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História Entre Sentimentos e Engrenagens - 4% - Loading...


Escrita por: naruto898

Notas do Autor


Voltamos! Demorou um pouco, mas veio!
Acho que ficou legal? Não sei, não acho que está totalmente bom, mas... Capítulo grande... shaahhausshahas
Boa leitura!

Capítulo 4 - 4% - Loading...


Fanfic / Fanfiction Entre Sentimentos e Engrenagens - 4% - Loading...

Jimin acordara com leves lambidas em seu rosto, o que o fez rir com a cócegas que os bigodinhos faziam em seu nariz. Gargalhou, segurando o corpinho pequeno e fofo em seus braços e o afastando de si para que pudesse sentar.

— Ah! Keom-Keomi! — Proferiu divertido, passando a mão por todo rosto e limpando a baba que continha ali — Bom dia garotão — Fez um carinho rápido, coçando os olhos para afastar o sono e a visão embaçada. — Que horas são agora, uh?  — Olhou para os lados, tentando achar o celular naquele, quase, breu. Tateou, tocando o criado-mudo frio e finalmente encontrando o aparelho. Depois de ser brevemente ofuscado pela luz forte, teve noção do horário — Ah, não!

Levantou-se rapidamente, tropeçando nas cobertas em direção ao banheiro. Havia acordado um pouco mais tarde, nem ao menos ouvira o despertador programado no horário. Não poderia chegar atrasado bem no seu segundo dia, não mesmo! Entrou no banheiro rapidamente, acendendo a luz e olhando o reflexo no espelho. Fez um careta ao ter noção de como seus cabelos estavam desarrumados, abrindo a torneira rapidamente para molhar o rosto e enxugar de qualquer jeito.

Pegou as mesmas roupas que usara ontem, saindo pulando ao calçar os sapatos e procurar todo o que precisava. Passou um perfume qualquer, correndo até a cozinha e então colocando uma pequena poção de comida para seu amigo. Andou de costas para trás, checando se havia pegado tudo e não ter esquecido nada, abrindo a porta rapidamente.

— Tchau Keom-Keomi! — Gritou fechando a porta em um estrondo, ecoando pelo corredor vazio naquele horário. Encolheu-se um pouco com o barulho que fizera, pedindo desculpas mentalmente para seus vizinhos que havia perturbado com o barulho.

Apertou o botão do elevador afoitamente, batendo o pé continuamente no chão, quase optando por descer as escadas mesmo. Assim que chegara, entrou na cabine diretamente para o terraço, clamando para que ninguém mais quisesse entrar no local. Chegou ao destino, correndo mais uma vez e desviando das pessoas que iam trabalhar, desculpando-se.

— Aonde vai com tenta pressa, Senhor Park? — O porteiro indagou sorridente, vendo o garoto virar para si e dar de ombros.

— Trabalhar! — Gritou, sorrindo de modo simpático. O homem apenas balançou a cabeça para os lados.

— Esses jovens... — Sussurrou, sorrindo.

Exaltado, atravessou a rua de modo ilegal assim que vira sua carona em direção a si. Sabia que o próximo ônibus chegaria apenas trinta minutos depois, e não tinha mais tempo. Esquivou dos carros estacionados, dando sinal de frente ao transporte enquanto tentava chegar à calçada. Suspirou aliviado ao ver que o motorista estacionava logo ao lado, soltando aquele jato de ar quente tão característico.

— Obrigado — Proferiu cansado quando entrou, vendo o motorista acenar de forma positiva para si com a cabeça.

Pagou, passando pela catraca e por fim largando-se na cadeira mais próxima, fechando os olhos. Abanou-se com a própria camisa, sentindo como seu peito estava pesado por causa da faltar de ar em seus pulmões. Incomodava-se com o suor quente em sua pele, passando a mão sobre a testa e tirando o excesso. Teria que agradecer ao seu cachorro por tê-lo acordado, mesmo que alguns minutos depois. Apoiou a cabeça no encosto, relaxando os músculos, respirando profundamente.

