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História Entre serpentes e leões - Dramione - Capítulo 12: O Lord não é misericordioso


Escrita por: anarossi

Capítulo 12 - Capítulo 12: O Lord não é misericordioso


A suntuosa Mansão Malfoy se fez presente no momento em que Draco firmou os pés no chão e soltou bruscamente o braço de Severus Snape. Sua boca se virou minimamente em desgosto ao se lembrar do porque ele estava ali, o que com certeza aconteceria naquela noite o fez suspirar antes de recolocar a máscara fria da indiferença e caminhar por entre o jardim elegantemente verde tão conhecido. Quando passou pela porta de madeira maciça negra cravejada de esmeraldas, sentiu a frieza já conhecida do lobby da casa que ele se sentiu desconfortável, o vazio e o silêncio o fazia pensar na morte.  Os passos no mármore negro ecoava pelo enorme salão principal que estavam embebido na escuridão, a pouca iluminação vinha da lareira que crepitava no final da enorme sala de decoração clássica, com o estilo sofisticado dos Malfoy.

Snape caminhava silenciosamente ao seu lado e só parou quando Draco abriu a enorme porta da sala de reuniões de seu pai, onde um terço dos Comensais da Morte se encontravam perfeitamente alinhados em suas posições de acordo com a hierarquia que ocupavam. A cadeira do lado direito de Lord Voldemort estava vazia, assim como a sua própria ao lado de seu pai e a de sua mãe, que sempre estava vazia nas reuniões, uma vez que ela não era uma Comensal como todos os outros ali.

Quando os olhos vermelhos do Lord fitaram os seus, ele quase os revirou. Voldemort sempre tentava atingir a mente dele para obter informações sobre seus planos para sua missão de Hogwarts. Logo que seu pai foi para Azkaban ele passou por uma semana de tortura com o Lord tentando invadir a sua mente para ter acesso ao que seu pai e suas ambições o que fez com que o homem ofídico tivesse um ataque de fúria diante do poder da oclumência que Draco exercia. E ali estava ele sentindo novamente a pressão em sua mente só por olhar aqueles olhos em fenda, o que sempre fazia Voldemort estreitar os olhos antes de dar sua atenção a outras coisas.

Logo o loiro se sentou ao lado de seu pai, que mantinha uma postura tão ereta e fria que poderia ser confundido com uma das estatuas que ladeavam a parte norte da mansão. O olhar de Lucius encontrou com os de Draco por breves segundos antes de voltar para a frente, o homem mais velho estava elegantemente arrumado com composições de roupas pretas de couro e uma capa de veludo, os cabelo longos e platinados eram presos para trás com um emblema da Casa Malfoy. Draco estava quase tão elegante quanto ele, trajando uma blusa preta de cola alta e um blazer preto sobreposto a calça jeans da mesma cor, o que fazia sua pele parecer ainda mais pálida.

 — Aqui estamos mais uma vez, meus Comensais. — a voz fria e sem emoção de Voldemort ecoou pelo cômodo. — Antes de mais nada quero parabenizar a Avery pelo excelente trabalho com o Primeiro Ministro trouxa. Logo, poderemos ordenar uma equipe para tomar a ministério trouxa e ter total influência sobre ele.

Os demais Comensais gritaram e uivaram diante daquela noticia, fazendo com que o mestre desse um sorriso sem emoção antes de passar os olhos pela sala e silenciar todos eles.

— McNair conseguiu um acordo com os gigantes e eles também estão do nosso lado. Tivemos mais uma daquelas excursões do excêntrico guardião das chaves de Hogwarts, Hagrid, até a terra deles. Mas acredito que Dumbledore não ficou muito satisfeito com a resposta que ele levou de volta para casa. — ele disse, olhando para Severus ao seu lado, que balançou a cabeça levemente.

Lord Voldemort, encarou Lucius e Draco por um minuto antes de se dirigir a eles. Novamente Draco quis revirar os olhos, ele não aguentava mais todo aquele teatro.

