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História Equally - E é difícil encontrar suas qualidades


Escrita por: dreamingnabi

Notas do Autor


E aí, marmotinhas. Tudo bem com vocês? Segunda vez tentando postar, agora vai :')
Hoje temos muito amor e docilidade no capítulo, porque esses dois são cheios disso, não é? O que será que acontecerá na sessão de fotos? tam tam tam~
Como estamos no universo artístico foi inevitável usar certas formas de tratamento, então para que alguns não se percam, uma colinha básica:
Sunbae: alguém mais antigo/superior em um ramo (trabalho, escola, etc). Semelhante a "sênior".
Hoobae: alguém mais novo/recente em um ramo. Semelhante a "júnior".
É isso! BoA leitura~

Capítulo 2 - E é difícil encontrar suas qualidades


 

 

 “Não, não está certo. Esta perna deveria estar para trás” bateu de leve na perna do outro. “Mexa mais esse corpo, solte-o, você está muito duro” bateu novamente em seu tórax.

 

Luhan desfez a posição e lhe olhou com os olhos afiados.

 

“Por que está me batendo? Não consegue falar sem as mãos?”

 

Os dançarinos reviraram os olhos. Lá iam eles novamente. Mesmo após dois anos de convivência o relacionamento não mudara.

 

“É pra você ver onde está errando e aprender” disse simplesmente.

 

Luhan fechou o punho e lhe atingiu na face, fazendo o garoto recuar.

 

“O que foi isso?” Perguntou com a mão no olho, uma pontada de irritação na voz.

 

“É pra você ver e aprender. Pelo menos assim você fez outra expressão que não essa de parede.”

 

O menor o olhou, indignado.

 

“Então será assim?”

 

O mais velho ergueu a sobrancelha, os braços cruzados no peito.

 

“Assim como?”

 

Não deu tempo de pensar demais, logo ele sentiu uma mão em sua bochecha. Em poucos segundos eles deferiam socos um no outro enquanto berravam xingamentos e apontavam os defeitos do outro.

 

Um dos dançarinos, sem saber o que fazer, saiu correndo para chamar a presidente pois sabia que se interferisse ia sobrar para ele, ao mesmo tempo que não poderia deixar aquilo acontecer ou eles se matariam.

 

“Vamos parar” Sehun pediu, passando a língua no filete de sangue que escorria por sua boca. “Você não quer a omma nos deixando de castigo, certo? Você sabe que os castigos dela são horríveis.”

 

“Não a chame assim!” gritou, dando um outro soco no rosto do outro antes de secar um machucado que tinha na sobrancelha.

 

Ele arfava, sentindo a cabeça doer pelos puxões de cabelo que recebera do outro, assim como o rosto que fora castigado pelos punhos mais novos.

 

“Eu vou impedi-lo” um outro dançarino comentou, saindo em seguida da sala.

 

Luhan olhou ao redor para aqueles homens e mulheres que estavam alheios a situação. Eles brigavam quase todos os dias, de modo que já estavam acostumados. Sentou-se no chão e virou a garrafa de água na boca.

 

“Vamos continuar. Desde o começo” Sehun elevou a voz, já que havia ido para o outro canto da sala para colocar a música.

 

O mais novo não se intimidara com os socos que recebera mas, daquele dia em diante, nunca mais bateu no outro para lhe demonstrar algo, mesmo que fossem os mais simples tapinhas.

 

 

xxxxx

 

 

“O que raios é esse conceito? Casal moderno? Por que temos que ser o casal moderno?” Perguntou, indignado, batendo as folhas contra as pernas enquanto Minseok dirigia. O manager não tinha nada a ver com aquilo, mas continuava recebendo desaforo. Era uma vida complicada.

 

“Pergunte ao pessoal da revista.”

 

“Esta será a pior tarde de todas” levou um dedo para a região entre as sobrancelhas, massageando de leve. Já sentia uma leve dor de cabeça querendo lhe incomodar, mas ele tinha que ser forte.

 

Se estivesse certo, seu plano entraria em ação em breve, ele só tinha que chegar e atuar como sempre fazia.

 

A van parou no estacionamento do estúdio e eles subiram de elevador, o ídolo ajeitando a própria roupa no espelho da caixa metálica. Assim que saiu, passou a cumprimentar a todos com um sorriso largo e uma longa reverência que os deixavam meio espantados com o garoto. Era a primeira vez que a celebridade ia ali, afinal.

