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História Equalize (Romance Gay) - I Had To Do This


Escrita por: Arcms

Capítulo 20 - I Had To Do This


Fanfic / Fanfiction Equalize (Romance Gay) - I Had To Do This

O calor do momento era intenso. Um avião. 4 pessoas. Eu estava muito nervoso, não havia escapatória, o que nós faríamos contra aquele homem que havia entrado no avião da Vitória? O que poderíamos fazer?

Enquanto eu levantava o Oscar segurava minha mão, não vi seu rosto mas senti as lágrimas escorrendo pelo rosto dele. Vitória parecia estar hipnotizada pelo choque. 

Olhei nos olhos azuis claros do homem e vi aquele brilho nos olhos dele que parecia da minha filha, um brilho único que eu só sentia nela. Mas a partir daquele momento eu passei á sentir naquele rapaz.

O mundo estava girando lentamente em torno de mim, enquanto eu olhava o desespero do meu marido e da Vi. 

Foi com um grito dele que minha realidade veio á tona.

- SENTA AÍ, SEU DESGRAÇADO. - Ele falou apontando a arma para mim.

Olhei para trás e vi o corpo do piloto. Ou melhor, o piloto. De longe pude observar que ele estava apenas desacordado e aquilo me deu um alívio. Mas eu preferi deixar isso em silêncio para mim naquele momento, não queria uma tragédia. 

Me aproximei do meliante, cada vez mais perto, até a mão do Oscar soltar a minha.

- O-o quê... o que você tá fazendo? - O criminoso falou assustado com minha ação.

Olhei profundamente nos olhos dele e falei:

- Você tem bondade consigo.

- Do que você tá falando? - Ele falou suando de nervosísmo.

De repente pressenti algo e resolvi arriscar minhas palavras. Algo que senti desde que o Hélio Costa me disse.

- Você... não precisa fazer isso pelo seu pai. - Falei olhando naqueles olhos de uma criança abandonada que ele tinha.

Ele hesitou abaixando a arma e me olhando como se sentisse que eu o salvaria. Me aproximei cada vez mais dele, já podia sentir o calor do seu corpo.

Foi quando eu o abracei.

- O que você tá fazendo? TÁ LOUCO? - Ele falou assustado e voltando a apontar a arma para mim.

- Você pode me dizer seu nome? - Falei ignorando completamente a arma apontada para mim e o desespero de quem estava comigo.

- Hã? - Ele perguntou confuso.

- Seu nome. - Repeti.

- P-pouco importa meu nome! Você vai estar de baixo da terra amanhã!

- Então me fala, eu não vou poder contar pra ninguém mesmo.

Ele olhou nos meu olhos que estavam lacrimejando, abaixou a arma e falou:

- Mason... da Austrália.

- Mason... porquê faz isso? - Perguntei pacificamente.

- ELES VÃO ME MATAR! EU SÓ QUERO MINHA MÃE! - Ele gritou nervoso.

Parecia uma criança abandonada. Uma criança retirada do seu lar e obrigada a fazer algo que não queria.

As lágrimas escorriam pelo seu lindo rosto de olhos azuis claros. 

- Mason... me conta o que houve... Porquê está aqui?

- Eu... eu sou um dos originais do projeto deles...

- E qual o nome do projeto deles? 

- Alpha... o projeto deles se chama Alpha. Eu... eu fui levado pelo meu pai de Melbourne na Austrália, eu só tinha 15 anos quando isso aconteceu... foi em 2003.

- Espera... você nasceu em...

- 1988 - Ele falou me cortando.

Ele voltou a apontar a arma pra mim, mas muito mais calmo e menos violento, porém parecia que dessa vez dispararia a bala contra mim.

Ao perceber que agora seria a hora em que eu levaria um tiro, senti minha alma desvair do meu corpo. Só lembrava das coisas boas que circulavam minha vida.

O Oscar percebeu ele puxando o gatilho da arma, e foi quando ele levantou e gritou:

- PARA! 

O Mason apontou a arma para a cabeça do Oscar em desespero.

De repente o flashback da minha vida parou e eu voltei para mim mesmo. Ele estava colocando o dedo para atirar a bala na cabeça do Oscar e fazer algo que nem ele mesmo queria...

Por reflexo eu fiz algo que nem eu imaginava. Parecia que tudo estava em câmera lenta, quando eu segurei as suas mãos com força. Brigamos pela arma até que um disparo pôde ser ouvido.

- LEONARDOOOOOO! - Oscar gritou.

Nos olhamos uma última vez um nos olhos do outro.

Nós nos afastamos lentamente enquanto Oscar e Vitória ficavam perplexos. Quem teria levado aquele tiro.

Minha camisa estava manchada de sangue. Muito sangue.

Mas o sangue não era meu.

Eu... disparei contra o Mason.

- Eu... eu... me desculpe, Mason! Voc-cê está b-bem? - Falei pálido e nervoso.

- Obrigado, Leonardo... eu não esquecerei do que falou...

Os olhos azuis claros dele iam fixando enquanto ele falava suas últimas palavras: 

- Digam a mamãe que eu vivi por ela...

Suas últimas palavras me fizeram derramar lágrimas e eu não acreditava no que tinha acontecido. 

- E-eu matei uma pessoa. EU MATEI UMA PESSOA! - Falei em estado de choque.