Abriu os olhos, encarando a janela e a rua movimentada, mesmo em plena manhã. Perdeu-se um pouco naquela paisagem, seu reflexo atrapalhando um pouco a visão. Acordou de seus devaneios ao lembrar-se que tinha que sair assim que o ônibus estacionou no ponto, levando-se prontamente e caminhando para os fundos, saindo aos pulinhos sobre as pequenas escadas assim que a porta abrira. Olhou para os lados, andando calmo pela calçada, logo passando a mão sobre a barriga, sentindo como seu estomago roncava por não ter se alimentando com um bom café da manhã. Bateu a mão contra sua própria testa, repreendendo-se por não ter pegado nem um pão ou uma fruta.

Havia ficado sem jantar, e agora nem ao menos tomou café. Muito bem Park Jimin, Muito bem.

Resmungou, atravessando as ruas e rezando para que o instituto tivesse alguma lanchonete ou pelo menos uma máquina de café. Andou mais um pouco, notando um cheiro delicioso assim que notou uma confeitaria. Cessou os passos, encarando aqueles pequenos Cupcakes bem feitos e pedaços de bolos lindo e recheados, sem contar os chocolates mais simples. Retirou rapidamente a carteira do bolso, conferindo se tinha dinheiro para tal coisa.

Bingo!Pelo menos algo estava a seu favor.

Entrou na pequena loja ouvindo o tilintar do sininho. Tudo ali tinha um cheiro tão bom, caseiro e acolhedor. Sabendo que não tinha muito tempo, aproximou-se da balconista.

— Olá! — A moça sorriu simpática — O que deseja?

— Ah... — Olhou acima de sua cabeça, notando um grande cardápio na parede logo atrás. Avaliou estreitando os olhos para aquelas letras bem escritas — Eu quero um chocolate quente e um Cupcake de chocolate, por favor... Para viajem — Encarou-a sorrindo, vendo como assentia com um manejar da cabeça — E rápido, digamos que estou atrasado — A mulher riu, virando-se e entrando em uma pequena sala.

Bateu o pé continuamente no chão, encarando o relógio em seu celular em cinco em cinco segundos, inquieto. Suspirou ao ver a moça voltar com um copo tampado em suas mãos, onde um vapor agradável escapava dali, e na outra uma linda sacola com uma caixa delicada dentro. Informou o preço, pagando logo em seguida e saindo apressado com um “obrigado”. Apressou o passo, deliciando-se com o chocolate feito recentemente, quente e doce na medida certa.

Finalmente pode descansar ao ver a porta de vidro do instituto, sorrindo por ter conseguido chegar a tempo. Em cima da hora, mas a tempo. Estava pronto para entrar quando notara um pequeno banco de madeira em um, também pequeno, Jardim. Sentou-se ali, sentindo uma brisa gostosa tocar sua pele e retirar toda aquela quentura que percorria seu corpo. Colocou a guloseima ali, apoiando-se aconchegado no encosto. Voltou a olhar o horário, vendo que faltava menos de cinco minutos. Como já estava lá, não se preocupou. Apenas abriu a pequena caixinha, salivando ao ver aquele bolinho bem decorado e aparentemente gostoso. Deu uma mordida, soltando som de satisfação.

Porém parou ao ver que não havia trago nada para JK-00. Sentiu-se triste, pois mesmo que ele não comesse, poderia saber como era um desses. Na verdade, não havia trago nada para que pudesse conhecer melhor. Suspirou, guardando a metade do doce na caixinha e terminando de beber seu achocolatado. Levantou-se, retirando a franja em frente a seus olhos assim que o vento novamente soprara, jogando o copo no lixo ao lado.

Estava pronto para ir, passando as mãos sobre o pano da calça, checando se não havia deixado nada em cima do banco. Olhou para os lados, virando-se prontamente e assustando-se ao dar de cara com um carrinho que passava logo atrás de si, levado por uma senhora.

— Ah! Desculpe-me! — Curvou-se, envergonhado — Aish! Estou tão atrapalhado hoje. — Resmungou, passando a mão pelas madeixas rosa do cabelo.

— Oh, não há problema meu jovem — A mulher de idade sorriu, arrumando a postura do carrinho.

— Me perdoe mesmo! — Estava preocupado, pois a mulher era mais velha que si e não queria faltar-lhe respeito — Como eu posso compensar?