 

“Luhan-ssi!” O fotógrafo lhe cumprimentou com um sorriso e ele se curvou. “Eu estava ansioso para conhecê-lo. Já está sabendo do conceito de hoje? Acha que consegue fazê-lo?”

 

“Ah, é claro, senhor! Eu sou profissional, afinal.”

 

O homem riu.

 

“Ah, é claro. Pode se trocar, seu amigo também já chegou. Quanto mais cedo terminarmos, mais cedo estaremos em nossas casas, certo?”

 

Haha, é claro” tentou manter a pose ao ser tido como um amigo do outro. Aparentemente os rumores de que se conheciam desde jovens haviam se espalhado intensamente.

 

Minseok o guiou até o seu camarim, onde começou a trocar de roupa rapidamente. Queria colocar a sua raiva para fora, mas no segundo seguinte a maquiadora chegou e ele teve de ser todo sorrisos mais uma vez.

 

Passou pouco mais de meia hora fazendo os preparativos finais antes de sair do camarim, indo para frente das câmeras onde seu companheiro já jazia, enquanto algumas moças mexiam em sua roupa.

 

“Ah, sunbae!” Ele gritou, radiante, e forçou o corpo para se curvar para frente. Sehun levantou uma sobrancelha em sua direção, estranhando o comportamento alheio. No segundo seguinte havia compreendido tudo, mas não estava a fim de entrar no joguinho do outro.

 

“Sim, Kim Luhan.”

 

“É um prazer trabalhar com você, sunbaenim” comentou, divertido. Tratá-lo daquela forma lhe dava náuseas, mas o sorriso dos staffs ao redor o incentivou a continuar.

 

“Claro” disse simplesmente, virando o rosto para o fotógrafo. “Vamos começar?”

 

O homem pigarreou, impressionado com a arrogância alheia. Luhan era apenas um hoobae animado e bem respeitoso, mas seu amigo sequer se importava com ele.

 

Eles começaram a sessão de fotos. Os dois ídolos tentavam ficar confortáveis um com o outro enquanto os flashes vinham. Eles não se gostavam, mas eram extremamente profissionais e todos ali poderiam reconhecê-los como tal.

 

A sessão correu bem; eles trocavam de roupa e de posição frequentemente, assim como a maquiagem que mudava algumas vezes também. Estava tudo ótimo, até Sehun ficar entediado e resolver brincar um pouco com seu hyung.

 

Eles ficaram de costas e Luhan hesitou um pouco antes de colocar a cabeça no ombro alheio. Uma das staffs pediu que eles segurassem as mãos um do outro, e assim fizeram. Assim que Luhan estava apoiado o suficiente no maior ele andou um pouco e o castanho foi ao chão, recebendo gritos de vozes que se preocuparam com ele no mesmo instante.

 

Até Sehun se virou para o rapaz, que tentara se apoiar inutilmente em suas mãos e portanto ainda a segurava com força, e entrou em seu joguinho por um momento.

 

“Oh, desculpe-me, Kim Luhan-ssi. Eu queria falar com a estilista que tinha algo estranho me incomodando na minha roupa. Você está bem?”

 

O menor o olhou de baixo, identificando naquele olhar que aquilo era o mais novo brincando consigo. Se ele esperava que o castanho fosse explodir com ele na frente de todas aquelas pessoas ele estava muito enganado. Luhan se acostumara àquilo, sabia lidar com as brincadeiras de seu dongsaeng quando não estavam sozinhos.

 

“Ah, tudo bem, sunbae! Realmente não machucou, não se preocupe.” Largou da mão alheia, fazendo os outros repararem que Sehun sequer lhe ofereceu ajuda, e se levantou por conta própria.

 

Sua bunda doía um pouco, mas ele sabia que logo passaria.

 

“Está tudo bem, Luhan-ssi?” O fotógrafo questionou, meio preocupado.

 

“É claro. Eu sou bem forte, senhor Park.”

 

O homem suspirou aliviado ao ver o sorriso do outro e Sehun apenas deu de ombros.

 

“Vamos voltar para a mesma posição, então, e desta vez não se mova sem avisar, Oh Sehun-ssi.”

 

Luhan riu animado assim que o Oh assentiu e eles voltaram para a posição.

 

Mas as brincadeiras não pararam por aí.

