada, olhou para todos que já estavam no salão e imaginou o que pensariam sobre aquilo. Foi quando se recordou de que nunca havia se importado com a opinião alheia, e não seria agora que começaria. Não ligava para rótulos e até fugia deles, mas se tinha uma pessoa por quem valia a pena ser rotulada com certeza era o deus lobo que estava muito bem vestido ao seu lado, com sua calça longa negra com detalhes pratas, e blusa da mesma cor, parecia que Shén sempre procurava algo que lembrasse a lua, sua antiga paixão, mas isso também não importava a Hanna.

- Se a ti não incomoda, a mim muito menos. – Respondeu dando um passo a frente, segurando na barra de seu enorme vestido rosa, com inúmeras saias, decote cavado e alças finas, ousado e fino igual à rainha que o usava.

- Sabe o que isso significa? – Shén sorriu vitorioso, já havia esquecido todas as suas reservas sobre se apaixonar.

- Vai me fazer falar não é? – Ela pediu, enquanto caminhavam tranquilamente assim que foram anunciados e ele acenou enquanto um sorriso maroto brincava em seus lábios.

- Rainha Hanna Fraser  de Borges Bragança e Silva, de Hú Láng e acompanhante, Shén Mcdonald. – Obviamente Fenrir ocultou seu verdadeiro nome, não queria mais atenção do que o necessário.

- Quero apenas que admita que todos mudam de opinião, inclusive vossa alteza. – Ele provocou, vendo a rainha ser forçada a sorrir para os convidados quando na verdade tinha vontade de esgana-lo.

- Tudo bem. Sim Shén Fenrir, esse momento significa que estou assumindo um relacionamento sério com você e disposta a usar qualquer rótulo que queiram colocar. – Disse e assim que se sentaram à mesa reservada para a realeza, se virou para ele e completou. – Por que eu te amo e estou disposta a mudar minhas convenções por isso. – Sorriu e o bicou nos lábios. – Algumas delas. – Sussurrou e se afastou rindo, e vendo o homem negar com a cabeça também sorrindo.

- Se ainda não disse, estas incrivelmente linda. E tenho que admitir que mais discreta do que imaginei. – Ele sussurrou em seu ouvido enquanto as pessoas continuavam a serem apresentadas.

- O que está insinuando com isso? Que sou uma depravada? Que ando nua? – Perguntou feroz.

- É claro que não. Simplesmente és inovadora, moderna e ousada. Qualidades que me encantam. Apenas achei que usaria algo mais provocante. – Ele sorriu vendo que a rainha havia gostado, eles se completavam.

- Hum, até pensei, mas hoje à noite quem deve brilhar é a Luna.

- Pra mim sempre será a mulher mais linda de todas.

Era ótimo ouvir coisas daquele tipo e se sentir amada como Fenrir fazia. Hanna não podia estar mais feliz.

As apresentações continuaram.

- Arquiduque  Mike Diel Bresinsk  Klann Silvermoon e o duque Laurence Klann Bresinsk Silvermoon. – Foram anunciados e entraram com toda a classe.

- Não gosto de entrar sem o Chris, parece que nos falta uma parte. – Mike murmurou e Laurence não podia discordar.

- Não se preocupe logo ele se juntará a nós.- Sorriu e se sentaram próximo a Lucca e Henry.

Como alpha Chris deveria levar os aniversariantes até a festa, e por isso teriam  uma grande  entrada.

A música parou por um momento.

- Rei Oliver Frederick Holand Silvermoon, do grande reino de Okami e o rei consorte  James Castelar Alcântara Silvermoon. – Anunciou e imediatamente todos se inclinaram fazendo a reverência enquanto os dois entravam.

Naquela noite Sophia havia ficado com as servas, não era um tipo de festa indicado para crianças tão pequenas, por isso os gêmeos também não estariam presente.

Assim que chegaram ao local reservado no centro da grande mesa, Oliver e James se sentaram e todos os outros fizeram o mesmo. A música voltou a tocar mesmo com os nobres ainda sendo apresentados.

- Princesa Ravena Voss Abromovizt das regiões geladas do reino de Bai Láng. – O homem anunciou e todos se voltaram rapidamente para ver a linda mulher que adentrava o castelo.

