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História Era da Ascensão - O desejo de um Legado


Escrita por: Meneghelli

Notas do Autor


Olá jovens. Como vão? De buenas?
Lhes trouxe mais um capitulo, e espero que o apreciem bastante.=)
Boa leitura.

Capítulo 8 - O desejo de um Legado


- Vamos dar o fora daqui antes que surjam problemas inesperados. – Falou Merwin as

pressas, colocando um braço de Eórion em volta do pescoço e o ajudando a levantar.

                Ele o carregou por alguns minutos até a carroça. Não se admirou ao perceber que o garoto ainda estava inconsciente, tendo alguns breves momentos de lucidez onde murmurava algumas coisas incompreensíveis. Ajeitou-o da melhor forma que pode no assento e se sentou ao seu lado, incitando os cavalos a começar a correr. A roda de pessoas que assistiam a luta se desfez em uma respiração, em parte pela reputação dos Magos, e outra pelo que acabaram de presenciar. Merwin era um das pessoas que como a população não sabia direito o que havia acontecido. Isso o deixou desconfortável, já tinha vivido e presenciado muito momentos em sua vida, mas nada comparado a aquilo. Nunca ouviu nada semelhante nos seus tempo como membro da Aliança de Magia de Eriméia. Seja lá o que quer que fosse, ele teria que descobrir, pois como ele sentiu por um breve instante, os Magos de toda Argon-Cur e talvez mais ao longe deveriam ter sentido a Alma de Eórion.

                Já era noite quando Merwin viu um leve movimento ao seu lado. Eórion começou a se mexer, acordando do seu estado de inconsciência.

                - Que bom que acordou, Bela Adormecida. Está se sentindo bem?

                Ele se mexeu mais um pouco, abrindo os olhos e soltando um bocejo alto.

                - Acho que sim. – Respondeu meio zonzo. – Onde estamos? E o que aconteceu?

                - É uma resposta que eu também gostaria de saber, rapaz. – Retrucou. – Estamos perto de Volkyr já, descanse enquanto isso. Quando chegarmos lá nós conversaremos sobre o que aconteceu hoje.

                Eórion não fez questão de contrariar e caiu no sono quase instantaneamente. Merwin abriu um sorriso ao observar o rapaz deitado e se virou para frente, tendo mais algum tempo sozinho com seus próprios pensamentos.

                Quase uma hora depois, ele parou a carroça na frente da entrada da sua cabana. A lua já estava plena no céu e era audível os sons dos animais na floresta ao redor. Ele olhou para cima, em direção ao céu e soltou uma respiração pesada. Depois se voltou para a carroça.

                - Hora de acordar, garoto. – Chamou enquanto chacoalhava o corpo de Eórion, - Vem, vamos.

                Eórion se levantou e espreguiçou, soltando outra grande bocejo. Depois desceu da carroça e se juntou a Merwin na sala de estar da cabana.

                - Então, como está se sentido agora? – Perguntou enquanto ia até a cozinha e pegava  o pote de café.

                - Não sei, minha mente ainda está um pouco confusa sobre tudo isso. – Disse se sentando em umas das cadeiras e colocando a mão na cabeça.

                - Então pode tentar me explicar o que por Gregórion aconteceu lá?

                - Eu... Estava tentando manifestar alguma Magia, pensando sobre o que você me ensinou e não consegui nada por um momento...

                - E?

                - Depois, quando vi ele pegar a espada da minha mão e me atacar... Não sei dizer exatamente o que aconteceu, mas – Fez uma pausa, organizando as ideias. – parecia que o tempo havia parado.

                - Não percebi o tempo ficar parado. – Comentou levantando as sobrancelhas.

                - Óbvio que não. Só eu percebi, e nesse mesmo instante em que ele estava parado, eu tomei consciência de tudo a minha volta. Cada respiração, Alma, movimento, pensamento, eu sabia de tudo.

                - Alma? Sentiu a minha?

                Eórion bufou.

                - Não só a sua como a de todos que estavam lá. Não foi uma experiência muito legal alías.

                - Receio ter que dizer que isso é impossível, Luto. – Falou lhe estendendo uma caneca de café. – Já lhe falei antes, não havia um mago lá, todas aquelas pessoas eram normais, pessoas do campo.

                Ele pegou a caneca e tragou um gole ansioso. Depois continuou:

                - Acredite em mim, Merwin. Senti a de todas elas, assim como o poder para qual cada uma tinha.

                Merwin fez uma carranca.

                - Supondo que seja verdade, o que aconteceu depois?

                - Eu vi minha mão em fogo, mas não fiquei assustado. – Ele parou antes de continuar, parecendo não aceitar a ideia do que queria dizer. – Era como se eu soubesse que ele não me queimaria. – Falou enquanto mexia e observava sua mão.- Depois, bem, você já sabe. – Concluiu dando de ombros.