 

Luhan havia acabado de se trocar para uma outra sequência de fotos e abriu a porta do camarim. Entretanto, não pôde prever o que o esperava: assim que deu os primeiros passos foi de encontro ao chão; Sehun havia colocado o pé na frente para que ele caísse.

 

Todos os olhos se voltaram para os dois; Luhan, caído de barriga no chão com Sehun ao seu lado, perguntando como ele estava e dando uma desculpa qualquer, enquanto Minseok saía apressado do camarim para ajudar o castanho a se levantar, já que o mais novo não pensava em fazer tal coisa.

 

O manager estendeu a mão para que o ídolo se apoiasse, mas o mesmo negou e se levantou por conta própria, lançando um olhar para Minseok em seguida.

 

Seu pulso doía pelo impacto e pelo peso que apoiou em uma região tão menor, mas ele sorriu brilhantemente e abanou as mãos.

 

“Parece que hoje eu estou que nem uma banana, não é mesmo?” Fez alusão à roupa amarela que vestia e os staffs conseguiram rir, vendo que o outro estava bem. “Vamos ao trabalho, sunbae” chamou-o com a mão, esfregando a ponta do nariz que também havia batido no chão.

 

Sehun prendeu o sorriso e seguiu o outro, vendo que ele havia aprendido bem.

 

 

xxxxx

 

 

Luhan havia se esparramado no chão pelo que ele contava a décima vez naquela noite; mais uma vez, tropeçara nos próprios pés que se encontravam dormentes.

 

Permaneceu no chão por mais alguns segundos, ofegante, sentindo o suor escorrer por seu corpo.

 

Sehun agachou ao seu lado, igualmente ofegante.

 

“Vamos, Kim Luhan, levante-se! Não temos tempo para descansar.”

 

“Eu não estou descansando, seu idiota. Eu caí. Não estou sentindo as minhas pernas, não podemos parar um pouco?”

 

O outro o encarou como se ele tivesse dito o maior absurdo que poderia dizer.

 

“Não, não podemos. Agora levanta.”

 

Luhan estendeu a mão para o outro, mas ele se afastou e encarou o espelho.

 

“Você sabe que pode se levantar sozinho. Eu já te disse isso várias vezes hoje.”

 

O mais velho suspirou, revirando os olhos.

 

“Será que você morre se me ajudar apenas uma vez?”

 

Sehun riu de lado, impressionado com a falta de percepção do outro. Eles estavam juntos há três anos, já era tempo dele saber que a única coisa que ele fizera em todo aquele tempo foi lhe ajudar.

 

“Um dia você me agradecerá, Kim Luhan. Agora, vamos voltar para o ensaio. Do começo.”

 

 

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“Certo, desta vez queremos algo mais próximo. Vocês podem deitar, cada um para um lado, e aproximem os rostos. Como um casal que se ama mas não podem ficar juntos; esse tipo de sentimento.”

 

Ambos se entreolharam e Sehun suspirou antes de se deitar. Luhan fez o mesmo, colocando a cabeça na direção dos pés de Sehun e aproximando os corpos, ficando de cabeça para baixo em relação ao Oh.

 

“Aproximem um pouco mais e coloquem as mãos no rosto do outro. Queremos um sentimento suave aqui.”

 

Eles aproximaram os rostos, o suficiente para que sentissem a respiração um do outro. Ele apoiou no rosto alheio e encarou os olhos negros, sentindo algo dentro de si se remexer. Pensava que vomitaria logo se não pudesse sair daquela situação em breve.

 

“Kim Luhan… isso é… uma meleca?”

 

Luhan arregalou os olhos, levando a mão ao rosto rapidamente. O mais novo dissera baixinho para que apenas ele ouvisse, então os outros funcionários ficaram surpresos com a repentina movimentação do outro.

 

“Luhan-ssi? O que foi?” O fotógrafo perguntou, desgrudando os olhos da câmera.

 

Luhan suspirou, voltando para a posição.

 

“Não foi nada, perdão.”

 

Sehun sorriu pela primeira vez naquela noite (que deixou que o mais velho visse). Um sorriso de vitória, travesso e que dava nos nervos do mais velho. Ele queria tanto poder socar aquela cara, mas não faria isso na frente de todos. Precisava se controlar.

 

Aproximaram-se novamente, os rostos sendo envolvidos por mãos delicadas enquanto se miravam nos olhos.

 

“Suavize a expressão, Luhan-ssi.”

 

Luhan obedeceu, pensando em passarinhos ou cordeirinhos, não naquele idiota que se encontrava deitado tão próximo de si.