Lindos cabelos lisos desciam por seu rosto e ombro, tão dourados como fios de ouro, a pele alva como um floco de neve, os olhos verdes claros, e um sorriso que custaria facilmente um saco de diamantes.

- Os lobos brancos aqui? Não vejo um representante da realeza há anos. – Oliver confidenciou ao marido.

- Sim, nem mesmo nos festivais a Fenrir eles aparecem mandam apenas seus representantes. – James ponderou estranhando aquilo.

- Alguma coisa está acontecendo. – Oliver estava preocupado.

- Bom ou ruim?

- Não sei, mas só há uma maneira de descobrir. – Oliver levantou decidido e indo ao encontro da loba lhe beijou a mão, fazendo um cortês comprimento.

- Fico honrado com vossa presença, quanto tempo não a vejo princesa. Como vai vossa excelência o rei? Bem eu espero. – Saudou.

- Obrigada pela recepção rei Oliver, também tinha saudades, realmente muitas coisas mudaram. – Sorriu como se lembrasse de algo. - Meu pai vai bem sim e estou aqui a seu mandado. Há algumas coisas a serem tratadas. – Disse séria e Oliver não gostou do tom. – Mas não agora, estamos em festa não é? – Mudou rapidamente o humor e Oliver apenas assentiu a encaminhando para uma cadeira reservada junto da família real, já que essa era uma parente distante.

James respirou fundo tentando não imaginar besteira, seu marido era o rei e por isso devia ser cortês e educado com todos, mais lembrar que aquela garota tinha sido o primeiro beijo do seu esposo, não ajudava muito a seus ciúmes.

Os nobres enfim tinham terminado de serem apresentados e as pessoas já começavam a encher o local, todos os amigos e nobres estavam presentes.

A música tocava lentamente, as pessoas conversavam com seus conhecidos, com taças de vinho  ou espumante nas mãos, algumas já se atreviam a mordiscar alguma comida que estava disposta em longas mesas ao redor de todo salão.  A menina no topo da grande escada de vidro que estava mais brilhante do que o comum, sentia que suas pernas começavam a bambear, seu coração espancava seu peito e parecia estar batendo em sua garganta.

- Não te deixarei cair irmã. – Shíon disse, e Luna sorriu, estava sendo uma ótima experiência conhecer a pessoa que seu pequenino irmão estava se tornando.

- Sei que não. – Sorriu grata e então o som parou e todos viraram na direção deles que desciam a escada lenta e belamente.

A maioria das pessoas presentes ali não sabia de quem se tratava, já que o alpha não comunicou a ninguém além da família e amigos mais próximos sobre a maldição dos príncipes, deixando assim para aquela ocasião a pedido de Luna.

Assim que chegaram ao final da escada Luna se sentiu mais aliviada, o pai lhe deu o braço direito e o esquerdo a Shíon e se caminharam para o meio do salão. Luna sorriu ao ver seus amigos ali lhe dando força principalmente Dhaniel e Erick que estavam sentados em uma mesa reservada a convidados de honra. Mais quem roubara sua atenção fora um jovem de olhos incomuns que parecia não conter a admiração ao vê-la.

- Está linda querida. Não deixarei nenhum abutre chegar perto de ti. – O alpha disse ciumento e a menina riu do exagero do pai.

- Não seja assim. – Brincou e pararam de frente aos grandes tronos.

O local todo parecia reluzir de tão polido que estava. No teto tecidos vermelhos e dourados pendiam e entrelaçavam-se nas cores de Okami. Lindos lustres de cristal iluminavam o local e dava um ar de riqueza e glamour aos que visitavam o castelo pela primeira vez, tinham certeza de que não podia haver na terra lugar mais belo e refinado. Atrás da mesa principal  imensas cortinas vermelhas da mais pura seda desciam pesada e glamourosamente, ornamentando ainda mais o local. Ao lado da escada que haviam acabado de descer estava a enorme mesa onde se encontrava toda a família real, que agora era bem grande, contando também com os reis dos reinos unidos de Quimera.

Assim que pararam viraram-se para o local onde Oliver e a família já estavam sentados. O alpha fez reverência ao rei juntamente com os príncipes, e se virando para o povo anunciou.

- Povo de Okami, vizinhos, amigos e aliados, tenho a honra de apresentar a vocês, os príncipes do reino dos lobos. – Mais não houve saudações e uivos de alegria como o esperado.