— Eu já disse que está tudo bem! — Gargalhou, ajeitando o pequeno chapéu em sua cabeça — Mas já que insiste... Poderia levar uma de minhas flores. — Propôs, e só agora Jimin percebera aquele amontoado de flores diversas.

Ah, estava muito distraído mesmo para não ter percebido aquilo.

— Ah, claro! — Tomou a carteira entre as mãos de forma afobada — Quanto devo por uma?

— Ah, não, não — A senhora negou, o que fez o Park franzi o cenho — Eu não as vendo. Eu as presenteio... — Sorriu — Qual é sua cor favorita?

— Preto...

— Ah, preto é uma cor muito escura, não combina com a delicadeza das flores. — Negou sutilmente.

— E azul. Sim, eu gosto de azul. — Sorriu simpático, vendo como a mulherzinha de estatura baixa radiava brilho no olhar nesse momento.

— Ah! Então tenho a flor certa para você... — Inseriu as mãos por entre aquele amontoado — Ou melhor, a rosa certa para você.

— Rosa? Mas... — Travou ao ver o que aquela senhora havia tirado de seus arranjos. Uma linda rosa de coloração azul. Tão delicada, mas ao mesmo tempo tão forte e radiante. A boca se abriu de admiração e surpresa. — É... É... —Apontou para a flor, incrédulo.

— Sim, é uma rosa azul —Gargalhou com a reação do mais novo — E muito especial.

— Mas... Mas como...? — Desesperou-se quando a planta fora depositada em suas mãos, com medo de que ela espatifasse.

— Eu tenho os meus dons — Piscou, empurrando o carrinho de flores — Aproveite-a!

Jimin apenas encarava estático, alternando o olhar entre a rosa azul e a mulher que agora ficava cada vez mais longe. Aproximou o rosto, analisando cuidadosamente.

— Uma... Rosa... Azul — Estava atônico. Aquilo existia? Como havia feito isso?

Balançou levemente a cabeça para os lados, saindo de seus devaneios. Arrumou a planta com delicadeza em seus braços, com uma vontade estranha de mostrá-la para todos. Estava tão admirado, parecia que olhar para ela dava-o energia.

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Caminhou a passos rápidos para o seu destino, protegendo a pequena rosa do vento mediano. Assim que entrou, não encontrou nada mais e nada menos que várias pessoas andando daqui para lá, e de lá para cá. Apressadas, atarefadas e sem tempo para nada, totalmente concentradas. Desviou das pessoas tomando cuidado para não esbarrar em alguém, erguendo um pouco a cabeça, tentando ver sua frente e ao redor, procurando algo.  Nem ao menos sabia onde era exatamente a sala do seu, agora, amigo robô e só se tocara quando encontrou-se perdido novamente.

Mas, poxa, pelo menos aquele cientista deveria tentar encontrá-lo também, não é? Afinal, o guia aqui é ele e ao menos deveria estar esperando-o na recepção.

Suspirou, saindo daquela multidão, procurando a placa onde o levaria para o ala de robótica. Seus tênis deslizavam pelo chão liso, causando um som estridente. Mesmo já estando no local e no horário, seu corpo era tomado por afobação. Estava animado, podia sentir isso assim que ouvia seu coração bater acelerado e como a inquietação dominava-o. Como se seu interior sussurrasse “Chegue logo, encontre-o logo... Vá mais rápido!” e o motivasse.

Parou de frente a grande porta restrita, dando alguns passos para frente e tocando-a de leve. Olhou para os lados, conferindo se ninguém o olhava e pudesse acabar pegando-o no flagrante, já que nem permissão tinha ainda para acessar aquele local. Certo de estar seguro entrou de forma rápida, quase sendo acertado por um jovem que passava com algumas peças de metal. Mesmo que já conhecesse e já tivesse visto tudo aquilo, não o impediu de encarar com admiração mais uma vez e quantas fosse até ficar satisfeito.

O que talvez nunca acontecerá;

Sorriu olhando os pequenos projetos. Ah, tudo ali era tão... Vivo, literalmente falando. Havia desde pequenos carrinhos e drones a, o que o deixava mais encantado, pequenos robôs. Não chegava a ser um projeto do nível que  Kim Namjoon chegara, não chegavam nem perto do robô denominado JK-00, mas eram encantadores. E era incrível como não se limitavam em homanoides, arriscando em tentar construir um animal mecânico ou um mitológico.