 

Sentia seu coração bater forte dentro do peito e sabia que sua náusea realmente não iria embora até que chegasse em casa. Havia sentido aquela náusea antes, mas fazia tanto tempo desde a última vez que ele sequer se lembrava como era senti-la de fato.

 

 

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Ambos os adolescentes caíram no chão, cansados. Já era madrugada, seus pés latejavam e o corpo não tinha mais energia para continuar funcionando. Todos os dançarinos já haviam ido embora e só sobraram os dois naquela sala, completando as doze horas de treino do dia.

 

Sehun rolou o corpo, apoiando o braço direito e a perna esquerda no corpo do mais velho, que se espantou com a proximidade.

 

“Vamos dormir aqui?” Ele questionou quase em um sussurro, sem forças para falar mais alto.

 

“Você precisa avisar a sua mãe. Ela ficará preocupada, seu inútil.”

 

“A presidente Kim não?”

 

“Não.”

 

“Empresta o seu celular, eu não tenho um.”

 

Luhan virou a cabeça em sua direção, sentindo os narizes quase se encostarem. Encarou os olhos negros e eles lhe encararam de volta. Um sorriso mínimo e perverso despontou do rosto impassível e Luhan levou a mão ao coração, sentindo-o bater forte contra o peito. Sentiu algo estranho na barriga e achou que estar tão perto do outro lhe dava enjoo, por isso se afastou. O sorriso do Oh morreu enquanto este observava o garoto se arrastar pelo piso de madeira, engatinhando até sua mochila envelhecida jogada no canto da sala.

 

Sacou o telefone de lá e atirou para o mais novo que se sentou e pegou o aparelho. Assim que acendeu a tela, engoliu em seco ao ver a imagem do mais velho com uma menina abraçada a si, e demorou alguns segundos antes de deslizar o dedo na tela e discar os números que – ele percebeu – já estavam salvos no aparelho.

 

Avisou a sua mãe rapidamente, esta que se preocupou pelo filho resolver dormir na sala de prática mais uma vez, mas estava orgulhosa dos esforços alheios e, portanto, não questionou e apenas pediu que ele fosse para a escola no dia seguinte e voltasse para casa.

 

Assim que a ligação encerrou ele deslizou até o mais velho e lhe entregou o aparelho, deixando que o mesmo finalizasse a ligação por si. Estava há tanto tempo sem mexer em um celular que não sabia direito como ele funcionava. Os trainees não deveriam ter celulares, mas Luhan era um caso especial.

 

“É a sua namorada?” Perguntou em tom desinteressado, encostando as costas na parede ao lado do outro que observava a imagem a que Sehun se referia.

 

O mais velho deu de ombros.

 

“Eu não sei ainda.”

 

“Hum” desviou os olhos. “Pensei que gostasse de homens.”

 

O outro lhe olhou, espantado.

 

“O QUÊ? POR QUÊ?!”

 

“Porque você parece uma menina” provocou, recebendo um olhar fuzilante do outro que lhe empurrou para longe de si com os pés, pisoteando-o um pouco.

 

“Eu não pareço uma menina!! Puta merda, como eu te odeio. Deite bem longe de mim!!”

 

Sehun riu a seco enquanto era pisoteado.

 

“Igualmente.”

 

 

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“Você está realmente bonito hoje, Kim Luhan.”

 

O Kim esbugalhou os olhos, ouvindo os batimentos cardíacos em alto e bom som. Estava estático; nunca havia recebido um elogio de Sehun em todos aqueles anos.

 

“Luhan-ssi, as expressões” foi lembrado novamente e tentou tirar a surpresa de seu rosto. Sehun mantinha-se sério, de modo que não parecia mais uma de suas brincadeiras. Sequer o brilho travesso estava no olhar.

 

“Obrigado” mexeu os lábios devagar assim como o mais novo fizera anteriormente, para que não notassem que conversavam. Também pronunciou as palavras em um sussurro para que ninguém ouvisse.

 

“De nada.”

 

 

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Assim que terminaram Minseok entrou todo sorridente no lugar, sendo seguido por outros funcionários.

 

“Os fãs do Luhan mandaram o jantar!” Anunciou em alto e bom som e, de seu camarim, o castanho sorriu. Lá estava, apenas para fechar a noite com chave de ouro.