As pessoas olhavam umas para as outras confusas e espantadas, ninguém sabia ao certo o que fazer ou como agir, esperavam duas crianças totalmente diferentes. Antes que a situação se prolongasse mais e Luna ficasse ainda mais constrangida Christopher tomou a palavra.

- Sei o que todos devem estar pensando, nossos filhos eram crianças menores, mas temos algo para contar a todos. – Disse e chamou os maridos para ficarem ao seu lado.

- Bem, acredito que todos se recordam da guerra que tivemos há alguns meses, onde nosso castelo fora invadido pelo deus jaguar, esse que foi derrotado por um dos meus filhos. – Disse orgulhoso olhando para Lucca que enrubesceu.

- Esse maldito não satisfeito com toda a maldade que fez, lançou uma maldição sobre meus filhos menores e assim que completaram idade, os príncipes cresceram seis anos em um dia. – Fora Mike que concluiu com lágrimas nos olhos.

O burburinho foi enorme, ninguém parecia acreditar no que estavam ouvindo, alguns já começavam a lançar olhares de pena para os príncipes, mais Laurence não permitiria que constrangessem seus filhos em um dia tão especial.

- Mais garanto  a todos que não há razão para se preocuparem, eles já foram examinados, cuidados e receberam algumas memórias  necessárias. Quanto aos gêmeos, no tempo certo passarão por tudo isso. – Garantiu e as coisas pareceram se acalmarem um pouco.

- Falo em nome de toda minha família quando digo que tudo está bem, e que agora só nos resta festejar. – Chris concluiu e ouviu Oliver gritar.

- Viva a Luna! Viva a Shíon! Longa vida aos príncipes. – Todos acompanharam o rei em seu brinde e a música voltou a tocar.

- Pronta para sua primeira valsa? – Chris perguntou a Luna lhe oferecendo a mão, enquanto Shíon dançava com a avó.

- Sim. – A garota estava mais calma.

Como era de costume, a aniversariante deveria dançar com seu pai, e como a menina tinha três, depois de Chris, vinheram Mike e Laurence. A festa estava belíssima e as danças se tornavam cada vez mais melodiosas e ritmadas. Depois de seus pais, fora a vez dos outros homens de sua família, seus irmãos e cunhados. Assim como Shíon teve que dançar com suas primas.

A princesa loba estava exausta depois de toda aquela dança, a festa ainda estava no começo mas ela precisava de um pouco de descanso, assim sentou-se em um sofá em um dos cantos do enorme salão. Àquela altura ninguém mais se encontrava em seus lugares reservados, uns bailavam, outros comiam ou conversavam já espalhados por toda parte. Assim a lobinha se sentou dando um pouco de alívio aos pés e comendo um pouco.

- Sei que deve estar cansada com toda essa dança. Mais achei que poderia guardar uma para mim. – Tyler disse se aproximando.

Ele acompanhava cada passo que Luna dava, e assim que a garota se sentou mais afastada da vista super protetora do pai ele aproveitou para cumprimenta-la.

- Oh sim, seria uma honra. Dei-me apenas uns minutos para descansar. - Disse sorridente e fazendo menção para que o rapaz se sentasse ao seu lado.

- Está ainda mais encantadora do que  nunca. Vermelho lhe caiu bem. -Disse tentando ser galante, apesar de sentir as pernas fracas.

- Obrigada. – Disse sem jeito, era difícil controlar a respiração em momentos como aquele.

Luna reparou que o rapaz desviou um pouco os olhos para seu pescoço e ficou ainda mais envergonhada.

- Desculpe –me por não estar usando o colar que me deu, ou teria que explicar quem e quando o recebi. E isso denunciaria o fato de que entraste em meu quarto escondido. – Sorriu de lado e Tyler se envergonhou tanto pelo seu ato inconsequente, quanto pela beleza da menina que o constrangia.

- Sim, desculpe-me mais uma vez por aquilo. Poderá aproveitar que recebeu muitos presentes e dizer que ganhou de qualquer um.

- Nunca faria isso. – Disse séria e por alguns segundos se perderam em olhares, e antes que alguém desconfiasse Luna reagiu.

- Estou pronta para a dança. – Sorriu e logo recebeu a mão do outro e foram ao meio do salão para bailar.

