História Entre Vampiros e Lobisomens - A que ponto cheguei ?

Quando acordo, vejo que estou sozinha no quarto.Percebo que não tomei todo o meu chocolate quente, a essa hora ele já esfriou.

Estávamos quase entrando no inverno e isso me deixava contente, eu adorava o inverno por mais que não pareça, lá na aldeia eu e Aiyra íamos direto ver as colinas de neve que se formavam e ficávamos por lá o dia inteiro. Ainda estou meio receosa por causa da "minha tia", ela não quis confessar para o Victor e muito menos pra mim.

Desci as escadas, estavam cada um em seu canto, não é de se surpreender que ninguém veio para a mesa do café, somente Victor estava lá, preparando ovos mexidos com uma pequena garrafa de água do lado. Ele logo nota  a minha presença.

-Olá linda, dormiu bem ?- Ele vem por trás me abraçando e beijando meu pescoço, eu apenas dou um sorriso e uma curta risada.-Preparei seu café da manhã.

-Obrigada. Hoje ninguém vem comer ?

-Bom, não é sempre que eles vêm...-Eu sabia disso, convivia com isso todos os dias e sempre que todos se juntam parece ser algo inacreditável-Aqui quem ainda tem a necessidade de comer é só mesmo você.

-Entendo.

-Posso te perguntar uma coisa ?

-Pode sim...

-O que o Alec disse pra você aquele dia que todos nós se juntamos pra comer ?

-Oh, isso, ele só disse que não queria me matar que eu podia comer tranquila.

-Todo esse mistério só pra isso ?

-S-Sim. Victor, por que ele consegue fazer isso.

-Isso o quê ?

-Ler pensamentos e fazer as pessoas não ouvir a sua conversa se ele quiser.

-Oh, bom, as vezes nós vampiros adquirimos alguns poderes ao longo do tempo, mas não é tão simples assim, você precisar sentir algo forte o suficiente para que aquele sentimento domine todo o seu corpo, você precisa perder a sua consciência.

-Os demais daqui têm esses poderes ?

-Não, só o Alec mesmo sofreu o suficiente para poder conseguir ter.

-Seria mal eu perguntar o que aconteceu ?-Ele dá uma pequena risada.

-Não...A gente ainda era novo nessa coisa de vampiro, ele meio que se apaixonou por uma mulher, naquela época todos nós éramos unidos e Alec era o mais aberto entre nós, mas essa mulher acabou ficando grávida dele e ele finalmente pensava que poderia ter uma família, mas acabou acontecendo que ela morreu e o bebê morreu junto. Alec sofreu demais ao ponto de agora conseguir ouvir pensamentos e bloquear a audição das pessoas.

-Nossa...

-Mas ele já superou, hoje ele nem quer mais saber sobre isso.

-Vampiros conseguem engravidar ?

-É mais difícil, mas sim, conseguem, por quê ?

-Curiosidade.

Assim que acabo de comer, vou indo pra fora de casa me transformar e correr um pouco.

Durante o percurso que vou correndo eu acabo trombando com outro lobo que vinha na minha direção, ele era negro com olhos um de cada cor, um castanho e o outro vermelho, tinha uma falha no local do abdômen, uma cicatriz marcava com força o lugar. Por fim nós dois voltamos ao normal e quando percebo em quem trombei, fico impressionada em saber que é a minha tia.

-Desculpe, eu não a vi.

-Não tem prolema, espera, você é a que me chamou outro dia não foi ?

-Sim...

-Eu preciso ir.

-Espera!

Ela já tinha se transformado e estava voltando mais uma vez a correr, eu então fui até a aldeia em um caminho mais demorado mas que ela não suspeitaria que eu estaria seguindo ela.

Percebo que ela entra dentro da casa dos meus pais, ela estava no quarto da minha mãe onde minha mãe dormia na cama, na cabeceira da cama havia um copo com água, minha tia acaba por despejar um líquido transparente, o copo com a água começa a borbulhar mas logo para. Onde ela está querendo chegar ? Acho que ela nota a minha presença e logo olha pela janela onde eu tento me esconder o máximo possível.

-O que faz ?

-Eu que te pergunto, o que você colocou na bebida da minha mãe ?

-Não te interessa, que eu saiba você foi expulsa daqui não é mesmo ? O que faz aqui, seria uma pena se seu pai descobrisse.

-Não fuja da minha pergunta!

-Quer saber então o que eu estou fazendo com a sua mãe ? Eu estou a matando! Sim a matando,  sua mãe roubou TUDO o que era pra ser meu, uma vida, uma família, uma chance de ser feliz, acha mesmo que seu pai na primeira vez escolheu a sua mãe ? Não, ele ME escolheu tudo pra depois ele me largar e ficar com sua mãe, você e a sua irmã nunca era pra ter nascido, vocês só estragaram ainda mais a minha chance de ser feliz.-Ela da uma pausa e olha pra minha barriga, logo esboça um sorriso- Você já deve saber como é ter alguém que vive por você, foi assim com os seus pais, um vivia pro outro e eu fui largada, jogava fora-Ela continua olhando para a minha barriga-Deve ser legal você ter alguém que você vai carregar ela pra sempre no seu coração, ter uma família.

-Mas isso não é motivo pra você querer matar a minha mãe!- Eu logo percebo que o copo com o líquido ainda tava lá, saio correndo abrir a janela e pegar ele mas ela me impede.-Me solta!-A jogo numa árvore fazendo ela gemer de dor, vou até o copo e o pego jogando toda a água fora.

-Ninguém vai acreditar em você, você é a traidora aqui da aldeia, acha mesmo que alguém vai te ajudar ?

-Isso não é verdade.

-Vamos ver então-Ela sorri e logo começa a gritar socorro, várias outras pessoas que passavam perto da casa dos meus pais vem seguir onde os gritos vinham.

-Você está louca!

-Você não viu nada ainda-Ela sorri, que sorriso horrível, puro ódio e malvadeza. Meus pais logo chegam no lugar e se surpreende ao me ver.

-O que faz aqui ?

-Ela tentou me matar!

-O que ?-Ela estava mesmo jogando tudo pra cima de mim, ela pega o copo e dá para meu pai cheirar.

-É veneno, ela queria que eu bebesse dele.

-Filha ?-Minha mãe estava com os olhos cheios de lágrimas.-M-Mas por quê ? Ela é minha irmã.

-Mãe por favor acredite em mim, é mentira, tudo que ela está dizendo, por favor acredita!

-Deixei bem claro que era pra você ir embora, o que veio fazer aqui ?

-Ela está mentindo pra todos vocês, vocês estão sendo enganados. 

-Basta! Levem-na daqui!

-O q-que ?-Fui pega em cada lado do meu braço, não acredito que isso esteja acontecendo, eu estou sendo levada pra masmorra daqui, aqui ponto cheguei ? Eles me trocaram por ela.

O meu Deus a que ponto cheguei ?