 

Tirou os pés da mesa e saiu do camarim, seguindo para o cômodo maior onde todos os funcionários se encantavam com a carne de qualidade enviada pelos fãs.

 

“Oh, seus fãs realmente são os melhores, Luhan-ssi!” Uma das funcionárias comentou e ele riu, envergonhado.

 

“Ah, sim, eles são! Por favor aproveitem bem! Vamos tirar uma foto para que todos saibam que a comida chegou?”

 

Os funcionários concordaram e ele sacou o celular. Até Sehun saiu de seu camarim e foi ver o que era toda aquela algazarra. Uma das estilistas lhe explicou e ele encarou o castanho que sorria largo para ele.

 

“Tem o suficiente para você também, sunbae.”

 

“É claro que tem” passou reto e pegou uma das embalagens, conferindo o que havia dentro.

 

“Certo, vamos lá! Digam kimchi!” Todos haviam se posicionado com uma embalagem na mão e ele ergueu a mão, fazendo um V com a livre e sorrindo para a câmera que bateu a foto assim que identificou o comando.

 

Os funcionários aplaudiram e ele se curvou várias vezes para os que passavam, contentes por poderem comer de graça após longas horas de trabalho. Ele pegou sua própria embalagem e seguiu para o seu camarim, jogando os pés na mesinha assim que sentou na cadeira confortável. Tratou de postar a foto no twitter com uma adorável legenda.

 

Aproveitando a refeição com todos após um longo dia de fotos! Obrigado as minhas pequenas e pequenos que são sempre muito carinhosos! Vocês estão ansiosos para as fotos? ><

 

Enviou, contente com o resultado. Passou os momentos seguintes vendo as respostas dos fãs que estavam muito animados com a atualização. Divertia-se enquanto rolava a página, comendo com a mão livre.

 

Fora muito fácil convencer os seus fãs. Bastou iniciar um chat em privativo no fancafe com as primeiras fãs que clicassem e pedir dicas para surpreender a produção no primeiro dia que era fotografado para aquela revista que logo uma fanbase se voluntariou em se juntar para mandar o alimento. De fato, eles eram os melhores.

 

Poucos minutos depois, quando o ídolo já terminava a sua refeição, a porta se escancarou e Sehun passou por ela, sendo seguido por seu manager que tratou de fechar a porta calmamente.

 

Minseok, que comia ao seu lado, empertigou-se, preparado para separar qualquer briga. Olhou para o manager do outro, Jongdae, e ambos assentiram, já concordando que qualquer movimento a mais eles entrariam em cena antes que os outros percebessem. Já haviam feito aquilo antes, eram experientes no assunto.

 

“O que faz aqui?” Questionou, chupando o molho dos palitinhos antes de depositá-los em cima de sua embalagem.

 

“Você atuou bem hoje.”

 

“Eu sempre atuo bem. O que há com esses elogios? Você não é assim.” Aproximou-se do espelho enquanto fingia ver algo em seu rosto.

 

“Por que deixou que sua imagem fosse essa, Kim Luhan? Não se cansa de tanta falsidade?”

 

“Não. Eu agradeço por não ser visto como alguém arrogante pelo mundo inteiro, na verdade.” Deu de ombros.

 

“Arrogante?”

 

“Sim, Oh Sehun.” Virou-se para ele, que estava meio confuso. “Você lê o que seus fãs falam de você? Eles dizem que você é arrogante, que não liga para eles e faz o que quer. Se os seus próprios fãs acham isso, o que os outros devem pensar? Oh, como aquele garoto é rude, sequer ajudou o gentil Luhan a se levantar.”

 

O mais velho sorriu, vendo as sobrancelhas franzidas do outro.

 

“Você sabe se levantar sozinho.”

 

“Sim. Mas eles não sabem disso.”

 

Eles se encararam por segundos a fio; era possível enxergar os raios que saíam daquele olhar de longe. Os managers estavam preparados, as mãos no ar.

 

“Você não era assim, Kim.”

 

“Parece que o único que mudou fui eu.”

 

“Exato. Eu não sou arrogante, eu só não vejo obrigação em agradar a todo mundo. Se eu estiver me sentindo grato ou tiver pena, eu vou demonstrar isso.”

 

“Aí está o seu erro, Oh Sehun. Você tem a obrigação de agradá-los. Eles não pagam o ingresso para ver sua cara murcha assinando um CD e não ter nenhuma interação. Você está há tanto tempo nisso, é realmente incrível que seja tão cego a ponto de não reparar nisso.”