Christopher olhava tudo aquilo de longe, sua raiva começava a crescer, não tinha nada contra Tyler, era um bom garoto até onde sabia, trabalhador e esforçado e o fato dele não ser nobre não lhe importunava. O que lhe deixava louco era a aproximação dele de sua pequena filha. Fez menção de levantar e foi impedido por duas mãos.

- Não vai a lugar algum. Não se atreva a estragar a noite dela. – Mike disse ameaçador.

- Só estão dançando Chris. – Laurence completou.

O alpha ia protestar mas desistiu, sabia que os maridos tinham razão no final das contas.

Enquanto isso, Luna se perdia em cada movimento, os pés que marcavam cada passo, as mãos firmes que seguravam sua cintura e seu braço e lhe conduzia em uma linda valsa. O olhar do rapaz sem dúvida era o que mais lhe prendia.

- És bela princesa. – Confidenciou ao girá-la em seus braços como o passo da valsa pedia.

O mundo tinha parado ao redor de Luna, sempre tinha lido em seus livros de romance, como a mocinha ficava boba admirando o galã, quando tinha oito anos, achava isso bobo e chato, agora ela entendia perfeitamente.

- Devo me preocupar com o fato de seu pai está olhando furioso na minha direção? Sabe acho que a qualquer momento ele virá arrancar minha pele. – O rapaz disse brincalhão, mas realmente preocupado.

Luna então se lembrou de que havia pessoas ao seu redor e ao olhar para o pai, viu que esse respirava fundo com cara de poucos amigos olhando o coiote.

- Acho que o papai Mike o segura. – Tentou descontrair.

- E seu irmão? Quem o segura, se o rei consorte acabou de sair, provavelmente para alimentar Sophia? – Tyler era realmente observador.

E Luna bufou de raiva ao ver seu irmão também enciumado e se levantando como se fosse a sua direção. Não permitiria que aqueles turrões atrapalhassem seu grande dia, então teve uma ideia.

- Me espere no pátio, estarei lá em breve. – Disse e encerrou a dança, fazendo uma reverência ao segurar a barra do vestido.

O rapaz assentiu e saiu, antes parou um pouco em uma mesa comendo algo, apenas para que não notassem para onde ia, Luna agradeceu por ele ser tão esperto. A menina então foi ao encontro de seu outro irmão, passando por Oliver sem lhe dizer nada, mas com um olhar ameaçador.

- Me daria à honra de sua companhia Lucca? – Perguntou enquanto Lucca conversava animadamente com o esposo e Erick. – Se me permitires Henry. – Pediu formal.

- Claro que sim, até porque o dia é seu. – Henry brincou.

- Já volto querido, guarde um pouco de pernil para mim. –Beijou rapidamente os lábios do outro.

Lucca ofereceu o braço à menina e saíram caminhando, Luna tinha um sorriso no rosto que o coelho sabia muito bem o que era, e agora depois dela grande, estava incrivelmente parecida com a mãe quando ia aprontar alguma coisa sem o rei saber. Lucca mais uma vez sentiu saudade da tia naquela noite.

- O que vai aprontar? – Perguntou parando em uma mesa comendo um generoso pedaço de peru, estava faminto naquela noite.

- Nada, apenas gostaria da companhia de meu irmão. – Disse marota.

- Sei, não acredito que é da minha companhia que sente falta. – Brincou.

- O Oliver e o papai estavam zangados por eu dançar com o Tyler, mas a conversa estava tão boa. – Fez biquinho e Lucca sabia que não poderia negar nada que ela pedisse naquele momento.

- E você quer que eu te leve até ele, para que nenhum dos ciumentos perceba. – Entendeu o plano da menina.

- Sim. Prometo que serei breve. – Sorriu sabendo que tinha conseguido o que queria.

- Certo. Apenas nada de saliências. – Advertiu.

- Credo, falou igual à vovó. – Fez careta.

- Convivência. – Deu de ombros e caíram na gargalhada.

Assim caminharam lentamente em direção à sacada, tomando sucos e comendo frutas, a muito o rei e o alpha tinham desviado os olhares. Assim que chegaram, Lucca olhou para baixo e viu o rapaz andar de um lado a outro meio nervoso.