Todos ficaram calados olhando para o corpo do menino de apenas 30 anos jogado ali. Uma vida desperdiçada. E a culpa do término dela foi toda minha. Sentia minha vida com um vazio enorme e desesperançoso. 

O Oscar fechou os olhos dele, era a última vez que eu veria aquele brilho nos olhos daquele menino. 

Me senti muito culpado pelo que havia acontecido.

Vitória foi até o Fred, seu piloto.

- Ele está vivo! - Vitória falou.

- Amor, levanta! Não foi culpa sua, você nos salvou, agora precisa salvar o piloto.

Eu não me mexia, não esboçava reação. Eu estava em choque por tirar a vida de alguém.

- Leonardo! Você precisa ajudá-lo! - Vitória falou.

Continuei olhando o sangue escorrendo o corpo do menino que já estava pálido de tanto sangue derramado. Na faculdade a gente aprende que as pessoas têm litros e litros de sangue, mas aquilo era inimaginável, ainda mais uma pessoa como ele.

As lágrimas escorriam sob meu rosto enquanto eu encarava o corpo atirado no chão.

- LEONARDO! - Acordo com um grito do Oscar e olho nos olhos dele. - Você precisa ajudar aquele senhor! Vai logo! 

Levantei e saí de perto do corpo sentindo-me ainda péssimo.

Sentei próximo ao piloto que estava jogado no chão, quando vi que seu problema não era tão grave quanto parecia. Era só um tiro de raspão perto do seu braço.  O que o desacordou foi o tombo na hora que foi jogado para a parte de passageiros do avião. Fiz um curativo nele enquanto Vitória ia a cabine do piloto avisar a central sobre o incidente.

Algumas horas ainda no avião o piloto já estava bem e tirou-o do automático para pousarmos em segurança em Lisboa. Iríamos ter que procurar Ellen, Renata e JP.

No aeroporto haviam diversos seguranças e bombeiros. Pousamos e vieram nos acudir.

- Vitória, eles vão saber que você está em Lisboa... - Falei.

- Vou pedir para não veicularem minha imagem. - Ela falou para mim um pouco assustada.

Saímos do avião.

Uma multidão de jornalistas e repórteres chegaram na gente perguntando o que havia acontecido.

- Por favor, parem! - Vitória pediu.

Eles continuavam com as fotos e o ato estava ficando repudiante.

Eu não conseguia defendê-la. Estava ainda em choque com o acontecido no interior do avião. Nunca mais tinha sentido aquela pressão em minha mão desde o ocorrido em Vitória no Terremoto.

Mas agradeci por estarmos bem.

É como se eu tivesse matado uma criança... ele teve a vida interrompida. Eu não parava de me culpar.

Alpha. Eu já sabia o que escondiam eu seu plano diabólico. Alpha era o nome.

No assédio dos jornalistas á nós, uma pessoa que nos ajudara, ajudou novamente.

A menina que dirigiu para a gente até o avião particular da Vitória chegou estacionando ao nosso lado.

- Ei! Saiam seus psicopatas sociais! - Ela falou se dirijindo aos repórteres. - Veicular a imagem sem premissão de alguém é um crime! - Ela fez um sinal para que nós 3 entrássemos no carrinho.

Entramos e ela começou a falar.

- Bom... sinto muito pelo que tenha acontecido, sinto o desespero de vocês. Tomem, peguem o meu contato. Se ainda precisarem de ajuda em Portugal, estou ao dispor. Meu nome é Rebecca.

- O-obrigado Rebecca! - Vitória falou agradecida e confusa sem saber quem era aquela menina.

Ela nos deixou no nosso prédio na praia. Nós 3 achamos melhor não ir ainda, com medo de que algo pudesse acontecer á eles.

Fomos a um barzinho próximo á praia e sentamos para conversar.

- Eu... eu não acredito que fiz aquilo. Aquele menino tinha uma mãe! Ela deve achar que eles foram sequestrados e o pai morto! Como o pai biológico da Ellen.

- Você não pode ficar se culpando Leonardo! - Vitória falou pra mim.

- EU MATEI... matei uma pessoa! - Falei diminuindo a voz para não chamar atenção.

Assim como eu, a Vitória também não queria chamar atenção de ninguém. Estava com um óculos escuro e uma roupa que escondia seu corpo todo.

- Amor, você teve que fazer aquilo, não foi culpa sua. Foi legítima defesa. - Oscar falou para mim tentando me acalmar.

- Eu... nunca matei nenhum paciente... quer dizer... já vi alguns morrerem na minha frente. Mas um médico deve ajudar a salvar vidas, não acabar com elas. Ele ainda tinha uma vida inteira pela frente. - Falei agoniado.

- Vem cá... me dá um abraço... - Vitória falou abrindo seus braços em minha direção.

- Amor, vai ficar tudo bem. - Estava no calor do abraço dos dois.

Aquele aperto me fez sentir bem comigo mesmo...

Mas o que me dói é saber...

Eu tive que fazer isso...





Notas Finais


Nem acredito que já tem 20 capítulos! Que felicidadeee! Eu só quero agradecer a todos que acompanham a história desde o começo! E eu tenho uma surpresa que só posso contar daqui a 10 episódios. Espero que estejam gostando! :))


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