 

O maior piscou. Ele certamente não reparara.

 

Nunca se preocupou em buscar os pensamentos de seus fãs na internet, achava que alimentá-los com o seu trabalho era o suficiente. Todo aquele tempo, reunira pessoas que gostavam de sua música e de sua dança, que apreciavam apenas o seu corpo ou a sua beleza, mas realmente não o amavam pois ele negava qualquer aproximação, e tudo o que sabiam de sua personalidade era que era um arrogante mesmo com aqueles que se esforçavam para chegar até ele e lhe dar amor.

 

Enquanto isso, Luhan ganhava o amor do público pois mostrava algo que não estava sentindo quando preciso. Ninguém nunca o vira chorar a não ser de emoção por algum prêmio, ele era conhecido como uma celebridade que não conhecia a tristeza mesmo que houvesse tantos fantasmas em sua vida. Ele realmente era todo sorrisos, mas algumas vezes quando não estava bem não se importava de vestir uma máscara de júbilo para fazer os outros felizes – ele sabia que o sorriso daqueles que o amavam dependia do seu. Mesmo que metade de sua imagem fosse baseada na falsidade, ele estava contente com aquilo enquanto recebesse o amor do público e do qual era tão dependente.

 

Mesmo que aquela realidade estivesse sendo jogada na frente de seus olhos naquele momento, ele estava ainda mais admirado pelo desenvolvimento de Luhan.

 

Enquanto encarava aqueles olhos castanhos ele procurava a criança sensível demais que ele havia manejado e ajudado a fortalecer. A criança que ele havia criticado para que pudesse saber como se defender sozinha, pois o mundo do lado de fora da sala de ensaio era duro demais com aqueles que se mostravam fracos. Mesmo que tenha crescido baseado no rancor e no ódio, agora Luhan era um homem mais forte e ele estava orgulhoso.

 

“E o que você acha que devo fazer?” Perguntou, divertido.

 

Luhan franziu as sobrancelhas, confuso.

 

“Eu não estou aqui para te dar dicas.”

 

“Por que não? Já se vangloriou por isso, não há nada mais que possa fazer a não ser me ajudar a mudar a minha imagem.”

 

Luhan pensou um pouco.

 

Era verdade. Mesmo que aquela fosse a única arma que tinha contra o mais novo, ele sabia que não poderia usar tantas vezes como as que Sehun tinha contra ele. O maior poderia discursar que aquela era a única coisa na qual o castanho o superava, e era a verdade.

 

Ele suspirou, levantando-se e se colocando de frente para o mais novo. Minseok se preparou.

 

“Seja você mesmo.”

 

“Eu estou sendo eu mesmo.”

 

O menor revirou os olhos.

 

“Não, não está e você sabe disso” Sehun ficou em silêncio. Luhan conhecera mais lados dele do que ele desejara em todos aqueles anos de convivência. “Mesmo que você seja realmente arrogante, escroto, um idiota completamente odiável, você sabe que não é assim o tempo todo.”

 

Sehun se encostou na pilastra, divertindo-se com o rumo que aquilo tomava. Sentiu Jongdae cutucar o seu braço, avisando que eles deveriam ir embora pois ele tinha outro compromisso, mas o mais novo apenas o olhou com os olhos afiados e mandou que ele o esperasse do lado de fora.

 

“Está vendo?” Luhan riu. “Você é realmente odiável.” Bateu palmas, ao que o outro pigarreou. “Hyung, pode esperar lá fora também. Não se preocupe, eu sei me controlar.”

 

Minseok hesitou, mas logo estava saindo do camarim também.

 

Sehun o olhou, contente por estar sozinho com o outro, mas não demonstrando de forma alguma.

 

“Tudo bem. Qual é o meu outro lado?”

 

“Eu não preciso dizer isso, você se conhece.”

 

“Não… eu quero que você me diga.”

 

Luhan revirou os olhos, sentando-se na cadeira por um tempo para pensar. Havia dito aquilo da boca para fora, nunca pensara em uma boa qualidade do Oh.

 

“Você… é atencioso, às vezes.”

 

“Sou?”

 

“Uhum.”

 

 

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Luhan estava encostado na parede, as pernas encolhidas junto ao corpo. Encarava o chão, sentindo os olhos começarem a lacrimejar.