- Desça por essa escada, estarei te esperando aqui na sacada. – Apontou para a escada do lado esquerdo, que ficava mais oculta do grande salão.

A menina beijou-lhe o rosto e desceu. Lucca avisou que qualquer coisa a chamaria.

- Demorei? – Perguntou assim que chegou perto do rapaz que estava de costas e acabou por levar um pequeno susto.

- Não, mais a minha ansiedade me atormentou. – Foi sincero. – Gostaria de dar um pequeno passeio? – Ofereceu o braço e a princesa aceitou.

Caminharam pelo jardim que estava vazio apesar de tanta gente no castelo. Conversaram amenidades, deram algumas risadas e se sentaram perto de uma fonte de água.

- Olhe, ali está o fotógrafo humano que meu pai contratou. Vamos tirar aquela foto para o colar. – Luna apontou para o homem que estava tirando a foto de um casal, próximo ao jardim.

Antes que o rapaz pudesse dizer algo, Luna se levantou e o puxou indo em direção ao homem.

- Boa noite. Gostaríamos de uma foto. – Disse ansiosa, e só agora percebendo que estava de mãos dadas ao rapaz por tê-lo puxado do banco, mas de forma nenhuma soltou.

- Claro que sim querida princesa. – Fez a reverência. – Onde gostaria?

- Ali na fonte, a luz da lua reflete ainda mais a beleza dela. – Tyler disse galante.

Encaminharam-se para o local desejado, e nenhum dos dois sabia muito bem como ficar, estavam envergonhados. O fotógrafo pediu para que se aproximassem mais, e não sabiam se podiam se tocar ou não. Um pouco antes de o homem clicar no botão, Tyler tomou uma coragem que ele não sabe bem de onde veio, e beijou a princesa no rosto, registrando assim a foto.

Após o beijo rápido e assustado, se separaram e o homem garantiu que aquela foto não seria entregue na mão do alpha como as outras e sim à própria princesa que agradeceu aliviada.

Um olhava para o outro de tão envergonhados que estavam, não tinha sido nada demais, sabiam que pessoas até mais nova do que eles, faziam muito mais do que aquilo, mais para eles era um passo grande, ainda mais para a menina que não estava familiarizada com tudo aquilo. Quando Tyler pareceu que iria falar algo, Luna ouviu Lucca chamar e precisou se despedir. Antes reuniu forças e beijou o rosto do rapaz, saindo correndo imediatamente. Tyler sorriu bobo alisando o próprio rosto.

................................

Apesar de estar com um sorriso estampado no rosto desde que chegaram a festa, Hanna sabia que Fenrir não estava bem, parecia distante, preocupado, e com certeza tinha a ver com seu sumiço naquela manhã. Há algum tempo que o jovem deus estava morando no castelo com ela, tinha deixado a família, e nunca disse a rainha o porque, Hanna procurava respeitar isso. A coiote sabia que todos têm seus segredos, inclusive ela e mesmo amando-o não o forçaria. Sendo assim usou uma pequena desculpa de que precisava conversar com Ravena, uma prima distante, apenas para deixá-lo sozinho com os próprios pensamentos, já que parecia que ele precisava disso.

Fenrir beijou o rosto da rainha, bem perto de sua boca, e se despediu dela. Mesmo não querendo sua mente voltou para as cenas daquela manhã, como se passasse tudo novamente como em um filme.

“ Havia sido convocado mais uma vez por sua família, tinha dado algumas desculpas, mas não teve escapatória a não ser ir falar com seus pais, que não estavam nada contentes com suas escolhas.

- Sim pais? Gostaria de avisar que não disponho de muito tempo, pois tenho um baile para ir hoje. – Disse descontraído, enquanto se jogava no imenso sofá de sua antiga casa.

Mesmo os deuses sendo ligados a natureza e vivendo a grande parte do tempo em suas formas não corpóreas, tinham lares, grandes mansões situadas entre a terra e os céus, bem acima da grande floresta central. E Fenrir agora se encontrava na mansão que havia crescido, a casa dos deuses vento e mar, seus pais.

- Hora, sai de casa, não é capaz de fazer uma única visita, e quando é obrigado a vim, ainda tem coragem de dizer que está com pressa. Céus, onde foi que erramos Sea. – Heaven disse de forma teatral.