— OI! — Assustou-se, virando rapidamente para trás. Por que as pessoas daquele lugar tinham a mania de abordar os outros de forma repentina e logo atrás? — Ah, me desculpe, eu assustei você?

Jimin ficou encarando a garota a sua frente, piscando algumas vezes sem entender o motivo de ter o abordado. Só depois, quando a mesma lhe sorrira, percebeu que era a mesma menina que quase o acertara com uma caixa. Relaxou os ombros, encarando seus pés e comprovando sua teoria: Os mesmos patins continuavam ali.

— Hm, Tudo bem? — Ela envergou-se para frente, analisando o rosto do garoto, este que abria e fechava a boca como se repensasse as palavras.

— Sim, quero dizer... — Limpou o suor de sua mão livre no pano da calça, olhando para os lados. O sorriso dela aumentou, deslizando com os patins em volta de si, observando-o por completo e deixando um toque desconfortável se apossar de si sob aquele olhar.

— Nunca vi você por aqui. Novato? — Indagou, parando novamente à frente. Viu como o rosado concordava com o manejo da cabeça — Então... Você não deveria estar aqui, certo? — Arriscou, vendo como os músculos tencionaram — Relaxa! Eu não vou dedurá-lo. — Sorriu mais um pouco, entendendo a mão — Sou Lisa. — Apresentou-se. Jimin apenas encarou a mão entendida para si, logo a apertando, meio receoso.

— Jimin, Park Jimin — Dissera, soltando-se do aperto.

— Prazer Jimin — Fechou os olhos com uma risada. Ela demonstrava ser uma ótima amiga. Talvez soubesse e pudesse ter a gentileza de dizer onde era a sala que tanto procurava.  — Bom, Se não trabalha com projetos avançados, deve estar procurando alguém, não?

— Sim! — Dissera rápido, se contendo logo depois — Você poderia me dizer onde fica o laboratório do Kim Namjoon?

— Oh, Kim Namjoon? — Indagou, parecendo surpresa e admirada.

— Sim... — Pensou um pouco. Poderia ser estranho estar procurando alguém sem nenhum motivo aparente, logo se apressando em dizer: — Ele é meu guia.

— Cara, você tem sorte! — Exclamou, entreabrindo os lábios de surpresa. Jimin sorriu com o jeito da garota. — Bom, eu posso te levar até lá! Siga-me! —Rolou os patins, saindo em dispara a frente, deixando o Park Incrédulo. Ela iria mesmo fazê-lo correr atrás de si?

— Ei! Espera! — Gritou, correndo logo atrás, mas com cuidado para não machucar a rosa repousada em seu braço esquerdo. Às vezes alternava o olhar entre ela e a tal de lisa, certificando-se se estava bem. Sentia-se cansado, não fizera nada mais além de correr e dar pequenas pausas.

Depois de soltar palavras de indignação e tentar não perde-la de vista, finalmente esta parou ao lado de uma porta, virando-se para si e sorrindo. Viu como o garoto a alcançava com dificuldade, arfante, parando na hora e então se apoiando nos joelhos para que conseguisse controlar a respiração ofegante.

— Isso... —Pausou, engolindo em seco —...Foi sacagem. —Completou, ouvindo-a gargalhar.

— Ah, não seja mal agradecido — Brincou — Foi divertido.

— Só se for para você! —Retrucou, mirando-a. — Faz isso sempre com a pessoas?

— A maioria — Respondera com um sorriso ladino, tratando de movimentar-se novamente — Eu já vou indo, tenho trabalhos para terminar... Como patins foguetes! — Gritou, correndo o mais rápido que podia, deslizando de forma ágil por entre as pessoas, como se fizesse aquilo há anos.

— Eu ouvi... Patins foguetes? — indagou para si mesmo, boquiaberto. Resolveu ignorar aquilo, até porque era normal esse tipo de coisa naquele lugar.