— Devo admitir que estou surpreso com a sua movimentação silenciosa dentro do Ministério, Lucius. Temos uma grande influência dentro de várias redes e câmeras de justiças por causa de sua ação. — o loiro soltou um agradecimento ao Lord, que sorriu para ele. — Devo dizer que se continuarmos assim, até o final do ano teremos o Ministério e Hogwarts em nossas mãos. O que me faz lembrar da missão que passei a você, Draco. 

Os olhos vermelhos de Voldemort fitaram os cinzas de Draco Malfoy, que soltou um pigarro antes de responder o seu mestre.

— Estou trabalhando em uma forma de nossos comensais conseguir invadir o castelo sem a necessidade de desfazer os feitiços de proteção.

O homem pareceu ponderar aquela informação por um segundo. Ele encarou o vazio e se voltou para o menino ali sentado.

— Você tem demorado muito para cumprir sua missão, Draco. Eu espero que não esteja sendo distraído por nada e nem ninguém. — o aviso estava na voz fria do homem, o que fez o loiro travar o maxilar.

— Não á nenhuma distração Milord.

— Eu espero pelo seu bem que não haja, Malfoy. Eu não tolero pessoas fracas ao meu lado, não tolero erros e falhas. E vocês, Malfoy,  foram os que mais erraram e falharam comigo no último ano. — a sua voz suavizou antes de retomar a fala.

Draco Malfoy apenas engoliu em seco e assentiu para o homem a sua frente.

O Lord acenou para um comensal que estava parado de pé, quase que imóvel ao lado de uma porta que dava para o sótão da casa, fazendo com que ele abrisse a porta. O seu coração quase saiu pela boca quando ele viu a mãe sendo praticamente carregada por dois Comensais que ele não conhecia. Narcisa, a poderosa Narcisa Malfoy, estava devastada; os cabelos sempre tão bem arrumados, roupas alinhadas e a postura ereta, estavam em estados precários; sua pele estava mais clara e dava para ver o quão magra estava. Seus olhos estavam ainda mais sem vida e seu rosto macilento estava manchado de sujeira, ela estava em um estado deploravelmente miserável.

O loiro estava para se levantar da cadeira quando as mãos frias de seu pai encontraram com as dele como um aviso silencioso. Aquilo era uma armadilha, Lord Voldemort os estava testando, provocando, procurando uma forma para acabar com a tão aclamada Família Malfoy e ali, um passo em falso seria a sentença de morte deles.

— Eis aqui, Narcisa Malfoy. — ele anunciou, triunfante. — Eu não aceito falhas Draco, o Lord não é misericordioso.

E ao dizer aquilo a mãe foi jogada no chão de forma brusca antes do mestre lançar nela a Maldição Cruciatus, fazendo com que ela se contorcesse no frio chão de mármore aos seus pés, fazendo com que todos ficassem imóveis a olhando e temendo ser o próximo.

— Draco. — o Lord chamou, depois do que pareceu ser horas depois. — É a sua vez.

Draco encarou o homem, como se não entendesse o que havia acabado de ouvir e depois dirigiu os olhos para seu pai que balançou a cabeça minimamente para o filho, e então Draco soube o que estava acontecendo ali. O que acontecia todos os dias naquela maldita e ordinária casa, Voldemort estava fazendo Lucius Malfoy torturar Narcisa como uma forma de punição e agora era a sua vez. Porque se eles não fizessem, a punição seria a morte. E com aqueles pensamentos ele caminhou lentamente até onde a mãe estava deitada, tão imóvel, tão fria que por um momento ele imaginou que ela estivesse morta.

— Draco ....

Ela murmurou, sua voz falhando. Ela abriu os olhos minimamente, encarando-o e uma lágrima escorreu para o chão quando ele empunhou a varinha para ela.

— Crucio.

.