                - Essa é a parte onde eu não acreditaria se não tivesse visto com meus próprios olhos, garoto. Alias, ainda custo a acreditar mesmo depois disso.

                - Por que?

                - Lembra do que lhe falei sobre um Mago nunca poder explodir alguém de dentro para fora? – Eórion assentiu. – Isso se encaixa nesse exemplo. O poder que nós manifestamos não consegue, ou melhor, não pode ficar dentro ou ao redor de qualquer coisa, como em sua mão. – Comentou olhando para o chão. – Pelo menos era isso que eu acreditava, até agora.

                Ele andou até a cadeira de frente para o garoto e se sentou.

                - Tem mais uma coisa que não lhe mencionei antes. – Disse, preenchendo o vazio que tinha ficado. – Aquilo em sua mão era fogo, não é? Embora negro.

                - Sim. – Confirmou. – O que tem? Parece que descobrimos a minha Magia afinal, pelo menos isso.

                - É aí que está. De todas as Magias, temos algo que chamados de “As Quatro Magias Primordiais”. – Nesse momento, Merwin estava quase estarrado na cadeira, apoiando sua cabeça na sua mão no apoio da cadeira. Como sempre, com o seu chapéu pontiagudo caído para o lado. Era quase cômico, mas Eórion não se atreveu a rir. – Não é nenhum mistério, como já deve ter percebido. Água, Terra, Ar... e Fogo. Os usuários delas são extremamente raros, em consequência, são extremamente poderosos também. Hoje eu poderia contar em uma mão a quantidade de Primordiais em Eriméia. Com você agora, preciso da outra. – Disse abrindo um sorriso. – Mas garanto que nunca vi um usuário da magia de fogo da cor negra.

                - Minha mãe era uma Primordial. – Comentou repentinamente.

                Merwin levantou a cabeça bruscamente.

                - Como é? Pode repetir?

                - Minha mãe. Ela tinha a Magia de Fogo.

                - Por Gregórion, rapaz. Por que nunca me contou isso antes?

                - Não vi razão para isso, e você nunca perguntou tambem. – Respondeu dando de ombros.

                - Deixa isso de lado. – Falou fazendo um gesto com a mão. – Qual era o nome dela?

                - Ayda. Ayda Rierds.

                Merwin engasgou e começou a tossir. Logo em seguida levantou o rosto com os olhos arregalados para Eórion.

                - Você só pode estar brincando comigo.

                - Estou falando sério, velho.

                - Quem diria, eu ensinando o filho de Ayda a aprender Magia! – Falou soltando um grande riso.

                - Você a conhecia?

                - Claro que a conhecia. Ela é considerada a Maga mais forte do nosso tempo. Ou era. – Concluiu maneando a cabeça.

                - Como a conheceu?

                - Embora estivéssemos em níveis totalmente diferentes de poder, éramos Membros da Aliança de Magia de Eriméia. Sua mãe é uma lenda por lá, rapaz. Qual era o nome do seu pai?

                - Hérion.

                Merwin ficou parado o observando por longos minutos sem falar nada, só com os olhos piscando. Sem motivo algum, começou a rir alto e dar uns pulinhos na cadeira.

                - Qual o motivo do riso? – Perguntou desconcertado.

                - Ahn? Nada, nada. – Respondeu entre os risos. Deu mais alguns segundos para poder se acalmar, e viu que tinha chorado de tanto rir. – É só que... O filho de Ayda e Hérion. Em minha frente. Aprendendo Magia comigo. Eu poderia dizer que é uma tremenda piada do destino para mim, mas acho que nem o destino teria tal humor para isso.

                - Não estou entendendo o que queres dizer, Merwin.

                - Imagino que não mesmo. – Falou enquanto ainda ria um pouco. – Eu não sabia que eles estavam juntos. Acho que mantiveram isso em segredo.

                - Por que manteriam a relação deles assim?

                - É uma boa pergunta rapaz. Mas eu posso deduzir alguns motivos. – Dessa vez, o semblante de Merwin estava séria. – Lembra do homem com a espada negra que eu lhe disse? Era Hérion. A partir disso, você percebe que sozinhos ambos por si só já tinham um elevado poder, afinal, estavam inseridos no pequeno grupo de Magos do nível de Órium. Agora, imagine o poder que esses dois representavam para o resto do mundo. Não me refiro só a Aliança, mas aos Clã do Gigantes, a Guilda dos Anões e ao resto da Esfera. Seria quase como o poder da lenda dos Três, consegue perceber? Nem o Ciclo Divino teria força para interromper quaisquer que fossem os desejos que seus pais pudessem ter.

                - Então, se eles tinham algum relacionamento em segredo, alguem deve ter descoberto... – Disse tentando fazer do seu comentário uma pergunta.