Encarou a porta ao lado, escrito A-20. Ah, era só aquela garota ter dito isso!Mas ela fez questão de torturá-lo. Bufou, erguendo-se novamente. Franziu o cenho ao perceber que parecia estar vazio, pois as luzes estavam apagadas como aquele breu atrás dos vidros da janela demonstrava. Achara estranho, percebendo que não havia encontrado Namjoon em lugar nenhum e nem ao menos ele fora esperá-lo. E do jeito que JK-00 é, deveria estar por ai admirando e tentando tocar em tudo.

Mas tudo era tão... Vazio. Será que estavam juntos?

Tocou de leve a maçaneta, que nem trancada estava, ouvindo um leve rangido vindo da mesma. Depositou apenas a cabeça para dentro, conferindo o local. Como suspeitava, estava tudo escuro. Arqueou a sobrancelha, terminando de abrir a porta e então entrando, tomando cuidado aonde pisava e no que esbarrava. Tentou se locomover, vendo os grandes telões de computadores jorrarem dados para todos os lados e iluminar um pouco o local.

— Olá? —Sussurrou, entrando mais um pouco — Namjoon? JK-00? — Era obvio que não estavam ali, mas teimava em continuar a procurar por um ser que fosse.

Girou o corpo, olhando ao redor, notando um dos computadores demonstrava um aviso na tela, que veria se não tivesse notado também uma forte coloração azul tomar parte de seu corpo. Avaliou com cautela, vendo como tomava-o quase por inteiro. Levantou o braço, observando aquilo na sua pele e automaticamente seu olhar seguiu para frente, levantando-o cada vez mais até achar a fonte. Estreitou os olhos, tentando ver melhor o que aquela luz iluminava, sentindo certo medo se apossar de si ao perceber uma silhueta, tirando o maximo de coragem que ainda restava em si para se aproximar com passos cautelosos.

Sua respiração travou e seus olhos dilataram ao se dar conta do que era.

— J-JK?! — Indagou, tentando entender o estado imóvel do garoto. Largou as coisas sob uma mesa qualquer e bagunçada, correndo para encontrar um interruptor de luz e comprovar o que estava vendo. E, assim que as luzes se acenderam, sentiu todo o ar de seus pulmões se esvaziarem.

Era realmente ele, ali, imóvel.

— JK-00! — Gritou, correndo ao seu encontro, analisando-o por inteiro, sem saber onde tocar ou se poderia tocar, tentando reorganizar seus pensamentos e entender tudo aquilo.

A adrenalina tomava-o por inteiro, tanto que seu tórax mexia-se de forma pesada, nítida e rápida, demonstrando como estava afetado. Sentia como perdia mais ar do deveria.

Estava com medo, um medo que não sabia o porquê de tê-lo nesse momento.

Movimentou os braços, seus olhos correndo por todo o corpo, mas sem realmente prestar atenção em algo, de modo rápido e desesperado. Aproximou à destra, tentando tocar no rosto, mas hesitando para então segurar os braços e sentir a pele sintética.

— Acalma-se! — Repreendeu-se, respirando fundo. — JK!...  —Chamou, balançando seus braços, ou tentando, pois era muito pesado. Analisou o corpo robô novamente, notando os fios que se ligavam a ele. Franziu o cenho, tocando-os de forma leve e sentindo o quão quentes estavam, o que o fez se afastar rapidamente. — O que diabo é isso? — Murmurou.

Mas não teve muito tempo para pensar quando um dos computadores fizera um som, chamando sua atenção. Na tela uma mensagem piscava rapidamente, grandes letras com um fundo vermelho. Estreitou os olhos, aproximou-se e então leu: “Bateria carregada. Por favor, desconecte para não ocorrer uma sobrecarga.”

Os olhos arregalaram-se. Voltou ao encontro do robô, tocando-o novamente, desesperando-se quando sentiu o próprio ficar quente. Quanto tempo havia ficado conectado? Precisa acordá-lo urgentemente. Segurou os pequenos fios que forneciam energia, puxando-os o mais forte que conseguia, gritando ao sentir ser eletrocutado. Recuou, segurando o braço, percebendo o quão firmes estavam. Olhou para os lados, ignorando a sensação ruim de seus braços, resolvendo tentar algo nos dados do computador. Porém tudo o que via eram dados, códigos e mais dados processando de modo rápido e impossível de se entender. Observou os teclados, confuso, com medo de que tocasse em algo e piorasse a situação.