 

Ouviu o barulho da porta se abrindo mas sequer se mexeu. Logo uma mochila foi atirada em seu rosto e ele teve de tirar, esfregando um pouco o nariz por ter machucado.

 

Sehun agachou ao seu lado.

 

“O que está fazendo parado, inútil?”

 

Luhan o olhou rapidamente antes de começar a chorar. As lágrimas correram tão rapidamente por seu rosto que ele não conseguiu impedir, o que até deixou o mais novo tenso. Já havia visto Luhan chorar várias vezes e nunca gostara da visão.

 

Ergueu uma mão, tentando tocar no ombro dele, mas foi afastado antes mesmo de tentar consolá-lo.

 

“Eu não quero a sua pena.”

 

“O que aconteceu?” Ignorou o outro, ficando na sua enquanto ainda o olhava.

 

“Você não liga.”

 

“Tem razão. Mas se você não falar vai ficar chorando aqui o dia inteiro, e nós precisamos praticar.”

 

Luhan pensou por poucos segundos. Ele realmente só se sentia melhor após conversar com alguém, mesmo que aquele alguém fosse Oh Sehun.

 

“Eu tive que terminar com a Hyorin hoje. A presidente Kim não vai permitir que eu namore.”

 

Sehun revirou os olhos, sentindo um certo alívio lhe atingir.

 

“Você sabia que isso aconteceria.”

 

“Eu realmente a amo, Oh Sehun. Você não entende porque nunca amou ninguém assim.”

 

O garoto ficou em silêncio, sentindo aquelas palavras lhe atingirem como aço. Luhan não sabia de nada.

 

“Se realmente for para ficarem juntos ela vai esperar até que você possa namorar novamente.”

 

Luhan pareceu chorar ainda mais.

 

“É claro que isso não vai acontecer!!”

 

O Oh mordeu o lábio inferior.

 

“Então significa que ela não te ama de verdade. Não perca tempo com quem não te ama, Luhan.”

 

O mais velho ergueu os olhos úmidos na direção do outro, estranhando o fato de ter sido chamado só pelo nome. O mais novo, sem saber o que fazer, aproximou-se e envolveu o corpo do mais velho entre os braços, apoiando o queixo em sua cabeça enquanto acariciava seu couro cabeludo.

 

“Vamos, você pode parar de chorar agora.”

 

 

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“E é muito infantil às vezes, o que te torna meio fofo.”

 

“Você acha fofo?” Abriu um sorriso que veio involuntariamente.

 

“Sim. E eu gosto de coisas fofas.” Disse sem pensar. Não olhava no rosto do outro, encarava o teto enquanto tentava pensar em alguma qualidade.

 

 

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Luhan se jogou no chão, cansado de mais um treino. Como sempre, eles se esforçaram até que seus pés gritassem por socorro e o corpo estivesse no limite.

 

Sehun olhou no relógio da parede, apoiando-se no cotovelo e virando o corpo para o outro.

 

“Kim Luhan, já passou da meia-noite.”

 

“Hum, que bom.”

 

“Você não sabe que dia é hoje?”

 

“É claro que sei. E daí?”

 

Sehun suspirou profundamente, cutucando o ombro do outro que abriu os olhos, encarando o rosto acima do seu. O mais novo juntou as mãos em punho perto do rosto e fez um biquinho, balançando-as enquanto modificava a voz.

 

“Feliz aniversário, Luhannie. Ppuing-ppuing.”

 

O mais velho gargalhou, deferindo um tapa no braço do outro.

 

“O que é isso?! Você está ridículo, Oh Sehun. Desde quando lembra do meu aniversário?”

 

O outro lhe bateu de volta.

 

“Eu nunca esqueci, seu inútil.”

 

“Ah, claro.”

 

“Como presente de aniversário eu deixarei que faça o que quiser comigo” colocou as mãos debaixo do queixo, piscando em seguida.

 

Luhan continuou rindo, mal acreditando naquelas expressões que o outro fazia. Era realmente fofo.

 

“Então eu posso te bater por um minuto inteiro sem que queira revidar?”

 

Sehun assentiu, dando de ombros.

 

O Kim sorriu, perverso, e começou a atacar o outro com tapas e socos que não tinham a força calculada. Ele apenas ia com tudo o que tinha sem se importar se machucava o outro ou não.

 

Enquanto isso, Sehun se encolhia enquanto sentia o corpo ficar mais dolorido ainda. Enquanto protegia sua cabeça dos ataques alheios, um sorrisinho despontava de seus lábios.