                Merwin assentiu.

                - Sim, e provavelmente pensado o mesmo que eu.

                - Mas, essa é uma resposta com duas consequências iguais. – Falou Eórion, tentando expressar o que pensava.

                - Como assim?

                - Pense, se a sua hipótese estiver certa, eles tinham medo do poder que meus pais teriam juntos. Poder para nada barrar o seu caminho. Então, por que meus pais fugiriam da Aliança? – Perguntou meio que para sí. – Talvez os outros membros desse tal nível de Órium se juntaram... Talvez até com esse Ciclo Divino?

                Antes mesmo de terminar sua fala Merwin já estava negando com a cabeça.

                - Sua mãe era a única Maga Primordial de Fogo, e estava no topo até mesmo no nível de Órium, junto com seu pai logo abaixo, eu já te contei essa história alías. Seus pais eram fodas, rapaz. – Comentou abrindo um sorriso, e fazendo um brinde no ar com sua caneca de café. – Fora que eles tinham muitos aliados em todas as partes de Eriméia e da Esfera.

                - Então, por que eles fugiram e passaram anos na estrada?

                - Eu só consigo pensar em uma resposta, Luto. – Falou, bebendo um gole antes de prosseguir. – Havia uma terceira força desconhecida mais forte que seus pais para fazerem eles fugir.

                - O que quer dizer com terceira força?

                - Deixa isso de lado por um instante. Agora me responda, Houve alguma coisa diferente do normal que aconteceu com vocês antes de irem para o Vilarejo Springs?

                - Não. Quer dizer, sim. – Respondeu, franzindo o cenho tentando se concentrar. – Fizemos uma fogueira uns dois dias antes, meu pai trouxe algumas lebres para a janta e minha mãe as preparou. Depois ela nos contou uma história e quando ela terminou alguns homens apareceram... Meu pai os enfrentou, acho que eram três, minha mãe me escondeu quando a luta começou, então não vi muita coisa. Ele deixou dois inconscientes, mas lembro que um deles era Mago, e colocou meu pai de joelhos...

                - Espere – Interrompeu Merwin, desconfiado. – Seu pai caiu de joelhos? Por que ele não os matou ou afugentou com a sua espada?

                - Ele não tinha nenhuma espada, desde que eu me lembre. – Negou Eórion. – Talvez seja por isso que não o reconheci quando falou dele daquela vez. – Completou dando de ombros.

                - Então como ele deixou dois homens desmaiados?

                - Com um graveto. – Respondeu simplesmente. Merwin levantou a sobrancelha. – Sei que parece piada, mas foi isso que aconteceu. De toda forma – Continuou antes que Merwin o interrompesse de novo. – Minha mãe interviu na batalha queimando tudo ao redor. Não sei como explicar aquela cena, pois não pode ser descrita se não presenciada. Ela não queimou nem a mim nem ao meu pai, mas cortinas de chama se ergueram ao nosso redor e queimaram tudo o que tocaram. Até o ar pereceu queimar.

                Merwin acenava satisfeito.

                - Sua mãe era mais que uma Maga, garoto. Ela dominava seu poder como ninguém o fez em muito tempo. – Um estalo de compreensão passou por sua cabeça após dizer isso. – Foi isso o que senti naquela noite antes do Vilarejo Springs ser destruído. O poder esmagador que a Alma da sua mãe tem entrou em ação naquele momento. Foi por pouco tempo, mas eu senti, como um gelo que aparece no corpo tão repentinamente quanto sai sem deixar vestígios. Ela devia estar encobrindo sua Alma por anos, e quando usou magia liberou por segundos. – Os dedos dele começaram a batucar no apoio da cadeira. – Sabemos como os encontraram então. Mesmo que por um ou dois segundos, já foi o suficiente para acharem vocês.

                Eórion ouvia a tudo atentamente, se lembrando do dia conforme contava os acontecimentos. A imagem de seus pais preencheu sua mente após as falas de Merwin. Agora ele os olhava de forma diferente, com mais respeito. Tomou consciência que era filho e esteve ao lado de duas lendas do seu mundo. E na época, não tinha menor ideia disso.

                - Agora que sabemos quem seus pais eram e o que estavam fazendo no Vilarejo Springs, me resta três importantes perguntas. – Falou, levantando um dedo. – Primeira. Por que sua mãe queria ir para Elianor? – Levantou o segundo dedo. – Segundo. Sabendo da força que seus pais tinham, principalmente sua mãe. Por que você conseguiu sobreviver e eles não? – Finalmente, levantou o terceiro dedo. – O que me leva a terceira pergunta. Do que eles estavam fugindo?


Notas Finais


Eae? O que acharam? Espero que tenham curtido.
Há, quantos mistérios essa história esconde?


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