- Oh, não sejas dramático papai. Sabe que os amo, apenas tenho minha própria vida, e finalmente fiz o que deveria ter feito a décadas, sair de casa, como minhas irmãs fizeram antes de mim. – Se explicou, comendo um pedaço de queijo que havia surgido em uma banquinha ao lado do sofá.

- Suas irmãs casaram e mesmo assim vêm nos visitar com frequência. – Argumentou.

- Também estou em uma espécie de casamento, somente que minha pequena não gosta de tanta formalidade. – Disse apaixonado.

Heaven bufou, não adiantaria prosseguir a conversa por aquele viés, então permitiu que o marido tomasse o rumo do diálogo.

- Filho, te chamamos aqui hoje para lhe dar uma ótima notícia. Algo que esperas há décadas. – Tinha um enorme sorriso, e os olhos brilhavam mais do que quando o sol iluminava suas águas.

- E o que seria isso pai? – Alguma coisa dentro de Fenrir o alertou de que não seria algo fácil de lhe dar.

- Finalmente os deuses concordaram e vão lhe dar o posto de deus elementar.- Terminou a frase com um sorriso ainda maior e Heaven dava pulinhos comemorando a conquista do filho.

O primeiro instinto de Fenrir foi pular do sofá cheio de alegria, era um desejo antigo seu, e o ver se concretizar era divino. Mais então sua mente brilhou e lembrou-se de algo. Se aceitasse aquela proposta, significaria que nunca mais poderia tomar sua forma humana perante seres humanos normais ou shifter’ s comuns, isso significaria que não poderia mais estar com sua amada Hanna, ou com a família dela que havia se tornado a sua também. Então ele entendeu o porque daquilo.

- Isso foi planejado não foi? – Bradou.

- O que está dizendo? – Sea perguntou como se fosse realmente inocente.

- Vocês.- Apontou para os dois como se tivesse sido traído e era realmente assim que se sentia. – Planejaram e com certeza convenceram os outros deuses para me promoverem apenas para que eu deixe Hanna. – Estava raivoso.

- Não seja tolo. Mortal nenhum vale a grande honra que te espera filho. – Sea era impetuoso e isso só irritava ainda mais  Fenrir que tinha o mesmo gênio do pai.

- Isso não é o senhor que decide papai. Quando vão entender que a amo de verdade? Que somos felizes. – Tentava a todo custo convencer os pais disso, mas cada vez parecia mais difícil de isso acontecer.

- Sabe que nunca seremos iguais a eles filho. Esse relacionamento está fadado ao fracasso, sei que dói ouvir isso mas é a verdade. – Heaven tentava dizer de forma mais branda a fim de acalmar o filho e lhe pôr um pouco de juízo naquela cabeça dura.

- Já pensastes que nunca poderá construir uma família de verdade com ela? Que não poderão ter filhos? – Sea pontuou.

Fenrir se espantou, só então aquilo tinha passado por sua mente. Ele até poderia ter filhos com Hanna, mas isso custaria mais do que ele estava disposto a cobrar da bela rainha.

- Não importa. E talvez eu esteja disposto a arcar com a responsabilidade de ter uma família com ela. Quem me impediria disso? – Provocou, mesmo sabendo que isso seria a última coisa que faria.

- Não ousaria a fazer tamanha loucura Fenrir. Eu mesmo lhe exilaria. Iria fazer companhia a seu primo Dark na outra dimensão. – Sea bradou tempestuoso e com certeza em alguma parte do mundo houve um grande Tsunami.

- Sea, não diga tamanha tolice. – Heaven rebateu, indo abraçar o filho que parecia em choque pela notícia que o pai tinha dado.

- E o que prefere? Que ele dê um filho  aquela mortal? Que ele a transforme em uma de nós? – O deus mar estava descontrolado e sua fúria era capaz de destruir um mundo inteiro.

- Não se preocupe pai, não faria isso. Não por achar que ela não mereça ser uma de nós, apenas porque os deuses não merecem ter Hanna entre eles. – Fenrir disse determinado, e já ia sair dali quando ramos retorcidos e amarronzados começaram a crescer entre o chão e a parede, e isso só podia indicar a presença de uma certa pessoa.

- Tia, com sua licença já estava de saída. – Fenrir saudou Clay e se despediu tudo ao mesmo tempo, tentando evitar aproximação com ela, estava magoado com tudo que ela andava fazendo.