Que merda. Socou a mesa, cerrando os punhos e contraindo o maxilar.

— Ahhhhg! —Gritou frustrado, indo novamente em direção ao seu amigo, respirando fundo e preparando-se para os choques futuros. Segurou de forma firme novamente os fios, puxando com toda a força, fechando os olhos em um aperto quando sentiu a carga apossar de seus braços e correr em suas veias. Resistiu à dor e ao seu instinto de perigo que o dizia para parar, mais especificamente o seu medo. —Vamos! Acorde! — Gritou, com um pouco de esperançar ao ver que havia desconectado um pouco os fios do corpo — Coelhinho! —Berrou, soltando o local com um grito, caindo de joelhos ao sentir suas mãos tremerem e tremularem, quase paralisadas. Estava suado, ofegante... Desesperado.

[Modo de descanso desativado — Reiniciando — 100%]

— Jimin? — Ouviu a voz conhecida chamar-lhe. O garoto levantou o rosto rapidamente, encarando o autor da voz.

Só assim percebeu que os fios desconectavam sozinhos, a luz azul apagava-se e o robô abria os olhos lentamente, com o mesmo processo de foco. Analisar, pupilas contraindo e voltando, focadas em si.

— Jimin! — Sorriu quando conseguira ver perfeitamente — Por que está sentado no chão?

— Você... Acordou. —Sussurrou, encarando-o. Os dois se encaravam, e JK-00 demonstrava confusão em seu olhar.  — Você... —Mordeu o lábio, se levantando de maneira rápida e ágil, subindo naquela cama de ferro e tomando o robô em seus braços. —Você me assustou! — Gritou, apertando-o cada vez mais forte contra si, enquanto o outro se encontrava imóvel, sem entender.

[Ato de abraçar — Demonstração de afeto e carinho — Que se é importante]

JK-00 sorriu, enlaçando a cintura do Park, puxando-o mais contra si e então apoiando a cabeça em seu ombro. Fechou os olhos, sentindo como o corpo do rosado movimentava-se de um jeito que não entendia o porquê disso.

[Ato do corpo humano ao se respirar de forma forte e ofegante.]

Queria poder sentir o calor do seu corpo. Ou a textura de suas roupas... — O ar de Jimin falhou, sentindo aperto em sua cintura aumentar — Ou os batimentos do seu coração — Sussurrou afundando o rosto na curvatura do pescoço, deixando Jimin sem reação, apenas permitindo que o silêncio falasse por ele. —Eu estou te machucando? —Indagou preocupado com sua força, pois ter o rosado em seus braços era a mesma coisa que segurar uma porcelana se for comparar a si.

O Park apenas negou com a cabeça.

— Não — Sussurrou, sentindo seu peito apertar com aquelas palavras ditas com aquele, praticamente, desabafo do robô. —Está perfeito.    

— Sério? — Indagou, tentando não se animar demais e acabar destruindo toda a sua concentração para não esmagar o garoto, este que desfez o abraço lentamente, sorrindo sem mostrar os dentes — Fiz algo de errado?

— Não... — Sorriu mais um pouco — Abraços não duram para sempre. Poderiam... Mas não duram. — Desceu do local, vendo JK-00 fazer o mesmo de forma cautelosa, concentrando-se para não tropeçar nos próprios pés. — Onde está Namjoon?

— Ah, o meu criador? — Indagou, postando-se de frente ao Park — Eu não o vejo desde ontem.

— Onde ele está? Deveria vim aqui e vê-lo, não é? — Indagou, achando um tanto irresponsável da parte do mais velho — Ele simplesmente largou você.

— Mas eu deveria saber desconectar sozinho... — Murmurou, brincando com a barra da camisa, encarando o local com um olhar baixo.

— Mesmo assim! — Estava ficando nervoso — Ele deveria ter vindo ver você! E provavelmente não veio por que você deve ter passado a noite toda assim para dar sobrecarga. —As bochechas da máquina ficaram rubras.