Os gritos de Narcisa ainda ecoava em sua mente, fazendo com que ele se encolhesse. Naquele momento tudo o que ele menos queria era ter ido para casa, voltado para aquele lugar do qual passara odiar tanto. Ele nunca pode imaginar na vida que Hogwarts poderia se tornar sua verdadeira casa, o único lugar em que gostaria de fato estar.

Quando subiu as escadas das masmorras para o Salão Principal, quase estuporou metade das pessoas que atravessavam seu caminho o encarando e outros fugindo de suas vistas. Os Comensais da Morte haviam reivindicado um ataque a uma vila bruxa que resultou em várias mortes e estupros naquela tarde sob o comando de seu pai, o que fizera com que metade da escola o olhasse de maneira diferente quando ele chegara no início da noite.

Ele podia sentir a acusação e medo saindo dos poros de todas aquelas pessoas medíocres a sua frente, o olhar de julgamento estava estampado em suas faces, como se qualquer pessoa pudesse acusa-lo ou julga-lo de alguma coisa. Ele era Draco Malfoy, era o julgador e não o julgado.

Logo que pisou no Salão Principal ele sentiu o ar tomar seus conta de seus pulmões de maneira diferente. As vozes abaixaram quando ele passou pelos corredores entre as mesas, e os cochichos tomaram conta das conversas enquanto ele passava, revirou os olhos para aquilo, cansado. Mas suas mãos tremeram e sentiu o ar travar em seus pulmões quando seus olhos passou pela mesa da Grifinória, e ele quase parou no momento em que seus olhos se detiveram nos olhos castanhos brilhantes de Hermione Granger, havia alguma coisa de diferente neles enquanto o encarava.

Antes mesmo que pudesse calcular deu as costas para a salão, tomando um caminho diferente e viu Hermione Granger tomando a sua direção, quase que flutuando na frente de toda a escola, sem nenhum pudor, sem se importar com as cabeças giradas em suas direções e com as pessoas que com certeza correriam atrás deles para saber o que estava acontecendo.

— O que aconteceu com você? — ela perguntou, assim que chegou próximo o suficiente dele.

Ele deu de ombros, encarando-a friamente.

— Nada demais, Granger.

Ele estranhou quando sua voz saiu fria, rouca e sem vida. E ele pode sentir o momento que o som chegou até a morena a sua frente, fazendo com que ela recuasse.

— O que eles fizeram com você? — ela perguntou, fazendo com que sorrisse internamente. É claro que Hermione Granger saberia onde ele estaria depois de desaparecer de Hogwarts por dois dias inteiros, ela sabia tudo.

— Ninguém fez nada comigo, Hermione. — ele disse. — Eu não preciso da sua preocupação.

Aquilo de fato a atingiu e ele tomou o ar.

— Qual é o seu problema, Malfoy?

Ele deu de ombros novamente, fazendo com que ela se irritasse.

— O único problema aqui tem sido a sua inconveniência, Granger.

O pescoço da morena tomou uma cor avermelhada que subiu para as suas bochechas.

— Draco....

— Chega, Hermione! Você foi bastante útil para mim, mas agora não necessito de nada mais que venha de você.  — ele sorriu. — Lembre-se que eu sou Draco Malfoy, e não me envolvo com sangue-ruim. Deveria saber disso.

Eles se encararam silenciosamente e ele andou em direção a ela tomando de suas mãos o livro da Família Malfoy, que ela vivia carregando consigo antes de virar as costas para a grifana e todas as outras pessoas que os encaravam surpresos. Com uma última olhada sobre os ombros ele pode ver Hermione o encarando, e algo havia quebrado naqueles olhos castanhos.

Hermione estava quebrada, assim como ele próprio. Ele não sofreria sozinho.


Notas Finais


Então aqui estamos, atualizei a história até ela estar no mesmo nível que está no NYAH FANFICTION e de agora em diante os capítulos serão postados mensalmente. Espero que gostem e que acompanhem, beijinhos!


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