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História Ephemeral - Capítulo Único


Escrita por: azwlado

Notas do Autor


Minha primeira fanfic, literalmente. Bom, meu negócio mesmo é poema e eu já tinha vontade de escrever/descrever algo deste gênero, e só aumentou mais quando eu li a fanfic ''Cárdio''.
Peguem leve comigo, eu juro que tentei. Perdão os erros, ainda não revisei com calma.
Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Ephemeral - Capítulo Único

Ela achava que o destino tinha sido injusto.

Achava que a vida poderia ter sido melhor.

Achava que seu amor não deveria sofrer tanto.

Ela achava muitas e muitas coisas, porém não tinha como voltar atrás. Não quando estavam voando em uma velocidade de 120Km/h na estrada de terra pisada, não quando sua garota estava ao seu lado cantando uma música do The 1975. E era sua banda favorita. A banda que, quando adolescente, fazia seu peito explodir em enorme agitação ao escutá-la, assim como uma latina fez com ela.

Fez seu peito explodir em um emaranhado de sentimentos que, antes irreconhecíveis tornaram-se reais. Tão reais quanto aquela situação em que estavam, tão reais quanto a felicidade que não sentia desde a morte de toda sua família. Ela tinha a ajudado naquele tempo, mas não precisavam falar daquilo para saber o quão marcante tinha sido para as duas.

O interior do carro chacoalhava de acordo com a música, não pela letra, mas pelo modo de como ela cantava. Mesmo que a música fosse repleta de um tom melancólico, ela tornava tudo mais feliz.

‘’ But I like to think you hear me sometimes.

Mas eu gosto de pensar que você me ouve, às vezes. ‘’

E enquanto ela olhava de soslaio para a latina ao lado, ela apreciava o sorriso caloroso e o modo como ela remexia a cabeça. Os lábios rosados eram preenchidos perfeitamente e faziam a combinação perfeita com os olhos castanhos

Elas tinham fugido, saíram escondidas ás 02:30 da madrugada de uma segunda-feira. Tinham pegado somente o necessário, o resto deixariam para trás. Família, amigos, escola. Nada importava agora que elas tinham uma a outra, tinham a mais perfeita monomania.

A estrada começara ficar curvilínea demais, os buracos aumentaram e os caminhos mudavam constantemente. O sorriso no seu rosto diminuía, mas não o suficiente para se deixar abalar. A latina tinha percebido, mas apenas pousou sua mão sobre a coxa da mais velha. Palavras não eram necessárias para que elas conseguissem se entender, na verdade, nunca foram.

Em um instante o carro voava, e no outro ele se debatia em uma dança irreversível de encontro com a morte. E ironicamente, ela pôde ver todos os acontecimentos em câmera lenta. As roupas flutuaram ao redor, e ela viu o horror no rosto da garota ao lado, as pupilas dilataram-se como uma flor que desabrocha depois de um inverno que congelou tudo ao redor, mas naquele momento, o que a congelava era o medo e a dor.

Dor, dor era o seu medo. Mas não em si, na sua namorada, sua noiva, sua esposa. O terço com a pequena cruz já saltava para fora do carro, ao lado os vidros se estilhaçavam e pareciam estarem voando como pássaros. E naquele momento um breve arrependimento invadiu sua mente, mas ela não tinha mais tempo para raciocinar, pois se antes estava vendo tudo, no outro presenciou o carro capotar inúmeras vezes por um barranco e cair em um rio.

A água começara a invadir o carro com uma força grotesca, o forçando a ir cada vez mais fundo.

Horror.

Sentia suas costelas clamando por ajuda, metade do retrovisor estava afundado em seu rosto, o cinto a prendia na cadeira e ela se via sem forças para fazer algo, resolvendo assim deixar a morte terminar o seu trabalho. E enquanto remexia sua cabeça de dor, viu sua garota boiar fora do carro, em um estado deplorável. Soltou-se rapidamente, e com a perna rasgando em um pedaço de ferro se lançou para fora.

Precisava salvá-la, precisava devolver a vida que tinha tirado da sua latina. Afinal, tinha sido ideia sua fugir, não tinha? Puxou-a para si, e em ligeiras pernadas ( a maioria sem sucesso) conseguiu ver um rastro de luz da lua sob a água. Empurrou-a para cima, o corpo pesava e já sentia a água encher seus pulmões.

Três minutos. Três minutos foram o suficiente para observar a sua garota voltar ao fundo novamente, não haveria salvação. Seu corpo encostou-se ao chão, ao lado do carro submerso. O lago, antes azul, agora tinha uma nova cor. Vermelho. E enquanto o vermelho se espalhava, ela sentia algo dentro de si estourar. Observou pela última vez o amor da sua vida vindo de encontro a si, aproveitou para decorar cada traço de seu rosto pela última vez.

Enquanto seus olhos perdiam o foco, ela observou algo em sua direção.

O terço novamente, o corpo de Jesus na cruz, todo o sofrimento expressado em seu corpo, em sua expressão. Antes de fechar os olhos, ela pensou sobre como Jesus era impiedoso com ela, por tirar tudo o que tinha em dois segundos.

O corpo de Camila chocou-se contra o dela.

E ela pôde, depois de tanta dor, fechar os olhos.


Notas Finais


Gostaria de agradecer pela leitura, e perdão pela escrita. Se possível, comentem suas opiniões :)


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