— Ele deve estar ocupado — Explicou, o que fez Jimin bufar com a insistência de querer proteger aquele cientista — Eu fui programado para conseguir agir por conta própria. Não deveria causar tanto problema apenas em desligar o carregamento — Dissera tristonho, aumentando o bico nos lábios.

— Ah, está bem! — Suspirou, rendendo-se — Não quero discutir com você, está bem?

— Acho que sim — Levantou o olhar, encarando-o.

— Nosso objetivo é criar memórias... — Caminhou até a mesa onde largara suas coisas, pegando a sacola — E felizes e divertidas.

— O... O que é isto? — O robô simplesmente ignorara tudo o que fora dito, curioso com que o Park carregava. Seus olhos expressivos demonstravam curiosidade.

— Ah, isso? — Levantou a sacola, vendo o outro assentir frenético com a cabeça — É um Cupcake que comprei antes de vim para cá.

— Um... Cupcake? — Indagou, perdendo a cabeça para o lado.

— Sim... Um pequeno bolinho. — Explicou, gesticulando o tamanho com as mãos.

— Ah! —Os olhos brilharam, achando aquilo muito legal e aparentemente fofo — Posso ver?!

— Infelizmente está na metade — Murmurou com um muxoxo —Eu queria mostrar algo legal para você de lá fora, não um bolinho pela metade — Suspirou, agora deixando que um bico formasse em seus próprios lábios.

— Ah... — JK-00 parecia um pouco triste agora. Estava tão animado para ver como as coisas eram fora daquele local. — Tudo bem.

[Desapontamento — Sentimento de tristeza]

Jimin sentiu-se mal ao ver a expressão triste, praguejando por não se lembrar-se do robô na correria.

— Ah, Jiminnie! — Cortou aquele silencio inesperadamente resultando em um leve susto do outro, mostrando-se mais animado — Sabe o que descobri ontem, depois que você foi embora?! — Novamente parecia que iria sair aos pulinhos, tamanha era a animação. O Park sorriu com aquilo, mesmo achando que aquele ser tinha uma grande crise de bipolaridade, por deus, seu humor mudava constantemente.

— O que?

— As luzinhas que tem na minha bateria são azuis! — Revelou de forma animada — Eu tenho a sua cor favorita!

— Azuis? — Indagou, lembrando-se e por fim gargalhando de leve, não hesitando ao esconder seus lábios com a mão — É verdade, um azul bem bonito por acaso. — Achou adorável quando as bochechas gordinhas ficaram ainda mais avermelhadas com seu elogio. Encarou-o por alguns segundos, com uma leve sensação de que estava se esquecendo de algo, até um estalo fazer presença em sua memória — Azul! —Exclamou.

Virou-se de forma rápida, vasculhando sobre a mesa e sob ela, tentando achar à rosa que a senhora simpática havia o presenteado. Rodou todo o local, enquanto o robô apena o observava, tentando entender que tipo de brincadeira o outro estava fazendo.

— Onde ela foi parar? — Balbuciou, olhando debaixo das mesas — Espera... —Checou dentro da sacola — Achei!

— O que está fazendo? — JK-00 indagou, arqueando as sobrancelhas.

— Olhe, JK-00! — Dissera, aproximando-se com a flor na mão. — Veja isso! — Parou a frente, entendendo a planta de frente ao rosto. A máquina encarou a delicada rosa, ficando encantando, além de ser a primeira coisa que virá fora daquele instituto.

— É linda. — Sorriu grandioso e de forma doce.

— Sim... Isso é uma rosa — Explicou, pegando delicadamente as mãos do robô, posicionando em forma de conchinha para depositá-la ali.

— Mas é azul! — Exclamou, franzindo o cenho — Rosas não são azuis. De acordo com meus dados só existe a branca, vermelha e a própria cor rosa.

— Por isso ela é especial. — Sorriu. — Vamos, não tenha medo. Pode tocá-la.