 

 

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“E você é engraçado quando quer. Você não gosta de programas de variedade, mas realmente deveria tentar.”

 

“É?”

 

“Uhum. Além do mais, você fica bem quando sorri verdadeiramente.”

 

 

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“Luhan!” Sehun entrou na sala, afobado, jogando sua mochila pros ares e seguindo até o adolescente que treinava sozinho no centro da sala.

 

O castanho desligou a música e tentou normalizar a respiração afobada.

 

“O que você quer, idiota?”

 

Sehun agarrou em seus braços, sacudindo de leve. O sorriso não saía de seu rosto e aquilo era meio assustador.

 

“Eu vou debutar!! A senhora Kim vai me debutar no fim do ano, caralho!! Pode acreditar nisso?!”

 

Luhan piscou, incrédulo.

 

“Você vai debutar?”

 

“Sim!” Assentiu avidamente, balançando o outro.

 

Era claro que ele seria o primeiro; afinal, treinava há mais tempo do que si. Por que se sentia tão magoado, então?

 

“E o que eu tenho a ver com isso? Só é bom para você. Não interrompa quem está se esforçando.”

 

 

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Luhan enfim olhou para o outro, meneando a cabeça.

 

“Meu ódio por você não me deixa ver suas qualidades, mas isso é o suficiente, não é?”

 

“É claro. Colocarei suas dicas em prática.” Sorriu, o que realmente assustou o outro.

 

“Hum. É claro. Desde quando você me escuta, mesmo?”

 

“Desde quando você me dá dicas, mesmo?”

 

Luhan apertou os dentes, sentindo uma certa raiva alcançar-lhe o corpo. Respirou fundo, pensando mais uma vez nos passarinhos azuis e nos cordeiros inocentes.

 

“Você quer me bater agora.”

 

“É bom que saiba o quão irritante você é.”

 

Sehun sorriu de lado, desencostando da pilastra e descruzando os braços.

 

“Eu deixarei que faça isso, apenas uma vez.”

 

Os olhos do castanho se alargaram, subitamente interessado.

 

“Eu não sou tão fraco quanto antes, Oh Sehun.”

 

“Ah, está preocupadinho comigo?”

 

O resultado da provocação não demorou a chegar e Luhan acertou-lhe um soco certeiro no rosto que fez o maior cambalear para trás com a mão na região.

 

“Uau.”

 

O castanho deu de ombros, orgulhoso de si mesmo.

 

“Eu me sinto aliviado agora, obrigado.”

 

“Tudo bem. Eu vou indo agora.”

 

“Não entendi porque ainda não está em casa. Desapareça, Oh Sehun.”

 

O mais novo riu, divertido, e se virou de costas, acenando para ele e abrindo a porta em seguida. Minseok, que mantivera o ouvido colado na madeira, quase caiu quando esta foi aberta e ficou vermelho ao dar de cara com Sehun. Sorriu amarelo, curvando-se e saindo do caminho para que a celebridade passasse, sendo seguida por Jongdae.

 

O manager adentrou a sala preocupadamente, conferindo se estava tudo bem com Luhan, que olhava encantado para o próprio punho.

 

“Eu bati em Oh Sehun depois de tanto tempo! Eu ganhei a noite, Minseok!” Sorriu sincero, não podendo estar mais feliz.

 

Seu manager sorriu também, chamando-o para partir em seguida.

 

Luhan só não desconfiava que aquela alegria não duraria muito tempo.

 


Notas Finais


A alegria nunca dura muito tempo, genten ahsuahsua
Talvez vocês lembrem, talvez não, mas eu tinha dito que mostraria a foto que me ajudou a parir essa fic... acontece que eu sou muito lesada e simplesmente não sei onde enfiei. Como precisei apagar as coisas do meu celular eu jurava que tinha passado pro pen drive, mas cadê que a pasta estava lá? Eu tô bem bolada, alguém filma essa burra e manda alguém ajudar, por favor TT //mas, aliás, era a posição em que eles se encontravam na cena da meleca. Espero que tenham conseguido visualizar bonitinho mesmo assim;;
Enfim. Passado o micão, espero que estejam gostando da fic e perdoem meus vacilos eopdfjeopfmor sintam-se livres para comentar, viu? Sabe, apenas uma dica, não que seja vital nem nada *cof* é
Até o próximo domingo, beijinho em vocês *sai escondida devido a burrice*


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