- Olá querido, a quanto tempo não o vejo. Mas se não se importar gostaria de que ficasse mais um pouco, tenho algo a lhe falar. – A mulher disse com olhar penetrante sentando-se no sofá que a pouco instantes Fenrir estava.

- Desculpe-me mas estou atrasado.

- Mas o que tenho a dizer é de seu interesse. Ou melhor do interesse do povo que agora defende como seu. – Soltou como uma serpente venenosa.

Fenrir nada disse, apenas esperou o que a mulher tinha para lhe dizer, a cada momento estava cultivando uma raiva e desprezo por sua família que não era nada bom.

- Estive pensando, acho que está na hora de parar com a minha vingança contra os reinos de Quimera. – Disse tão calmamente como se falasse sobre a cor da parede.

Fenrir se espantou e não pôde negar sua alegria, mais um arrepio passou por seu corpo, algo lhe dizia que aquilo custaria mais alto do que estava disposto a pagar.

- E o que fez a senhora mudar de ideia tia? – Perguntou tentando arrancar a verdade da mulher.

- Isso não importa, apenas que decidi fazer isso. Mais preciso de algo em troca.

- Mas é claro que sim, parece que já virou característica dos deuses sempre querer algo em troca para se fazer o bem. – Disse olhando magoado para os pais. – O que seria isso?

- Nada demais. Apenas preciso ter uma conversa com a menina turquesa, e acho que você seria uma ótima pessoa para ajudá-lo a chegar até mim. Mas é claro que ele não deve saber que eu o quero aqui. – Revelou e Fenrir temeu ainda mais.

- O que queres com Lucca? Não o trarei a cova do leão. – Defendeu, tinha adotado todos da família de Hanna como sendo sua família também, e os defenderia.

- Vejo que já se tornou íntimo deles, e isso é bom. Garanto que não é nada demais. E para saber que minhas palavras são verdadeiras, digo que não o farei mal.

- Isso se ele sobreviver a todas as provas que deverá passar até chegar a ti. – Fenrir completou.

A mulher deu de ombros. Até era permitido aos mortais irem a floresta central, mas muitas armadilhas e provas os esperavam e ninguém tinha conseguido passá-las até então.

- Se ele é tão poderoso como dizem, não terá dificuldade. E para ver o tamanho de minha bondade, digo que ele pode trazer seus amigos para ajudar, e tenho um homem de confiança entre eles que pode os guiar, já que como deus você não o pode fazer.

- Então para que precisas de mim? -  O lobo gostava cada vez menos daquela conversa.

- Apenas para que faças com que entendam que tudo isso é obra minha, e que tenham a sede de me procurar para apaziguar a situação. – A mulher tinha um tom frio que não condizia com a mãe de todas as coisas, a escuridão havia feito morada em seu coração.

- E o que acontece se eu me recusar? – Ele precisava saber todas as alternativas que tinha.

- Bem, as coisas só tendem a piorar. E a prova disso é o que está acontecendo nesse momento no reino dos lobos brancos. – Disse e mostrou uma pequena esfera que tinha nas mãos.

As altas montanhas que eram cobertas de neve o ano inteiro, estavam derretendo e alagando as cidades ao redor. Os moradores estavam desesperados e sem lugar para morar.

Fenrir não disse mais nada, apenas assentiu e saiu da presença de sua família, que apenas estava o decepcionando cada vez mais.”

Após as lembranças ele continuava sem saber o que fazer. Ao ver a princesa dos lobos brancos ali naquela noite, tinha apenas a certeza de que nada estava bem. Ele tinha um grande dilema nas mãos, por seus amigos e amada em risco ou deixar que o povo que havia criado padecesse nas mãos da louca de sua tia. Ser um deus lobo não era nada fácil, ainda mais quando se estava perdidamente apaixonado por uma mortal.









 


Notas Finais


Lupina: OI genteee!!
Eai, todos pegaram as bombas que foram lançadas? rsrs espero que não tenha nenhum atingido rsrs Foi lançada mais uma das grandes bombas dessa temporada, então fique ligados quando ela vai explodir rsrs cabummm!!!
Queremos saber o que estão achando, e podemos dizer que as emoções estão apenas começando. Vamos balançar essa fic rsrs
UM cheiro


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