O robô mordeu o lábio inferior, retirando delicadamente a destra debaixo da rosa, pegando-a entre os dedos de uma forma bem lenta e então aproximando mais ainda de seu rosto. Seus lábios entreabertos e o jeito como seus olhos brilhavam dava um aspecto fofo, sem contar o sorrisinho que aumentava e revelava seus dentinhos. Girou entre seus dedos lentamente, admirando-a por completo, imaginando quanto mais coisas como estas poderiam existir fora de seus aposentos. Deslizou levemente a ponta dos dedos por suas pétalas azuladas, mesmo não sentindo a maciez e como tinha uma superfície tão lisa, seus dados indicavam que era assim.

— Queria senti-la... — Sussurrou, mirando-a com uma concentração assustadora. — Senti-la de verdade. — Aproximou o rosto no local, fechando os olhos — Ou sentir o odor que elas transmitem.

Porém essa alegria se dissipou quando uma única pétala caiu, pousando na palma de sua mão de forma graciosa. Nesse momento seu rosto fora tomado por uma expressão de confusão e tristeza, e todo aquele brilho em seu olhar havia se apagado.

— Ah, Não, Não... — Proferiu desesperado, pegando a pequena parte que caíra, tentando “curá-la” de novo.

— O que foi, coelhinho? — Jimin indagou confuso. 

— Eu a machuquei, Jiminnie! — Choramingou, aproximando-a do seu rosto e acariciando com sua bochecha — Eu devo ter usado muita força — Proferiu, tristonho — Me desculpe pequena rosa.

O Park apenas ficou encarando aquela cena, encarando o jeito meigo e inocente do robô, sentindo seu peito esquentar ao ver tanta ingenuidade. Sorriu levemente, aproximou-se e então segurou as mãos do JK-00 com as próprias, retirando-as do rosto e então encarando a pequena rosa.

— Rosas são assim JK... — Murmurou, enquanto o mesmo continuava na mesma situação, trazendo novamente seu bico nos lábios — São delicadas. Qualquer movimento pode despedaçá-las. Não importa o quão carinhoso você seja... — Passou levemente os dedos sobre, e novamente uma parte caíra — Delicadas e graciosas.

— Delicada?... Igual a você?

Jimin perdera todas as palavras, perdera todos os pensamentos ao ouvir aquela fala. Sentiu como seu rosto começou a ficar quente, fervendo, corando de forma absurda enquanto seus olhos iam se arregalando. Mesmo que morresse de vergonha, continuara na mesma posição e sem desfazer a troca de olhares que havia se formado, demorando alguns segundos até cair na realidade e afastasse do humanoide, escondendo o rosto com as mãos.

— N-Não diga isso! — Reclamou, sentindo como seu peito batucava acelerado por causa de seu coração.

JK-00 não entendia o que tinha feito para deixá-lo naquele estado, inclinando a cabeça para o lado. Para si, Park Jimin era uma pequena rosa que, se não tomasse cuidado, poderia despedaçar em seus braços, pois passava um aspecto tão frágil. Humanos eram tão frágeis.

Depois de alguns segundos, finalmente Jimin tomou coragem para olhar o robô por entre os dedos, retirando as mãos do rosto lentamente, sentindo-se mais calmo e que suas bochechas “esfriaram” novamente. Os olhares se encontraram, e o rosado tratou de desviar desconfortável ao saber que o outro havia o encarando todo esse tempo.

— Me desculpe se o coloquei em uma situação desconfortável. — Curvou-se como sinal de desculpas, tomando cuidado pra não derrubar a rosa.

— Tudo bem — Sorriu sincero, deixando que seus olhos se fechassem. JK-00 soltou um som de admiração ao ver a peculiaridade daquele sorriso — Afinal ser comparado com uma rosa não é ao todo ruim.

— Sabe Jiminnie... — Sussurrou, aproximando-se e então entregando a flor para si — Acho que também tenho uma cor favorita — Encarou o rosto.

— Tem? — Indagou — Qual?

— Vermelho!

—Mas... Por quê? — Não entendia como ele havia escolhido tão rápido e de repente.

— Porque carmesim fica bonito em você — Sorriu-lhe — E sempre vai me lembrar você.

Demorou um tempo para que o envergonhado Park Jimin entendesse o que ele estava querendo dizer, voltando a corar dos pés a cabeça e esconder seu rosto novamente, virando-se de costas.

— Aigoo!


Notas Finais


E mais um capítulo chega ao Fim!! Vocês estão gostando, povinho?


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